MÉDIUM E MEDIUNIDADE - PARTE III
(Extraído do livro Diálogo com as Sombras por Hermínio C. Miranda)
A mediunidade que melhor se presta aos trabalhos de desobsessão é a psicofonia, ou de incorporação. O diálogo com o desencarnado é da própria essência da tarefa, e dificilmente a palavra falada, direta e viva, poderia ser substituída, sem perda considerável da eficácia do processo. Em casos extremos, poderá ser utilizada a psicografia: o doutrinador falaria e o espírito responderia por escrito, mas a experiência revela que nada substitui a palavra falada, nesse tipo de trabalho. Com ela, sentimos com maior facilidade as reações que se processam no manifestante, sua personalidade, seus cacoetes, seu estado de irritação ou de serenidade, suas ironias, suas vacilações, sua sinceridade, suas emoções.
Não quer isso dizer que o grupo deva reunir apenas médiuns de incorporação. Os benfeitores espirituais terão melhores oportunidades de desenvolver suas tarefas por nosso intermédio, quando dispuserem de mais ampla variedade de faculdades, operando através da vidência de um, da Clariaudiência de outro, da intuição de um terceiro, ou até mesmo se utilizando de trabalhos especiais que ainda discutiremos, da faculdade, que têm outros, de exteriorizarem ectoplasmas, ou seja da mediunidade de efeitos físicos.Tal variedade de faculdades é particularmente desejável quando o doutrinador não for dotado de mediunidade ostensiva, como vidência, ou audiência. Nesse caso, os médiuns presentes serão, às vezes, incumbidos de auxiliarem com pequenas e discretas observações e recomendações recebidas dos benfeitores, enquanto ele se acha doutrinando. Isso deve ser feito com muita sutileza e de maneira breve e sumária.
Como a psicofonia é a mediunidade mais indicada para esse tipo de tarefa, André Luiz nos oferece, no seu já citado "Desobsessão", um válidos decálogo de recomendações e sugestões. André considera tais cuidados "essenciais ao êxito e à segurança da atividade" atribuída aos médiuns.
É aconcelhavel, pois, aos médiuns psicofônicos:
* Desenvolvimento da autocrítica,
* Aceitação dos próprios erros, em trabalhos mediúnico, para que se lhes apure a capacidade de transmissão,
* Reconhecimento de que o médium é responsável pela comunicação que transmite,
* Abstenção de melindres ante apontamentos dos esclarecedores ou dos companheiros, aproveitando observações e avisos para melhorar-se em serviço.
* Fixação num só grupo, evitando as inconveniências do compromisso de desobsessão em várias equipes ao mesmo tempo,
* Domínio completo sobre si próprio ou não a influência dos Espíritos desencarnados, inclusive reprimir todas as expressões e palavras obscenas ou injuriosas, que essa ou aquela entidade queira pronunciar por seu intermédio,
* Interesse real na melhoria das próprias condições de sentimento e cultura,
* Defesa permanente contra bajulações e elogios, conquanto saiba agradecer o estímulo e a amizade de quantos lhe incentivem o coração ao cumprimento do dever.
* Discernimento natural da qualidade dos Espíritos que lhes procurem as faculdades, seja pelas impressões de sua presença, linguagem, eflúvios magnéticos, seja pela sua conduta geral,
* Uso do vestuário que lhes seja mais cômodo para a tarefa, alijando, porém, os objetos que costumem trazer jumgidos ao corpo, como sejam relógios, canetas, óculos e joias.