MEDIUNIDADE - PROCESSO ANÍMICO
MEDIUNIDADE
Definição: Médium é o intermediário entre os mundos (ponte entre os planos dos encarnados e desencarnados).
Tela búdica: Tela búdica é uma capa de átomos sub atômicos (mais sutis que os atômicos, pois não estão no corpo físico) entre o duplo etérico e o corpo astral que serve como uma proteção, impedindo a livre comunicação consciente entre o plano físico e o astral. Isto é, impede a comunicação direta com o plano espiritual. Essa tela pode se romper em situações extremas (ira, intoxicação alcoólica, uso de drogas, chás alucinógenos, etc).
Na época da 4a . raça-raiz, na Atlântida, todos os homens tinham suas telas búdicas muito abertas e permeáveis, o que significa, em palavras simples, que se comunicavam com o plano espiritual de forma permanente. E muitos fizeram mal uso disso, desviando-se para a magia negra e ganhando um carma.
Com o advento da magia negra, os magos brancos começaram a usar as mediunidades dos homens para combatê-la, surgindo as primeiras incorporações. Portanto, médium é todo aquele que possui rombos na tela búdica por efeito de carma acumulado em vidas passadas.
Todo médium de umbanda exerceu a magia no passado. DESTA FORMA, COMO JÁ EXPLICAMOS NA APOSTILA DO CURSO BÁSICO DE UMBANDA, MEDIUNIDADE NÃO É UM DOM E SIM UMA PROVAÇÃO CÁRMICA!
Quanto mais exuberante é a mediunidade de alguém, mais carma ele carrega do passado (e mais rombos tem na tela búdica). Portanto as referências que fazemos do tipo: Ele é um grande médium! - são, no mínimo, uma bobagem, pois não existem grandes médiuns e sim grandes devedores. O que existem são incansáveis trabalhadores na seara divina, que compreendem serem meros intermediários com o plano astral em prol da caridade desinteressada, desenvolvendo seu trabalho de forma silenciosa, humilde e operosa, iniciando assim o resgate dos débitos do passado.
Para saber mais sobre os tipos de mediunidade, ver apostila do Curso Básico de Umbanda, disponível em: http://raiosdeluz-aruanda.blogspot.com.br/p/curso-de-introducao-umbanda.html
PROCESSO ANÍMICO
O fenômeno anímico diz respeito a intervenção da própria personalidade do médim nas comunicações dos espíritos desencarnados, quando ele usa nelas algo de si mesmo. Assim, pela persfectiva do espiritismo, afirma-se que determinada comunicação mediúnica foi “puro animismo” quando a alma do médium interveio com exclusividade, tendo ele manifestado apenas os seus próprios conhecimentos e conceitos pessoais, embora depois os rotulasse com o nome de algum espírito desencarnado.
Às vezes, essa interferência anímica inconsciente é tão sutil que o médium é incapaz de perceber quando o seu pensamento intervém ou quando é o espírito comunicante que transmite suas ideias pelo contato perispiritual.
Do ponto de vista do espírito Ramatis[1], a comunicação gerada de forma anímica pelo médium não precisa ser desprezada. Na compreensão desse espírito, a comunicação anímica expressa a interpretação pessoal do médium, mas conserva a ideia central e autêntica daquilo que os espíritos desencarnados lhes incutiram na alma.
No entanto, se o médium interpreta a mensagem do desencarnado e a transmite com má intenção, alterando o conteúdo da mensangem, com o intuito de enganar os que o ouvem, não se trata de animismo e sim de mistificação. E, nesse caso, torna-se algo negativo.
Quando, um médium transmite animicamente fatos morbidos de sua infância, cenas trágicas vividas em outras vidas, ou mesmo aspectos do seu temperamento psicológico, suas aflições, alegrias, derrotas, cenas dolorosas, fatos trágicos ou detestáveis, então, trata-se de um médium desajustado, doente, que necessita de amparo e orientação espiritual.
Médiuns que são muito sugestionáveis na vida profana, a ponto de estigmatizar com facilidade sua mente indisciplinada correm o risco de se tornarem vulneráveis a espíritos levianos ou maquiavélicos que tudo fazem para ridicularizar o trabalho mediúnico. Tornam-se também, reféns de sua própria imaginação exagerada e passam a trabalhar desgovernada e desiquilibradamente.
Há ainda, aqueles que tentam o transe mediúnico sem possuir a sensibilidade exigida para o mesmo. Nestes casos, a pessoa irá comunicar apenas o que emerge do seu próprio subconsciente.
Segundo Ramatis, nem todos os médiuns abusam do animismo com intenções condenáveis ou para fins vaidosos. Assim, não aconselha a desistência do desenvolvimento mediúnico só porque a interferência do médium perturba a transparência cristalina das comunicações dos espíritos desencarnados.
Ramatis explica que as entidades dependem da vontade e da diretrizes intelectuais e emotivas do seu médium intérprete encarnado. Ou seja o médium utiliza suas próprias palavras e sua bagagem mental para transmitir a mensagem do espírito desencarnado. Os médiuns são considerados então intérpretes do pensamento alheio e por isso influem com seu temperamento, engenho e cultura nas mensagens que traduzem. Mas só o médium com propósitos condenáveis é que poderia ter remorso de sua interferência anímica, pois nesse caso estaria burlando a mensagem do desencarnado. Não é passível de censura aquele que impregna as mensagens dos espíritos com forte dose de sua personalidade, mas o faz sem poder dominar o fenômeno ou mesmo distingui-lo da realidade mediúnica. É tão sutil a linha divisória entre o mundo espiritual e a matéria, que a maioria dos médiuns conscientes dificilmente logra perceber quando predomina o pensamento do desencarnado ou quando se trata de sua própria interferência anímica. Só depois de alguns anos de trabalho assíduo na seara mediúnica, estudos profícuos, afinada sensibilidade mediúnica, muita capacidade de auto-crítica e introspecção é que o médium logra dominar e distinguir com êxito o fenômeno anímico.
Ramatis não aconselha que se procure eliminar deliberadamente o fenômeno anímico na comunicação com as entidades, uma vez que isso tornaria ainda mais difícil o desenvolvimento mediúnico e as comunicações doutrinárias aos próprios médiuns, pois, os guias não desejam que os médiuns sejam autômatos mediúnicos, ou seja, cavalos de orixá, como se diz na umbanda, espécie de robôs acionáveis à distância, comandados pelos desencarnados. A mediunidade é um meio de os encarnados e desencarnados atingirem objetivos mais elevados, por isso, o médium não pode dispensar o estudo, a educação, o afinamento e aprimoramento moral, a cultura do seu próprio intérprete e também seu despertamento espiritual.
Para os guias, importa mais o progresso intelectual, o desenvolvimento evangélico do seu médium, do que um resultado brilhante de sua manifestação mediúnica. Muitas vezes o guia espera para fazer revelações do Além, para que o seu médium, que em geral fica ansioso por se destacar pessoalmente, procure em primeiro lugar desenvolver sua modéstia como alguém evangelizado. O médium deverá acima de tudo aprender primeiro a caminhar por seus próprios pés, em relação ao entendimento e a compreensão da vida imortal e procurar ser útil ao próximo.
Segundo Ramatis, os guias preferem médiuns disponíveis ao serviço cristão incondicional, aliado ao estudo sincero da espiritualidade. Se satisfazem com a
“revelação da ternura, a prática da benevolência e da tolerância, a cultura da honestidade e a manifestação da humildade, pois, malgrado sejam mesmo anímicos para as mensagens dos desencarnados, serão os mais louváveis intérpretes”. (MAES, psicografando Ramatis, 2006, p.164)
Para Ramatis, de nada adianta um médium inconsciente, por exemplo, que transmite as mensagens dos desencarnados com fidelidade, porém, que em sua vida diária se volte para a prática de vícios degradantes, que não estuda, não se aprimora moralmente, ficando estagnado em sua evolução espiritual.
Um guia se sentirá melhor afinado com seu médium se o médium tiver recursos mentais que facilitem a sua comunicação. Quando o médium e o espírito comunicante estão afinados pelos mesmos laços intelectuais, morais, ou mesmo quando compartilham da mesma profissão (por exemplo, um desencarnado médico incorporado em um médium que também seja médico), as comunicações mediúnicas se tornam mais claras.
Quando o médium tem todo um repertório intelectual, moral e até profissional, parecido com o da entidade que ele está comunicando, facilita a interpretação das mensagens pois o médium poderá ter mais facilidade inclusive em fiscalizar o conteúdo comunicado, evitando qualquer aberração ou equívoco.
Os guias não se preocupam em eliminar radicalmente o animismo nas comunicações espíritas, porque sua intenção é orientar os médiuns aos poucos, para irem adquirindo preceitos espirituais, morais e intelectuais a tal ponto que aperfeiçoem as comunicações anímicas. Os guias se utilizam dos médiuns conforme a necessidade de aproveitamento doutrinário aos encarnados. Ou seja, alguns médiuns são mais eficientes para as identificações seguras de desencarnados. Alguns são melhores para fazer esclarecimentos doutrinatários e outros tem mais habilidades para transmitir com êxito as revelações importantes do Além.
Como os médiuns são intuitivos, dificilmente se libertarão totalmente do animismo, que apenas varia mais ou menos de intensidade em um ou em outro médium. Quando uma entidade precisa fornecer algum tipo de prova da existência espiritual a certos incrédulos encarnados, por exemplo, utilizarão um médium apropriado para isso, possivelmente um médium de incorporação, através do qual os desencarnados possam escrever exatamente como o faziam em vida, fornecendo detalhes convincentes. Podem se utilizar de um médium de fenômenos físicos, que proporciona a voz direta do espírito comunicante ou materializações para sensibilizar os vivos desconfiados.
Para revelações importantes que comprovem aos encarnados a existência de um plano espiritual, os espíritos utilizam também médiuns que tem o dom natural de serem proféticos em sua vida particular. Para fazer o consulente refletir sobre suas convicções pessoais, os guias podem valer-se de um médium bem eloquente, que se expressa com desenvoltura e conhecimentos espíritas contundentes capazes de sensibilizar a pessoa com bons argumentos.
Muitas vezes, durante uma transmissão mediúnica, as ideias, os pensamentos, os conhecimentos e a indole do médium coincidem com o assunto que o espírito inspira ele a falar. Assim, o médium transmite a mensagem com segurança e facilidade pois expõe um conteúdo que lhe é familiar. Porém, se houverem desajustes muito grandes entre o médium e o espírito comunicante, podem haver desajustes de conhecimentos, formando-se hiatos na mensagem mediúnica. Assim, as vezes, se o médium percebe um vazio no meio da comunicação, talvez, o espírito esteja alertando-o para a necessidade de estudar e se desenvolver mais como pessoa. Por este motivo os médiuns precisam transformarem-se em bons instrumentos para os guias, procurando estudar, desenvolver-se emocionalmente e espiritualmente para transmitirem as mensagens com mais proveito.
Por outro lado, os guias ou protetores deixam, algumas vezes, o médium “falar sozinho” também, com a intenção de que o médium mobilize seus próprios conhecimentos e recursos intelectuais.
“Sob a direção e controle do guia do médium, os espíritos comunicantes suspendem então o fluxo das ideias que lhe transmitiam pelo cérebor perispiritual, o qual é obrigado assim a unir os elos vazios da comunicação, demonstrando até que ponto é capaz de expor a mensagem espiritual sem distorcê-la ou fragmentá-la na sua essência doutrinária” (MAES, psicografando Ramatis, 2006, p.167).
Essas situações em que o espírito comunicante deixa um “vazio”, para que o médium preencha com seus valores intelectuais e morais, de improviso, embora constranja e atemorize o médium, é uma forma que o espírito usa para treinar seu médium a compensar esse “vazio” com seus conhecimentos, tornando-se assim útil e capaz de atender à necessidade de orientar e servir o próximo, a qualquer momento. Nestes casos o médium fica por sua conta por alguns momentos, sem poder fugir do impulso da comunicação. O médium precisa então recorrer a suas próprias concepções filosóficas, morais e espirituais para preencher sozinho os intervalos da comunicação, da mensagem, deixados de próposito pelo seu guia. É realmente uma espécie de teste, para que o médium prove o que o que já sabe, o que já compreendeu das leituras doutrinárias que já fez, que demonstre como julga as pessoas, e demonstre sua capacidade de orientar o próximo, apesar de sua característica humana falível. As comunicações podem então ser truncadas propositadamente pelos orientadores espirituais do médium, para que o médium possa comprovar seu grau de segurança e ter consciência de como se comportaria no caso de uma interferência, intromissão ou confusões provocadas por espíritos mal intencionados, que, às vezes, se infiltram entre os sentivos invigilantes, se fazendo de mentores espirituais.
Trata-se de um processo de educação doutrinária do médium. Um treino mesmo. Em que o guia obriga o médium a estudar, ampliar seu repertório de conhecimentos, afinar-se e melhorar-se moralmente, desenvolvendo seu senso de crítica, de argumentação que acabará fortalecendo o médium, tanto em sua tarefa de intérprete das comunicações dos espíritos desencarnados, como em sua vida diária, pois habilitará o médium a falar do conteúdo espiritual com propriedade nas suas relações cotidianas, com amigos, familiares, defendendo os postulados espíritas no dia-a-dia.
Nesse processo, cresce a confiança dos guias e de outros espíritos de luz, que passam a credenciar o médium com maior responsabilidade no exercício de sua mediunidade. É importante observar, no entanto, que, os espíritos, mentores, orientadores espirituais e guias desinteressam-se completamente de aplicar este método de ensino espiritual nos médiuns que são levianos, fúteis, mal intencionados, que tem pouca disposição para estudar ou que são preguiçosos.
Há casos em que o espírito comunicante apenas fornece o tema central da comunicação mediúnica, envolve o médium com fluidos identificadores de sua presença espiritual e inspira as primeiras ideias, para que depois o médium faça a comunicação sozinho até o fim. Se comprovam que seu pupilo comunica corretamente a mensagem, os guias chegam a se afastar do sensitivo em transe, e ficam à distância, apreciando a comunicação anímica que o médium faz exclusivamente com seus próprios recursos. Ao encerrar a fala, o guia se reaproxima, firmando-a com sua personalidade conhecida.
Assim, é possível dizer que não há interesse dos espíritos de luz hoje, em trabalhar com médiuns que não se desenvolvam pessoalmente no trabalho mediunico. Médiuns robôs, cavalos de orixás, que manifestem mecanicamente as mensagens dos espíritos desencarnados, sem a convicção espiritual daqueles que as comunicam inteligentemente e aplicam em suas vidas, não evoluem, tornam-se passivos e não contribuem para o projeto espiritual da nova consciência. Daí que a mediunidade da Nova Era seja consciente. A intenção da luz é transformar os médiuns em pessoas úteis à qualquer momento e não somente quando estão incorporados por seus guias.
Observa-se, em alguns casos, que os guias preparam seus médiuns com certa antecipação, quando desejam transmitir determinadas mensagens de importância para o público. Assim, inspiram seus pupilos com leituras e os aproximam de pessoas que podem avivar-lhes o mesmo assunto a ser ventilado posteriormente na sessão de caridade. Através de recursos fornecidos durante o dia, os guias asseguram a coerência da comunicação mediúnica, alimentando as ideias principais da comunicação para o público. Dessa forma, quando o médium percebe que o conteúdos das suas leituras diárias misturaram-se com a mensagem do espírito desencarnado, pode ser uma influência anímica que representa um ajuste providenciado pelo próprio guia do médium. Assim, quando um frequentador de uma casa perceber que a mensagem dita pelo médium incorporado, trata de algum assunto que o médiium trata, conhece ou trabalha em sua vida particular e pessoal, não precisa achar que o médium está mistificando algo, ou que não esteja incorporado. Animicamente, o médium pode estar expondo o conteúdo do seu próprio saber, porém sob a influência das entidades.
Ainda sobre o assunto do animismo, podemos mencionar o fato de alguns médiuns no início do seu desenvolvimento mediúnico imitarem trejeitos de entidades manifestadas em médiuns mais antigos. Segundo Ramatis isso é humano. É regra que os iniciantes se guiem pelos mais antigos, justamente por desconhecerem o caminho, seguem aqueles que estão à sua frente. O problema está se o médium cristalizarem sua mediunidade como imitadores dos bons médiuns em que se inspiraram.
Somente o conhecimento profundo da espiritualidade, o estudo da doutrina e a prática mediúnica é que poderão reduzir a interferência anímica do médim, auxiliando-o a eliminar aos poucos as imitações, as redundâncias (repetição de palavras), a prolixidade indesejável (uso exagerado de palavras para passar uma mensagem, falta de objetividade) no intercâmbio com os guias desencarnados. Somente boa intenção não produzirá a evolução necessária do médium. Ele precisará desenvolver estudo doutrinário, pesquisa mediúnica e da cultura em que vive.
Atualmente, são poucos os trabalhos mediúnicos que estão livres de práticas contraproducentes e que satisfazem totalmente os guias trabalhadores. Na maior parte das vezes os médiuns devotam-se forçadamente à prática mediúnica, porque querem livrar-se da opressão psíquica. Falta ainda na maior parte dos médiuns o sentido da renúncia aos interesses pessoais, o prazer por servir ao próximo ou o ideal de divulgar a doutrina da umbanda ou espírita em geral.
Muitos médiuns ainda pipocam de centro espírita em centro espírita, de terreiro em terreiro, sempre insatisfeitos e a procura de “correntes afins”, de “bons trabalhos”, onde obtenha máximo de rendimento pelo mínimo de esforço. No entanto, muitos desses médiuns incultos e inquietos se esquecem de que, ao participar das “melhores correntes” ou dos “melhores trabalhos”, desarmonizam o trabalho mediúnico alheio. A solução não se restringe a mudar de casa, a solução está em promover a renovação íntima do seu próprio espírito no próprio ambiente onde a bondade dos presentes lhes tolera a bagagem ainda defeituosa que tem.
É por isso que muitas vezes é suficiente para as entidades que seus médiuns sejam de boa vontade, laboriosos e sem complicações, mesmo que ainda não tenham grandes preparos. Por isso que as entidades são pacientes e tolerantes com a ignorância dos seus médiuns encarnados, aguentando o animismo, a histeria, o automatismo psicológico, a imaginação indisciplinada, os longos rodeios para dizer algo que poderia ser dito com uma só palavra, as frases pomposas e vazias, a exacerbação neurótica ou os caprichos dos médiuns vistos erroneamente como qualidades mediúnicas.
Como afirma Ramatis, “quando encontram alguma docilidade nos seus intérpretes, tudo fazem para afastá-los dos ambientes perniciosos, das companhias prejudiciais, dos vícios e das paixões degradantes, encaminhando-os para as palestras elevadas, leituras proveitosas que os ajustem gradativamente ao imperativo superior do trabalho mediúnico”(Ramatis, MAES, 2006, p. 179).
Como já dissemos, é muito mais importante para o orientador espiritual desencarnado a reabilitação espiritual do médium, do que se tornar um excelente intérprete. Os médiuns ignoram que os espíritos responsáveis e conscientes de suas tarefas que são, não estão preocupados em impressionar os encarnados com trejeitos ou mensagens cheias de floreios. Ao contrário, a intenção dos espíritos é passar sua mensagem de forma breve, clara, sensata e moderada.
O animismo coletivo que gera aquelas imitações de médium pra médium numa casa, promovendo um padrão anímico no modo dos médiuns se comunicarem, é resultado da flarta de interesse daqueles que se pressupõem completamente desenvolvidos, mas por comodismo, preferem imitar, copiar os conhecimentos e as orientações espirituais da fonte mais próxima, que é o médium principal do trabalho onde se desenvolvem e de que participam.
Se, o médium modelo, também for outro anímico, que demonstra em suas manifestações mais manias e superficialidades que qualquer outra coisa, então, seus imitadores tornam-se outros multiplicadores das mesmas inconveniências e desarmonias ao atuarem. Nestes casos, os médiuns ficam repetindo frases pomposas e trejeitos desnecessários enquanto a entidade fica pacientemente esperando, do lado do médim indisciplinado, a oportunidade de de se manifestar com sua forma simples.
Segundo Ramitís é aconselhável eliminar de uma sessão as manifestações exuberantes que roubam tempo precioso destinado a assuntos úteis, dispensando também qualquer tipo de competição ou destaque pessoal. Não passa de excêntrico o médium que usa de floreios para manifestar sua entidade. Torna-se um médium exibicionista, mais preocupado em competir, impor-se sobre seus irmãos de corrente e teatralizar com efeitos pirotécnicos extravagantes.
Ramatís defende, no entanto, que não se censure os médiuns anímicos, porque o animismo é fruto natural e lógico do seu desenvolvimento mediúnico. O problema é quando os médiuns ficam estacionados nessa improdutividade, depois de já se considerarem desenvolvidos. O desejo dos espíritos de luz é que os médiuns enfrentem o problema anímico em sua essência, sem receios ou misticismo (devoção exagerada).Muitos fatores que rebaixam o nível das comunicações com os desencarnados podem ser corrigidos. O médium em desenvolvimento por vezes caminha com dificuldade, copia cacoetes e caprichos dos médiuns que toma como modelo e que ele julga mais competente. Mas... na verdade, como diz Ramatis:
O médium evolui ou cristaliza-se; ele estaciona entre as excrescências anímicas (excessos) copidas do `modelo` veterano em que se inspirou, ou então estuda, pesquisa e desenvolve o senso de autocrítica suficiente para entender melhor o seu próprio temperamento e caráter, a fim de se livrar o mais cedo possível das anomalias do animismo improdutivo (Ramatis psicografado por MAES, 2006, p. 182)
Importa ressaltar que o animismo, ainda é a base do mediunismo., sem animismo o mediunismo não existe. Então não importa os tropeços do início do desenvolvimento mediúnico. Importa não cristalizar-se em um mediunismo improdutivo, engessado em palavras pomposas, trejeitos exagerados, desnecessários. A solução do animismo não será conquistada através de censuras. É necessário enfrentar esse problema sem tabus, com modéstia, conduta moral superior e serviço mediúnico isento de exageros ridículos. Os médiuns são homens e, portanto, imperfeitos. Desde que estudem, ficam esclarecidos de quais percalços a mediunidade e o desajuste de conduta lhes proporcionará.
Portanto, insiste-se em ressaltar que só há um caminho para qualquer médium lograr melhor êxito no seu trabalho mediúnico: estudo incessante aliado à disciplina moral superior. Não é esperado que o médium se torne um gênio, mas que eleve seu nível de conhecimento espiritual. Da mesma forma, importa queaprenda a identificar em sua alma as paixões e frivolidades que prejudicam suas comunicações com os espíritos. Só depois de conhecer a si mesmo é possível ter mínimas condições de corrigir e ajudar o outro.
Não há privilégios concedidos por Deus para um ou outro médium. Um médium ignorante, fantasioso ou anímico so se transformará num instrumento sensato e inteligente pelo seu próprio empenho esforço pessoal em estudar a melhorar espiritual e moralmente.
Como dizem, é preferível o médium analfabeto, ingênuo e imaginativo, mas com virtudes cristãs sublimes que o médium intelectual, culto, desembaraçado, porém vaidoso, mal intencionado e interesseiro. Mas é óbvio que ainda melhor será o médium humilde, bom, desinteressado, estudioso, dos bons compêndios profanos, que se imuniza contra automatismos psicológicos, sugestões alheias e interferências anímicas.
Este capítulo foi escrito totalmente com base no livro Mediunismo, de Ramatis (psicografado pelo médium Hercílio Maes).
[1] Ramatis é um espírito provindo de outras latitudes siderais (Sirius), já tendo reencarnado no planeta Marte. Faz parte da elevada hierarquia terrestre que assessora o Mestre Jesus em seu projeto de evolução desta humanidade. Na Atlântida, Ramatís era mestre dos Templos da Luz, e foi contemporâneo (do mesmo tempo), numa existência, do espírito que mais tarde seria conhecido como Allan Kardec. “Foi Phanuh, o Peregrino, há 28.000 mil anos, na Atlântida, e Ben Sabath, mago famoso na Caldéia; depois Shy-Ramath, grão-sacerdote no Egito; mais tarde Pitágoras, na Grécia, e Phylon de Alexandria, no tempo de Jesus” , informa Hercílio Maes, seu primeiro médium. “Atualmente, ainda opera como mestre nas tarefas dos teosofistas, conhecido como Koot-Humi (Mestre Kutumi)”(4) Foi portanto Ramatís, sob a figura desse Mestre da Fraternidade Branca, quem inspirou a teosofia, eminente movimento espiritualista que, colateral ao espiritismo, empenhou-se em trazer para o Ocidente os milenares conhecimentos iniciáticos do Oriente. A literatura teosófica é ampla fonte de conhecimentos espiritualistas acessíveis ao leitor ocidental.