sexta-feira, 29 de junho de 2018

FUI SOCORRIDO EM UM TERREIRO DE UMBANDA E LOGO EM SEGUIDA, INFORMADO DE MEU COMPROMISSO ESPIRITUAL. E AGORA?

O amigo leitor deve saber que tratamos aqui de um caso experienciado pelo nosso agrupamento, no qual o socorro foi tratado como uma obsessão simples e a informação sobre o compromisso espiritual aconteceu naturalmente durante o acompanhamento.

Diariamente diversas pessoas chegam às casas espíritas ou espiritualistas com graves variações em seus comportamentos. Sinais como: agressividade, isolamento excessivo, audição ou visão confusa, sintomas de depressão, tristeza profunda, ideação de suicídio, práticas mundanas incompatíveis, ou mesmo pensamentos perturbadores que acabam funcionando como uma espécie de gatilho que impulsionam os indivíduos a buscarem auxílio.

Há uma vasta literatura que se encarrega em descrever estes sintomas. Em particular a obra codificada por Allan Kardec, “O Livro dos Médiuns”, em capítulo específico ocupa-se em descrever claramente o que podemos chamar de “perturbações psíquicas” causadas por inteligências desencarnadas.

A coleção de livros ditados pelo espírito André Luiz é riquíssima em exemplos do cotidiano de como a obsessão é explorada por espíritos menos instruídos. No livro “Mundo Maior”, desta coleção, o autor espiritual cita:  Quando o médium é limitado em conhecimento e menos evoluído que o espírito que por ele se comunica, não pode transmitir a mensagem tal qual foi idealizada por falta de experiência vivencial e  valor interno para uma interpretação adequada. Neste caso não há provavelmente uma adulteração anímica, mas uma incapacidade técnica para o tentame.

Esta citação nos esclarece que, em raríssimos casos, a espiritualidade benfeitora pode ocupar-se até mesmo de forma mecânica dos médiuns para uma tarefa urgente. Porém, estes são casos excepcionais, pois, quando o espírito precisa com urgência se comunicar, ele sempre o fará pelo canal mais experimentado e mais preparado, tomar a vontade de médium não é uma opção para os espíritos superiores.

Ao considerarmos como razoável a posse de um médium por algum espírito, estaríamos a descrever métodos semelhantes ao que conhecemos por escravidão. Tomar a vontade do médium é um exercício de espíritos menos instruídos. Dentro do movimento de Umbanda, espíritos na condição de GUIAS e/ou PROTETORES ocupam-se de instruir seus cavalos a fim de prepará-los aos bons serviços, inspirando-lhes ao estudo e a prática salutar da mediunidade.

Das armadilhas mais comuns, que ora ou outra os médiuns se veem envolvidos, certamente a FASCINAÇÃO é a mais comum e mais destrutiva. Cabe ao dirigente e ao próprio médium investigarem isentos de ânimos certos pensamentos e ideias que são apresentadas por espíritos. Estamos certos de que há muito o que se esclarecer ainda sobre a mecânica de irradiação utilizada pelos espíritos benfeitores, portanto, os médiuns mais atentos devem observar: NOMES POMPOSOS QUE LHES SÃO OFERECIDOS, SUA SENSAÇÃO DE IRRITAÇÃO FRENTE ÀS PERGUNTAS QUE LHE SÃO DIRIGIDAS, A SUA FALTA DE FLEXIBILIDADE, A INCAPACIDADE DE ACEITAR CRÍTICAS. Todas estas características denunciam a presença do ORGULHO e do baixo CONHECIMENTO sobre as LEIS QUE REGEM O MUNDO ESPIRITUAL.

Espíritos benfeitores nos esclarecem que diante da FASCINAÇÃO ou da OBSESSÃO mais complexa não devemos incitar o médium ao desenvolvimento de suas faculdades mediúnicas. Devemos sim aproximá-lo da verdade dos fatos, oferecendo-lhe um local seguro para estudos e harmonização de sua mente! Todo indivíduo que desejar servir de ponte-viva entre o mundo dos encarnados e dos desencarnados deverá antes resolver suas questões mais íntimas, a fim de não se tornar presa fácil a outras inteligências.
Oferecer proteção ao obsedado, ampliando sua capacidade de percepção do mundo espiritual, é arremessá-lo nos braços daqueles que pretendem seu insucesso. Da mesma forma ocorre com o médium que acredita que o espírito que se mostra como um GUIA e/ou PROTETOR tudo pode e tudo fará para protegê-lo, mesmo que ele não mantenha uma vida digna e reta.

O espírito Joana de Angelis, pelo médium Divaldo Franco, na obra Obsessão e Cura, destaca alguns tópicos sobre como a obsessão pode se apresentar: obsessão da gula (veículo ideal para vampirizarão); obsessão alcoólica (sob a ideia de aquietar a mente, o indivíduo cede o controle de suas forças vitais); obsessão dos alucinógenos (melhor forma de subjugação dos indivíduos que perdem sua vontade); obsessão sexual (redução do tempo de vida); obsessão da avareza (marcha clara em direção à imoralidade); obsessão da saúde (dependência física e emocional) e a mais difícil, a auto obsessão (equilíbrio e paz são excluídos do cotidiano).

Portanto, você, que ora procura uma casa espírita ou espiritualista em seu favor, procure concluir esta etapa com esclarecimento e alegria. Caso as instruções que lhe chegam não sejam totalmente esclarecedoras, então procure os coordenadores da agremiação, eles saberão te auxiliar, e tendo você concluído esta fase de seu melhoramento, que pode levar anos, então avalie a possibilidade de contribuir com outros que chegarão em estado semelhante ao seu. Trabalhar em um terreiro de Umbanda não requer mediunidade de comunicação. Há uma dezena de atividades nobre e edificantes, como: auxiliar na organização espacial, prestar informações, cuidar de jovens e adolescentes. Certamente sua colaboração poderá ser valiosa se de fato seu motivo é o AUXÍLIO AO PRÓXIMO e não sua necessidade de SER NOTADO. 

Zi Fio, a palavra AUXÍLIO é tão mal compreendida hoje. As pessoas acreditam mesmo que podem definir o que é certo, e o que é errado para outro e para si. Então, usando a força determinam o que o outro deve ou não fazer, sempre pela medida do que eles acreditam ser a verdade. Será que estão falando das verdades do Evangelho?  Zi Fio, isto é EGOÍSMO efarta de FÉ. 

Quem de fato sabe de tudo Zi Fio?! Sim, somente Ele, o Criador. Então porque oferecer tanta resistência para como o outro consegue ser? Por acaso nóis  também é uma espécie de DEUS?

Fala para eles num perdê tempo, Zi Fio. Todas estas coisas não tem a mínima importância do lado de cá da vida. Nomes, endereços, títulos são mesmo, as únicas coisas que não olhamos. Sabe o que nego pensa Zi Fio? É que tá faltando propósito pessoal na vida das pessoas. Elas perdem tanto tempo vendo a vida dos outros que deixam as delas passarem e não brincam de nada!

Zi Fio! Não precisamos iniciar nenhuma atividade às pressas, mas precisamos honrar as pessoas, as coisas e tudo que nos serviu em nossas decisões.



Muita Paz e Muita Luz