O Evangelho Segundo o Espiritismo Cap. XXIV
Não pôr a Candeia debaixo do Alqueire.
A Coragem da Fé.
15. A coragem das opiniões sempre mereceu a consideração dos homens, porque é prova de dignidade enfrentar os perigos, as perseguições, as discussões e, até mesmo, os simples sarcasmos, aos quais sempre se expõe aquele que não teme confessar abertamente idéias que não são admitidas por todos. Nisto, como em tudo, o mérito está na razão das circunstâncias e dos resultados que podem advir.(.......), mas há casos em que isso equivale a uma covardia tão grande como a de fugir no momento do combate.
Jesus estigmatiza essa covardia, no tocante ao problema especial da sua doutrina, ao dizer que, se alguém se envergonhar das suas palavras, ele também se envergonhará daquele; que renegará o que o houver renegado; que reconhecerá, perante o Pai, que está nos Céus, o que o confessar diante dos homens. Em outros termos: Aqueles que temeram confessar-se discípulos da verdade não são dignos de ser admitidos no Reino da Verdade. Perderão, assim, as vantagens da fé, porque se trata de uma fé egoísta, que eles guardam para si mesmos, ocultando-a, com medo dos prejuízos que lhes possa acarretar no mundo. Enquanto isso, os que colocam a verdade acima dos seus interesses materiais, proclamando-a abertamente, trabalham ao mesmo tempo pelo futuro próprio e dos outros.16. O mesmo acontece com os adeptos do Espiritismo, pois, sendo a sua doutrina o desenvolvimento e a aplicação da doutrina do Evangelho, a eles também se dirigem essas palavras do Cristo. Eles semeiam na Terra o que colherão na vida espiritual: os frutos da sua coragem ou da sua fraqueza.