quarta-feira, 22 de junho de 2022

Maria era uma moça jovem quando sua mãe faleceu, foi deixada para ser criada pelo padastro que era alcoólatra.

 Maria era uma moça jovem quando sua mãe faleceu, foi deixada para ser criada pelo padastro que era alcoólatra.

HISTÓRIA DE UMA MARIA NAVALHA

Maria era uma moça jovem quando sua mãe faleceu, foi deixada para ser criada pelo padastro que era alcoólatra.

A moça se tornou vitima de frequentes espancamentos, era ofendida com diversas palavras ofensivas e toda vez que o homem chegava do bar ela apanhava de um modo diferente.

Ela suportou tudo até o momento em que sua irmã mais nova começou a apanhar.

Em um dia enquanto o homem estava fora de casa, decidiu fugir dali. Com poucas roupas e sem nenhum sustento ela pegou sua irmã e foi embora.

Sem moradia e com uma criança que tanto amava para sustentar, Maria não sabia o que fazer, não havia um destino certo para si, ao certo ir trabalhar como prostituta e assim ela fez.

Arrumou um cantinho para morar e toda noite deixava a irmã em casa, saindo para seu sustento.

Maria começou a frequentar os bares do bairro atrás de fregueses e conseguia um bom dinheiro, podia pagar suas contas e ser sustentada humildemente.

Até que uma noite foi cercada por três homens com maldade no olhar, começaram a lançar palavras ofensivas sobre ela.

Suas mãos corriam pelo corpo da mulher e ela tentava se desvenciliar, mas eram fortes e quando ela já estava com lágrimas nos olhos, um homem saiu de trás das mesas do bar.

“Deixem-a em paz!”
A voz firme do homem chamou a atenção de todos.
Ele vestia um terno branco, com uma gravata vermelha e um chapéu branco com uma listra vermelha.
Era bonito, alto e forte.

Maria não o conhecia, mas sua ordem fez com que os homens se afastassem.
Os três homens foram para cima dele e com golpes certeiros derrubou todos.

Ela o agradeceu, estava eternamente grata pelo homem e ele a chamou longe do bar, fora do alcanse do olhar dos curiosos.
Quando estavam em um beco escuro, o homem tirou do bolso uma navalha.

“Use isso para se proteger, menina.”
Ele sorriu.
O mais belo sorriso que um homem poderia dar, misturado com a malicia de um boêmio.
Maria hesitou em pegar aquilo, mas aceitou.

“Eu sou Zé Pilintra, estarei sempre por perto.”
Em um rápido movimento ele levantou seu chapéu reverenciando-a e partiu no meio da escuridão.

Depois desse dia Maria não viu o homem materializado novamente, apenas em seus sonhos.

Ela continuava a frequentar o mesmo bar que o conheceu, agora todos a temiam e ela passou a ser conhecida como a mulher da Navalha, Maria Navalha.

Qualquer ameaça, qualquer tropeço errado de um homem, qualquer má intenção ela retalha no fio da navalha.
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(Autor desconhecido)
📸: Joyce D Oxumaré
Salve a malandragem
Salve Maria Navalha