É impossível dissociar a Umbanda do Candomblé, considerando que as duas religiões possuem muito mais características em comum do que diferenças.Um estudioso da Umbanda não pode fechar os olhos para o estudo do Candomblé, pois fazê-lo seria fechar os olhos para elementos riquíssimos e fundamentais para sua própria história. O conhecimento do Candomblé, dos elementos comuns entre ele e a Umbanda e das diferenças entre estas duas manifestações religiosas maravilhosas, além de ser uma fonte de conhecimento inestimável também proporciona um enorme prazer. Os mitos iorubás que ilustram o panteão divino do Candomblé, conhecidos como odus, ilustram divinamente as características de cada Orixá, as histórias de quando viviam entre os homens e, portanto, eram humanizados e tinham qualidades e defeitos humanos, enriquecendo nossa compreensão de suas personalidades e das relações entre os próprios orixás.
No livro Mitologia dos Orixás, absolutamente indispensável, do sociólogo e pesquisador Reginaldo Prandi, da USP, este mundo maravilhoso dos odus, dos mitos iorubás, é apresentado de modo fascinante, rico e marcante. Recomendamos para todos que queiram conhecer um pouco mais os divinos orixás.
No primeiro capítulo do livro Herdeiras do Axé, Reginaldo Prandi nos oferece um panorama do Candomblé no Brasil contemporâneo, avalia o comportamento humano como herança dos orixás pelo ponto de vista do Candomblé e apresenta um quadro com as características básicas dos orixás de acordo com a nação queto. Vamos aos dois últimos pontos, que é o que visamos apresentar neste post.
Comportamento humano como herança dos orixás
Segundo o candomblé, cada pessoa pertence a um deus determinado, que é o senhor de sua cabeça e mente e de quem herda características físicas e de personalidade. É prerrogativa religiosa do pai ou mãe-de-santo descobrir esta origem mítica através do jogo de búzios. Esse conhecimento é absolutamente imperativo no processo de iniciação de novos devotos e mesmo para se fazerem previsões do futuro para os clientes e resolver seus problemas. Embora na África haja registro de culto a cerca de 400 orixás, apenas duas dezenas deles sobreviveram no Brasil. A cada um destes cabe o papel de reger e controlar forças da natureza e aspectos do mundo, da sociedade e da pessoa humana. Cada um tem suas próprias características, elementos naturais, cores simbólicas, vestuário, músicas, alimentos, bebidas, além de se caracterizar por ênfase em certos traços de personalidade, desejos, defeitos, etc. Nenhum orixá é nem inteiramente bom, nem inteiramente mau. Noções ocidentais de bem e mal estão ausentes da religião dos orixás no Brasil. E os devotos acreditam que os homens e mulheres herdam muitos dos atributos de personalidade de seus orixás, de modo que em muitas situações a conduta de alguém pode ser espelhada em passagens míticas que relatam as aventuras dos orixás. Isto evidentemente legitima, aos olhos da comunidade de culto, tanto as realizações como as faltas de cada um.
Vejamos abreviadamente algumas das características de personalidade mais usualmente atribuídas aos orixás por seus seguidores:
Exu — Deus mensageiro, divindade brincalhona, o trapaceiro. Em qualquer cerimônia é sempre o primeiro a ser homenageado, para se evitar que se enraiveça e atrapalhe o ritual. Guardião das encruzilhadas e das portas da rua. Sincretizado com o Diabo católico. Seus símbolos são um porrete fálico e tridentes de ferro. Os seguidores acreditam que as pessoas consagradas a Exu são inteligentes, sexy, rápidas, carnais, licenciosas, quentes, eróticas e sujas. Filhos de Exu gostam de comer e beber em demasia. Não se deve confiar nunca num filho ou numa filha de Exu. Eles são os melhores, mas eles decidem quando o querem ser. Não são dados ao casamento, gostam de andar sozinhos pelas ruas, bebendo e observando os outros para apanhá-los desprevenidos. Deve-se pagar a Exu com dinheiro, comida, atenção sempre que se precise de um favor dele. Como o pai, filhos de Exu nunca fazem nada sem paga. A saudação a Exu é Laroyê!
Ogum — Deus da guerra, do ferro, da metalurgia e da tecnologia. Sincretizado com Santo Antônio e São Jorge. É o orixá que tem o poder de abrir os caminhos, facilitando viagens e progressos na vida. Os estereótipos mostram os filhos de Ogum como teimosos, apaixonados e com certa frieza racional. Eles são muito trabalhadores, especialmente moldados para o trabalho manual e para as atividades técnicas. Embora eles usualmente façam qualquer coisa por um amigo, os filhos e filhas de Ogum não sabem amar sem machucar: despedaçam corações. Acredita-se que sejam muito bem dotados sexualmente, tanto quanto os filhos de Exu, irmão de Ogum. Embora eles possam ter muitos interesses, os filhos de Ogum preferem as coisas práticas, detestando qualquer trabalho intelectual. Eles dão bons guerreiros, policiais, soldados, mecânicos, técnicos. Saudação: Ogunhê!
Oxóssi — Deus da caça. Sincretizado com São Jorge e São Sebastião. Orixá da fartura. Seus filhos são elegantes, graciosos, xeretas, curiosos e solitários. Embora dêem bons pais e boas mães, têm sempre dificuldade com o ser amado. São amigáveis, pacientes e muitas vezes ingênuos. Os filhos de Oxóssi têm aparência jovial e parece que estão sempre à procura de alguma coisa. Não conseguem ser monogâmicos. Têm de caçar noite e dia. Por isso são considerados irresponsáveis. De fato, eles se sentem livres para quebrar qualquer compromisso que não lhes agrade mais. Dificilmente eles se sentem obrigados a comparecer a um encontro marcado, quando outra coisa mais interessante cruza o seu caminho. Okê arô!
Obaluaiê ou Omulu — Deus da varíola, das pragas e doenças. É relacionado com todo o tipo de mal físico e suas curas. Associado aos cemitérios, solos e subsolos. Sincretizado com São Lázaro e São Roque. Seus filhos aparentam um aspecto deprimido. São negativos, pessimistas, inspirando pena. Eles parecem pouco amigos, mas é porque são tímidos e envergonhados. Seja amigo de um deles e você descobrirá que tudo o que eles precisam para ser as melhores pessoas do mundo é de um pouco de atenção e uma pitada de amor. Quando envelhecem, alguns se tornam sábios, outros parecem completos idiotas. É que apenas querem ficar sozinhos. Atotô!
Xangô — Deus do trovão e da justiça. Sincretizado com São Jerônimo. Seus filhos se dão bem em atividades e assuntos que envolvem justiça, negócios e burocracia. Sentem que nasceram para ser reis e rainhas, mas usualmente acabam se comportando como plebeus. São teimosos, resolutos e glutões; gananciosos por dinheiro, comida e poder. Uma pessoa de Xangô gosta de se mostrar com muitos amantes, embora não sejam reconhecidos como pessoas capazes de grandes proezas sexuais. Vivem para lutar e para envolver as pessoas que o cercam na sua própria e interminável guerra pessoal. Gostam de criar suas famílias, protegendo seus rebentos além do usual. Por isso são muito bons amigos e excelentes pais. Kaô kabiesile!
Oxum — Deusa da água doce, do ouro, da fertilidade e do amor. Sincretizada com Nossa Senhora das Candeias. Senhora da vaidade, ela foi a esposa favorita de Xangô. Os filhos e filhas de Oxum são pessoas atrativas, sedutoras, manhosas e insinuantes. Elas sabem como manobrar os seus amores; são boas na feitiçaria e na previsão do futuro. Adoram adivinhar segredos e mistérios. São orgulhosas da beleza que pensam ter por direito natural. Podem ser muito vaidosas, atrevidas e arrogantes. Dizem que sabem tudo do amor, do namoro e do casamento, mas têm muita dificuldade em criar seus filhos adequadamente, muitas vezes até se esquecendo que eles existem. Não gostam da pobreza e nem da solidão. Saudação: Ora yeyê ô!
Iansã ou Oiá — Deusa dos raios, dos ventos e das tempestades. É a esposa de Xangô que o acompanha na guerra. Orixá guerreira que leva a alma dos mortos ao outro mundo. Sincretizada com Santa Bárbara. Seus filhos e filhas são mais dotados para a prática do sexo do que para o cultivo do amor. Deusa do erotismo, ela é uma espécie de entidade feminista. As pessoas de Iansã são brilhantes, conversadoras, espalhafatosas, bocudas e corajosas. Detestam fazer pequenos serviços em favor dos outros, pois sentem que isso contraria sua majestade. Elas podem dar a vida pela pessoa amada, mas jamais perdoam uma traição. Eparrei!
Iemanjá — Deusa dos grandes rios, dos mares, dos oceanos. Cultuada no Brasil como mãe de muitos orixás. Sincretizada com Nossa Senhora da Conceição. Freqüentemente representada por uma sereia, sua estátua pode ser vista em quase todas as cidades ao longo da costa brasileira. Ela é a grande mãe, dos orixás e do Brasil, a quem protege como padroeira, sendo igualmente Nossa Senhora da Conceição Aparecida. Os filhos e filhas de Iemanjá tornam-se bons pais e boas mães. Protegem seus filhos como leões. Seu maior defeito é falar demais; são incapazes de guardar um segredo. Gostam muito do trabalho e de derrotar a pobreza. Fisicamente são pessoas pouco atraentes, mulheres de bustos exagerados, e sua presença entre outras pessoas é sempre pálida. Saudação: Odoyá!
Oxalá — Deus da criação. Sincretizado com Jesus Cristo. Seus seguidores vestem-se de branco às sextas-feiras. É sempre o último a ser louvado durante as cerimônias religiosos afro-brasileiras; é reverenciado pelos demais orixás. Como criador, ele modelou os primeiros seres humanos. Quando se revela no transe, apresenta-se de duas formas: o velho Oxalufã, cansado e encurvado, movendo-se vagarosamente, quase incapaz de dançar; o jovem Oxaguiã, dançando rápido como o guerreiro. Por ter inventado o pilão para preparar o inhame como seu prato favorito, Oxaguiã é considerado o criador da cultura material. Ao invés de sacrifício de sangue de animais quentes, Oxalá prefere o sangue frio dos caracóis. Os filhos de Oxalá gostam do poder, do trabalho criativo, apreciam ser bem tratados e mostram-se mandões e determinados na relação com os outros. São melhores no amor do que no sexo, gostam muito de aprender e de ensinar, mas nunca ensinam a lição completamente. São calados e chatos. Gostam de desafios, são muito bons amigos e muito bons adversários aos que se atrevem a se opor a eles. Povo de Oxalá nunca desiste. Epa Babá!
“Tal pai, tal filho.” Assim, cada orixá tem um tipo mítico que é religiosamente atribuído aos seus descendentes, seus filhos e filhas. Através de mitos, a religião fornece padrões de comportamento que modelam, reforçam e legitimam o comportamento dos fiéis (Verger, 1957, 1985b).
De fato, o seguidor do candomblé pode simplesmente tomar os atributos do seu orixá como se fossem os seus próprios e tentar se parecer com ele, ou reconhecer através dos atributos da divindade bases que justificam sua conduta. Os padrões apresentados pelos mitos dos orixás podem assim ser usados como modelo a ser seguido, ou como validação social para um modo de conduta já presente. Um iniciado pode, ao familiarizar-se com seus estereótipos míticos, identificar-se com eles e reforçar certos comportamento, ou simplesmente chamar a atenção dos demais para este ou aquele traço que sela sua identidade mítica. Mudar ou não o comportamento não é importante; o que conta é sentir-se próximo do modelo divino
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Atributos básicos dos orixás no candomblé (Nação queto)
Orixá | Atribuição | Sexo | Elemento Natural | Patronagem |
Exu | orixá mensageiro, guardião das encruzilhadas e da entrada das casas | M | minério de ferro | comunicação, transformação, potência sexual |
Ogum | orixá da metalurgia, da agricultura e da guerra | M | ferro forjado | estradas abertas,
ocupações manuais,
soldados e polícia
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Oxóssi ou Odé | orixá da caça (fauna) | M | florestas | fartura de alimentos |
Ossaim | orixá da vegetação (flora) | M | folhas | eficácia dos remédios e da medicina |
Oxumarê | orixá do arco-íris | M e F (andrógino) | chuva e condições atmosféricas | riqueza que provém das colheitas (chuva) |
Obaluaiê ou Omulu | orixá da varíola, pragas e doenças | M | terra, solo | cura de doenças físicas |
Xangô | orixá do trovão | M | trovão e pedras (pedra de raio) | governo, justiça,
tribunais,
ocupações burocrática
|
Oiá ou Iansã | orixá do relâmpago,
dona dos espíritos dos mortos
| F | relâmpagos, raios, vento tempestade | sensualidade, amor carnal, desastres atmosféricos |
Obá | orixá dos rios | F | rios | trabalho doméstico e o poder da mulher |
Oxum | orixá da água doce e dos metais preciosos | F | rios, lagoas e cachoeiras | amor, ouro, fertilidade, gestação, vaidade |
Logun-Edé | orixás dos rios que correm nas florestas | M ou F (alternadamente) | rios e florestas | o mesmo que Oxum e Oxóssi, seus pais |
Euá | orixá das fontes | F | nascentes e riachos | harmonia doméstica |
Iemanjá | orixá das grandes águas, do mar | F | mar, grandes rios | maternidade, família, saúde mental |
Nanã | orixá da lama do fundo das águas | F | lama, pântanos | educação, senioridade e morte |
Oxaguiã (Oxalá Jovem) | orixá da criação (criação da cultura material) | M | ar | cultura material, sobrevivência |
Oxalufã (Oxalá Velho) | orixá da criação (criação da humanidade) | M e F (princípio da Criação) | ar | o sopro da vida |
Orixá | Representação material/ Fetiche/
Assentamento
| Elemento mítico | Cores das roupas | Cores das contas |
Exu | laterita enterrada e garfos de ferro em alguidar de barro | fogo e terra | vermelho e preto | vermelho e preto (alternadas) |
Ogum | instrumentos agrícolas de ferro em miniatura em alguidar de barro | terra | azul escuro,
verde e branco
| azul escuro ou verde |
Oxóssi ou Odé | pequeno arco-e-flecha de metal (ofá) em alguidar de barro | terra | azul turquesa e verde | azul turquesa |
Ossaim | feixe de seis setas de ferro com folhas e um pássaro no centro, em alguidar de barro | terra | verde e branco | verde e branco (alternadas) |
Oxumarê | duas cobras de metal entrelaçadas | água | amarelo, verde e preto | amarelo, verde e preto, ou búzios |
Obaluaiê ou Omulu | cuscuzeiro de barro com lanças de ferro | terra | vermelho, branco e preto, com capuz de palha | vermelho, branco e preto |
Xangô | pedra em uma gamela | fogo | vermelho, marrom e branco | vermelho e branco (alternadas) |
Oiá ou Iansã | seixo de rio em sopeira | ar, água e fogo | marrom e vermelho escuro ou branco | marrom ou vermelho escuro |
Obá | seixo de rio em sopeira de louça | água | vermelho e dourado | vermelho e amarelo translúcido |
Oxum | seixo de rio em sopeira de louça | água | amarelo ou dourado com pouco de azul | amarelo translúcido |
Logun-Edé | ofá de metal e seixos de rio em alguidar de barro | água e terra | dourado e azul turquesa | dourado translúcido e turquesa (alternadas) |
Euá | cobra de ferro e seixos em sopeira de louça | água | vermelho e amarelo | búzios |
Iemanjá | seixo do mar em sopeira de louça | água | azul claro, branco, verde claro | de vidro só incolor, ou com azul ou verde translúcidos alternadamente |
Nanã | seixos e búzios em sopeira | água | púrpura, azul e branco | brancas rajadas de azul cobalto |
Oxaguiã (Oxalá Jovem) | pequeno pilão de prata ou estanho e seixo em sopeira de louça branca | ar | branco (com um mínimo de azul real) | branco e azul real |
Oxalufã (Oxalá Velho) | círculo de prata ou estanho e seixo em sopeira de louça branca | ar | branco | branco |
Orixá | Animais sacrificiais | Comidas favoritas | Números no jogo de búzios | Dia da semana |
Exu | bode e galo pretos | farofa com dendê |
1
7
| Segunda-feira |
Ogum | cabrito e frango | feijoada e inhame assado |
3
7
| Terça-feira |
Oxóssi ou Odé | animais de caça e porco | milho cozido com fatias de coco; frutas |
3
6
| Quinta-feira |
Ossaim | caprinos e aves machos e fêmeas | milho cozido temperado com fumo, frutas |
1
7
| Quinta-feira |
Oxumarê | cabrito e cabra | batata doce cozida e amassada |
3
6
11
| Sábado |
Obaluaiêou Omulu | porco | pipoca com fatias de coco |
1
3
11
| Segunda-feira |
Xangô | carneiro e cágado | amalá: quiabo cortado em fatias cozido no dendê com camarão seco |
4
6
12
| Quarta-feira |
Oiá ou Iansã | cabra galinha | acarajé: bolinhos de feijão fradinho fritos em dendê |
4
9
| Quarta-feira |
Obá | cabra e galinha | omelete com quiabo |
4
6
9
| Quarta-feira |
Oxum | cabra e galinha | omolocum: purê de feijão fradinho enfeitado com cinco ovos cozidos |
5
8
| Sábado |
Logun-Edé | casal de cabritos e de aves | milho cozido, peixe e frutas |
6
7
9
| Quinta-feira |
Euá | cabra e galinha | feijão preto com ovos cozidos |
3
6
| Sábado |
Iemanjá | pata, cabra, ovelha, peixe | arroz coberto com clara batida, canjica, peixe assado |
3
9
10
| Sábado |
Nanã | cabra e capivara | mingau de farinha de mandioca |
3
8
11
| Segunda-feira |
Oxaguiã(Oxalá Jovem) | caracol (catassol) | inhame pilado e canjica |
8
| Sexta-feira |
Oxalufã(Oxalá Velho) | caracol (catassol) | canjica, arroz com mel, inhame pilado |
10
| Sexta-feira |
Orixá | Objetos rituais | Tabus dos filhos |
Sincretismo/ Correspondência
| ||
Santo católico | Vodum Jeje | Inquice Banto | |||
Exu(chamado Bara no batuque do Rio Grande do Sul) | ogó: bastão com formato fálico | carregar objetos na cabeça | Diabo | Elegbara
Bara
Eleguá
| Bombogira
Aluviá
|
Ogum | espada | embebedar-se | Santo Antônio
São Jorge
| Gun
Doçu
| Incáci
Roximucumbe
|
Oxóssi ou Odé | ofá: arco-e-flexa de metal; eru: espanta-mosca de rabo de cavalo | comer mel | São Jorge
São Sebastião
| Azacá | Gongobira
Mutacalombo
|
Ossaim | lança e três cabaças contendo as folhas sagradas | assobiar | Santo Onofre | Agué | Catendê |
Oxumarê | espada e cobras de metal | rastejar | São Bartolomeu | Dã
Bessém
| Angorô |
Obaluaiêou Omulu | xaxará: cetro feito de fibras das folhas do dendezeiro com búzios | ir a funerais | São Lázaro
São Roque
| Acóssi-Sapatá
Xapanã
| Cafunã
Cavungo
|
Xangô | oxé: machado duplo;
xere: chocalho de metal
| contato com mortos e cemitérios; vestir-se de vermelho | São Jerônimo
São João
| Badé
Queviosô
| Zázi |
Oiá ou Iansã | espada e eru (espanta-mosca) | comer carneiro ou ovelha, comer abóbora | Santa Bárbara | Sobô | Matamba
Bumburucema
|
Obá | espada e escudo circular | comer cogumelos; usar brincos | Santa Joana D’Arc | ||
Oxum | abebê: leque de metal amarelo; espada | comer peixe de escamas | Nossa Senhora das Candeias | Aziritobosse
Navê
Navezuarina
| Samba
Quissambo
|
Logun-Edé | ofá e abebê | usar roupa marrom ou vermelha | São Miguel Arcanjo | Bosso Jara | |
Euá | espada e chocalho de matéria vegetal; esfera | comer aves fêmeas | Santa Lúcia | Euá | |
Iemanjá | abano de metal branco e espada | comer caranguejo; matar camundon-go ou barata | Nossa Senhora da Conceição | Abê | Dandalunda
Quissembe
|
Nanã | ibiri: cetro em forma de arco, de fibras das folhas do dendezeiro com búzios | usar facas de metal | Santana | Nanã | |
Oxaguiã(Oxalá Jovem) | mão de pilão de prata ou de material branco | comida com dendê; vinho de palma; usar roupa colorida às sextas-feiras | Jesus (Menino) | ||
Oxalufã(Oxalá Velho) | opaxorô: cajado prateado com pingentes representando a criação do mundo | comida com dendê; vinho de palma; usar roupa colorida às sextas-feiras | Jesus (Crucificado ou Redentor) | Liçá | Zambi |