quinta-feira, 27 de maio de 2021

Yemanjá e seu Itá.

 


Nenhuma descrição de foto disponível.Também conhecida como Sessú, Iyá Sessú, Susurè, é a mensageira de Olokum, a da água turva, escura.

Trata-se da mãe do lodo, das algas marinhas, do plâncton, do musgo, da biomassa que alimenta a maioria dos seres dos mares e oceanos e das coisas que se decompõem no fundo do mar.

Rege as águas escuras e agitadas, a ressaca, a espuma dos barcos, os esgotos, as latrinas e cloacas que desaguam no mar.

A essa qualidade de Yemonjá pertencem os cisnes, gansos, marrecos, patas, e todos os animais da mesma espécie.

Muito austera, séria e trabalhadora. Possui um temperamento instável, ora está calma, ora está agitada e é severa com seus fiéis.

É tida como uma das qualidades de Yemanjá que encabeçam o culto as águas, tem uma grande ligação com Nanã, mas também com todas outras iyagbás velhas.

Sua ligação com Omulu está também ligada à outra qualidade, ou fase, de Yemonjá, mais precisamente Iyá Sogbà, onde aparece alternadamente as fases de criação daquele orixá.

É ela quem aparece em todos os itans, e coloca os xaorôs em Obaluaye, é ligada a Esù por ser mensageira de Olokun e também a Odé que foi seu esposo.

Vive na pororoca e no mar junto com Olokun Seniade sendo sua filha predileta, recebe suas oferendas na companhia dos mortos (eguns das águas).

É muito lenta em atender seus fiéis, pois conta meticulosamente as penas do pato a ela sacrificado, e caso se engane na conta, começa de novo e essa operação se prolonga indefinidamente.

É muito ligada ao ciclo da gestação. Voluntariosa, ranzinza e respeitável, é uma qualidade de Yemonjá rara, difícil de se cultuar.

Vários zeladores costumam raspar outra qualidade de Yemonjá quando este caminho se apresenta regendo a vida de alguém, com o receio deste caminho estagnar ou parar a vida do filho.

Vive nas águas sujas e lodosas do mar e é muito esquecida e lenta, come com Obaluaiyê e Ogum, além do próprio assentamento, tem que se assentar Ogum e Obaluaiyê.

Não come sem Ogum, e se este for esquecido, a vida do filho não anda, Outros rumores também dão conta de que ela puxa de uma perna.

Alguns dizem que ela é jovem, outros que ela é velha, conta-se que ela, juntamente com Iyá Malelewà, tingiram os oceanos de azul, veste branco, verde água, verde musgo e suas contas branco cristal, sai com muitos colares de búzios, conchas, braceletes, adê e com um abebe com o desenho de uma estrela.

Como toda a família do Mar, Iyá Sessu tem seu lugar bem definido, ela é responsável pelas ressacas e também por receber a água doce, por isso sua associação a Oxum, em alguns momentos, aparece ao lado de Osogiyan e em outros momentos aparece como mãe de Omolu, por ser a mais próxima com a família de Jeje.
#IgbaAseOdeOmim
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Itan de Iyá Sessu

Diz a lenda que de todas as filhas de Olokun, Iyá Sessu era a mais desorganizada, ela nutria por seus objetos enorme paixão, o que a fazia não jogá-los fora nunca, juntando assim uma enorme bagunça em sua casa (colecionismo).

Certo dia Olokun foi visitá-la e chegando viu a casa da filha em completa desordem, então, com seu enorme poder, disse à filha que ela teria 08 dias para arrumar tudo.

Desesperada, ela saiu a procura de alguém que a ajudasse, e encontrou na beira da praia Osogiyan, que olhava intrigado para as ondas, onde já havia conquistado seu reino, mas ainda não entendia a imensidão do mar, e a ele pediu ajuda:

- Osogiyan, Olokun disse que eu tenho apenas 08 dias para arrumar minha casa, porém eu não quero me desfazer de nada.
— Disse Iyá Sessu.

- Iyá, eu posso te ajudar, ganhei de meu pai, Obatalá, uma grande casca de igbin que nela cabem todas as coisas do mundo, posso lhe dar e com isso você pode guardar suas coisas, e assim deixar sua casa arrumada.

- Mas e suas coisas?
— disse ela.

- Não se preocupe, foi me dado esse presente mágico quando saí das terras de meu pai para conquistar meu próprio reino, contudo minha conquista não terminou, preciso entender o mar, então você me ensina os segredos do mar e eu lhe dou essa casca de igbin que tudo guarda.

E assim foi feito.
Quando Olokun chegou a casa da filha, encontrou tudo arrumado, surpreso, perguntou a ela o que ela fez para em tão pouco tempo colocar tudo em ordem.

Ela disse que fizera um acordo com Osogiyan.

Sabendo que isso não resolveria o problema da filha, Olokun gritou a todos os mares, que sua filha Iyá Sessu, a partir daquele momento, seria responsável pelas ressacas, onde no mar só ficaria aquilo que é de direito.

Por isso hoje quando acontece as ressacas, Iyá Sessu é louvada!

Igba Ase Ode Omim
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