Era uma manhã fria, o sol ainda estava a despertar no horizonte.
Me levantei como quem ouve um chamado, o único som que se ouvia era o canto de um pássaro que parecia murmurar no lugar de cantar.
Diante da grande mata, algo ali me encantava, me chamava.
Antes de entrar na mata fechada que me apresentava pedi licença ao Rei da Mata.
Na primeira árvore deixei minha oferenda a Ossayin, senhor das folhas, vigilante astuto das matas, “guiai meus passos não me deixe se perder nos seus caminhos”.
O sol já despontava por entre a mata densa e por entre as folhagens surgiam raios a me penetrar e aquecer a pele.
As moitas algo ali parecia a me vigiar, de longe o murmurar de um riacho, e o silvar das cobras que se escondiam nas folhagens.
Não estava só, alguém me observava.
Quando já me fazia cansado, me encostei na beira da cachoeira, e da água que quebrava nas pedras, ali me refresquei.
Mas o chamado continuava, e voltei a caminhar.
A gentileza era grande não passei fome, frutas frescas que caiam aos pés das goiabeiras e ameixeiras.
Como é linda a criação divina, árvores essas plantadas pelo divino.
De longe pude avistar uma clareia, onde uma fogueira estava acesa, nem percebi já era noite.
E pudi ver um canto festivo, estava na roda de fogo dos guerreiros, estava na aldeia de oxossi.
Ao longe seus cocares pareciam coroas a brilhar no reflexo do fogo e com o brilhar da lua.
Que linda a roda de fogo de Oxossi, a roda da cura, o louvor aos ancestrais.
Caboclos guerreiros louvavam seus ancestrais através de seus cantos e danças.
A Felicidade me tomou, quis correr, mas minhas pernas se faziam pesadas e cansadas, pareciam chumbadas ao solo.
Eu queria estar ali, na roda do Xamã, estava no Reino de Oxossi.
Tentei correr novamente, cheguei a sentir o calor do fogo que aquecia tudo em volta.
Queria estar em casa me sentia em casa.
Quando estava quase lá, uma mão me tocou e me puxou para trás.
Não, disse a voz… Não… ainda não é hora.
E como num raio de momento, tudo acabou.
Abri os olhos acordei, e percebi, seria um sonho? ou um desdobramento, eu estive lá, estive tão perto.
Mas ainda ouço os cantos na memória.
Estava eu tão perto de aruanda…
Cristina Alves
Me levantei como quem ouve um chamado, o único som que se ouvia era o canto de um pássaro que parecia murmurar no lugar de cantar.
Diante da grande mata, algo ali me encantava, me chamava.
Antes de entrar na mata fechada que me apresentava pedi licença ao Rei da Mata.
Na primeira árvore deixei minha oferenda a Ossayin, senhor das folhas, vigilante astuto das matas, “guiai meus passos não me deixe se perder nos seus caminhos”.
O sol já despontava por entre a mata densa e por entre as folhagens surgiam raios a me penetrar e aquecer a pele.
As moitas algo ali parecia a me vigiar, de longe o murmurar de um riacho, e o silvar das cobras que se escondiam nas folhagens.
Não estava só, alguém me observava.
Quando já me fazia cansado, me encostei na beira da cachoeira, e da água que quebrava nas pedras, ali me refresquei.
Mas o chamado continuava, e voltei a caminhar.
A gentileza era grande não passei fome, frutas frescas que caiam aos pés das goiabeiras e ameixeiras.
Como é linda a criação divina, árvores essas plantadas pelo divino.
De longe pude avistar uma clareia, onde uma fogueira estava acesa, nem percebi já era noite.
E pudi ver um canto festivo, estava na roda de fogo dos guerreiros, estava na aldeia de oxossi.
Ao longe seus cocares pareciam coroas a brilhar no reflexo do fogo e com o brilhar da lua.
Que linda a roda de fogo de Oxossi, a roda da cura, o louvor aos ancestrais.
Caboclos guerreiros louvavam seus ancestrais através de seus cantos e danças.
A Felicidade me tomou, quis correr, mas minhas pernas se faziam pesadas e cansadas, pareciam chumbadas ao solo.
Eu queria estar ali, na roda do Xamã, estava no Reino de Oxossi.
Tentei correr novamente, cheguei a sentir o calor do fogo que aquecia tudo em volta.
Queria estar em casa me sentia em casa.
Quando estava quase lá, uma mão me tocou e me puxou para trás.
Não, disse a voz… Não… ainda não é hora.
E como num raio de momento, tudo acabou.
Abri os olhos acordei, e percebi, seria um sonho? ou um desdobramento, eu estive lá, estive tão perto.
Mas ainda ouço os cantos na memória.
Estava eu tão perto de aruanda…
Cristina Alves
Templo de Umbanda Ogum 7 Ondas e Cabocla Jupira.