sábado, 23 de junho de 2018

O Rei e o Mendigo. (nos bastidores da Umbanda)

Era uma vez um rei poderoso que conduzia o seu exército pelas montanhas nevadas das fronteiras de seu reino,
disposto a invadir as terras de seu vizinho.
Sobre uma das montanhas encontrou ele um eremita sentado num platô. Ele tinha  a cabeça entre os joelhos para protegê-la do vento
gélido que soprava entre os picos nevados.  Estava completamente nu. O rei apiedado estendeu-lhe seu casaco.
(O Eremita era asceta que tinha completo domínio  sobre seus sentidos e sensações).  Ele recusa agradecido a oferta dizendo:
“Deus deu-me  vestimenta necessária para proteger-me do frio e do calor.  Ele dá-me tudo que necessito.”
Admirado o rei então perguntou-lhe onde estavam suas vestes. Ao que ele respondeu:
“Deus próprio as teceu para mim. Eu a tenho desde meu nascimento e conservarei até a morte.
Veja: é minha pele.  Dê seu casado a algum viajante necessitado ou a um pobre.”
O rei sorriu compadecido. Quem poderia ser  mais pobre que aquele ali?  E  indagou-o :
“Há algum pobre nas proximidades? Onde posso encontrá-lo?”
O eremita quis então saber para onde ele se dirigia e com que propósito.  E o rei contou:
“Me dirijo ao território de meu inimigo, para conquistar suas terras e ampliar meus domínios.”
O eremita sorriu por sua vez e disse-lhe:
“Se não estás satisfeito com teu Reino, e estás ainda disposto a sacrificar a tua vida e de milhares de homens somente
para conquistar alguns metros quadrados de terras, és em verdade mais  pobre que eu.
Então fique  com teu casaco, pois tu necessitas dele mais urgentemente do que eu.”
O rei se envergonhou e percebeu como a glória e o supérfluo são  ilusórios.
Voltou para seu reino, grato ao Eremita que abriu seus olhos para sua pobreza interior.
Observem com cautela as entrelinhas desta história e vamos associá-las ao que anda acontecendo em vários lugares. Quantos de nossos médiuns e dirigentes não estão usando de seus guias e mentores para angariar bens e posses? Quantos de nossos médiuns estão se perdendo na ganância?
Médiuns esses que começam até promissores, instrumentos afinados dos guias e mentores do espaço, mas que depois de um determinado momento, o ego a vaidade, lhes toma conta, ao ponto de coadjuvantes passarem a principais, e aqueles que eram para estar como principais muitas vezes nem nos bastidores se encontram mais.
E ali está o médium de Umbanda, muitas vezes fantasiado de guias e entidades, acreditando em sua própria ilusão e fantasia, falando bobagens e usando nomes de entidades e guias idôneos. E no final de todo atendimento uma boa quantidade de dinheiro pelos préstimos do astral. Mas de fato préstimo para quem? Os guias necessitam disso? Com certeza não.
Cada um tem o direito de fazer suas escolhas, mas lembre-se a maior riqueza adquirida na pratica do bem, da caridade e amor ao próximo não pertence a esse mundo material. Veja bem o que anda carregando em suas bagagens, porque no final pode não se ter nada de valor.
Ah quer pagar, acha que assim o resultado VEM A GALOPE. Paguem.. o dinheiro é vosso, quem sou eu para determinar o que deve ou não fazer. Mas o faça tendo ciência que aquelas entidades e guias que recebem essa paga, são no mínimo duvidosas de suas reais intenções isso é claro quando se tem realmente um espírito ali, porque muitas vezes o único espírito que se encontra é o espírito do médium adoentado pela sua própria ganância. Cabe dizer que em alguns casos, SEMELHANTES SE ATRAEM, e algumas pessoas merecem passar por tolas devido as suas escusas intenções, mas nem todas, muitos são enganados.
Oriento os médiuns, os leigos e consulentes que não acreditem em tudo que está na internet, em formatos de aulas, palestras etc. Tem muito material ruim, mas ruim mesmo, ao ponto de lhe estragar sua trajetória caso não abre os olhos a tempo.
Na história o rei teve sabedoria e discernimento de enxergar seu erro. Mas na vida real, muitas vezes só depois da morte física que percebem que estavam de malas vazias e com muitas dividas penosas e pesadas.file_26
Mas felizmente ainda tem esperança, tem um grupinho valente e corajoso que ama sua religião, tem dignidade e não a profana. Um grupinho do bem, que visa o bem, que tem iluminado por onde passam. Fiquem atentos, eles uma hora podem passar por você.  Agarre-se.
Cristina Alves
Templo de Umbanda Ogum 7 Ondas e Cabocla Jupira