A Pena de Morte - Visão Espírita
Que estamos passando por um momento de transição planetária nenhum espírita discorda. Porém ultimamente temos esbarrado em opiniões adversas sobre como lidar com as situações que nos põe a toda prova. Uma dessas situações é sobre a violência que vivenciamos a cada dia.
Sabemos que em muitas nações do planeta terra uma das condenações legais é a Pena de Morte. Mas para o espiritismo é certo a morte de um ser humano pelas mãos de outro ? e se este ser humano causou tanto mal seria a melhor opção mante-lo vivo ?
Iremos nos respaldar sempre por Allan Kardec e sua codificação principalmente e no livro dos espíritos os espíritos abordam o tema pena de morte nas perguntas 760 a 765, no que nos fazem refletir sobre a necessidade do desenvolvimento humano abolir estas práticas bárbaras da sociedade como um todo.
A pena de morte desaparecerá um dia da legislação humana?
— A pena de morte desaparecerá incontestavelmente e sua supressão assinalará um progresso da Humanidade. Quando os homens forem mais esclarecidos, a pena de morte será completamente abolida da Terra. Os homens não terão mais necessidade de ser julgados pelos homens. Falo de uma época que ainda está muito longe de vós.
A lei de conservação dá ao homem o direito de preservar a sua própria vida; não aplica ele esse direito quando elimina da sociedade um membro perigoso?
— Há outros meios de se preservar do perigo, sem matar. É necessário, aliás, abrir e não fechar ao criminoso a porta do arrependimento.
Para quem se questionar sobre os casos de pessoas aparentemente imutáveis à maldade oriunda de suas próprias atitudes e pensamentos lembremo-nos que a Lei de progresso é uma marcha incessante e se no momento aquele irmão encontra-se no erro, um dia, há de se redimir e espiar aqueles erros e não cabe a nenhum de nós abreviar a sua vida para tal. Aliás, abreviar a vida de outrem é ferir a Lei de conservação humana e criar débitos à sua vida.
Sabemos existir mortes que seriam “menos” culposas do que outras pois sendo Deus justo e bom não poderá julgar atos diferentes com o mesmo peso. Sabemos através do estudo do livro dos espíritos que a morte oriunda da legítima defesa é menos grave conforme a situação e os meios que dispunham quem usou-se desta situação. Mas no caso da Pena de morte ? seria uma legítima defesa ?
Os espíritos nos esclarecem que a todo homem é dado a oportunidade do arrependimento e uma nova chance para que se aplique os ensinamentos obtidos em erros pretéritos, assim, se define a reencarnação. Se de Deus vem esta demonstração infinita de justiça porque entre nós seria diferente ? O esquecimento de vidas Esquecimento de vidas passadas não seria ,pois, Deus nos entregando uma segunda chance, livre da vergonha e da miséria causadas por um julgamento eterno e injusto ?
Se pautarmos nossos pensamentos conforme Cristo veremos que o revanchismo que encontramos livremente sendo aclamado por redes sociais, políticos, figuras públicas, etc, nada mais é do que a nossa natureza inferior demonstrando o quanto estamos longe dos ensinamentos sublimes de Jesus “amar ao próximo como a ti mesmo”. Ora, sendo o próximo um criminoso e nos pondo em seu lugar, não gostaríamos , pois, de uma chance de reverter nosso erro ? A pena de morte é a volta do reinado do medo. O espiritismo nos traz o consolador e o esclarecedor. O espírita não teme a Deus, do contrário, compreende-O e assim ama-O com uma certeza irrefutável de seus desígnios.
Por isso, para o espiritismo, a pena de morte terá sua data de validade atingida conforme a humanidade evoluir e entender que o perdão não retira a culpa, apenas auxilia na recuperação de quem caiu no erro e que a justiça divina não falha. No passado nós mesmos já fomos bandidos, estupradores, assassinos e por quantas vezes não lembramos do quanto imploramos por uma segunda chance … Sejamos hoje essa voz de sabedoria que clama aos homens um olhar compreensivo e humilde para os irmãos desafortunados.
De vez em quando aparece alguém que, em virtude de algum problema social mais grave – a violência, por exemplo, – pede a pena de morte. O senhor concorda?
CHICO XAVIER: A pena deveria ser de educação. A pessoa deveria ser condenada mas é a ler livros, a se educar, a se internar em colégios ainda que seja, vamos dizer, por ordem policial. Mas que as nossas casas punitivas, hoje chamadas de casas de reeducação, sejam escolas de trabalho e instrução. Isto porque toda criatura está sentenciada à morte pelas leis de Deus, porque a morte tem o seu curso natural. Por isso, acho que a pena de morte é desumana, porque ao invés de estabelecê-la devíamos coletivamente criar organismos que incentivassem a cultura, a responsabilidade de viver, o amor ao trabalho. O problema da periculosidade da criatura, quando ela é exagerada, esse problema deve ser corrigido com educação e isso há de se dar no futuro. Porque nós não podemos corrigir um crime com outro, um crime individual com um crime coletivo.
Do livro: Chico Xavier – Mandato de Amor, editado pela União Espírita Mineira.
A doutrina espírita é clara quanto a necessidade de nos desapegarmos das remanescências de nossa barbaridade e elevarmos nossos pensamentos a soluções crísticas para as diversas situações problemáticas que nos encontramos em momento de transição planetária. Ter esperança no progresso espiritual é a certeza da vida futura, proclamada pelo espiritismo como a certeza de que amanhã tudo será melhor do que hoje. Por isso, meus irmãos, sejamos mensageiros de cristo ao trazer a boa nova através de nossos atos e nosso testemunho de fé ante aos perigos da atualidade.
Que não mais sejamos nós a oferecer a outro o sofrimento e que na terra, como descrita no livro dos espíritos possa se estabelecer o reino de paz