Pessoal, tenho visto muito essa pergunta em vários fóruns de debates e estudos.
Antes de mais nada, a pessoa antes de se preocupar se é médium ou não, deve entender o que isso engloba.
Devemos entender que toda forma de praticar a caridade, incentivo a Fé e Amor ao próximo é bem vindo dentro de uma casa religiosa de Umbanda, devemos entender que ser médium não é somente chegar ali dentro do terreiro e ceder passividade aos espíritos, vai ser exigido muito dessa pessoa, nas questões de comprometimento, seriedade, idoneidade, doação a seu próximo, disciplina, doutrina.
Parece fácil não é mesmo? mas quando algumas pessoas percebem que essas doutrinas vão exigir do seu tempo, que muitas vezes “a baladinha” de final de semana, as festinhas familiares, vão ter que ceder espaço para o O DIA DE GIRA, o comprometimento da pratica da caridade, o entendimento que o SAGRADO, é mais importante que alguns eventos, que terá os momentos de PRECEITOS E RESGUARDOS, muitas pessoas simplesmente NÃO QUEREM ABDICAR, muitos estão pensando… puxa, mas eu não vou poder ir mais em nenhuma festinha? não é isso, é claro que não, terá situações que o próprio dirigente, libera aquele filho para uma determinada festividade, mas terá outros momentos que isso não será possível, e onde será testada a Fé e o Comprometimento daquele filho em questão.
Uma outra questão é que nem todos os médiuns dentro de um terreiro de Umbanda serão médiuns de incorporação, uma coisa que não é tão bem explorada e estudada, é que existem outros dons mediúnicos tão uteis quanto.
Uma coisa que frustra muito algumas pessoas é quando a pessoa nas aulas de estudo, evangelização e doutrina lhe é comunicado que não será um médium de incorporação, que irá prestar a caridade dentro do terreiro como um CAMBONO por exemplo, vocês podem não acreditar, mas ainda hoje com todas as informações, muitos médiuns ainda enxergam o trabalho dos cambonos como algo insignificante ou sem valor dentro do terreiro, há médiuns que ODEIAM CAMBONAR, em suas mentes acham algo de servidão, mas se esquecem que todo bom médium já foi um BOM CAMBONO.
A danada da vaidade, vive corrompendo médiuns.
O ato de ser útil para um espírito que vem de esferas superiores é muito gratificante, eu adoro cambonar os guias, adoro conversar com eles.
Além do mais, SER MÉDIUM, não é STATUS, ser médium antes de mais nada é DOAÇÃO.
A primeira coisa que um médium deve fazer quando sente a inclinação, a vontade de estar dentro de um terreiro de Umbanda, é procurar uma casa idônea que lhe dê sustentação, doutrina, ensino.
Ter paciência, porque numa casa séria, comprometida com as questões espirituais irá conduzir esse novo neófito da melhor forma possível, onde será explorado da melhor forma seus dons e inclinações para a pratica da caridade.
Muitos médiuns fogem das palestras doutrinárias e evangelizadoras, acham enfadonho, cansativo, mas se esquecem que algumas questões de reformas morais e íntimas são extremamente necessárias para seu melhor desempenho como médium. Além do mais, não se pode ensinar o que não se sabe, não é mesmo? Fora que todo médium deve visualizar sua mediunidade como ferramenta de evolução principalmente para si mesmo.
Infelizmente o ego está desvirtuando certas missões e certos objetivos de nossos guias e mentores. Alguns médiuns estão ostensivos, extremamente vaidosos, arrogantes, talvez se esquecendo que são médiuns e não mentores. Alguns desses esquecendo-se dos princípios originais da Umbanda. Muito título, nomenclaturas, para pouco dever de trabalho moral.
Essas palestras de estudo não precisam ser aquelas coisas cansativas, de horas ali sentado, muitas vezes elas acontecem no decorrer da gira, na boa palavra do preto velho, nas falas e sabedoria dos caboclos, nos tratamentos, muitas vezes elas acontecem naquele momento de confraternização e interação do grupo, naquele momento do churrasquinho de final de semana onde sempre surge um assunto que é abordado e que dali se pode tirar um ótimo ensinamento.
Nessas palestras vamos colocar dessa forma, é imprescindível que ocorra dinâmicas de grupo interativas, debates construtivos, onde pessoas que não se conheçam façam parte se sinto acolhidas, muitas vezes vemos palestras que ninguém sabe quem é quem, nem olham uns para outros, fugindo totalmente do objetivo pela qual a palestra está sendo proposta.
Uns momentos de interação dentro da religiosidade da Umbanda é nas Obrigações das Matas e Cachoeiras e na Praia, onde o grupo passa o dia inteiro, uns com os outros, onde além de todo processo religioso, tem os momentos de descontração de brincadeiras saudáveis, onde se ganha um tempo que não está tão corrido como nos dias de gira.
Algumas pessoas acham e possuem uma visão da religiosidade de Umbanda como algo estagnado e foge totalmente disso, temos palestras, temos nossas campanhas sociais, nossas visitas a asilos e orfanatos, nossos momentos de divertimento em grupo.
Uma pessoa pode prestar por exemplo um auxílio social dentro do seu terreiro sem necessariamente ser um médium de incorporação, há casas que tem psicólogos, psiquiatras, fisioterapeutas, dentistas, advogados, que prestam com suas capacidades profissionais a caridade para os consulentes mais carentes que frequentam seus terreiros.
A pratica do bem e do amor ao próximo, é só querer fazer, trabalho e assistidos tem.
Baseado nisso meu irmão na Fé, todos são bem vindos, todos podem fazer parte é só querer, mesmo nossos consulentes assíduos são UMBANDISTASde igual forma, que muito colaboram também na medida de suas possibilidades para o trabalho de caridade estar sendo cumprido.
A UMBANDA AGREGA ELA NÃO EXCLUI NINGUÉM.
Se a pessoa que nos chega pelas nossas portas, está disposta, tem vontade de fazer o bem, de se doar, de praticar a caridade, SEMPRE HAVERÁ UM LUGAR PARA ELA.
Então você meu irmão, minha irmã, se achegue, puxe uma cadeira, que o TAMBOR VAI TOCAR, e deixe fluir as energias que só DEUS, nossos ORIXÁS, GUIAS E MENTORES podem nos dar.
E quando menos esperar, estará ali junto, arregaçando as mangas, trabalhando em prol da caridade, fazendo parte, como TODA BOA FAMÍLIA DEVE SER, UNIDA.
Que nosso pai Oxalá diga Axé para todos nós.
Cristina Alves
Templo de Umbanda Ogum 7 Ondas e Cabocla Jupira.