Uns dias atrás vi um questionamento a respeito, dizendo que todo médium ou mesmo dirigente espiritual teriam no final de seus dias uma morte triste, dolorosa com muito sofrimento.
A impressão que passa certas afirmações e mesmo questionamentos é que somos pessoas condenáveis por acreditar nos desígnios espirituais, então teremos um fim triste como punição/castigo, algo preconceituoso, e de profundo desconhecimento dos caminhos espirituais.
Jesus, foi um grande médium em sua trajetória, pregou o amor ao próximo, o amor a Deus, falou sobre a providência e misericórdia divinas, ajudou pobres, moribundos, prostitutas, procurava levar a todos a sua fé e iluminação, um ser divino, e mesmo assim foi crucificado, julgado, humilhado pelos seus algozes. O destino de Jesus na terra foi um dos mais cruéis e nem por isso, perdeu ou deixou de ser o Filho de Deus. Pensemos.
As pessoas julgam e condenam demais, estamos vivendo num tempo em que o Amai uns aos outros está cedendo o lugar para a intolerância e o desconhecimento com as causas espirituais e divinas.
Certa vez, vi um trecho de um texto do nosso Chico Xavier que diz o seguinte:
“Tudo o que Jesus falou no Sermão da Montanha foi ao coração, ao sentimento. Não disse nada ao raciocínio, porque é pela inteligência que caímos.
Ele não disse: Bem-aventurados os inteligentes. Chegou mesmo, certa vez, a dar graças ao Pai por ter ocultado os segredos do céu aos sábios e inteligentes. Quem cai pelo amor, o próprio motivo da queda faz que se reerga, mas quem cai pela inteligência não se sente caído.”
Ele não disse: Bem-aventurados os inteligentes. Chegou mesmo, certa vez, a dar graças ao Pai por ter ocultado os segredos do céu aos sábios e inteligentes. Quem cai pelo amor, o próprio motivo da queda faz que se reerga, mas quem cai pela inteligência não se sente caído.”
E infelizmente é justamente isso que estamos vendo, sacerdotes de vários seguimentos fazendo o mal uso de suas santas palavras, dividindo o povo com preconceitos e intolerâncias, pregando o ódio em frases subliminares, provocando o separatismo que trás a discórdia, o ódio e a violência.
Está se perdendo tempo demais, em palavras inúteis, quando há pessoas, irmãos nossos necessitados da caridade gratuita e emergente, no lugar de julgar outros irmãos por pensarem diferente de vossas crenças deveriam praticar o Amor e a Bondade efetiva sem demora.
Deus não se prende em muralhas e templos, Deus está no espírito do homem que pratica as leis do amor.
Quando chegamos ao mundo, chegamos com uma bateria carregada, e com o tempo essa bateria vai se extinguindo, devemos aproveitar nosso tempo com sabedoria e caridade.
Nosso tempo é curto e exige prontidão e disciplina.
A doença não deve ser vista como martírio e sim lapidação da alma.
Devemos entender que um médium de um modo geral, não se atrelando ao fato apenas de um dirigente espiritual, frise-se.
A única diferença que o dirigente espiritual carrega é que lhe foi dada a outorga pelo mandato espiritual de maior responsabilidade, o de estar passando a boa palavra e os caminhos da espiritualidade a aqueles que necessitam e precisam dela, o de conduzir vidas, são pessoas comuns que vem como qualquer outra com suas missões a serem cumpridas, seus Dharmas e Karmas, terão suas lapidações como qualquer outro espírito encarnado e desencarnado.
Dharmas são as bençãos acumuladas de outras vidas, que sempre estarão conosco a abrir portas para o cumprimento de nossas missões. São nossos Dharmas que trazem a força, que proporcionam o nosso íntimo semear, o frutificar do bem e da bondade em cada um de nós. Eu acredito que são essas heranças que nos dão força para continuar nossa caminhada terrena por mais difícil que a mesma nos apresente, nos dão coragem para não desistir e cumprirmos até o final.
Karma é a lei de causa e efeito que determina que tudo que foi feito tanto de bom quanto que de ruim, seremos responsáveis e colheremos as consequências. No espiritual é a Justiça Divina. O karma nos ensina as consequências de nossos atos e o peso que as mesmas representam, é aquele professor rígido que nos faz repetir a lição até aprendermos.
Mas, tem um questão importante que diz:
“… a quem muito será dado, a muito será cobrado…”, um dirigente espiritual carrega consigo a responsabilidade e seriedade do mandato, se ele usar de seus conhecimentos espirituais e mediúnicos para a pratica do mal com certeza irá atrair para si o acumulo de seus delitos e débitos, e poderá com isso acumular débitos ainda maiores do que quando reencarnou isso se dá pelo fato do mal uso de seus dons e conhecimentos.
O ignorante erra por desconhecimento de certas leis, o “Burro” erra por negligenciar tais leis e tentar manipulá-las a seu bel prazer.
Quando uma pessoa pratica o bem, a caridade, mesmo perante as dificuldades terrenas e físicas, a providência divina sempre estará de prontidão a lhe socorrer nunca estará só. Mas quando uma pessoa pratica atos de maldade e maledicência por questões de sintonia e afinidade irá atrair para si presenças danosas a seu espírito, provocando ainda mais sofrimento tanto físico quanto espirituais. Consequências essas aplicáveis a todos seres humanos independente da crença que professem.
Lembremos que o acúmulo de ódio, rancor, a falta de perdão são doenças espirituais.
É por essas questões que vemos e nos deparamos com dirigentes que fizeram mal uso da sua espiritualidade, mediunidade, religiosidade passando por momentos tortuosos em suas vidas, mas vejam que essas consequências não se atrelam a dirigentes espíritas, e sim a todos aqueles que fizeram mal uso de seus direitos de mandato, e acabaram por conduzir outros com suas influências a pratica do mal e prejuízo de outros, então vejam se mesmo por ex. um Padre, ou um Pastor ou qualquer outro dirigente e seguimento religioso, usarem de suas crenças e praticas religiosas, para levarem a pratica de maldades contra seus semelhantes, numa fé cega e doentia, terão sua parcela de culpa e responsabilidade, que lhe será cobrada. São os falsos profetas, cegos guiando cegos.
Muitas vezes a doença é o recurso que leva a redenção e a cura. As lágrimas que limpam a alma.
Felizes acreditem, são aqueles que nesta vida conseguirem se lapidar e higienizar suas almas, antes que suas baterias se descarreguem totalmente, que cumprem com coragem e fé os desígnios divinos sem inconformismos, remorsos, raivas e pesos, pois serão pássaros a voarem novamente. Livres.
Muitas vezes nos deparamos com espíritos adoentados, endurecidos, em roupagens de pleno sofrimento, todo tipo de maldade e maus sentimentos geram doenças para o espírito e quando a pessoa desencarna, é como roupas velhas encardidas e pesadas com imundícies acumuladas e toda essa carga negativa cega e adoece os espíritos dificultando ainda mais o trabalho dos guias e mentores.
Já os espíritos iluminados, ascensionados, puros e bem intencionados, suas presenças se tornam verdadeiras luzes vivas, resplandescentes. Quando Jesus ressuscitou dos mortos apareceu mais belo do que nunca, mostrando toda sua glória e assim acontece com os espíritos que em suas vidas terrenas cumpriram suas missões da melhor forma.
Por isso que quando adoecemos devemos tentar entender que talvez seja a oportunidade que Deus nos concedeu para o desprendimento de nossas cargas pesadas, e aceitar com resignação e paciência. Jamais devemos desistir, devemos lutar até o fim com coragem e fé, por isso que o ato do suicídio é tão condenável, porque aquele espírito desistindo de sua trajetória, arrecadará ainda pesos maiores em outras existências.
Se as pessoas perdessem menos tempo em julgamentos das dores e sofrimentos alheios, prestassem o auxílio necessário quando solicitadas, enxergassem seus semelhantes com a mesma compaixão e amor que deveriam se enxergar, com certeza esse mundo seria muito mais iluminado.
Os médiuns são seres humanos como qualquer outro, somos falíveis, temos família, sangramos, adoecemos, temos momentos de tristeza e de alegria, sim SOMOS SERES HUMANOS, como você.
Não é nossas crenças e fés que nos tornam diferentes mas o amor que damos a nós mesmos e ao nosso próximo.
Cristina Alves
Templo de Umbanda Ogum 7 Ondas e Cabocla Jupira.