Entendemos por guias, espíritos com um grau de evolução superior a seus pupilos cuja missão é direcioná-los em sua caminhada, baseado nesse detalhe fundamental subtende-se que um guia tenha perfeito discernimento de como e onde atuar, isso é claro de uma manifestação idônea e verdadeira, mas a questão que quero levar a reflexão é: um guia sério e idôneo ele trabalha em qualquer lugar independente do campo vibracional? Sendo mais clara, um guia ele vai incorporar em seu médium em todo terreiro que o mesmo for visitar por exemplo, existe um critério?
Levaremos em conta que quando um médium adentra por um terreno desconhecido, muitas vezes ele desconhece o que há naquele campo no que diz respeito a energia espiritual, e que tipo de egregora reina naquele espaço. Fora também que o mesmo pode estar subestimando o seu próprio preparo espiritual e mediúnico e se surpreender. Por essas e outras o cuidado é redobrado.
Uma casa onde não tenha presença de espíritos idôneos e sérios, onde nos bastidores ocorra toda uma série de feitiçarias contra outras pessoas, será que um guia de um grau evolutivo superior se manifestaria em seus médiuns?
Há muitas entrelinhas nesta questão que devem ser avaliadas com muito critério e cuidado, muitas vezes um médium ele entra num terreiro, a princípio tudo corre bem, mas com o tempo essa casa pode se desvirtuar, nossos guias nos dão amparo e direção isso já está mais que comprovado, quando acontece uma questão como essa, muitas vezes o médium começa a sentir dificuldades de canalização com a energia do seu guia, o guia até se manifesta para dar suporte ao seu pupilo, mas algo não está como deveria ser, a sintonia de um guia superior ela não cai e se iguala a uma negativa, e quando há uma interferência energética com certeza esse guia terá muitas dificuldades e esse acoplamento espiritual não irá estar ali nos 100%, na grande maioria das vezes nós médiuns que somos teimosos, muitas vezes mesmo vendo que há algo errado na casa, insistimos em permanecer por pura conveniência e comodismo, muitas vezes por amizades ali feitas e por não querer quebrar um círculo de amizades.
O direito a escolha e ato, o livre arbítrio é pesado com certeza, mas o médium deve também ter ciência que de igual forma irá arcar com as consequências.
E é neste momento, que o médium pode começar a ter lições duras e severas de serem aprendidas, tem um ditado que diz que o burro bravo só é domado depois de muito ter sofrido no lombo. E muitas vezes é assim que o médium também aprende lições sofridas mas que serão extremamente necessárias que o ajudarão em seu amadurecimento mediúnico, alguns médiuns infelizmente aprendem da forma mais difícil por causa de suas próprias más escolhas. Mas com certeza lições essas que não serão esquecidas facilmente.
Mas há uma outra questão, muitas vezes um guia ele tenta ajudar a redirecionar e doutrinar esta casa, vem em terra, procura o dirigente e tenta mostrar os pontos que devem ser melhor avaliados e corrigidos, na realidade ele tenta evangelizar, o objetivo é não deixar que aquela casa se perca totalmente, como sempre digo, nossos guias não estão aqui para dar remédios para sãos, mas nem sempre esse guia é ouvido, muitas vezes ele e seu médium é até escorraçado, porque há uma série de jogos de interesses e talvez “Mudanças” não sejam aceitáveis pelo tal dirigente, porque quebrariam e anulariam os mesmos tais interesses se é que me entendem. Muitas vezes esses toques consciências são dados pelos guias chefes do terreiro, mas seu médium muitas vezes cego pela arrogância e vaidade não escuta, mas isso não é uma regra, esses toques podem vir de um médium e de um guia que menos se esperava. Por essas e outras que vemos médiuns como jarros vazios, guias verdadeiros não compactuam com o errado, ou viram marionetes de espíritos mistificadores.
Nossos guias quando percebem que os médiuns não estão numa casa idônea dão inúmeros sinais, são situações que simplesmente são apontadas do nada, como um alerta para se retirar, para não se misturar naquela frequência. Mas muitas vezes o próprio médium finge não ver.
Mas também há casos em que os guias e mentores deixam que seu médium fique numa casa não idônea para aprender o que é errado e valorizar o que é certo, isso também acontece. Algumas lições são necessárias.
Muitas vezes vemos médiuns iniciantes, os quais manifestam seus guias em tudo que é casa, muitos até escolhem a casa errada e depois de um tempo por ns. fatores percebem que não estavam numa casa ideal. Um médium iniciante, num processo de afloramento mediúnico, seus canais estão receptivos a toda uma série de energias, e nem sempre aquela manifestação que está ocorrendo na casa X, é realmente de um guia seu, quando falamos a palavra entidade devemos entender (espíritos que poderão ser tanto benfazejos como malfazejos), agora quando falamos mentor, guia já se classifica um espírito de grau superior evolutivo. Numa casa onde reina espíritos nefastos, um médium iniciante por não ter ainda capacidade de filtrar o que está tentando manifestar pode ser vitima de espíritos mistificadores, e por essas e outras que o médium se questiona futuramente porque meu “guia” se manifestou ali? a questão é seria aquele espírito realmente um guia seu? Pensemos.
Mas há um pormenor nessa questão, lembram-se que logo acima eu mencionei nossos guias e mentores não abandonam seus médiuns, há casos que um guia se manifesta como um escudo, uma defesa, até que aquele médium perceba por si próprio que não está em um lugar idôneo. Uma má experiência ensina muito, principalmente a não fazer o mesmo.
Já soube de casos em que um guia num momento de uma visita de seu pupilo em outro terreiro, onde o mesmo havia sido enfeitiçado através de um pó colocado em sua bebida, seu guia se manifestou para o defender do ataque, esse médium passou muito mal devido ao choque energético que foi provocado, mas foi algo necessário para que o guia conseguisse limpar a matéria. Já vi casos por exemplo que um irmão de santo, estava que por inveja enfeitiçando um outro dentro da corrente, o guia do médium chegou e desmascarou o tal médium, são verdadeiras saias justas, mas que são necessárias para separar o joio do trigo.
O que o médium precisa entender que não é porque ele está indo visitar um terreiro seja lá de quem for que o mesmo tenha que ficar dando passividade a seus guias a torto e a direito, fora que um guia sabe perfeitamente o momento que deve se manifestar, principalmente num caso de um médium já experiente.
Um guia verdadeiro sabe perfeitamente quando se manifestar, e a necessidade de tal, frise-se isso, ele não se manifesta para se aparecer ou por boniteza diga-se de passagem.
Muitas vezes um médium vai numa visita a uma casa, e sente a vibração do seu guia, e bloqueia a mesma, porque fica sem graça de se manifestar, mas tal manifestação é necessária, muitas vezes o guia está usando daquele canal energético para limpar seu médium, aquele choque anímico é necessário, na grande maioria das vezes a passagem é rápida, ele descarrega o médium e deixa sua mensagem, porque o guia sabe perfeitamente que seu médium não pertence aquela egregora e muitas vezes nem está preparado adequadamente para permanecer naquela gira. O guia ele respeita o chão que ele está pisando, simples assim. Quando há a necessidade de uma permanência maior, o próprio guia chefe convida aquele guia para uma permanência, muitas vezes até cede a direção da gira, num gesto de irmandade e é claro por uma necessidade justa. Por isso precisamos tomar cuidado ao julgar certos procedimentos e ocorrências.
Há muitas questões que envolvem a manifestação ou não de um guia, um médium comprometido que por ventura vá numa casa não muito idônea, pode manifestar com seu guia mesmo em uma frequência contrária porque talvez haja ali um inocente, uma pessoa que necessita realmente de um amparo verdadeiro, nesses momentos nossos guias redobram seu campo energético para socorrer aquele filho necessitado, que muitas vezes está ali naquela casa não séria por pura armadilha do destino, nossos guias são verdadeiros caçadores de almas não podemos nunca nos esquecer disso.
Certa vez vi uma senhora já idosa, a mesma se manifestou na assistência numa casa a qual estava visitando com sua preta velha, essa preta velha se aproximou de um filho na corrente e lhe passou um remédio para uma doença que estava padecendo e simplesmente agradeceu e se despediu. Essa senhora nunca tinha visto esse médium na vida, e realmente o médium estava muito adoentado, e depois soubemos que o mesmo se curou após ter tomado o remédio da mãe velha. O médium ele deve entender que ele é um instrumento dos seus guias e mentores e nem sempre entendemos os porquês de certos fatos.
Por um outro lado, um médium mais tarimbado, ele já tem uma afinidade, já criou um campo de sintonia mais pleno com seus guias e é claro que não irá ficar recebendo guias em tudo que é lugar, mas somente onde realmente ele sinta a necessidade e ordenança do seu mentor.
Infelizmente tem médium que não se assenta em lugar nenhum, vai numa casa, vai em outra, e em tudo que é lugar da passividade a espíritos, um médium assim ele está caminhando para um círculo vicioso, onde ele se torna uma verdadeira caçamba energética levando cargas de um lugar para o outro, e fatalmente pegando as cargas negativas de tudo que é lugar, é muito prejudicial para esse médium porque ele não tem como e nem onde descarregar, muitas vezes quando sobrecarregado começa a fazer trabalhos em sua própria residência onde mora um outro perigo, porque em sua casa não tem os pára-raios, firmezas e assentamentos necessários comuns existentes em um terreiro para transmutar essas cargas energéticas, sendo assim permanecendo concentradas em sua própria residência e em si próprio, mas danoso ainda é quando esses médiuns começam a fazer verdadeiros tratamentos sem os devidos cuidados. Essas cargas vão se tornando uma verdadeira bola energética e com o tempo o ambiente e o médium começa a ficar estagnado e mostrar sinais físicos bem palpáveis consequentes desses acúmulos, acrescento que essas consequências podem também refletir não somente no médium mas em todos que ali moram, principalmente no lado da corda mais fraco que ali estiver.
Precisamos entender que o terreiro é a CASA DOS ESPÍRITOS, sendo assim é mais que natural a presença de espíritos, a sensação, o sentir tocar por essas presenças, nem sempre está sinalizando um momento de incorporação, simplesmente estão ali.
Uma outra questão quanto a manifestação é a mania que ocorre em algumas casas, onde uma pessoa não pode passar em um passe que o tal guia já começa a querer puxar o guia na pessoa, e pode ocorrer nesse momento uma brecha para um ataque caso aquela presença espiritual que esteja acompanhando aquele consulente não seja uma presença idônea. Já tivemos notícias de casos em que após uma puxada, o consulente foi sucumbido por um espírito altamente nefasto, que não tinha quem segurasse, com uma força sobre humana, nessas horas se a casa não tiver firme e sustentável a situação pode tomar um rumo bem complicado e constrangedor. A puxada direta num consulente não é aconselhável principalmente quando não é algo espontâneo natural e sim forçado. Alguns médiuns negligenciam certos cuidados e acham que porque um consulente está sentindo vibrações tem que ser exatamente de um guia da pessoa e nessa hora o médium pode se surpreender com um ataque espiritual.
O tocar no campo espiritual e mediúnico de uma pessoa é algo muito sério e deve ser feito com muita responsabilidade e cuidado. Um médium jamais deve dar passividade espiritual em qualquer lugar, principalmente quando esse médium é iniciante e que não sabe exatamente que tipo de espírito está querendo se manifestar. Outro detalhe importante a questionar, aquele guia ali manifestado que irá conduzir o processo é realmente um guia idôneo? Se ele em algum momento por atitudes, palavras, mostrar que não é, cuidado.
Há é claro situações emergentes de manifestações espirituais, onde esse médium perde completamente a noção até de onde está, nesses casos os guias chefes sabem perfeitamente receber, tratar e doutrinar caso necessário, mas a questão que peço alerta é do querer dar passividade, simplesmente por querer estar ali, infelizmente há médiuns que usam da roupagem de seus guias simplesmente para querer aparecer em determinados momentos, nessa questão cabe ressaltar que quem brinca com fogo sai queimado, já vi médiuns que foram surpreendidos de uma forma bem dramática ao brincar com o espiritual, tipo… onde não tinha nada, passou a ter. Pensemos.
Bem pessoal, aqui coloquei algumas das inúmeras questões a serem pensadas sobre o dar passividade a um espírito, e cada vez, podemos notar o quanto é sério e complexo e necessário se ter responsabilidade ao lidar com mediunidade e espiritualidade.
Axé.
Cristina Alves
Templo de Umbanda Ogum 7 Ondas e Cabocla Jupira.