segunda-feira, 21 de junho de 2021

IYÁ ASAGBÒ OU AXABÓ

 

 IYÁ ASAGBÒ OU AXABÓ


Pode ser uma imagem em estilo anime de casacos e jaquetasAxabó é um Orixá feminino, cultuado na Bahia, mas pouco conhecido, é da família de Sangô, algumas vezes tratada até como sua versão feminina.

De origem da região de Tapa e Nupê na África possui fundamentos muito parecidos com os de Sangô.

Iyagbá precursora da família de Oyó, é a irmâ de Iyá Massé Malé, e assim sendo tia de Sangô.

Trata-se de uma iyagbá das águas mornas, ligada à toda a ancestralidade da dinastia de Oyó, com ligação com as Iyá-mi, com poderes e dons de cura e alta magia.

Rege a intuição feminina, o sonho como presságio ou vidência, o sono, o poder curativo e terapêutico dos banhos de asé.

Ligada às artes e à música, representa a mulher de sociedade, altiva e hierárquica.

Axabó é uma Orixá da Casa de Sangô, muito cultuada no Gantois e no Nagô Pernambucano.

Segundo o que se diz ela cuidava da alimentação de Sangô e preparava os banhos da casa.

Nas cantigas dela sempre se ressalta a associação dela com as águas e as folhas:

ERIN LÔ NIBÔ Ò AXABÓ NILÊ ODÔ
ORIXÁ IYN NI IMALÉ AXABÓ LOMI ODÔ

(O Elefante é o dono da floresta, Axabó dona de uma casa no rio.
Venha Orixá dos Ancestrais, Axabó senhora do rio).

Se diz que nunca teve filhos sendo dai o termo: Agbá-ijena para Senhoras respeitáveis q não parem filhos.

É forte, feminina, muito confundida com Obá e Oyá, mas se trata de uma orixá à parte, muito pouco conhecida e cultuada, sendo os seus fundamentos relegados à poucos asés e zeladores.

Usa vestimentas nas cores vermelho e branco ou rosa (podendo ser estampado). Usa sempre pano da costa. Traz na mão uma lira.

Dizem os mais antigos ser com essa lira, à qual ela tocando que ela encantava Sangô ao sono, para que ele repousasse, descansasse e retomasse o trono e o andamento de suas guerras.

Adora carneiro, cágado e a maioria das outras comidas rituais de Sangô.

Responde nos odus 6 Obará, e 12 Ejilaxeborá que representa toda a dinastia de Oyó.

Iya Axabó faz parte dos fundamentos do quarto de Sangô, e segundo algumas tradições Sangô não deve ser assentado sem ela.

Axabò não é considerada uma Iyá porque nunca teve filhos, e assim como Otí não gerou descendentes no Ayé.

Mesmo assim existem algumas filhas dela no Brasil, principalmente nos grandes terreiros tradicionais da Bahia.

Em alguns axés seus iniciados são filhas de Yemanjá que são entregues à ela pela irmã.

Só se inicia uma pessoa para Axabó quando é mulher e sem filhos e o jogo apontou ser filha de Yemanjá e esta pessoa possui um cargo específico na Casa de Sangô.

Orixá extremamente raro e só aparece para ser iniciada quando sua filha tem um cargo específico de cuidar do agbô e dos alimentos da casa de Sangô.

Iyá Axabó também faz parte fundamental dos ritos da fogueira de Sangô.

Muitos sacerdótes abrem asés, mas esquecem muitos detalhes e às vezes detalhes que fazem a diferença dentro de um ilê asé e esta divindade tem por obrigação ser assentada a quem faz fogueira para Sangó e Ayrá e a família de Oyó.


Principalmente as pessoas que são destes orisás mas é um grupo pequeno e restrito que tem tal conhecimento de tal iyágbá e é ela quem proporciona o sonho aos Yáwos (iniciados enquanto recolhidos).

E também juntamente e fundamentalmente fundamentada com Yá mí sendo uma delas também no culto Geledé, e Ossaim o senhor das folhas tanto que ela rege todo o omieró feito no axé juntamente com ele, ela deve ser arrumada no quarto de Sangó e lá cultuada.

Em algumas tradições Axabó não tem parte com Iyá mí, mas com o culto Egungun (mesmo este sendo um rito fechado e relegado apenas aos homens...).

Lembrando que ao arrumar Iyá Massé Malé (mãe de Sangô) tem que arrumar Iyá Asagbó e vice e versa: uma não caminha sem a outra e só se acende a fogueira para Sángo caso tenha ela assentada em um Ile asé não e apenas pegar uma amontoado de lenhas e tacar fogo.

Muito pelo contrário, há varios orisás como exemplo Iyá Sogbá (Yemonjá) também responsável por participar da fogueira de Sángo que devem ser assentados para que se realize esta maravilhosa festa uma das mais lindas do candomblé.

Portanto sem esta iyágbá assentada não se pode ser feita a fogueira com seu total asé e com Sángo e Ayrá satisfeitos senhores principais da fogueira.

MITOLOGIA

Por que Iyá Asagbó se tornou importante para o banho de folhas dadas aos iniciados:

Em Oyó, terra onde Sángo foi rei, houve uma terrível época de seca e neste período como a cidade do rei Sángo sempre estava em guerra com outros estados vizinhos e não poderia sair de sua cidade e palácio.

Então Sángo enviou AYRÁ seu ministro a cidades vizinhas que se encontravam em dificuldade para que seu povo obtivesse ajuda e água.

Algum tempo depois AYRÁ voltou frustrado sem nada ter conseguido isso pelo fato de na época ninguém gostar de Sángo, e por ele mesmo ter tido várias guerras com estes povos.

No entanto em visita à região, sua tia Iyá Asagbó viu a situação de seu sobrinho e ela mesmo tomou os apetrechos das mãos de Ayrá e partiu para os mesmos povos.

Conseguiu com seu temperamento quente e utilizando de magia que aprendera com as Iyá -mi tudo que precisava e a tão sagrada água dos povos vizinhos fazendo com que o povo de Oyó se limpasse e recolocasse tudo em ordem.

Trouxe de um babalawô local um amuleto e entregou aos cuidados de Ayrá Adjaossí (responsável pelas chuvas) e desde então jamais faltou água à casa e ao reino de Sángo.

Este reconhecido e grato,confiou a Iyá Assagbó sua tia, a missão de todo e quaisquer iniciados no seu culto ou o culto yorubá que nenhum banho abençoasse nenhum iniciado que não fosse consagrado além de Ossaim, e também à Iyá Asagbó.

E todo ano também em virtude das grandes festas que acontecem em Oyó e indispensável a sua presença para a fogueira.
Àsé a todos.

Texto:(By Diélitton Darlan)
Postado:#GrupoCandomblénaÍntegra