sexta-feira, 29 de junho de 2018

Orixás no Candomblé

É impossível dissociar a Umbanda do Candomblé, considerando que as duas religiões possuem muito mais características em comum do que diferenças.Um estudioso da Umbanda não pode fechar os olhos para o estudo do Candomblé, pois fazê-lo seria fechar os olhos para elementos riquíssimos e fundamentais para sua própria história. O conhecimento do Candomblé, dos elementos comuns entre ele e a Umbanda e das diferenças entre estas duas manifestações religiosas maravilhosas, além de ser uma fonte de conhecimento inestimável também proporciona um enorme prazer. Os mitos iorubás que ilustram o panteão divino do Candomblé, conhecidos como odus, ilustram divinamente as características de cada Orixá, as histórias de quando viviam entre os homens e, portanto, eram humanizados e tinham qualidades e defeitos humanos, enriquecendo nossa compreensão de suas personalidades e das relações entre os próprios orixás.
No livro Mitologia dos Orixás, absolutamente indispensável, do sociólogo e pesquisador Reginaldo Prandi, da USP, este mundo maravilhoso dos odus, dos mitos iorubás, é apresentado de modo fascinante, rico e marcante. Recomendamos para todos que queiram conhecer um pouco mais os divinos orixás.
No primeiro capítulo do livro Herdeiras do Axé, Reginaldo Prandi nos oferece um panorama do Candomblé no Brasil contemporâneo, avalia o comportamento humano como herança dos orixás pelo ponto de vista do Candomblé e apresenta um quadro com as características básicas dos orixás de acordo com a nação queto. Vamos aos dois últimos pontos, que é o que visamos apresentar neste post.

Comportamento humano como herança dos orixás

Segundo o candomblé, cada pessoa pertence a um deus determinado, que é o senhor de sua cabeça e mente e de quem herda características físicas e de personalidade.  É prerrogativa religiosa do pai ou mãe-de-santo descobrir esta origem mítica através do jogo de búzios. Esse conhecimento é absolutamente imperativo no processo de iniciação de novos devotos e mesmo para se fazerem previsões do futuro para os clientes e resolver seus problemas. Embora na África haja registro de culto a cerca de 400 orixás, apenas duas dezenas deles sobreviveram no Brasil. A cada um destes cabe o papel de reger e controlar forças da natureza e aspectos do mundo, da sociedade e da pessoa humana. Cada um tem suas próprias características, elementos naturais, cores simbólicas, vestuário, músicas, alimentos, bebidas, além de se caracterizar por ênfase em certos traços de personalidade, desejos, defeitos, etc. Nenhum orixá é nem inteiramente bom, nem inteiramente mau. Noções ocidentais de bem e mal estão ausentes da religião dos orixás no Brasil. E os devotos acreditam que os homens e mulheres herdam muitos dos atributos de personalidade de seus orixás, de modo que em muitas situações a conduta de alguém pode ser espelhada em passagens míticas que relatam as aventuras dos orixás. Isto evidentemente legitima, aos olhos da comunidade de culto, tanto as realizações como as faltas de cada um.
Vejamos abreviadamente algumas das características de personalidade mais usualmente atribuídas aos orixás por seus seguidores:
Exu — Deus mensageiro, divindade brincalhona, o trapaceiro. Em qualquer cerimônia é sempre o primeiro a ser homenageado, para se evitar que se enraiveça e atrapalhe o ritual.  Guardião das encruzilhadas e das portas da rua. Sincretizado com o Diabo católico. Seus símbolos são um porrete fálico e tridentes de ferro. Os seguidores acreditam que as pessoas consagradas a Exu são inteligentes, sexy, rápidas, carnais, licenciosas, quentes, eróticas e sujas. Filhos de Exu gostam de comer e beber em demasia. Não se deve confiar nunca num filho ou numa filha de Exu. Eles são os melhores, mas eles decidem quando o querem ser. Não são dados ao casamento, gostam de andar sozinhos pelas ruas, bebendo e observando os outros para apanhá-los desprevenidos. Deve-se pagar a Exu com dinheiro, comida, atenção sempre que se precise de um favor dele. Como o pai, filhos de Exu nunca fazem nada sem paga. A saudação a Exu é Laroyê!
Ogum — Deus da guerra, do ferro, da metalurgia e da tecnologia. Sincretizado com Santo Antônio e São Jorge. É o orixá que tem o poder de abrir os caminhos, facilitando viagens e progressos na vida. Os estereótipos mostram os filhos de Ogum como teimosos, apaixonados e com certa frieza racional. Eles são muito trabalhadores, especialmente moldados para o trabalho manual e para as atividades técnicas. Embora eles usualmente façam qualquer coisa por um amigo, os filhos e filhas de Ogum não sabem amar sem machucar: despedaçam corações. Acredita-se que sejam muito bem dotados sexualmente, tanto quanto os filhos de Exu, irmão de Ogum. Embora eles possam ter muitos interesses, os filhos de Ogum preferem as coisas práticas, detestando qualquer trabalho intelectual. Eles dão bons guerreiros, policiais, soldados, mecânicos, técnicos.  Saudação: Ogunhê!
Oxóssi —  Deus da caça. Sincretizado com São Jorge e São Sebastião. Orixá da fartura. Seus filhos são elegantes, graciosos, xeretas, curiosos e solitários. Embora dêem bons pais e boas mães, têm sempre dificuldade com o ser amado. São amigáveis, pacientes e muitas vezes ingênuos. Os filhos de Oxóssi têm aparência jovial e parece que estão sempre à procura de alguma coisa. Não conseguem ser monogâmicos. Têm de caçar noite e dia. Por isso são considerados irresponsáveis. De fato, eles se sentem livres para quebrar qualquer compromisso que não lhes agrade mais. Dificilmente eles se sentem obrigados a comparecer a um encontro marcado, quando outra coisa mais interessante cruza o seu caminho.  Okê arô!
Obaluaiê ou Omulu — Deus da varíola, das pragas e doenças. É relacionado com todo o tipo de mal físico e suas curas. Associado aos cemitérios, solos e subsolos. Sincretizado com São Lázaro e São Roque. Seus filhos aparentam um aspecto deprimido. São negativos, pessimistas, inspirando pena. Eles parecem pouco amigos, mas é porque são tímidos e envergonhados. Seja amigo de um deles e você descobrirá que tudo o que eles precisam para ser as melhores pessoas do mundo é de um pouco de atenção e uma pitada de amor.  Quando envelhecem,  alguns se tornam sábios, outros parecem completos idiotas. É que apenas querem ficar sozinhos. Atotô!
Xangô — Deus do trovão e da justiça. Sincretizado com São Jerônimo. Seus filhos se dão bem em atividades e assuntos que envolvem justiça, negócios e burocracia. Sentem que nasceram para ser reis e rainhas, mas usualmente acabam se comportando como plebeus. São teimosos, resolutos e glutões; gananciosos por dinheiro, comida e poder. Uma pessoa de Xangô gosta de se mostrar com muitos amantes, embora não sejam reconhecidos como pessoas capazes de grandes proezas sexuais. Vivem para lutar e para envolver as pessoas que o cercam na  sua própria e interminável guerra pessoal. Gostam de criar suas famílias, protegendo seus rebentos além do usual. Por isso são muito bons amigos e excelentes pais. Kaô kabiesile!
Oxum — Deusa da água doce, do ouro, da fertilidade e do amor. Sincretizada com Nossa Senhora das Candeias. Senhora da vaidade, ela foi a esposa favorita de Xangô. Os filhos e filhas de Oxum são pessoas atrativas, sedutoras, manhosas e insinuantes. Elas sabem como manobrar os seus amores; são boas na feitiçaria e na previsão do futuro. Adoram adivinhar segredos e mistérios. São orgulhosas da beleza que pensam ter por direito natural. Podem ser muito vaidosas, atrevidas e arrogantes. Dizem que sabem tudo do amor, do namoro e do casamento, mas têm muita dificuldade em criar seus filhos adequadamente, muitas vezes até se esquecendo que eles existem. Não gostam da pobreza e nem da solidão. Saudação: Ora yeyê ô!
Iansã ou Oiá — Deusa dos raios, dos ventos e das tempestades. É a esposa de Xangô que o acompanha na guerra. Orixá guerreira que leva a alma dos mortos ao outro mundo. Sincretizada com Santa Bárbara. Seus filhos e filhas são mais dotados para a prática do sexo do que para o cultivo do amor. Deusa do erotismo, ela é uma espécie de entidade feminista. As pessoas de Iansã são brilhantes, conversadoras, espalhafatosas, bocudas e corajosas. Detestam fazer pequenos serviços em favor dos outros, pois sentem que isso contraria sua majestade. Elas podem dar a vida pela pessoa amada, mas jamais perdoam uma traição. Eparrei!
Iemanjá — Deusa dos grandes rios, dos mares, dos oceanos. Cultuada no Brasil como mãe de muitos orixás. Sincretizada com Nossa Senhora da Conceição. Freqüentemente representada por uma sereia, sua estátua pode ser vista em quase todas as cidades ao longo da costa brasileira. Ela é a grande mãe, dos orixás e do Brasil, a quem protege como padroeira, sendo igualmente Nossa Senhora da Conceição Aparecida. Os filhos e filhas de Iemanjá tornam-se bons pais e boas mães. Protegem seus filhos como leões. Seu maior defeito é falar demais; são incapazes de guardar um segredo. Gostam muito do trabalho e de derrotar a pobreza. Fisicamente são pessoas pouco atraentes, mulheres de bustos exagerados, e sua presença entre outras pessoas é sempre pálida. Saudação: Odoyá!
Oxalá — Deus da criação. Sincretizado com Jesus Cristo. Seus seguidores vestem-se de branco às sextas-feiras. É sempre o último a ser louvado durante as cerimônias religiosos afro-brasileiras; é reverenciado pelos demais orixás. Como criador, ele modelou os primeiros seres humanos. Quando se revela no transe, apresenta-se de duas formas: o velho Oxalufã, cansado e encurvado, movendo-se vagarosamente, quase incapaz de dançar; o jovem Oxaguiã,  dançando rápido como o guerreiro. Por ter inventado o pilão para preparar o inhame como seu prato favorito, Oxaguiã é considerado o criador da cultura material. Ao invés de sacrifício de sangue de animais quentes, Oxalá prefere o sangue frio dos caracóis. Os filhos de Oxalá gostam do poder, do trabalho criativo, apreciam ser bem tratados e mostram-se mandões e determinados na relação com os outros. São melhores no amor do que no sexo, gostam muito de aprender e de ensinar, mas nunca ensinam a lição completamente. São calados e chatos. Gostam de desafios, são muito bons amigos e muito bons adversários aos que se atrevem a se opor a eles. Povo de Oxalá nunca desiste. Epa Babá!
“Tal pai, tal filho.” Assim, cada orixá tem um tipo mítico que é religiosamente atribuído aos seus descendentes, seus filhos e filhas.  Através de mitos, a religião fornece padrões de comportamento que modelam, reforçam e legitimam o comportamento dos fiéis (Verger, 1957, 1985b).
De fato, o seguidor do candomblé pode simplesmente tomar os atributos do seu orixá como se fossem os seus próprios e tentar se parecer com ele, ou reconhecer através dos atributos da divindade bases que justificam sua conduta.  Os padrões apresentados pelos mitos dos orixás podem assim ser usados como modelo a ser seguido, ou como validação social para um modo de conduta já presente.  Um iniciado pode, ao familiarizar-se com seus estereótipos míticos, identificar-se com eles e reforçar certos comportamento, ou simplesmente chamar a atenção dos demais para este ou aquele traço que sela sua identidade mítica.  Mudar ou não o comportamento não é importante; o que conta é sentir-se próximo do modelo divino
.

Atributos básicos dos orixás no candomblé  (Nação queto)

OrixáAtribuiçãoSexoElemento NaturalPatronagem
Exuorixá mensageiro, guardião das encruzilhadas e da entrada das casasMminério de ferrocomunicação, transformação, potência sexual
Ogumorixá da metalurgia, da agricultura e da guerraMferro forjadoestradas abertas,
ocupações manuais,
soldados e polícia
Oxóssi ou Odéorixá da caça (fauna)Mflorestasfartura de alimentos
Ossaimorixá da vegetação (flora)Mfolhaseficácia dos remédios e da medicina
Oxumarêorixá do arco-írisM e F (andrógino)chuva e condições atmosféricasriqueza que provém das colheitas (chuva)
Obaluaiê ou Omuluorixá da varíola, pragas e doençasMterra, solocura de doenças físicas
Xangôorixá do trovãoMtrovão e pedras  (pedra de raio)governo, justiça,
tribunais,
ocupações burocrática
Oiá ou Iansãorixá do relâmpago,
dona dos espíritos dos mortos
Frelâmpagos, raios, vento  tempestadesensualidade, amor carnal, desastres atmosféricos
Obá orixá dos riosFriostrabalho doméstico e o poder da mulher
Oxumorixá da água doce e dos metais preciososFrios, lagoas e cachoeirasamor, ouro, fertilidade, gestação, vaidade
Logun-Edéorixás dos rios que correm nas florestasM  ou  F         (alternadamente)rios e florestaso mesmo que Oxum e Oxóssi, seus pais
Euáorixá das fontesFnascentes e riachosharmonia doméstica
Iemanjáorixá das grandes águas, do marFmar, grandes riosmaternidade, família, saúde mental
Nanãorixá da lama do fundo das águasFlama, pântanoseducação, senioridade e morte
Oxaguiã (Oxalá Jovem)orixá da criação (criação da cultura material)Marcultura material, sobrevivência
Oxalufã (Oxalá Velho)orixá da criação (criação da humanidade)M e F (princípio da Criação)aro sopro da vida
OrixáRepresentação material/ Fetiche/
Assentamento
Elemento míticoCores das roupasCores das contas
Exulaterita enterrada e garfos de ferro em alguidar de barrofogo e terravermelho e pretovermelho e preto (alternadas)
Oguminstrumentos agrícolas de ferro em miniatura em alguidar de barroterraazul escuro,
verde e branco
azul escuro ou verde
Oxóssi ou Odépequeno arco-e-flecha de metal (ofá) em alguidar de barroterraazul turquesa e verdeazul turquesa
Ossaimfeixe de seis setas de ferro com folhas e um pássaro no centro, em alguidar de barroterraverde e brancoverde e branco (alternadas)
Oxumarêduas cobras de metal entrelaçadaságuaamarelo, verde e pretoamarelo, verde e preto, ou búzios
Obaluaiê ou Omulucuscuzeiro de barro com lanças de ferroterravermelho, branco e preto, com capuz de palhavermelho, branco e preto
Xangôpedra em uma gamelafogovermelho, marrom e brancovermelho e branco (alternadas)
Oiá ou Iansãseixo de rio em sopeiraar, água e fogomarrom e vermelho escuro ou brancomarrom ou vermelho escuro
Obáseixo de rio em sopeira de louçaáguavermelho e douradovermelho e amarelo translúcido
Oxumseixo de rio em sopeira de louçaáguaamarelo ou dourado com pouco de azulamarelo translúcido
Logun-Edéofá de metal e seixos de rio em alguidar de barroágua e terradourado e azul turquesadourado translúcido e turquesa (alternadas)
Euácobra de ferro e seixos em sopeira de louçaáguavermelho e amarelobúzios
Iemanjáseixo do mar em sopeira de louçaáguaazul claro, branco, verde clarode vidro só incolor, ou com azul ou verde translúcidos alternadamente
Nanãseixos e búzios em sopeiraáguapúrpura, azul e brancobrancas rajadas de azul cobalto
Oxaguiã (Oxalá Jovem)pequeno pilão de prata ou estanho  e seixo em sopeira de louça brancaarbranco (com um mínimo de azul real)branco e azul real
Oxalufã (Oxalá Velho)círculo de prata ou estanho e seixo em sopeira de louça brancaarbrancobranco
OrixáAnimais sacrificiaisComidas favoritasNúmeros no jogo de búziosDia da semana
Exubode e galo pretosfarofa com dendê
1
7
Segunda-feira
Ogumcabrito e frangofeijoada e inhame assado
3
7
Terça-feira
Oxóssi ou Odéanimais de caça e porcomilho cozido com fatias de coco; frutas
3
6
Quinta-feira
Ossaimcaprinos e aves machos e fêmeasmilho cozido temperado com fumo, frutas
1
7
Quinta-feira
Oxumarêcabrito e cabrabatata doce cozida e amassada
3
6
11
Sábado
Obaluaiêou Omuluporcopipoca com fatias de coco
1
3
11
Segunda-feira
Xangôcarneiro e cágadoamalá: quiabo cortado em fatias cozido no dendê com camarão seco
4
6
12
Quarta-feira
Oiá ou Iansãcabra galinhaacarajé: bolinhos de feijão fradinho fritos em dendê
4
9
Quarta-feira
Obácabra e galinhaomelete com quiabo
4
6
9
Quarta-feira
Oxumcabra e galinhaomolocum: purê de feijão fradinho enfeitado com cinco ovos cozidos
5
8
Sábado
Logun-Edécasal de cabritos e de avesmilho cozido, peixe e frutas
6
7
9
Quinta-feira
Euácabra e galinhafeijão preto com ovos cozidos
3
6
Sábado
Iemanjápata, cabra, ovelha, peixearroz coberto com clara batida, canjica, peixe assado
3
9
10
Sábado
Nanãcabra e capivaramingau de farinha de mandioca
3
8
11
Segunda-feira
Oxaguiã(Oxalá Jovem)caracol (catassol)inhame pilado e canjica
8
Sexta-feira
Oxalufã(Oxalá Velho)caracol (catassol)canjica, arroz com mel, inhame pilado
10
Sexta-feira
OrixáObjetos rituaisTabus dos filhos
Sincretismo/ Correspondência
Santo católicoVodum JejeInquice Banto
Exu(chamado Bara no batuque do Rio Grande do Sul)ogó: bastão com formato fálicocarregar objetos na cabeçaDiaboElegbara
Bara
Eleguá
Bombogira
Aluviá
Ogumespadaembebedar-seSanto Antônio
São Jorge
Gun
Doçu
Incáci
Roximucumbe
Oxóssi ou Odéofá: arco-e-flexa de metal; eru: espanta-mosca de rabo de cavalocomer melSão Jorge
São Sebastião
AzacáGongobira
Mutacalombo
Ossaimlança e três cabaças contendo as folhas sagradasassobiarSanto OnofreAguéCatendê
Oxumarêespada e cobras de metalrastejarSão Bartolomeu
Bessém
Angorô
Obaluaiêou Omuluxaxará: cetro feito de fibras das folhas do dendezeiro com búziosir a funeraisSão Lázaro
São Roque
Acóssi-Sapatá
Xapanã
Cafunã
Cavungo
Xangôoxé: machado duplo;
xere: chocalho de metal
contato com mortos e cemitérios; vestir-se de vermelhoSão Jerônimo
São João
Badé
Queviosô
Zázi
Oiá ou Iansãespada e eru (espanta-mosca)comer carneiro ou ovelha, comer abóboraSanta BárbaraSobôMatamba
Bumburucema
Obáespada e escudo circularcomer cogumelos; usar brincosSanta Joana D’Arc
Oxumabebê: leque de metal amarelo; espadacomer peixe de escamasNossa Senhora das CandeiasAziritobosse
Navê
Navezuarina
Samba
Quissambo
Logun-Edéofá e abebêusar roupa marrom ou vermelhaSão Miguel ArcanjoBosso Jara
Euáespada e chocalho de matéria vegetal; esferacomer aves fêmeasSanta LúciaEuá
Iemanjáabano de metal branco e espadacomer caranguejo; matar camundon-go ou barataNossa Senhora da ConceiçãoAbêDandalunda
Quissembe
Nanãibiri: cetro em forma de arco, de fibras das  folhas do dendezeiro com búziosusar facas de metalSantanaNanã
Oxaguiã(Oxalá Jovem)mão de pilão de prata ou de material brancocomida com dendê; vinho de palma; usar roupa colorida às sextas-feirasJesus (Menino)
Oxalufã(Oxalá Velho)opaxorô: cajado prateado com pingentes representando a criação do mundocomida com dendê; vinho de palma; usar roupa colorida às sextas-feirasJesus (Crucificado ou Redentor)LiçáZambi