De repente, a noite, que era de céu claro e estrelado, tornou-se escura. Um forte e estranho vento invadiu o acampamento, agitando a lona de todas as tendas, como se quisesse transmitir uma mensagem.
A velha Zíngara chamou insistentemente por Pavalov, para avisar que Karim, sua mulher, acabara de dar á luz a uma linda ciganinha, que viera ao mundo envolta em uma pele amarelo-dourado, mais parecendo uma gema de ovo.
Embora seu coração carregasse uma felicidade imensa, Pavalov também estava envolvido por uma dúvida; por isso, perguntou a velha Zíngara o que seria feito daquela estranha pele que envolvera a pequena Kerumã, sua primeira filha.
Zíngara pediu ao Cigano um pedaço de sua camisa. No retalho colocou um pedacinho da estranha pele que protegia a ciganinha, dizendo a Pavalov:
“Vou fazer um talismã que você entregará à Kerumã quando ela fizer 15 anos”.
O tempo passou e na festa de 15 anos da linda ciganinha, seu pai colocou-lhe no pescoço um cordão de ouro cujo pingente era o talismã que a velha Zíngara fizera no dia do seu nascimento.
A partir daí, a cada ano q se passava, Kerumã ficava cada dia mais linda e, durante sua passagem pelo planeta Terra só conheceu a sorte.
Sua disposição para o trabalho e a felicidade que irradiava para seu povo cigano eram invejáveis.
Não existiu em seu grupo, cigana mais linda e mais feliz q ela.
Salve a Cigana Kerumã!
Salve o Povo Cigano!
Optchá!
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Retirado do livro: “Como descobrir e cuidar dos ciganos dos seus caminhos