sexta-feira, 8 de julho de 2022

Intestino, função do 2º Cérebro

 

Intestino, função do 2º Cérebro


Resultado de imagem para intestinoVocê sabia que para alguns fisiologistas o centro regulador do nosso corpo não é o cérebro, e que não é o coração o órgão das emoções? Para você seria blasfêmia se eu dissesse que o centro de comando do nosso corpo está localizado no abdômen? Esse órgão é tão importante que chega a ser chamado de segundo cérebro. Sabe de quem estou falando? Isso mesmo, a majestade… o Senhor Intestino!!!…

sistema gastrointestinal é o mais suscetível às emoções. Sabe aquele frio na barriga ao encarar o desconhecido? E as borboletas no estômago quando você se depara com a sua paixão? Sustos lhe dão enjôo? Essas sensações existem por um motivo, a enorme quantidade de transmissores presente no intestino estabelece uma ligação direta com o cérebro. Isso explica porque uma crise de nervosismo pode segurá-lo no banheiro.

O intestino desempenha um papel importantíssimo em nossa saúde.Seu controle vai além dos limites gastrointestinais, atingindo não só a saúde física como também a mental.

A relação do intestino com o desempenho cerebral e imunológico é direta, podendo desencadear doenças metabólicas (alergias, obesidade e diabetes) e neurológicas (como a esclerose múltipla e o mal de Parkinson).

intestino possui cerca de 100 milhões de neurônios, ganhando a medalha de prata no ranking de maior sistema nervoso do corpo humano, atrás apenas do cérebro. Além disso, neurotransmissores e hormônios associados ao encéfalo são produzidos no intestino.

98% da serotonina (corresponsável pela memória e pelo humor) vem do intestino. Se suas funções intestinais não vão bem, você logo sente o impacto no bem-estar físico, mental e emocional. A recíproca também é verdadeira: quando o balanço químico cerebral está desregulado, as vísceras sofrem a consequência.

Na prática, a relação comprova que problemas intestinais podem ser causados por ansiedade, estresse ou depressão. 50% dos distúrbios intestinais têm causa emocional.

No caso dos portadores da Síndrome do Intestino Irritável, 90% apresentam problemas emocionais. Uma pesquisa da Universidade de Boston, mostrou que os portadores da Síndrome do Intestino Irritável tinham 40% mais chances de manifestar depressão e, quando medicadas para tratar a enfermidade física, constataram melhora no estado mental. Nesse quadro, são as mulheres, educadas para manter distâncias das informações ligadas ao funcionamento do órgão, as maiores afetadas. 67% das brasileiras têm queixas gastrointestinais. Por constrangimento, 75% delas não as mencionam nas consultas médicas.

O intestino contém mais de 70% das células de defesa do corpo, 500 espécies de bactérias e 100 trilhões de micro-organismos. Esse exército compõe a chamada microbiota intestinal (conhecida como flora intestinal), que auxilia no desenvolvimento de tecidos, na extração de nutrientes dos alimentos e na produção de células de defesa. No entanto, ela não evoluiu a ponto de resistir aos maus hábitos à mesa.

Alimentos processados podem alterar a microbiota, abrindo espaço para bactérias nocivas se instalarem e causarem estrago. Antibióticos, estresse e álcool também matam as bactérias do bem.

Prevenir o estrago não é tarefa do outro mundo. Troque a “fast food” por fibras (elas alimentam as bactérias benéficas ao organismo). Pratique exercícios, que fazem o intestino trabalhar de forma mais eficiente e melhor ainda é investir em atividades que reduzem o estresse e promovem equilíbrio mental. A ciência comprova o que você instintivamente já sabia: é preciso estar com a cabeça no lugar para preservar suas vísceras.

Milhares de mulheres no Brasil sofrem de problemas gastrointestinais. Conheça os vilões mais comuns:

  • Gastrite: É uma inflamação na mucosa estomacal que pode levar à náuseas, intolerância alimentar, vômitos e dores fortíssimas. O uso frequente de anti-inflamatórios aumenta as chances de desenvolver a doença, assim como bebidas alcoólicas. A gastrite pode ser crônica até mesmo a curto prazo. Mantenha-se distante de pratos gordurosos, álcool e cigarro para evitar e controlar a doença;
  • Refluxo Gastroesofágico: Afeta cerca de 20% dos adultos e consiste em um problema na válvula que separa o estômago do esôfago, fazendo com que o conteúdo estomacal volte para o esôfago, podendo alcançar a boca. Quem sofre de refluxo deve manter distância de comidas gordurosas e ácidas, café, refrigerantes e álcool. O tratamento inclui dieta e medicamentos;
  • Síndrome do intestino irritável: Trata-se de um distúrbio crônico que faz com que a digestão seja rápida ou lenta demais. Mais de 25% dos adultos apresentam a síndrome, sendo as mulheres jovens a maioria. Os sintomas incluem cólicas frequentes, gases, inchaço, constipação ou diarreia. A doença vem sendo relacionada à depressão, transtornos e infecções bacterianas. Prática de exercícios, ajustes na dieta e psicoterapia são recomendados para amenizar a condição;
  • Doença inflamatória intestinal: Essa é uma nomenclatura para doenças crônicas como o Crohn e a retocolite ulcerativa, que envolvem inflamações no intestino e baixa imunidade. A taxa de pessoas com doença inflamatória intestinal vem aumentando principalmente entre as mulheres. Os sintomas incluem febre, diarreia com presença de sangue e dor. Dietas pobres em nutrientes, tabagismo e genética favorecem o aparecimento dessas desordens difíceis de curar, mas tratáveis com mudanças no estilo de vida e medicamentos.

Para o perfeito funcionamento do seu cérebro acessório, pratique atividade física regularmente, evite uma rotina estressada e cansativa, procure válvulas de escape e prazeres na sua rotina. Coma quantidades satisfatórias e regulares de fibras. Evite alimentos gordurosos, refrigerantes, bebidas alcoólicas e cigarro. A ingestão diária de probióticos também auxilia muito. Tome no mínimo 2 litros de água por dia, crie este hábito.

Mitos e verdades

Mulheres têm mais prisão de ventre do que homens…

Verdade. Pesquisas mostram que elas têm mais constipação do que os homens em uma frequência que chega a ser oito vezes maior. É uma questão hormonal. O estrógeno da mulher levaria a um movimento diminuído do intestino e à flacidez. Há também uma questão social, que é a inibição de utilizar banheiros públicos.

Chás e produtos naturais não fazem mal à saúde…

Mito. O uso de qualquer laxante, inclusive os chás, tem uma ação no intestino com pontos positivos e negativos. O lado bom é que tem uma evacuação imediata. Mas as moléculas da composição desses produtos têm uma ação dos nervos que estimulam o movimento do intestino. O uso crônico cria lesões nesses nervos.

Sedentarismo agrava a constipação…

Verdade. Está comprovado que a eliminação de endorfina que ocorre durante o exercício físico aumenta a motilidade (os movimentos) do intestino e agem em todo o aparelho digestivo. A vida moderna contribui para tornar a pessoa sedentária, e essa falta de movimentação leva à obesidade, à flacidez muscular e à diminuição do reflexo da evacuação — somados, tais problemas podem propiciar a constipação intestinal.

Fazer força na hora de evacuar pode provocar hemorroidas…

Verdade. Não é normal fazer força para evacuar. Se isso acontece é porque as fezes estão endurecidas ou com dificuldade para sair. Todos nós temos hemorróidas no intestino. Quando se faz muita força, esse plexo hemorroidal (conjunto de veias que temos desde o nascimento, localizado a dois centímetros da borda do ânus) é forçado a sair. Essas veias podem ficar dilatadas, e isso gera as hemorroidas.

Estresse provoca dor abdominal…

Verdade. O estresse é diretamente causa de constipação. Em algumas pessoas, esse estresse é um pouco danoso. Normalmente, em situação de estresse, é eliminado mais ácido gástrico no estômago, o que pode causar lesões, como gastrite ou a síndrome do intestino irritável. Ou seja, o estresse altera a motilidade do estômago e do intestino.

O que saber sobre a limpeza intestinal?

Se a ideia for limpar o cólon ou intestino devido à prisão de ventre ocasional ou leve, basta acrescentar fibras ou ervas para normalizar o trânsito. Mas, isso dificilmente removerá todos os antigos acúmulos pregados nas paredes intestinais. Quem não evacua por três dias seguidos acumula detritos de 15 refeições diferentes.

Limpar o intestino é algo mais do que benéfico para o corpo, já que elimina tudo o que for inútil e obstrui, desde parasitas a um produto ingerido há muito tempo. Uma boa lavagem do cólon e uma dieta adequada poderão limpar o intestino, além de fornecer uma sensação de serenidade interna, melhor sono, respiração e odor corporal, eliminar caroços ou erupções, e também ter outros efeitos tônicos, tais como estímulo das glândulas abdominais ou hepáticas, especialmente do pâncreas. A limpeza intestinal ajuda a melhorar a absorção e assimilação dos alimentos.

Os laxantes não são tão bons assim, já que seus ingredientes ativos são mais tóxicos e irritantes do que o próprio alimento. Os métodos naturais mais adequados e confiáveis são lavagens, enemas, ervas ou sais, que são escolhidos após ter certo conhecimento sobre o tema.

Não podemos nos tornar “dependentes” destes métodos e nem usá-los com muita frequência, já que poderemos ter o efeito contrário. A regularidade deve ser consequência natural da reeducação alimentar. Isto significa que não podemos comer de tudo e, depois, uma vez por semana limpar o intestino: não é assim que funciona.

Conselhos para limpar o intestino permanentemente…

  • Consumir 8 a 10 porções de frutas por semana, escolhendo as que tenham mais fibras, como as frutas vermelhas.
  • Optar por carboidratos de grãos integrais 2-3 vezes por semana.
  • Preferir alimentos que limpam o cólon, a saber, todos os ricos em proteínas e fibras.
  • Evitar doces e gorduras.
  • Polvilhar sementes de linhaça sobre os alimentos.
  • Realizar diariamente atividades físicas (pelo menos 30 minutos de caminhada) e beber muita água (2 litros é o mínimo recomendado). Fonte