Síndrome do abandono: o que é, sintomas, como tratar e mais!
O que é síndrome do abandono?
Conhecido como monofobia ou autofobia, o medo do abandono é algo mais comum do que se pode imaginar. Caracterizada por um receio intenso de ficar sozinho que quando não dosado pode gerar transtornos graves, essa disfunção afeta o cotidiano de forma significativa devido à sua ligação com a ansiedade.
Assim, quando o indivíduo se vê em alguma situação que pode leva-lo à solidão, ele começa a se sentir ansioso e a sofrer pela possibilidade de ser abandonado. Diante disso, a pessoa que sofre com a monofobia pode acabar desenvolvendo relacionamentos de dependência emocional.
Ao longo do artigo, mais detalhes sobre a síndrome do abandono serão comentados. Se você deseja saber mais a respeito disso, continue a leitura do artigo.
Sintomas de síndrome do abandono
A síndrome do abandono apresenta vários sintomas reconhecíveis, que possibilitam que quem sofre com a disfunção consiga identifica-la para procurar por ajuda profissional. Entre estes sintomas destacam-se a angustia, a agressividade, a dificuldade para confiar nas pessoas e a auto depreciação.
A seguir, mais detalhes sobre os sintomas da síndrome do abandono serão comentados. Se você deseja saber mais sobre isso, continue a leitura do artigo.
■Angústia e agressividade
Os monofóbicos se sentem constantemente angustiados pelo medo de ser deixados pelos seus parceiros. Isso faz com que eles comecem a “sofrer por antecipação” diante da possibilidade, ainda que não possuam nada de concreto para amparar a sua teoria de que serão abandonados.
Todo esse processo tende a desencadear a agressividade das pessoas que sofrem com a disfunção. Desse modo, elas começam a pensar que deveriam abandonar os seus parceiros antes de ser abandonadas para evitar o sofrimento que ficar sozinho com certeza vai provocar nas suas vidas.
■Exigências sem limites
As exigências sem limites são bastante comuns em pessoas monofóbicas. Essa é uma maneira de estabelecer dominância e fazer com que o parceiro sempre atenda os seus desejos. Entretanto, este processo não é fácil para a pessoa que sofre com a síndrome do abandono porque se trata de algo inconsciente.
Na verdade, ela sequer sabe que está exigindo demais dos seus parceiros porque não tem consciência do quanto demanda de afeto e de esforço para que ele permaneça ao seu lado. Portanto, é algo que causa danos para as duas partes da relação.
■Não vê os sentimentos do outro
Além da questão das exigências, os monofóbicos podem mostrar desprezo pelos sentimentos alheios. Como não sabem lidar com os seus e sequer entendem que estão pedindo demais das pessoas, eles acabam por não enxergar o que este comportamento causa nos que estão à sua volta. Assim, são pessoas insensíveis ao sofrimento que provocam.
Podem acabar se tornando tiranos se acreditam que não estão recebendo o que deveriam. Entretanto, nunca falam abertamente sobre os seus desejos e esperam que quem está ao seu lado seja capaz de adivinhar aquilo que os deixaria felizes.
■Não confia em ninguém
A desconfiança também pode ser compreendida como um sintoma da síndrome do abandono. Isso acontece porque como o monofóbico vive sob constante aflição de ser deixado pelas pessoas, ele não consegue estabelecer confiança porque acredita que a qualquer momento ela será traída com o abandono.
Esse tipo de crença tende a gerar um comportamento de paranoia. Assim, as pessoas que sofrem com a síndrome acham que os demais estão sempre tentando iludi-las com as suas palavras e podem acabar considerando todas as atitudes direcionadas a elas, mesmo as mais gentis, enquanto tentativas de enganação.
■Exige pontualidade em ser atendido
A pontualidade é algo muito importante para as pessoas monofóbicas, quer se fale sobre os encontros com os seus parceiros ou sobre situações de atendimento, como em consultórios médicos. Precisar esperar alguém chegar a algum lugar, especialmente se elas estiverem sozinhas, é algo que desencadeia um sentimento de ansiedade.
Assim, este sentimento se transforma na certeza de que o seu parceiro não vai aparecer e ela vai ficar exposta aos olhos das pessoas que estão no mesmo ambiente como alguém que foi abandonada. Uma situação como esta pode facilmente fazer com que o monofóbico se torne alguém vingativo.
■Nunca se satisfaz
Uma pessoa com síndrome do abandono precisa constantemente que o seu parceiro reafirme o amor que sente por ela. E mesmo que ele esteja disposto a lhe dar sempre provas mais e mais elaboradas deste sentimento, isso não será suficiente. A monofobia faz com que as pessoas não sejam capazes de se sentir satisfeitas.
Portanto, uma vez que o monofóbico percebe que o seu parceiro cumpre as suas exigências e faz de tudo para mostrar o seu afeto, o que ele vai fazer é pedir cada vez mais para tentar se satisfazer.
■Auto depreciação
As pessoas que sofrem com a síndrome do abandono, em geral, têm problemas de autoestima e não conseguem enxergar as próprias qualidades. É exatamente por isso que elas precisam de tanta validação externa, seja dos seus parceiros ou dos seus familiares. Além disso, elas se tornam exigentes para disfarçar a sua própria autodepreciação.
Como estão constantemente se colocando para baixo, os monofóbicos tentam fazer isso com as pessoas ao seu redor para que os demais não percebam que, na verdade, eles não têm uma boa imagem de si mesmos.
■Demasiada dependência
Para uma pessoa que sofre com a síndrome do abandono, a dependência pode surgir com facilidade. Os seus relacionamentos sempre são pautados por esta característica visto que eles sentem medo de ser deixados pelas pessoas que gostam exatamente por precisar delas para se sentir validados – ainda que isso nunca seja de fato efetivado dada a sua insatisfação.
É também por isso que os monofóbicos fazem questão de saber tudo a respeito da vida dos seus parceiros e de se inserir em cada detalhe dela. Entretanto, enquanto fazem isso, eles mantém a sua vida como um segredo.
■Explosividade
As situações de explosão são bastante comuns em pessoas com monofobia. Em geral, elas são decorrentes do desespero. Sempre que elas se sentem mais perto de ser deixadas, adotam este comportamento para tentar disfarçar o medo que sentem do que acreditam que vai acontecer. Além disso, caso alguém tente consolar o monofóbico, ele pode e tornar agressivo.
Esses cenários ainda podem desencadear cries de autodesvalorização, visto que demonstrar o seu pavor de forma tão explícita vai fazer com que a pessoa com síndrome do abandono se sinta inferior às demais por expor as suas necessidades de forma tão aberta.
■Ciúme
O ciúme é um dos sintomas da síndrome do abandono e destaca indivíduos que veem os demais como pessoas que existem para satisfazer as suas necessidades sociais. Portanto, essas pessoas não podem ter momentos ao lado de outras. Trata-se de um movimento egoísta e que desconsidera a vontade de terceiros.
Assim, no caso de relacionamentos amorosos, mesmo que quem sofre com a síndrome consiga compreender que o seu parceiro possui uma vida independente, isso é relegado ao segundo plano diante das suas necessidades, visto que a função do companheiro é apenas atender às suas demandas.
■Raiva
Diante do ciúme causado pela monofobia, quem sofre com essa disfunção tem tendência a sentir muita raiva. Portanto, os seus relacionamentos amorosos são pautados por uma relação de amor e ódio com o seu parceiro. Embora ele seja uma pessoa pela qual o portador da síndrome do abandono nutre sentimentos positivos, ao mesmo tempo ele passa a sentir ódio devido ao medo de ser deixado de lado.
Vale ressaltar que existe alguma culpa envolvida nesse processo de odiar o parceiro. Entretanto, ela é mínima. O que prevalece é a necessidade de ter alguém por perto.
■Apreensão
As pessoas que sofrem com a síndrome do abandono estão em constante estado de alerta. Isso acontece porque elas não conseguem imaginar quando serão deixadas e, portanto, sempre se sentem apreensivas quanto a essa questão. Como em grande parte das situações não existe um sinal claro disso, os monofóbicos se tornam pessoas agitadas e que estão em constante desconforto.
Devido aos fatos destacados, o seu corpo pode passar por mudanças. Em geral, abre-se espaço para que doenças imaginárias surjam devido ao sentimento de apreensão.
Causas da síndrome do abandono
É possível detectar as causas da síndrome do abandono através de algumas causas de registro, que podem ser devidamente identificadas por um psicólogo ou psicanalista. Assim, a partir dessa identificação se pode compreender melhor o que faz com que a pessoa sinta tanto medo de ser abandonada pelos demais.
A seguir, algumas causas da síndrome do abandono serão abordadas. Se você deseja saber mais a respeito disso, continue a leitura do artigo.
■Traumas
Os traumas podem ser considerados o principal catalisador para a monofobia. Em geral, eles estão ligados ao período da infância, no qual a criança lida com o seu primeiro abandono e por não ter as ferramentas necessárias para processa-lo, acaba não conseguindo superar a experiência. Então, conforme ela tenta reprimir a memória para não sofrer, o efeito negativo acaba se cumulando.
Assim, isso repercute na vida adulta e pode desencadear a síndrome do abandono. Logo, é muito importante fazer acompanhamento profissional com um psicólogo para que os traumas possam ser devidamente tratados.
■ Ansiedade
A ansiedade é um assunto complexo e de difícil abordagem. Entretanto, está diretamente ligada à monofobia e pode ser um dos motivos principais para o surgimento desta disfunção. Geralmente isso acontece porque o medo de ser abandonado pode ser reproduzido durante um quadro de ansiedade independente da sua forma.
Assim, a relação entre as duas coisas é bastante ambígua, visto que ambas podem ser colocadas tanto como causa quanto como consequência da situação. O que importa é que existe uma tensão que precisa ser solucionada para que a pessoa não tenha mais medo de ficar sozinha.
■Imaturidade emocional
É comum que as pessoas se sintam desesperada diante da possibilidade de ser deixadas quando o seu emocional está abalado de alguma forma ou mesmo não foi totalmente desenvolvido. Nos cenários nos quais o parceiro se mostra como uma espécie de conforto emocional para as outras áreas da vida, isso pode se tornar ainda mais grave.
Além disso, na questão da imaturidade emocional é importante ressaltar a dificuldade de diálogo honesto decorrente da síndrome do abandono, que pode acabar criando uma distância desnecessária entre as duas pessoas.
Como tratar a síndrome do abandono
O tratamento para a síndrome do abandono é um exercício e deve ser feito com ajuda de um psicólogo. Ele consiste no reconhecimento das próprias capacidades positivas. Portanto, a construção da confiança é o principal ponto deste tratamento e a melhor forma de conseguir atingir o bem-estar psíquico. Logo, existem várias técnicas que podem ser usadas.
A seguir, mais detalhes a respeito de algumas delas serão comentados. Se você deseja saber mais sobre isso, continue a leitura do artigo.
■Amor próprio
A construção do amor próprio é um processo difícil. Ter uma boa imagem de si mesmo, independente dos julgamentos alheios, é um desafio que muitas pessoas enfrentam constantemente. Isso cria dúvidas sobre quem se é realmente e faz com que os relacionamentos sejam uma espécie de muleta.
Portanto, para tratar a monofobia o amor próprio precisa ser cultivado. É somente através dele que o indivíduo terá mais confiança para lidar com as situações da sua vida e não vai depender de ninguém para ser feliz.
■Apoio da família
Os familiares de uma pessoa que sofre como monofobia têm um papel fundamental no seu tratamento. Isso acontece porque eles precisam encontrar uma forma de incentivar que esta pessoa passe a se ver de outra maneira e também de influenciar a percepção que ela tem de si mesma para fortalecer a sua autoestima.
Através disso ela será capaz de deixar de lado os comportamentos destrutivos que adota durante as suas crises e, portanto, torna a vida do indivíduo um pouco mais amena. Logo, acaba por melhorar a vida da família como um todo.
■Hipnoterapia
A hipnoterapia costuma ser bastante recomendada para lidar com casos de síndrome do abandono. Por ser capaz de promover o fortalecimento de alguns aspectos positivos e diminuir a força dos negativos, ela tende a fazer com que quem sofre com a monofobia consiga controlar um pouco mais os seus impulsos.
Isso acontece na medida em que a hipnoterapia promove a ideia de que é preciso acreditar naquilo que se tem certeza e não somente em suposições. Portanto, você precisa ser mais forte do que as coisas que alimenta na sua mente.
■Terapia
Sem dúvidas, a terapia é essencial para tratar a síndrome do abandono. Existem várias opções diferentes de tratamentos psicológicos que podem ajudar no sentido de enfraquecer os esquemas desadaptativos de quem sofre com essa disfunção e fortalecendo as suas características saudáveis.
Portanto, uma vez que os sintomas da síndrome sejam identificados, o primeiro passo para solucionar essa questão é procurar por uma consulta abrangente com um terapeuta. Ele será capaz de analisar a sua história pessoal e, então, perceber os desajustes no seu comportamento, de forma que ele poderá trata-los e, assim, atenuar a síndrome do abandono.
Tem como se livrar definitivamente da síndrome do abandono?
Se livrar definitivamente da síndrome do abandono não é algo possível, visto que se trata de um processo psicológico e para o qual não existe uma medicação ou um tratamento simples. Portanto, escolher um meio de lidar com essas questões, seja a terapia ou qualquer outra ferramenta, é essencial porque vai ajudar a manter os sintomas da monofobia sob controle.
A partir desse controle a pessoa que sofre com a disfunção vai ter o seu pensamento e percepção de si mesma controlados. Portanto, ela saberá dosar as suas reações e o eu medo de ser deixada. Isso vai trazer uma melhora significativa para a sua qualidade de vida e vai impedir que ela seja tomada pelo medo de ficar sozinha.