domingo, 16 de outubro de 2022

Trechos do livro “O PODER DO SILÊNCIO” de Eckhart Tolle (parte 1)

 

Trechos do livro “O PODER DO SILÊNCIO” de Eckhart Tolle (parte 1)



“Estou triste. Quem percebe isso? Estou com medo. Quem percebe isso? Você é a pessoa que percebe isso. Você não é os seus sentimentos”.

“No estado de calma e consciência, se você precisar da mente para um fim prático, ela estará presente. Na verdade a mente funciona muito bem quando a inteligência maior e real que é você se expressa através dela, como uma ferramenta.”

“Aprenda a sentir-se à vontade dentro do não-saber. A mente teme o não-saber, mas um conhecimento mais profundo que não é baseado em qualquer conceito vai emergir desse estado”.

“A mente está sempre querendo alimentar-se para continuar pensando. Ela procura alimento para sua própria identidade, para seu sentido de ser. É assim que o ego se cria e recria continuamente”.

“Você se dá conta de que esse ego é fugaz e passageiro? Quem percebe isso? É o Eu-Sou. Esse é o seu eu mais profundo, que não tem nada a ver com o passado e o futuro. Quando você se dá conta de que existe uma voz na sua cabeça que pretende ser você e não pára de falar, percebe que você vem se identificando com a corrente do pensamento. Quando percebe a existência dessa voz, você compreende que não é essa voz, mas a pessoa que a percebe. Ter liberdade é saber que você é a consciência por trás dessa voz.”

“Ao concentrar toda sua atenção ao momento presente, uma inteligência muito superior à inteligência da mente autocentrada entra no comando da sua vida. Sua ação presente se torna não só muito mais eficaz, como infinitamente mais satisfatória e gratificante”.

“Ao viver através do ego, você faz do momento presente apenas um meio para atingir um fim. Você vive em função do futuro, mas quando atingem seus objetivos eles não te satisfazem. Ou pelo menos não por muito tempo.”

“Quase todo ego tem o que podemos chamar de “identidade da vítima”. Muitas pessoas se vêem de tal forma como vítimas, que essa imagem se torna o ponto central de seu ego. Mesmo que as mágoas sejam muito “justas”, ao assumir a identidade de vítima, você cria uma prisão cujas grades são feitas de formas obsessivas de pensar. Veja o que você está fazendo com você mesmo, ou melhor: Veja o que sua mente está fazendo com você. Sinta a ligação emocional que você tem com sua história de vítima e perceba sua compulsão de pensar e falar a respeito dela. Ao perceber isso, a transformação e a liberdade virão.”

“Reclamar e reagir são as formas preferidas da mente para fortalecer o ego. O eu autocentrado precisa do conflito para fortalecer sua identidade. Ao lutar contra algo ou alguém, ele demonstra pra si mesmo que “isto sou eu” e “aquilo não sou eu”. É comum que países procurem fortalecer sua sensação de identidade coletiva colocando-se em oposição aos seus inimigos.”

“A inveja é um subproduto do ego que se sente diminuído quando algo de bom acontece com outra pessoa, ou ela possui mais, sabe mais, ou tem mais poder do que ele. A identidade do ego depende da comparação. Ela se agarra a qualquer coisa buscando o “mais”, e quando nada disso funciona, a mente fortalece seu ego considerando-se “mais” injustamente tratada pela vida, “mais” doente ou “mais” infeliz do que os outros.”

“O ego precisa estar em conflito com alguém ou com alguma coisa. Isso explica por que, apesar de você querer paz, alegria e amor, não consegue suportá-los por muito tempo. Você diz que quer ser feliz, mas está viciado em ser infeliz. Essa infelicidade não vem dos fatos da sua vida, mas do condicionamento da sua mente.”

“A culpa é outra maneira que o ego tem para criar uma identidade, mesmo que essa identidade seja negativa. O que você fez ou deixou de fazer foi uma manifestação da sua inconsciência na época, o que é natural da condição humana. Mas o ego personifica a situação e diz “Eu fiz tal coisa”, e assim cria uma imagem de si mesmo como ruim, falho e insuficiente. As palavras de Cristo: “Perdoai-os, Senhor, pois eles não sabem o que fazem” podem ser usadas em relação a você.”

“Este exato momento, Agora, é a única coisa no mundo que não dá pra escapar. É o único fator constante na nossa vida. Se não é possível fugir do Agora, por que não acolhê-lo e tratá-lo bem?”

“Concentrar sua atenção no Agora não é negar o que é necessário. É reconhecer o que é prioritário. Mais tarde você poderá lidar mais facilmente com o que é secundário. Concentrar-se no Agora não é dizer: “Não vou me preocupar mais com as coisas, pois só existe o Agora”. Não é isso. Veja o que é prioritário e faça do Agora seu amigo, e não seu inimigo. Reconheça-o e respeite-o.”

“Você trata o momento atual como um obstáculo que precisa ser ultrapassado? Você considera mais importante o momento futuro que quer atingir? A maioria das pessoas vive assim. Como o futuro nunca chega, a não ser como presente, essa forma de viver é inútil. Causa uma constante sensação de desconforto, tensão e insatisfação. Não respeita a vida, que é Agora.”

“Sinta a vida em seu corpo. Isso enraíza você no Agora.”

“Quando você diz sim às coisas tal qual como são, você entra em harmonia com o poder e a inteligência da própria vida. Só então pode se tornar agente de uma mudança positiva no mundo.”

“Quando você passa a dar atenção ao Agora, cria-se um estado de alerta. É como se você acordasse de um sonho, o sonho do pensamento, o sonho do passado e do futuro. É tão claro e tão simples que não sobra lugar para inventar problemas. Só este momento, tal qual como é.”

“A maioria das pessoas confunde o Agora com o que acontece no Agora. Mas o Agora é mais profundo do que o que ocorre nele. É o espaço onde tudo acontece. Não confunda o conteúdo do momento presente com o Agora. O Agora é mais profundo do que qualquer conteúdo que exista nele. O seu ser é muito maior que seus pensamentos.”

“Eu não sou os meus pensamentos. Não sou minhas emoções, minhas percepções sensoriais, nem minhas experiências. Não sou o conteúdo da minha vida. Eu sou o espaço no qual todas as coisas acontecem. Eu sou a Consciência. Sou o Agora. Sou.”

“É importante vencer ou fracassar aos olhos dos outros. É importante ter ou não ter saúde, estudar ou não estudar. É importante ser rico ou pobre – certamente isso faz muita diferença na sua vida. Isso tudo tem uma importância relativa na sua vida, mas não absoluta. Existe algo mais importante que todas essas coisas: Encontrar a essência do que você é para além dessa identidade de curta duração, que é uma noção personalizada do “eu”.”