segunda-feira, 11 de junho de 2018

ARS GOETIA IV



Num dos mais antigos significados do pentagrama, os Hebreus designavam como a Verdade, para os cinco livros do Pentateuco (os cinco livros do Velho Testamento, atribuídos a Moisés). Na Grécia Antiga,era conhecido como Pentalpha, geometricamente composto de cinco As. 

O pentagrama também é encontrado na cultura chinesa representando o ciclo da destruição, que é a base filosófica de sua medicina tradicional. Neste caso, cada extremidade do pentagrama simboliza um elemento específico: Terra, Água, Fogo, Madeira e Metal. Cada elemento é gerado por outro, (a Madeira é gerada pela Terra), o que dará origem a um ciclo de geração ou criação. Para que exista equilíbrio é necessário um elemento inibidor, que neste caso é o oposto (a Água inibe o Fogo). 

A geometria do pentagrama e suas associações metafísicas foram exploradas por Pitágoras e posteriormente por seus seguidores que o consideravam um emblema de perfeição. O símbolo utilizado pela Escola de Pitágoras era o pentagrama, que, como descobriu ele, possuía algumas propriedades interessantes. Um pentagrama é obtido traçando-se as diagonais de um pentágono regular; pelas interseções dos segmentos desta diagonal, é obtido um novo pentágono regular, que é proporcional ao original exatamente pela razão áurea. 

A geometria do pentagrama ficou conhecida como A Proporção Divina, que ao longo da arte pós-helênica, pôde ser observada nos projetos de alguns templos. Era um símbolo divino para os druidas. Para os celtas, representava a deusa Morrighan (deusa ligada ao Amor e a Guerra). Para os egípcios, era o útero da Terra, mantendo uma relação simbólica com as pirâmides. 

Os primeiros cristãos tinham o pentagrama como um símbolo das cinco chagas de Cristo. Desse modo, visto como uma representação do misticismo religioso e do trabalho do Criador. Também era usado como símbolo da comemoração anual da visita dos três Reis Magos ao menino Jesus. Ainda, em tempos medievais era usado como amuleto de proteção contra demônios. 

Na localização do centro da Ordem dos Templários, ao redor de Rennes du Chatres, na França, é notável observar um pentagrama natural, quase perfeito, formado pelas montanhas que medem vários quilômetros ao redor do centro. Ainda é possível perceber, a profunda influência do símbolo, em algumas Igrejas Templárias em Portugal, que possuem vitrais na forma de Pentagramas. No entanto, Os Templários foram dizimados pela Igreja e pelo fanatismo religioso de Luis IX, em 1303. Iniciou-se assim a Idade das Trevas, onde se queimavam, torturavam e excomungavam qualquer um que se opusesse a Igreja. Nessa época o pentagrama simbolizou a cabeça de um bode ou do diabo, na forma de Baphomet, o mesmo que a Igreja acusou os Templários de adorar. Assim sendo, o pentagrama passou de um símbolo de segurança à representação do mal, sendo chamado de Pé da Bruxa. 

Ao fim da era das Trevas, as sociedades secretas começam novamente a realizar seus estudos sem o medo paranóico das punições da Igreja. Ressurge o Hermetismo, e outras ciências misturando filosofia e alquimia. Floresce então, o simbolismo gráfico e geométrico, emergindo a Renascença numa era de luz e desenvolvimento. O pentagrama agora significa o Microcosmo, símbolo do Homem de Pitágoras representado através de braços e pernas abertas, parecendo estar disposto em cinco partes em forma de cruz (O Homem Individual). A mesma representação simboliza também o Macrocosmo, o Homem Universal, um símbolo de ordem e perfeição, a Verdade Divina.


Agrippa, mostra proporcionalmente a mesma figura, colocando em sua volta os cinco planetas e a Lua no ponto central (genitália) da figura humana. Outras ilustrações do mesmo período foram feitas por Leonardo da Vinci, mostrando as relações geométricas do Homem com o Universo. 

Posteriormente, o pentagrama também foi associado aos quatro elementos essenciais (terra, água, ar e fogo) mais o quinto, que simboliza o espírito (a Quintessência dos Alquimistas e agnósticos) . 

Na Maçonaria, o Laço Infinito (como também era conhecido o pentagrama, por ser traçado com uma mesma linha) era o emblema da virtude e do dever. O homem microcósmico era associado ao Pentalpha (a estrela de cinco pontas), sendo o símbolo entrelaçado ao trono do mestre da Loja. 

Com Eliphas Levi, o pentagrama pela primeira vez, através de uma ilustração, foi associado ao conceito do bem e do mal. Ele ilustra o pentagrama Microcósmico ao lado de um pentagrama invertido (formando a cabeça do bode, Baphomet).


O pentagrama voltou a ser usado em rituais pagãos à partir de 1940 com Gerald Gardner. Sendo utilizado nos rituais simbolizando os três aspectos da deusa e os dois do deus, surgindo assim a nova religião Wicca. Desse modo, o pentagrama retoma sua força como poderoso talismã, ajudado pelo aumento do interesse popular pela bruxaria e Wicca, que à partir de 1960, torna-se cada vez mais disseminada e conhecida. Essa ascensão da Wicca, gera uma reação da Igreja da época, chegando ao extremo quando Anton LaVey adota o pentagrama invertido (em alusão a Baphomet de Levi), como emblema da sua Igreja de Satanás, e faz com que a Igreja Católica considere que o pentagrama (invertido ou não) seja sinônimo de símbolo do Diabo, difundindo esse conceito para os cristãos. Assim naquela época, os Wiccanos para se protegerem dos grupos religiosos radicais, chegaram a se opor ao uso do pentagrama. 

Na Wicca, o Pentagrama traçado com uma ponta para cima é considerado um símbolo de sua Deusa, enquanto o contrário disto representa seu Deus cornífero. 
Cada ponta do Pentagrama representa um elemento, conforme esquema que pode ser observado na seguinte imagem: 


Existem diferentes formas de traçar o símbolo no Ritual Menor do Pentagrama, Banindo e Invocando em cada Elementos, para trabalhos mais específicos em cada um destes. 






Um dos mais antigos e poderosos rituais de magia ocidental. De procedência medieval é usado há séculos tanto por ordens esotéricas como por magistas e ganhou com o tempo diversas versões. Outros rituais poderão ser usados de acordo com a preferência de cada adepto, o que temos aqui somente um exemplo para os que não conhecem e um ponto de partida para os que não sabem como começar.

Da mesma forma que o triângulo e o círculo atuam na invocação e na proteção dos rituais e operações magickas, o pentagrama também exerce influência para invocar e banir espíritos conforme seu traçado.

O Banimento é realizado antes do inicio de um ritual, a fim de limpar tudo que possa interferir no sucesso da operação. 

Existe o Ritual MENOR do Pentagrama e o Ritual MAIOR do Pentagrama.

O ritual menor do pentagrama(Rmp) se relaciona aos elementos. O ritual maior do pentagrama (RMP)se relaciona a espíritos. 

O Ritual MAIOR do Pentagrama, é formado por 4 formas de se traçar o Pentagrama, sendo duas delas para Invocação e duas delas para banimento. Porém, ao invés de utilizar esses traçados para invocar ou banir elementais como é feito no Ritual Menor, o Ritual Maior consiste em se trabalhar com espíritos, ativos e passivos.

Tanto o ritual Maior quanto o ritual Menor são iniciados do modo abaixo:

01 - Tocando a testa, diga: "ATEH" (A TI)
02 - Tocando o peito, diga: “"Malkuth" (O REINO)
03 - Tocando o ombro direito, diga: 
“ve-Geburah” (O PODER)
04 - Tocando o ombro esquerdo, diga: “ve-Gedulah” (E A GLÓRIA)
05 - Entrelaçando os dedos sobre o peito, diga: 
"Le-Olahm, Amen" (PARA TODO O SEMPRE AMÉM.) 

Tudo possui dois princípios, um principio ativo e um principio passivo. Esses princípios são a manifestação dos pólos que se complementam. Enquanto um lado recebe energia, o outro lado envia energia. Cada um desses princípios se manifesta no ser humano, sendo um localizado no hemisfério esquerdo e outro localizado no hemisfério direito. 

Esses princípios são representações do sol e lua, dia e noite, masculino e feminino, espiritual e material, altruísmo e egoísmo, conhecimento e entendimento, e assim por diante. Dai o motivo de se utilizar o Ritual Maior do Pentagrama, pois trabalhando por meio desses dois princípios (ativo e passivo), são utilizados todos os conceitos, energias e manifestações que eles abrangem, ou seja, o recebimento e envio de energia.

O ritual menor e maior do pentagrama pode ser utilizado de três formas, entre outras:

1. Como forma de oração, o Ritual pode ser realizado pela manhã (invocando), e à tarde (banindo). 

Para banir não basta inverter o traçado das linhas que formam os pentagramas, você deve também traçar o circulo no sentido contrário do relógio. 

2. Como uma proteção contra magnetismo impuro. O Ritual banindo pode ser usado para “destruir” os pensamentos perturbadores. Dê uma imagem à sua obsessão e a imagine formulada diante de você. Agora, execute o Ritual Menor do Pentagrama Banindo. 

3. O Ritual também pode ser utilizado nas práticas de concentração.

O Ritual MENOR do Pentagrama é composto por 8 formas de se traçar o pentagrama, que se refere aos 4 elementos (ar, água, terra e fogo), sendo um pentagrama de invocação e um pentagrama de banimento para cada um dos elementos. Este ritual pode ser feito de duas maneiras:

Invocando - o Pentagrama da Terra deve ser desenhado partindo da extremidade superior esquerda ( como se estivesse puxando do céu).

Banindo - o Pentagrama da Terra deve ser desenhado partindo da extremidade inferior esquerda ( como se estivesse lançando para océu) "

Traçar o Pentagrama: 

Trace o Pentagrama com a arma própria (Bastão para invocar, Punhal para banir). Visualize a luz branca que forma ao fazer isso.
06 - Volte-se para o Oriente, trace o pentagrama, vibrando: IEHO-VAU.
07 - Volte-se para o Sul, trace o pentagrama e vibre: ADONAI.
08 - Volte-se para o Ocidente, trace o pentagrama e vibre: EHEIEH.
09 - Volte-se para o Norte, trace o pentagrama e vibre: AGLA.
10 - Estendendo os braços em forma de cruz, diga:

- Diante de mim, Rafael
- Atrás de mim, Gabriel
- À minha direita, Michael
- À minha esquerda, Uriel
- À minha volta ardem os pentagramas
- E na coluna brilha a estrela de seis pontas.

11 - Repita a Cruz Cabalística – (itens 1 a 5) 

Na Árvore da Vida: 


Imagine que você está de pé de frente para o Sol – Tiphareth – portanto à sua direita está Netzach, à sua esquerda está Hod e atrás de você está Yesod, respectivamente Vênus, Mercúrio e Lua. Você está assim de pé numa coluna protegida por sua invocação microcósmica. O resultado sendo uma reação macrocósmica, o Hexagrama ou estrela de seis raios aparece também acima e abaixo de você sem qualquer esforço de sua parte (Note o equilíbrio do 5 e do 6). 

Desta forma você está totalmente isolado das partes externas, qliphoticas, do Universo. 

Tenha bem em mente a percepção desta Coluna com os circundantes pentagramas e os hexagramas acima e abaixo de você. Prática contínua é essencial. É essencialmente importante não relaxar qualquer parte dele; visualizar claramente e limpamente as forças invocadas, com exceção dos Entes Divinos, que não aparecerão, em circunstâncias ordinárias, por tão pouca causa. 

Antes de se fazer qualquer ritual ou operação mágicka, deve-se purificar a energia que será utilizada na operação. É nesse ponto que entra o ritual maior/menor do Pentagrama, que visam refinar, purificar essa energia para que seja possível trabalhar com ela. Somente após isso, inicia-se o ritual, desenha-se o selo , e recitam-se as chaves.

O selo e o nome identificam o espírito.

As chaves e as horas magickas são utilizadas para que ele seja invocado/evocado.
O triângulo o obriga a se manifestar, e o círculo o prende.

Os nomes sagrados são utilizados para proteção.

Este sistema deve ser usado com responsabilidade e conhecimento, levando-se em conta as leis que regem tudo no universo. Se você acredita que corre o risco de perder o controle com a sensação de poder, este sistema não é para você.

(Continua)