sexta-feira, 29 de junho de 2018

DEFESA ENERGÉTICA

Se pudéssemos viver em condições de isolamento ideal, contemplativo, convivendo apenas com a natureza, com as pessoas que gostamos e confiamos seria, de fato, muito fácil manter nossa integridade holochacral ou energética (holochacra =corpo energético =conjunto de todos os chacras). Imagine a vida tranqüila no campo, deixando a Mãe Natureza cuidar de tudo. Da mesma forma como ela cuida do verde e dos animais, por que não haveria de cuidar também do homem, seu filho mais ilustre? E as energias? Como são boas as energias da natureza, terapêuticas, revitalizadoras!
Talvez seja por este motivo que determinadas seitas místicas e ordens religiosas preferiram se isolar de tudo e de todos, trancando-se em comunidades fechadas, conventos e monastérios, separadas do resto do mundo no topo de alguma montanha inacessível. Em alguns casos, os praticantes desse tipo de isolamento nem mesmo se encontram uns com os outros, vivendo na clausura, tamanho é o medo de haver qualquer interação energética entre eles, mesmo que positiva. A desculpa é a busca de uma santidade, de uma separação maior. Esperam eles estar caminhando ao encontro da luz interior, de uma aproximação com o Todo Poderoso, ou seja, da evolução espiritual.
Entretanto, esses tipos de pessoas fogem de um inter-relacionamento pessoal maior, fundamental para qualquer ser humano enquanto animal social. Esquecem-se que a riqueza de situações oferecidas pelo dia-a-dia numa megalópole – onde há um forçoso encontro com um grande número de pessoas dotadas de todos os tipos de personalidade possíveis e imagináveis, com milhares de qualidades conscienciais e seus correspondentes defeitos – agiliza em muito o processo evolutivo da consciência. É aí que surgem os conflitos de interesse: as pessoas são forçadas a aprender a conviver com a diversidade consciencial característica da espécie humana, com todos os seus defeitos, qualidades, lados positivos e negativos, e a tirar o melhor proveito evolutivo de cada situação adversa, antendo sua integridade física, psíquica e energética.
É muito mais fácil evoluir no contrafluxo, encarando as dificuldades de frente e aprendendo a se defender energeticamente dos mais variados encontros com as mais diversas pessoas. O processo se desenvolve à semelhança do funcionamento do nosso sistema imunológico: quanto maior for o contato que tivermos com as mais diferentes bactérias, mais fortes serãos as nossas defesas orgânicas. Quem evolui mais rápido: o monge que vive isolado numa vida contemplativa, previsível, rotineira, sem maiores desafios dentro de um monastério, ou o homem autoconsciente que enfrenta as imprevisíveis situações físicas e energéticas, em casa, no trabalho, no shopping, no ônibus, esforçando-se para manter sua integridade física, mental, moral, psicológica e energética? Qual deles possui
mais desenvoltura para resolver os problemas do dia-a-dia?
O que se deve ter em vista é que dificilmente conseguimos manter o nosso status quo energético nos encontros interconscien ciais. Tem sempre alguém recebendo (consciente ou não) e alguém doando (consciente ou não) energias conscienciais (nosso cartão de visita). A tendência é sempre pelo equilíbrio; quem tem mais doa, quem tem
menos recebe. Quando o indivíduo adquire lucidez para o processo energético, passa a estudar e praticar determinadas técnicas que lhe permitirão um maior controle do procedimento, evitando, assim, a inoportuna perda de energias pessoais, bem como a entrada de outras energias que ele venha a considerar como nocivas para si próprio.
Envolvendo o nosso corpo energético, temos a aura, que é um invólucro vaporoso e luminoso; uma forma ovóide de energia que se contrai ou dilata conforme as circunstâncias e emoções. As auras humanas interagem umas com as outras, tanto do ponto de vista positivo quanto negativo, criando atrações, repulsões, acoplamentos, fazendo com que as pessoas atuem na condição de receptoras ou doadoras de energias pessoais. A aura tem mais ou menos dois metros de diâmetro, distância a partir da qual começam as interações energéticas. Isto não quer dizer que você agora passe a andar com um bastão, evitando que as pessoas se aproximem muito.
Como seria dentro do ônibus? Na escola? No ambiente de trabalho? No teatro? No cinema? No estádio de futebol? No comício político? Em qualquer lugar onde há um obrigatório ajuntamento de pessoas? O que ocorre nesses casos é o que chamamos de acoplamento áurico, que pode ser fisiológico – quando se dá entre pessoas amigas, casal
apaixonado, galinha-pintinhos, gêmeos univitelinos, gestante-feto, cavalo-cavaleiro, mãe-filho, médico-paciente, professor-aluno, vendedor-freguês, psicólogo-paciente – ou patológico – quando ocorre entre grupos de enfermos; histerias grupais, coletivas; multidão em linchamento/quebra-quebra; pessoas amotinadas (navio, comícios); dupla
assediado-assediador. O acoplamento também pode ocorrer através de uma consciência extrafísica (positiva ou não) que se aproxime da aura da pessoa.
Isto acontece em virtude da afinização de pensamentos, sentimentos, energias. Um exemplo de caso negativo, é o assediador extrafísico alcoólatra ou fumante inveterado, que provavelmente morreu de câncer
ou cirrose hepática, que acopla pela primeira vez em determinada pessoa ainda viva, porém viciada em álcool e tabagista, quando esta toma uma dose daquela cachaça purinha ou acende um cigarro ou baseado. Depois, passa a acoplar no infeliz sempre que estiver com vontade de sentir o gostinho da cachaça ou o sabor do alcatrão, ou
ainda a lombra da maconha, induzindo-o a beber e fumar mais. Isto significa um círculo vicioso, assediado-assediador, cada um em sua própria dimensão. Um exemplo de caso positivo, é o terapeuta
acupunturista que recebe, consciente ou não, o acoplamento de uma consciência extrafísica com larga experiência em medicina oriental sempre que trata determinado paciente.
Quando o acoplamento ocorre em número superior a três pessoas, tende a ser negativo, pois o homem perde a sua individualidade, a capacidade de raciocinar, a escolha moral, em virtude da intoxicação energética do grupo, tornando-o sujeito a crises, ataques súbitos e violentos de ira, entusiasmo, violência, pânico. Embriagado sem ter
tomado qualquer bebida alcoólica.
Existem também os vampiros energéticos. Pessoas portadoras de uma patologia do corpo energético que impede a retenção de energias conscienciais, de forma que estão sempre carentes, sempre necessitando absorver mais. São verdadeiros buracos negros energéticos. Certamente, todos já tivemos oportunidade de entrar em contato com pessoas assim. É o conhecido desmancha-rodas, aquele sujeito que quando se aproxima todos se afastam numa reação defensiva instintiva, ou então aquele outro que quando começa a falar dá sono nos ouvintes à proporção que ele fica cada vez mais ativo e alerta. Ele nunca passa despercebido. Todos sabem quem são os vampiros
energéticos nos círculos que freqüentam, até mesmo os animais se afastam. Não existe heterocura para o vampirismo energético. É necessário que a pessoa se autoconscientize de sua condição para, a partir daí, buscar a autocura através da satisfação de suas carências afetivas e sexuais, compensando seus chacras e reequilibrando o corpo energético.
Técnicas bioenergéticas
Para mantermos a integridade energética independente da situacão em que nos encontramos, é necessário a utilização de quatro manobras básicas, mas não necessariamente nesta ordem:
– Absorção de energias: É o ato através do qual a pessoa absorve pela força da vontade energias imanentes (cósmica), energias da natureza (florestas, rios, oceanos, árvores, pedras, montanhas, flores ), energias de outras pessoas e energias telúricas (do planeta Terra). Essa absorção é feita através dos chacras que compõem o corpo
energético. Outra forma de absorver energias é através da respiração – prana -, e a este respeito os yogues possuem técnicas avançadíssimas que valem a pena ser estudadas. Também temos a absorção através da alimentação. Todos os alimentos possuem energia, uns mais densos, outros menos. O pesquisador deve procurar se alimentar de acordo com as necessidades e o consumo energético do seu corpo. Para um grande número de pessoas, o consumo de carne vermelha é essencial para reabastecer o corpo com as energias mais densas do animal, já outros
não sentem tanta falta assim, dando-se por satisfeitos com uma dieta alternativa. Podemos absorver energias telúricas através do simples ato de caminhar descalços sobre a superfície (solo) do planeta; neste
caso, o que funciona são os chacras plantares (situados na sola de cada pé).
Todas as noites, depois que dormimos, nosso corpo astral afasta-se do físico e absorve energias cósmicas através dos chacras, principalmente pelo esplênico chacra, sendo esta a quinta forma de absorção de energias depois da alimentação, da respiração, da absorção de energias por vontade própria e do sono natural. O sono permite duas formas de absorção de energias: uma menor, quando o corpo astral se desloca, porém continua muito perto do físico; e outra maior, quando ocorre grande distanciamento entre esses dois veículos de manifestação do ego, numa experiência fora do corpo (EFC). A reposição de energias é responsável em muitos casos pela recuperação
da saúde física e mental do praticante.
– Circulação de energias: Trata-se de controlar conscientemente o fluxo e a direção das energias dentro de você mesmo, da cabeça para os pés, passando pelo pescoço, tórax, braços, mãos, abdômen, quadril, pernas, pés e vice-versa. A velocidade, duração e intensidade devem variar de acordo com a vontade do praticante. Como benefícios,
podemos citar a aquisição de uma autoconfiança maior no uso de suas próprias energias conscienciais, aumentando a sensibilidade do praticante, de forma que tenha meios de identificar com maior precisão as energias externas que lhe forem dirigidas. O ato de circular as energias depois de uma refeição facilita também o processo digestivo, previne minidoenças, pequenos distúrbios orgânicos e indisposições.
Deve ser praticada da seguinte forma: primeiro, o praticante se coloca na posição de pé, com os braços estendidos ao longo do corpo e os pés ligeiramente separados um do outro. Utilizando tão somente a força da vontade, dirija o fluxo de energias da cabeça para os pés, procurando sentir a energia passando pelo corpo e atingindo os
membros, tanto superiores quanto inferiores. Se na primeira vez a pessoa não sentir nada, não deve se preocupar, pois, como foi dito acima, é a prática que trará a sensibilidade energética. Depois, redirecione o fluxo das energias no sentido inverso, dos pés para a cabeça. Repita a manobra umas 20 vezes, depois vá aos poucos aumentando a velocidade de circulação. É bem possível que o praticante, durante um trabalho de circulação de energias venha a
sentir bloqueio em determinados membros, impossibilitando o fluxo. Neste caso, ele deve forçar a passagem das energias com vontade redobrada até conseguir.
O bloqueio que impossibilita a passagem em determinado membro ou até mesmo a circulação por todo o corpo pode ser o prenúncio de algum tipo de doença que já atingiu o corpo energético e que, se não for eliminada através da circulação de energias, em breve atingirá o corpo físico. Daí se conclui que o processo de circulacão de energias
tem finalidade também preventiva. O procedimento deve ser repetido várias vezes por dia, nos mais diversos ambientes, sem qualquer tipo de problema, uma vez que não envolve o uso de qualquer músculo do corpo humano, mas apenas e tão somente a vontade.
– Circuito fechado de energias: É a circulação de energias elevada a uma velocidade intensíssima, a tal ponto que não mais se pode distinguir a direção do fluxo, tornando-se tudo uma só e grande vibração energética que forma um poderoso campo de energia. Isto esteriliza o ambiente, impede a entrada e saída de energias internas
e gera um profundo bem-estar. Para completar o sistema de autodefesa, o praticante, ao mesmo tempo em que instala o circuito fechado, produz uma bolha energética ao seu redor, que funcionará como escudo.
– Exteriorização de energias: É através da vontade que o praticante lança para fora de si as energias pessoais temporariamente guardadas dentro dos seus veículos de manifestação do ego, ou que estão transitando através dele. O procedimento pode se dar tanto aqui na dimensão física, com o praticante acordado e alerta, quanto na
dimensão extrafísica, durante uma experiência fora do corpo. Pode ser feita com finalidades assistenciais, no caso de o praticante exteriorizar energias para um enfermo, visando sua recuperação. Também é utilizada no caso de enfrentamentos entre pessoas nesta dimensão, quando alguém exterioriza suas energias, expelindo-as ao
ponto de deixar as pessoas alvo em cheque ou sem o controle da situação. Agora, como técnica de auto-higiene física-extrafísica, pode ser produzida a qualquer momento e em qualquer circunstância necessária, embora seja melhor praticar em um ambiente isolado, para alijar de si energias consideradas nocivas e prejudiciais ao seu bem-estar. O processo também pode se dar através das mãos (imposição de mãos), nos casos de exteriorização em caráter assistencial, e em outros requer a movimentação dos braços para mover as energias estagnadas do
ambiente. Podem ocorrer sensações de formigamento, adormecimento e, entre outros, pequenos choques elétricos.
Concluindo, a falta de controle do processo energético pode causar bloqueios, descompen-sações, distúrbios e doenças em qualquer pessoa despreparada e vulnerável, inclusive eu mesmo e você também. O circuito fechado é o recurso defensivo primário, insubstituível que dispomos para defesa energética. O domínio do processo energético
pode se dar, inclusive, de forma intuitiva. Existem pessoas que instalam intuitivamente o circuito fechado de energias quando estão lidando com situações críticas, antes e durante o recebimento de telefonemas importantes, encontro com pessoas-chave, etc. Mas esse controle inconsciente não se compara a aquisição de autoconsciência a
nível bioenergético, com o emprego correto, lúcido e dentro de um padrão de moral e ética universal das técnicas bioenergéticas.
Bruxos, feiticeiros, magos, com certeza, todos os que se interessam por este tipo de assunto e estão lendo este artigo agora já foram há muitos séculos, em vidas anteriores. Agora, chegou a hora do emprego
consciente e ético destas técnicas por nós desenvolvidas anteriormente, em outras existências, com o objetivo recípuo de despertar e refinar o parapsiquismo existente em cada um de nós, de forma a mantermos nossa integridade energética no desenrolar da caminhada evolutiva.
Márvio Belliard e Silva é pesquisador independente do fenômeno da experiência fora do corpo (EFC) e da evolução da consciência.

AUTORA: Astartê