domingo, 10 de junho de 2018

ARS GOETIA II

Abaixo, os 72 demônios goéticos. Em outro texto falaremos sobre as características de cada um deles:

Baal; Agares; Vassago; Samigina; Marbas; Valefor; Amon; Barbatos; Paimon; Buer; Gusion; Sitri; Beleth; Leraie; Aligos; Zepar; Botis; Bathin; Saleos; Purson; Marax; Ipos; Aym; Neberius; Glasya-Labolas; Bune; Ronove; Berith; Astaroth; Forneus; Foras; Asmoday; Gaap; Furtur; Marchosias; Stolas; Phenex; Halphas; Malphas; Raum; Focalor; Vepar; Sabnock; Shax; Vine; Bifrons; Vual; Hagenti; Crocell; Furcas; Balam; Alloces; Camio; Murmur; Orobas; Gremory; Ose; Amy; Orias; Vapula; Zagan; Valac; Andras; Haures; Andrealphus; Cimeies; Amdusias; Belial; Decarabia; Seere; Dantalion; Andromalius. 

A goécia se distingue das outras linhagens de magia por se conservar ao longo dos séculos. Afirma que os demônios não são demônios, são espíritos que governam as esferas planetárias e que os espíritos só podem ser evocados e invocados, em uma única e exclusiva língua. Bem como crendo em um só selo único puro e secreto aos não góticos (ou goécios).

Para maior entendimento do sistema, um breve resumo de seu funcionamento:
Primeiro é escolhido com qual espírito o trabalho será realizado. Para uma escolha sensata, o melhor a se fazer é ler a descrição de cada um dos 72 espíritos para encontrar o que melhor se encaixa (em personalidade e poder) com as necessidades. Dele dependerá o sucesso ou não da evocação – uma forte motivação e um grande envolvimento emocional são de grande ajuda neste momento. 

O sistema de evocação em si não guarda grandes segredos. Seus elementos poderiam ser reduzidos a um mínimo composto por: 

1. Baqueta – Ferramenta da vontade manifesta do magista 

2. Círculo – Onde ficará o adepto protegido de qualquer influência externa. 

3. Triângulo – É o local destinado a manifestação do espírito invocado, que lá estará contido e sob as ordens do mago. 

4. Selo do Espírito – Cada um dos 72 espíritos possui seu próprio selo, que será disposto no triângulo para a conjuração. 

5. Hexagrama de Salomão e Pentagrama de Salomão – Usados na proteção do mago.

6. Disco de Salomão - Usado em casos de emergência. 

Um punhal pode ser usado com a mesma função da em casos de banimentos. Algumas pessoas defendem que são estímulos sensórios que poderiam ajudar na alteração de energias. Uma mistura de artemísia e absinto pode ser considerada, por suas qualidades indutoras de visualizações. 

Completando o ambiente ritual, talvez seja interessante colocar música que ajude a manter e criar uma atmosfera harmoniosa. Pode ser útil também decorar a câmara ritual no estilo do espírito que será invocado. Usando por exemplo artefatos e decoração egípcias para os espíritos desta procedência.

Alguns outros acessórios talvez sejam úteis de se usar, mas a maioria deles depende mais do gosto pessoal do que uma real necessidade. Uma mitra,uma capa, uma veste branca longa do linho e outros trajes similares, perfumes e quem sabe um fogareiro com carvão de madeira doce para incensar o ambiente das operações. Alguns adeptos utilizam óleos para ungir o templo e seus corpos e água benta para as abluções rituais - como foi dito por Davi: "purifica-me e eu serei mais branco que a neve." 

- O selo e o nome identificam o espírito. 
- As chaves e as horas magickas são utilizadas para que ele seja invocado/evocado.
- O triângulo o obriga a se manifestar, e o círculo o prende.
- Os nomes sagrados são utilizados para proteção.

O LEMEGETON nos trás o círculo em sua forma tradicional como utilizado na Teurgia Qabalistica desde os primórdios do velho aeon. Este é rodeado de quatro pentagramas (contendo o tetragramaton), nos quais em cada um uma vela irá arder durante o ritual.


Embora seja dito que o circulo deva ter o diâmetro de 9 pés [2,97m], a verdade é que muitas pessoas simplesmente não dispõem de um espaço grande os suficiente para seus rituais. O tamanho só é importante no tocante de ter-se liberdade o suficiente de movimentação.

A serpente enroscada só é mostrada em alguns casos, os nomes hebraicos na maioria das vezes são simplesmente escritos em forma espiralada entre os dois círculos. Devemos lembrar que, ao contrario do português, o Hebraico e sempre da direita para esquerda. Estes nomes são os nomes divinos ou de Anjos e Arcanjos identificados pelos cabalistas como pertencentes a cada uma das nove primeiras Sephiroth ou emanações divinas. As pequenas cruzes de Malta são usadas para marcar separação. 

A Tradução para o português corrente começando da cabeça da serpente é:

• Ehyeh Kether Metatron Chaioth Ha-Qadehs Rashith Ha-Galgalim.
• lah Chokmah Ratziel Auphanim Masloth.
• Iehovah Eolhim Binah Tzaphquiel Aralim Shabbathai.
• El Chesed Tzadquiel Chaschmalim Tzedeq.
• Elohim Gibor Geburah Kamael Seraphim Madim.
• Iehovah Eloah Va-Daath Tiphereth Raphael Malakim Shemesh.
• Iehovah Tzabaoth Netzach Haniel Elohim Nogah.
• Elohim Tzabaoth Hod Michael Beni Elohim Kokav.
• Shaddai El Chai lesod Gabriel Cherubim Levanah. 

Que fique claro que estes mesmos nomes não constituem um dogma imutável. Pode-se escolher livremente um ou vários nomes com os quais o magista tenha especial afeição, desde que as cores respectivas e o simbolismo básico no que se refere à distribuição destes nomes no circulo sejam convenientemente respeitados. 

É de se esperar que os Magistas percebam logo que os nomes divinos na invocação, aqueles utilizados para submeter as entidades não é outro senão o próprio Magista. 

"Não há deus senão o homem" (Liber AL). De fato, dentro do circulo o magista é Deus Absoluto e único é o espírito que ordena os quatro elementos designados em cada quadratura. O circulo é usado para afirmar e caracterizar a natureza da obra a ser executada e é por excelência o campo de atuação da vontade do magista.

Ora, se o mago é o elemento principal, o espírito, nada mais adequado que ele seja identificado com o principio, e portanto o portador do verbo. Sem o espírito
toda a matéria seria um caos desordenado e estéril, posto que é o espírito que dirige e organiza os elementos no ato de creação (ou criação, com o queira).

O circulo é, portanto apenas uma representação simbólica do universo, ao traçar o circulo, o adepto traça o seu espaço infinito, dentro do próprio infinito, o todo dentro de tudo em sua manifestação mais obvia. Sendo infinito fica claro o porquê de a figura ser um circulo e não um triângulo ou um quadrado; afinal, muito embora o circulo se identifique de modo bastante explicito com estes polígonos como é do conhecimento dos Adeptos mais avançados e experientes.

“No circulo de atuação”, como nos lembra Eliphas Lévi, “o Mago cria aquilo que afirma.” O que ele afirma nos limites do seu circulo esta automaticamente manifesto. O Magista é aquele que diz e é feito. A palavra ABRAHADABRA [eu crio enquanto eu falo] é um exemplo tanto desta doutrina como do que é feito em qualquer trabalho mágico. 

Os Selos do Espírito
Deverá ser desenhado em um circulo no metal correspondente a sua hierarquia. Mas muitos praticantes de hoje optam por gravá-los em papel ou cartão grande o suficiente para preencher o centro do triângulo. Tal conversão não diminuiu em nada a eficácia do sistema. O Selo é um instrumento de focalização para a mente do mago e um sigilo em si mesmo que permite a chegada do espírito após invocação. 

Para se utilizar dos selos, do tetragrama e das invocações, deve-se antes refinar a energia para se proceder à operação. Para isso, é utilizado o ritual maior e o ritual menor, a fim de tornar essas energias maleáveis para se possibilitar trabalhar com elas, ou seja, torná-las a energia correta e possibilitar a execução do ritual/operação mágicka, uma vez que a magia é, na verdade, o trabalho de refinamento e utilização da energia. Não a energia em si, mas a forma como a utiliza, e o modo como a direciona é o que importa. Nesse processo de criação, você escolhe o objetivo no qual a energia será utilizada.