domingo, 12 de janeiro de 2020

Terreiro do Alaketu, Ilé Maroialaji Alaketu, Ilé Axé Mariolajé, Ilê Maroiá Lájié

Terreiro do AlaketuIlé Maroialaji AlaketuIlé Axé MariolajéIlê Maroiá Lájié


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Terreiro do AlaketuIlé Maroialaji AlaketuIlé Axé MariolajéIlê Maroiá Lájié, é um terreiro brasileiro de Candomblé. Está localizado à Rua Luiz Anselmo, bairro do Matatu em Salvador e foi fundado em 1636 por Maria do Rosário, Otampê Ojaro, descendente da Familia Real de Ketu.[1][2] Também conhecido como "Casa de Mãe Olga do Alaketu", a qual lidera o terreiro como ialorixá. É um dos terreiros mais antigos do Brasil, havendo relatos orais que apontem sua fundação no século XVII, e documentos formais de 1858.[3]
Foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), sob o processo n.º 1484=T-01, de 2005.[1]
O Alaketu é uma comunidade que a sucessão do sacerdócio se processa sempre dentro da línhagem de descendência direta de sua fundadora.
A quarta sacerdotisa a ocupar o trono desta casa dedicada a conservar a tradicão mais pura do candomblé foi a ialorixá Olga Francisca Regis (Oyáfúnmi), conhecida internacionalmente por ter filhos de santo em outros países da América do Sul e na Europa.

História[editar | editar código-fonte]

As primeiras donas do Alaketu eram gémeas e foram capturadas na beira do rio de Minas Santé, que eram fundos do reinado do Ketu. Vieram para o Brasil não como escravas e ali foram criadas até a idade de dezesseis anos, quando voltaram para a África.
Casaram com 22 anos de idade e voltaram para o Brasil abrindo então o terreiro do Alaketu no dia 8 de Maio de 1616.
A dona do Alaketu, que fundou o terreiro, chamava-se Iyá Otampé Ojarô, e a irmã chamava-se Iyá Gogorisa. Sua filha chamou-se Iya Acobiodé. Esse é o primeiro nome que tem qualquer pessoa que seja a primeira filha de um reinado em Ketu.
Depois de Acobiodé vieram dois filhos homens de nome Babá Aboré e Bábá Olaxedom. Baba Aboré foi pai de Obá Oindá, que quer dizer “mulher de rei”, Todas as mulheres desta família tem nomes de Iyaba e os homens de Obas, pertencentes ao reinado de Ketu. Informação dada por D. Olga de Alaketu.[2]

Tradição[editar | editar código-fonte]

tradição oral da casa sugere sua fundação no fim do sec.XVIII. O documento oficial mais antigo ligado à casa é a escritura do terreno da roça extraída por ocasião do inventário do neto da fundadora da casa em 1867.
A tradição diz que o terreiro foi fundado por uma africana originária de ketu, no Daome, que veio para o Brasil com a idade de 9 anos, recebeu o nome de Maria do Rosário. Seu nome africano era Otampé Ojaro. A roça foi consagrada a Oxossi – um dos antigos e principais orixas de Ketu – e a casa de culto construída na roça foi dedicada a Osumare. iro Otampe Ojaro a fundadora e primeira mãe do Alaketu era filha de Osumare, orisa nago intimamente associado ao arco-íris.
Conta a tradição da casa que foi este orisa quem se apresentou no mercado de escravos “na figura de um senhor de posses, alto e simpático” e comprou Otampe Ojaro e sua irmã gémea que com ela viera, alforriando-se em seguida. Otampe Ojaro voltou mais tarde para África onde se casou com Baba Laji em nome de branco “Porfírio Regis”.
Voltou então Otampe Ojaro á Bahia onde comprou o terreno da roça – “por seis patacas” – e fundou o terreiro a que deu o nome de Ilé Maroialaji. A tradição da casa fala no rapto das duas irmãs “em um riacho perto de ketu” pelos daomeanos numa das suas incursões predatórias.
A genealogia de Olga Francisca Regis remonta a cinco gerações, e os claros na sua diagramação foram explicados por se referirem “a pessoas que não tiveram muita obrigação na casa”.
O nome Ojarô, uma abreviatura de Ojá Aro, é o nome de uma das cinco famílias reais conhecidas em Ketu e de onde ainda são escolhidos os Alaketu, num sistema rotativo.

Sacerdotes[editar | editar código-fonte]

Nome de sacerdotes e o período em que exerceu o cargo:
  • Otampê Ojá Arô e Babá Alaji - Porfírio Regis - Maria do Rosário (Otampê Ojaro)
  • Odé Akobi - João Regis - Chiquinha (Ode Acobi ou Acobiodé)
  • Babá Aboré - José Gonçalo Regis (Babá Boré) - Iyá Merenundé
  • Bira da Oxum, 1987
  • Etelvina Francisca Regis (Ogun Lonan)- iyá kèkèré do Alaketu
  • Dionísia Francisca Régis - João Nepomuceno - Maria Francisca (Makende) - Dionísia (Oba Dindá)
  • Olga de Alaketu, Olga Francisca Regis (Oyáfúnmi) - José Cupertino Barbosa - 2005
  • Jocelina Barbosa Bispo, mãe Jojó de Alaketu, 2005
  • José, Louriel, Gérson, Joselina, Joselita, Josenira, Genival e Jonilson