terça-feira, 5 de julho de 2022

ORIXÁS – OXALÁ, ORUNMILÁ E IFÁ

 

ORIXÁS – OXALÁ, ORUNMILÁ E IFÁ

Quero com esta postagem – assim como, com todo o resto do meu conteúdo – dividir com o leitor(a) minhas descobertas e aprendizados. Aqui especificamente, venho falar sobre mitologia Yorubá, e algumas das mais importantes divindades dentro deste panteão: Oxalá, Orunmilá e Ifá; trato sobre esses aspectos da cultura Yorubá, pois em minha experiência na Umbanda, a mitologia dos Orixás era tratada de forma superficial, e como acredito que uma grande parte das pessoas que me leem, são umbandistas, acredito ser de grande valia dividir estudos desta natureza, sobre o que se conta sobre os Orixás nos mitos. 

Sendo assim, quero iniciar com Oxalá; Oxalá é retratado na mitologia, como uma das primeiras divindades, se não a primeira, emanadas de Olodumare (Deus); Oxalá foi o responsável pela formatação ou organização da criação, ou seja, Olodumare manifestou a criação a partir de sua mente, assim como, foi com seu sopro que a vida se originou, deste modo, Oxalá não criou nada, mas sim, deu forma e propósito à manifestação. É Oxalá quem faz os homens e animais através do barro primordial, é ele quem define os aspectos e características do ser humano; podemos dizer que Oxalá é quem pega conceitos mais abstratos e arquetípicos de personalidade, e os torna cognoscíveis, individualizados, por isso sua importância; é dele que vem a organização na criação, e por isso, talvez, sua relação com o conceito da fé, por conhecer os diferentes níveis de existência, manifestação, e ajudar a dar sentido as coisas. 

Já Orunmilá, é o Orixá adivinho, o senhor do Ifá, do oráculo; Orunmilá assiste Oxalá dando forma a cada ser humano, por isso é referido também como a testemunha, pois presencia a definição dos destinos, e por esse conhecimento dos caminhos, conhecimento da vida do ser humano, consegue fornecer projeções àqueles que buscam seu conselho. Além disso, temos Orunmilá como “o senhor dos sacrifícios”, ou “do sacrifício”, e podemos abordar este conceito por dois prismas: senhor do sacrifício por ser àquele que conhece todos os ebós que podem ajudar o homem a resolver seus problemas; é também aquele que fez o “primeiro sacrifício” pela raça humana, foi Orunmilá quem obteve o ebó secreto para apaziguar as Ia Mi Oxorongá (sobre as quais ainda vou escrever), que estavam furiosas com a humanidade, e pretendiam destruí-la. Podemos concluir então que Orunmilá é o senhor dos sacrifícios e também da conciliação, pois através do Ifá que ele traz, reconcilia o ser humano com Deus e os Orixás, o Aiyê como Orum. 

Por fim, o Ifá, é o oráculo, a filosofia, é o conjunto de Odus e Itans (caminhos e lendas/histórias da humanidade) que traz as leis de Deus, ou a conduta correta para o ser humano, é a palavra; desta forma, podemos considerar Ifá como a representação primordial do espírito, espírito que é a ligação entre a fonte de tudo – Olodumare – e sua criação; por isso sua representação como uma pomba branca. 

Espero ter ajudado o leitor(a), através da minha interpretação da mitologia, a aproximar-se da visão do sagrado dos Yorubás, que é minha raiz, meu carrêgo!