domingo, 12 de janeiro de 2020

Ajaká

Ajaká

Aláààfin de Òyó, o Oba Ajaká, meio irmão de Sàngó, era muito pacifico, apático e não realizava um bom governo.
Sàngó, que cresceu nas terras dos Tapa (Nupe), local de origem de Torosí, sua mãe, depois instalá-se na cidade de Kòso. Mesmo rejeitado pelo povo por ser violento e incontrolável, aclamou-se como Oba Kòso, agora, também tirânico. Mais tarde, com seus seguidores, se estabeleceu em Òyó, num pequeno bairro que recebeu o mesmo nome da cidade que viveu, Kòso, com isso manteve seu titulo de Oba KòsoSàngó percebendo a fraqueza de seu irmão e sendo astuto e ávido por poder, destrona Ajaká e torna-se o terceiro Aláààfin Òyó.
Ajaká, também chamado de Dadá (aquele que nasce com os cabelos encaracolados), exilado, sai de Òyó para reinar numa cidade vizinha e menor, Igboho, obviamente, não usaria mais a coroa real de Òyó. Com vergonha por ter sido deposto, declara que neste seu reinado vai usar uma coroa (adé), que cubra seus olhos envergonhados e somente deixará de usar-la quando novamente puder usar o adé que lhe foi usurpado. Essa coroa que Dadá Ajaká passa a usar, é rodeada por vários fios ornados de búzios no lugar das contas preciosas do adé de Òyó, e esta chama-se adé bayánni (ver fotos). Dadá Ajaká, então, casa-se e tem um filho de nome Aganjú, que vem a ser sobrinho de Sàngó.
Sàngó reina durante sete anos em Òyó, sob intenso remorso das inúmeras atrocidades cometidas e com o povo revoltado. Assim, ele abandona o trono e se refugia na terra natal de sua mãe em Tapa. Após um tempo, suicida-se, enforcando-se numa árvore chamada de àyòn (àyàn) na cidade de Kòso. Com o fato consumado, Dadá Ajaká volta à Òyó e reassume o trono, retira então o adé bayánni e passa a usar o adé Aláààfin, tornando-se então o quarto Alááàfin Òyó. Após sua morte, assume o trono seu filho Aganjú, neto de Òrànmíyàn e sobrinho de Sàngó, tornando-se o quinto Aláààfin Òyó.
Com Aganjú termina o primeiro período da formação do povo yorùbá; após seu reinado se dá inicio ao segundo período, o dos reis históricos.
Vimos: “De Ilé-Ifè até Òyó, de Odùduwà a Aganjú, passando por Sàngó.
Adé bayánni, tipo de coroa usada por Dadá Ajaká, durante seu exílio na cidade de Igboho.