terça-feira, 12 de julho de 2022

Simão, o mago

 

Simão, o mago


“Certa vez, faz tempo, eu, através dos meus poderes, transformei o ar em água, e a água novamente em sangue, e, solidificando-a em carne, formei uma nova criatura humana – um menino – e produzi um resultado muito mais nobre do que o Deus Criador. Ele o criou da terra, mas eu o fiz do ar – uma tarefa bem mais difícil: depois eu o desfiz e o dissolvi novamente no ar.” (Simão o Mago, Apophisis Megale, século I d.C.)

O QUE DANTE ESCREVE SOBRE SIMÃO MAGO

Canto XIX

Vala dos Simoníacos

Ó Simão o Mago, e todos aqueles que te seguiram, profanando e vendendo as coisas de Deus pelo preço de ouro e prata! Em vossa homenagem devo soar a trombeta, pois é aqui, nesta terceira Vala onde estais!

Já estávamos no meio da ponte sobre a terceira Vala. De lá eu vi nas encostas e nos fundos da pedra gelada redondos furos escavados de igual tamanho. Da boca dos furos pendiam os pés de um penitente, cujo corpo estava enterrado nos buracos com a cabeça para baixo. Nas plantas dos pés ardiam chamas, que escorriam por seus calcanhares. Os sofredores, desesperados, agitavam seus pés freneticamente, na vã esperança de livrarem-se das dores causadas pelas chamas.

– Mestre – perguntei -, quem é aquele que se debate mais que os outros, e que é torturado por uma chama mais vermelha?

– Se quiseres – respondeu – eu te levarei até ele, e lá poderás perguntar quem ele é e de onde veio.

Concordei e ele me ajudou na descida difícil, me segurando enquanto passávamos pelas beiras esburacadas.

Só quando eu estava diante do pecador foi que ele me soltou.

Ó Simão o Mago, ó míseros sequazes
Por quem de Deus os dons só prometidos
A virtude, em rapina contumazes,
Por ouro e prata estão prostituídos!
Por vós tange ora a tuba sonorosa:
Jazeis na tércia cava subvertidos.
À outra tumba chegamos temerosa,
Da rocha nos subindo àquela parte,
Que, a prumo ao centro, eleva-se alterosa.
Saber supremo! Que inefável arte
Mostras no céu, na terra e infernal mundo!
Oh! teu poder quão justo se reparte!

O QUE DIZ O VM SAMAEL AUN WEOR SOBRE SIMÃO MAGO

Estando nos Mundos Suprassensíveis, chegaram às minhas mãos duas obras:

Uma era de Simão o Mago e a outra era do samaritano Menandro, que chegou ao pináculo da Ciência Mágica.

Depois de consultar essas duas obras, invoquei Simão o Mago. Essa invocação a fiz em nome do CRISTO. Então, Simão o Mago contestou, dizendo-me: “Em nome do Cristo não me chames, chama-me em nome de Pedro”. Então compreendi que Simão o Mago era o polo contrário de Simão Pedro.

Penetrei em um precioso recinto, onde encontrei Simão o Mago com seu colégio de fiéis discípulos. Quando Simão me viu entrar, em tom áspero me disse: “Saia daqui!” E acercando-se a mim me tocou certos chakras do baixo-ventre. Então entendi que Simão o Mago é realmente um Mago Negro.

Procedi defendendo-me com minha Espada Flamígera, e ante as torrentes de fogo ardente, aquele mago negro ficou anulado, e sem se atrever a mirar minha Espada, permaneceu absorto.

Eu conheci Simão o Mago na antiga Roma, e o ouvi predicando a seus discípulos.

O mal é tão fino e delicado que até a mesma Mestra Blavatsky chegou a crer firmemente que Simão o Mago era um Mestre da Loja Branca.

Huiracocha também acreditou que Simão o Mago era um grande Mestre Gnóstico, e nos diz que tudo o que Papus e outros autores ensinaram acerca da magia nos últimos anos era tomado de Simão o Mago.

O único que não se equivocou com respeito a Simão o Mago foi Dante Alighieri, em sua Divina Comédia.

Dante chama de “simoníacos” os discípulos de Simão o Mago.

Os romanos erigiram a ele estátuas com a inscrição: Simoni Deo Sancto.

Sem embargo, estudando atentamente as obras de Simão o Mago, aparentemente não há nada que possa ser considerado condenável, como Magia Negra.

O mal é tão fino no Mundo da Mente… o mal é tão delicado e tão sutil no plano do entendimento cósmico, que realmente se necessita de muita intuição para não se deixar enganar pelos demônios do Mundo Mental.

No Plano Mental os magos negros são milhões de vezes mais refinados e delicados que os magos negros do Plano Astral.

Diz Simão o Mago o seguinte: “O Pai era Uno; porque contendo em si mesmo o pensamento, estava só. Sem embargo, não era o primeiro, ainda que foie preexistente; senão que manifestando-se a si mesmo de si mesmo, chegou a ser o segundo (ou dual). Não foi chamado Pai até que o pensamento lhe deu este nome. Portanto, desenvolvendo-se de si mesmo, manifestou-se de si mesmo seu próprio pensamento, e assim também o pensamento manifestado não se atualizou senão que viu ao Pai oculto nele, isto é, à potência oculta em si mesma.

E a potência (dunamis) e o pensamento (epinila) são masculino-feminino, porém ao corresponder-se reciprocamente (porque a potência de modo algum difere do pensamento), são um só. Assim, nas coisas de cima está a potencia, e nas de baixo o pensamento. Ocorre, portanto, que se bem é uno o manifestado por ambos, aparece duplo, pois o andrógino leva em si o mesmo elemento feminino.

Assim, a Mente e o pensamento são inseparáveis um do outro por serem uno, ainda que apareçam em dualidade”. (Pág. 190. Apontamento 2: A Doutrina Secreta, HPB, Sexto Volume.)

Realmente quem ler esse parágrafo não poderá encontrar nada que possa condenar Simão o Mago como Mago Negro. A chave é dada a nós por Dante em sua obra intitulada Divina Comédia. Dante nos pinta em seu Inferno a Simão o Mago e a todos os feiticeiros, aos que Dante denomina Simoníacos, caminhando em seu inferno com a cabeça para trás…

A Magia Negra de Simão o Mago consiste em que ficou mirando para o Passado e não quis aceitar o Cristo ou a nova Corrente Crística. Esta é uma rebelião contra as Hierarquias Divinas, e de fato Simão o Mago ficou colocado nos mundos da magia negra.

Quem atentamente estudar os ensinamentos de Simão o Mago poderá comprovar que Simão o Mago não fala uma só palavra a favor do Cristo.

Simão o Mago viu que a Chispa se desprendia da chama em si mesma sem recordar-se daquelas palavras do Divino Rabi da Galileia: “Ninguém chega ao Pai senão por mim”.

Simão o Mago viu o Pai oculto nele e quis realizá-lo em si mesmo, porém rechaçando o Cristo, e assim foi como de fato caiu na magia negra…

SIMÃO O MAGO CAIU NA MAGIA NEGRA POR PURO ORGULHO

Simão o Mago não quis aceitar o Cristo por puro orgulho.

Coisa semelhante está acontecendo agora neste século 20 com muitos espiritualistas que não querem aceitar meus ensinamentos por puro orgulho.

Essa classe de seres “Simoníacos” cai na Magia Negra por puro orgulho.

Simão o Mago conheceu o Grande Arcano, e é absolutamente casto.

O Mestre Huiracocha, na página 50 da Igreja Gnóstica cita um parágrafo do livro A Prédica, de Simão o Mago, que literalmente diz:

Para vós falo em metáforas; porém deveis compreender-me… Duas espirais de toda seriedade há em um princípio sem fim. Ambos vêm de uma raiz, ou seja, do Poder Infinito, do Silêncio Invisível. Uma das espirais vai para cima. É o poder, o entendimento do Grande Todo que a tudo chega, e é masculino. O outro tende para baixo. É a Grande Mente, o produtor incansável, e é feminino. Na união de ambos está a resolução de todo o problema. O poder de si mesmo é masculino e feminino por sua vez”.

Simão o Mago conheceu, pois, a fundo a Alquimia Sexual e o Grande Arcano.

Porém, caiu na Magia Negra porque ficou olhando para o passado e não quis aceitar Cristo.

A mente é, pois, o animal mais perigoso do Alquimista.

Se Simão o Mago tivesse dominado a mente com o Látego da Vontade, não teria caído no Abismo.

O Alquimista que se deixa levar pelos raciocínios da Soberba da Mente fracassa na Grande Obra e cai no Abismo.

O Alquimista deve ser muito humilde ante as Hierarquias Divinas para não fracassar na Grande Obra.

A Mente deve humilhar-se ante as Hierarquias Divinas.

A Mente deve voltar-se como uma criança humilde e simples.

A Mente deve humilhar-se ante a Majestade do Íntimo.

É impossível subir ao Pai sem elaborar o Menino de Ouro da Alquimia Sexual.

Esse Menino de Ouro é o Eu Cristo.

Há que se formar o Cristo em nós para subir ao Pai.

Em nosso trabalho com a Pedra Bendita, apresentam-se sutilíssimos perigos que o Alquimista deve conjurar valorosamente.

No Mundo Mental há magos negros que se parecem com Adeptos da Fraternidade Branca.

Esses magos negros têm sublimes presenças e deliciosa cultura Espiritual.

Quando esses magos falam, só falam de Amor, de Luz, da Verdade e da Justiça.

Parecem seres inefáveis, e só viemos a descobrir que são magos negros quando em tom muito fino e delicado nos aconselham então a ejaculação seminal.

Se nesse momento gritamos em sua presença: VIVA O CRISTO, ABAIXO JAVÉ, então os veremos levantarem-se iracundos contra nós para tirar-nos de seus recintos.

Todos esses Irmãos da Sombra aconselham a ejaculação seminal e odeiam a força crística.

Assim, pois, o mal se reveste de tão sutis enganos que o discípulo deve sempre abrir bem os olhos e viver alerta e vigilante, como o vigia em época de guerra.

Há Adeptos da Sombra que, disfarçados de Mahatmas, se nos apresentam nos Mundos Internos para nos dizer que já estamos caídos, que já fracassamos em nosso anelo rumo à Luz, que já perdemos os graus adquiridos etc.

Assim, então, se o discípulo se resvalar nessas cascas, cai no Abismo inevitavelmente.

A mente não deve raciocinar.

A mente deve fluir integralmente sem o batalhar das antíteses, a mente debe se converter em um instrumento flexível e delicado onde possa se expressar majestade do Íntimo.

O orgulho fez Simão o Mago cair nos Abismos da Magia Negra.

“E como viu Simão que pela imposição das mãos dos Apóstolos se dava o Espírito Santo, lhes ofereceu dinheiro.”

Dizendo: Dai-me também a mim esta potestade, que a qualquer que puser as mãos por cima receba o Espírito Santo.

Então Pedro lhe disse: ‘Teu dinheiro pereça contigo, que pensas que o Dom de Deus se ganha por dinheiro. Não tens parte nem sorte neste negócio; porque teu coração não é reto diante de Deus.

Arrepende-te, pois, desta tua maldade, e roga a Deus, se quiçá te será perdoado o pensamento de teu coração.

Porque em fel de amarguras e em prisão de maldade vejo que estás.’

Respondendo então Simão, disse: ‘Rogai por mim ao Senhor que nenhuma coisa dessas que haveis dito venha sobre mim’. (Atos dos Apóstolos 8: 18 a 24)

Com esses versículos das Sagradas Escrituras fica absolutamente comprovada nossa afirmação de que Simão o Mago é um perigosíssimo mago negro.

(Samael Aun Weor, Alquimia Sexual)