terça-feira, 15 de junho de 2021

OYA ... Eo CARNEIRO

 

 OYA ... Eo CARNEIRO


Pode ser uma imagem de animal: A mão que abençoa jamais pode amaldiçoar (Ogbè Ọ̀sá)

O texto a seguir foi retirado da tradição Cubana do Odù Ogbè Ọ̀sá.

É um pataki sobre a traição do carneiro contra Oya, fato que definiu uma relação com abrangência sobre toda a religião.

O significado é muito rico e não se pode deixar de refletir sobre o seu conteúdo.

Como toda metáfora, mais do que a estória que define a separação entre Oya e Carneiro, esse texto diz que uma mão que já abençoou uma outra jamais poderá amaldiçoar.

Não se deve levantar a mão, ou acender uma vela que não seja para o bem de uma pessoa que o abençoou um dia.

Isso define de uma forma muito definitiva a relação que deve existir entre pessoas nessa religião.

É muito comum pessoas que foram muito ligadas se desentenderem e depois ficarem trocando issultos e feitiços.

Infelizmente essa é a grande ética que existe nos membros dessa religião.

Contudo se a relação entre duas pessoas já foi maior do que apenas amizade se estamos lidando com filhos e padrinhos ou com filhos e babalorixás, então, jamais nem um nem outro deve levantar sua mão.

Deixe para Olódúmarè resolver essa questão no julgamento dele.

Oya e o Carneiro foram uma vez os melhore amigos.

Ela confiava a ele todo os seus pensamentos, seus medos e seus segredos.

Até quando ela não tinha como contar com um Orixá, lá estava o Carneiro para ajudar e ela o amava acima de todas a coisas.

Os inimigos de Oya colocaram um prêmio por sua cabeça; Suas andanças pelo mundo causam problemas para eles e eles colocaram um prêmio por sua cabeça.

O Carneiro ouviu rumores dos seus anseios, mas como a estória foi passando entre todos na terra, a estória mudou.

O que o Carneiro ouviu foi que Olorun, ele mesmo, queria destruir Oya, e ele estava oferecendo o presente da imortalidade para aquele que a trouxesse ao seu palácio.

Em cobiça o Carneiro foi até Olorun e disse-lhe. "pai, eu tenho ouvido sobre seu ódio por Oya e eu posso trazê-la aqui para você.

Eu posso enganá-la e você poderá ter a cabeça dela como você quiser".

Olorun ficou abalado. ele, também, tinha ouvido que Oya tinha grande inimigos que queriam a sua morte.

Ele também tinha ouvida que entre todas as coisas sobre a face da terra a que ela mais amava era o carneiro.

"- e como, Olorun perguntou, você será capaz de trazê-la para mim?".

"- É simples meu Pai", ele disse. "

Oya confia em mim a sua vida, nós somos os melhores amigos que existe.

Eu a trarei à você assim que você concordar em me dar o prêmio que ofereceu por ela" .

"- E o que poderia isso ser, carneiro?".

"- A vida eterna. Isto foi o que você prometeu, não é?"

Olorun ao ouvir isso ficou furioso, mas sua face estava calma.

"- Carneiro, ele disse, traga Oya para mim e eu lhe darei o que deseja, vida eterna.

Falhe e no lugar da cabeça de Oya eu irei ter a sua".

Ele dispensou o carneiro; tão logo o animal deixou seu palácio, Olorun transportou a si mesmo para a casa de Oya.

"- Oya, ele alertou-a, você tem muitos inimigos que desejam a sua cabeça.

Mas, nenhum deles pode trair você como seu melhor amigo.

O carneiro está vindo para entregar você nas mãos deles.

Você não pode deixá-lo te destruir" .

"- Pai, ela disse desacreditando, certamente você está brincando.

Ele é meu melhor amigo, aquele no qual eu acredito acima de todas as coisas".

"- Isto é verdade, Oya.

Ele irá oferecer a você um lugar seguro e ao invés disso ele a trará até mim.

Para, você ver, o carneiro acredita que eu quero a sua cabeça, e ele me veio hoje oferecer trazer você até mim.

Em troca da sua cabeça ele quer a vida eterna".

A raiva soou como um sino dentro de Oya, tomando conta de si e fazendo o seu sangue ferver.

Olorun estava além da mentira, mas o carneiro era o seu maior amigo.

Ele sabia todos os seus segredos.

Os relâmpagos brilhavam em seus olhos quando ela disse: "- Eu irei destruí-lo!".

"- Não Oya" ele a acalmou com sua voz gentil. "amigos jamais podem trair amigos e você não pode maldizer a quem um dia você abençoou.

Quando o carneiro vir para trair você, você vá com ele.

Mas antes coloque seus 9 ides de cobre em uma caixa.

Assim que você chegar nos muros do meu palácio, sacuda a caixa vigorosamente e um enorme redemoinho ira descer do céu e tirar com segurança do caminho.

Meus guardas irão prender o carneiro nos muros do palácio e eu mesmo irei puní-lo por esta traição.

Ele sabe que o custo da falha e grande e eu mesmo irei tirar a sua cabeça com minhas mãos."

Olorun parou por um momento e então ele abraçou Oya.

" Minha filha, os seres mortais fazem coisas estranhas devido a cobiça.

Mas o carneiro sabe que você o ama.

Talvez mesmo agora ele esteja repensando este seu plano vil.

Talvez ele não venha.

Talvez ela não trai você."

Ouve então ou ruidoso barulho na porta de Oya.

"- É ele, disse Olorun, "Eu preciso ir", E sua figura se desmanchou no ar.

Oya abriu a porta, e o carneiro, agitado e desesperado por dentro, "Minha amiga", ele disse com sua voz embargada, " - seus inimigos estão vagando na floresta e são muitos.

Ele irão vir aqui para matar você. Venho comigo e eu irei levá-la a um lugar seguro".

Ela controlou sua raiva e rapidamente disse "- Eu preciso pegar uma coisa primeiro" .

" Não temos tempo!"

MAs antes que ele pudesse dizer mais alguma coisa Oya estava em seu quarto. Ela colocou nove idé de cobre em uma caixa, como Olorun disse e montou nas costas do carneiro.

" Certamente isto não está acontecendo, ela pensou, talvez... o carneiro esteja me pegando para levar longe de Olorun".

Em um instante o Carneiro estava correndo pela floresta com Oya nas suas costas.

O caminho familiar não deixou dúvida para Oya e ela finalmente acreditou que ele a estava levando para Olorun.

Os portões do palácio cresceram na frente deles e Oya como Olorun havia instruido, sacudiu a caixa vigorosamente.

Um imenso tornado desceu e levou Oya com ele para os céus, longe da visão do carneiro. Ele congelou.

Assim que o tornado se foi ele foi rodeado pelos guardas de Olorun que o trouxeram diante do trono.

CARNEIO, gritou o normalmente gentil Olorun, " Você se envolveu em grandes crimes hoje.

Você buscou destruir sua melhor amiga, aquela que o amava acima de todas as coisas. Você pensou que eu queria a cabeça de Oya.

Eu a amo asim como amo todas as minhas crianças na terra. Oya tem muitos inimigos, isto é verdade, mas nunca eu fui o seu inimigo. Eu jamais poderia trair aquilo que eu uma vez abençoei.

A ira de Olorun cresceu e encheu a enorme sala.

" Pelo motivo de você estar desejando entregar uma de minhas mais amadas filhas nas mão frias da morte, eu sentencio você carneiro à morte.

Sua cabeça é minha assim como todas a cabeças pertencem a mim.

Eu irei tomar a sua cabeça agora!.

Eu foi assim que o carneiro encontrou a morte devido à sua traição a Oya.

Sua cabeça foi enviada aos inimigos de Oya como um sinal de Olorun que ele mesmo jamais iria tolerar que qualquer coisa fosse feito à ela.

Os inimigos de Oya fugiram e ela nunca mais foi traída novamente.

Desde esta traição, Oya jamais estará na mesma sala com o carneiro que foi uma vez o seu melhor amigo, seu confidente e tentou destruí-la.

Por causa desta estória, os filhos de Oya jamais coroarão filhos de Yemanjá e Xango e também estes Orixás poderão coroar filhos de Oya.

O motivo não é uma guerra entre eles, mas o fato deles comerem carneiro.

Assim em qualquer sala que exista uma Oya não poderá haver um assento cujo Orixá tenha comido carneiro.

Texto: Suami D'Osun
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