SOBRE OS QUE DESEJAM SER MÉDIUNS
(Texto extraído do livro Elucidações do Além pelo Espírito Ramatís, psicografia do médium Hercílio Maes)
Nem todas as pessoas que se apresentam às reuniões espíritas com o fito de desenvolver sua mediunidade a conselho de outros, são realmente médiuns ou requerem esse desenvolvimento imediato. Já dissemos que muitos confundem manifestações fisiológicas com faculdades mediúnicas; doutra feita trata-se de enfermos; precisam mais de assistência espiritual, do medicamento, do passe e do conselho, do que mesmo de sentar-se à mesa espírita para fenomenologia mediúnica. É de pouca valia o desenvolvimento mediúnico na criatura que ainda não exercitou a paciência, não desenvolveu a bondade, nem perdoou os seus adversários; e ainda é intrigante, caprichosa ou ociosa. Sem dúvida, tal médium há de ser um tropeço entre aqueles que levam a sério sua responsabilidade mediúnica e desejam aproveitar todos os momentos disponíveis para o seu engrandecimento espiritual. Algumas vezes os candidatos a médiuns confundem hipersensibilidade mediúnica com a sua própria irascibilidade, descontentamento, amor-próprio, ressentimentos ou mau gênio, atribuindo aos espíritos desencarnados a culpa de suas próprias mazelas espirituais. Deste modo, aqueles que se apresentam nos centros ou nas reuniões espíritas buscando o desenvolvimento mediúnico, em primeiro lugar devem avaliar o seu grau de paciência, tolerância, renúncia e perseverança em assistir os trabalhos medi únicos, para então auferir os conhecimentos ali divulgados, corrigir sua conduta moral e afeiçoar-se aos demais conhecimentos do Espiritismo.
É indubitável que o médium não poderá beneficiar o próximo, se antes de tudo recusa-se ao burilamento interior, à leitura espiritista e afasta-se do contato benfeitor com os espíritos bons.Os passes magnéticos, as vibrações amorosas dos espíritos guias e as relações incessantes com os componentes dos grupos espiritistas sempre ajudam o candidato a médium a recuperar-se das perturbações espirituais e assim sentar-se à mesa espírita para o devido desenvolvimento mediúnico. Daí, pois, a conveniência do mesmo fazer um pequeno "estágio" de reconhecimento e afinidade para com o grupo de pessoas a que vai submeterse num serviço de intimidade espiritual, onde suas qualidades e seus defeitos virão à superfície atraídos pelas condições hipersensíveis do meio espírita.
A mediunidade é como o "fio d'água"avançando lentamente por entre os escolhos da superfície do mundo, mas encorpando-se e tornando-se cada vez mais útil e generoso, tanto quanto exercita-se no esforço de se "desenvolver" até o curso do rio benfeitor.