terça-feira, 28 de janeiro de 2020

Igba Ori

Igba Ori

Igba Ori no candomblé do Ile Ase Ijino Ilu Orossi.
Igbá[1] ori, ou ibá ori o é o nome do assentamento sagrado da cabeça de um individuo na cultura nago vodun, identificado no jogo do merindilogun pelos odu ossá.
Cada igba ori é uma representação material e imaterial de um individuo, captando constantemente energias oriundo da natureza para equilibrar a mente do seu adeptos e crentes. É considerado o primeiro orixá da existência (a essência real do ser). Deve ser assentado e louvado antes de qualquer outro Orixá depois de Exú no ritual de Bori, pois só ori permite a compreensão e o transe.
O assentamentos de ori são sempre visto em recipientes de: Porcelana (Variedade de cerâmica dura, branca e translúcida), usado principalmente por iniciantes na feitura de santo. Vaso de cristal (Vidro muito límpido e puro), usado por BabalorixásIyalorixás e pessoas de cargo.
Dentro dos recipientes são colocados apetrechos e fetiches inerente a cada Ori (Yoruba), geralmente uma pedra de cristal de rocha com limpidez e transparência, e dezesseis búzios, tudo conservado em água de chuva ou mineral. Na preparação de qualquer assentamento de orixá os rituais da sasanhafolha sagrada e água sagrada são imprescindíveis.
Nota: Todos assentamentos (igba orixá), devem ser preparados e sacralizados em rituais próprios por Babalorixas ou Iyalorixas.
  • Adendo: Esta descrição e relato acima, não é uma regra religiosa geral e nem tampouco um rito generalizado de Borí (Barretti Fº, 1984.)[2] dos candomblés, principalmente os da nação Keto (Ketu), uma das afrodescendentes do povo yorùbá no Brasil. (Barretti Fº, 2012.) [3] Com certeza é um relato da casa de candomblé Ile Ase Ijino Ilu Orossi (conferir: foto e ficheiro.), e possivelmente, de sua família-de-santo, ascendente ou descendentes.

    Igbá-Orí tradicional dos yoruba[editar | editar código-fonte]

    Falando sobre Ile Ori (a casa da cabeça) e do Ibori (a cabeça interior), Samuel Johnson (1921) no livro "The History the Yoruba" escreve:
    "O ori (a cabeça) é o deus universal cultuado por os sexos como o deus do destino. Acredita-se que a boa sorte ou infortúnio de alguém ocorre pela determinação deste deus, por isso ele é propiciado para que a boa sorte possa ser compartilhada com seu devoto.
    A imagem representativa é 41 búzios amarrados juntos em forma de coroa. Ele é guardado dentro de um cofre feito do mesmo material chamado Ile Ori (casa de Ori), que pode ser do tamanho que seu proprietário deseja, ou pode construir."[4]

    No Batuque[editar | editar código-fonte]

    Batuque do Rio Grande do Sul utiliza uma peça de louça com tampa, geralmente uma manteigueira, na qual guarda-se os búzios, folhas e outros elementos, utilizados no borí (rito propiciatório da cabeça). Tal qual o Igbá-Orí tradicional dos yorùbá, também não utiliza ǫta.

    Referências

    1.  O candomblé bem explicado: Nações Bantu, Iorubá e Fon, Por George Maurício, Vera de Oxalá
    2.  Barretti Filho, Aulo. "Oferenda ao OríBorí, um Rito de Comunhão". In: Artigos & Textos. Internet, 2012.
    3.  Barretti Filho, Aulo. "Religião dos Òrìsà" In: Artigos & Textos. Internet, 2012.
    4.  JOHNSON, Samuel (1973). The History of the Yoruba [1921]. Londres: Routledge & Kegan Paul Ltda. p. 27