domingo, 12 de janeiro de 2020

Radiestesia

Radiestesia

Um rabdomante em seu ofício, de Pierre le Brun em Histoire critique des pratiques superstitieuses (Jean-Frédéric Bernard, 1733–1736).
Radiestesia ou radioestesia é uma sensibilidade a determinadas radiações, como energias emitidas por seres vivos e elementos da natureza. As aplicações são, por exemplo, feitas por pessoas que podem determinar o local exato onde há poços de água subterrâneos com apenas uma vareta de madeira, ou pessoas que podem encontrar alguém desaparecido com um pêndulo e um mapa.
A radioestesia é uma pseudociência. Seus defensores alegam possuir a capacidade de captar radiações e energias emitidas por quaisquer objetos. Esta habilidade permitiria aos radiestesistas (geralmente com o auxílio de bastões, pêndulos e outros instrumentos) encontrar água e minerais, corpos enterrados, objetos perdidos, ou qual seria a melhor dieta para um determinado organismo.
Ainda segundo estes, não existem artigos publicados em periódicos científicos que corroborem tal hipótese (a sensibilidade às radiações).

Etimologia[editar | editar código-fonte]

As palavras radioestesia e radiestesia são neologismos construídos a partir de dois termos: o latino radium, "radiação", e o grego αἴσθησις [aísthesis], "percepção pelos sentidos". No passado usava-se também o termo rabdomancia, formado pelos termos gregos ῥάβδος, "vara" ou "verga", e μαντεία "adivinhação".

Dados históricos[editar | editar código-fonte]

Os primeiros pêndulos foram encontrados no Egito, no Vale dos Reis. Há cerca de 2000 anos antes da nossa era, chineses radiestesistas já se utilizavam da arte do pêndulo para encontrar fontes da água, minérios e a usavam também na agricultura.
No século XVIII, em 1780, os médicos Dr. Thouvenel e Dr. Bleton escrevem o livro "Memória física e medicinal", demonstrando as relações entre a forquilha, o magnetismo e a eletricidade.
Em 1890, os abades Mermet e Bouly usaram pela primeira vez o termo radiestesia.
Em 1929 é criada a Associação Francesa dos Amigos da Radioestesia, que contava com a participação de vários cientistas das melhores academias de ciências da época. Desde então esta ciência tem ganhado inúmeros adeptos, crescendo muito no domínio da medicina, da psicologia, na harmonização de casas e terrenos.
Segundo a Radioestesia existe um campo magnético terrestre que provoque um radiação, que possam mover na terra certas linhas ou correntes telúricas como se fossem uma rede a fazer cruzamentos entre elas, originando a teoria das Linhas de Ley assim como das linhas Hartmann e Curry, estudadas por Ernst Hartmann e Manfred Curry respectivamente, que possam ter influência em todos os seres vivos.

Críticas[editar | editar código-fonte]

Recentemente, uma pesquisa[1] foi realizada em Kassel, na Alemanha, sob a direção da Gesellschaft zur Wissenschaftlichen Untersuchung von Parawissenschaften (GWUP) [Sociedade para a Investigação Científica das Paraciências]. O teste de cerca de 30 radiestesistas consistia de canos enterrados a 50 centímetros, por onde água poderia ser controlada e direcionada. Na superfície, a posição de cada cano foi demarcada com uma fita colorida, portanto tudo o que os radiestesistas deveriam fazer era indicar se havia ou não água correndo pelo cano. Todos assinaram um atestado concordando que aquele era um teste justo de suas habilidades e que esperavam 100% de acerto. Os resultados não foram melhores do que aqueles que seriam esperados pelo acaso.
James Randi por muitos anos ofereceu o Desafio Paranormal de Um Milhão de Dólares, em que a Fundação Educacional James Randi oferece um milhão de dólares a quem demonstrar evidências de qualquer efeito paranormal sob condições controladas. Os candidatos realizam testes preliminares (projetados por eles mesmos em concordância com a fundação), e aqueles que passam dos testes preliminares realizam o teste formal para concorrer ao milhão de dólares. Até hoje, das centenas de candidatos que realizaram os testes - incluindo dúzias de radiestesistas realizando testes similares ao descrito acima - nenhum passou ainda.

Estudos científicos[editar | editar código-fonte]

A radioestesia não prova ser uma ciência no sentido estrito, pois não há dados que corroborem as hipóteses dos proponentes. Todos os experimentos conduzidos seguindo o método científico demonstraram que o uso de técnicas de radioestesia não aumenta a probabilidade de que seja encontrada água no solo estudado, por exemplo.
Porém, mesmo existindo divergências sobre sua eficácia a radioestesia conseguiu ser aceita pela Academia de Ciências de Cuba, e ser incluída em 2009 entre os temas debatidos no VIII Congresso Cubano de Geologia[2].
A radioestesia também foi por muitos anos aceita nos Estados Unidos como ciência; No entanto faltam estudos para comprovar o tema.

Outras possíveis explicações[editar | editar código-fonte]

Alega-se que o movimento dos bastões dos radiestesistas é causado pelo efeito ideomotor, que supostamente explicaria essa característica - além de outros supostos mistérios paranormais.
Alega-se também que a aparente taxa de acerto seria causada pelo viés de confirmação - quando lembram-se dos acertos como evidência de funcionamento de uma hipótese, e os erros não são mencionados. Essa é uma tendência natural da mente humana e não necessariamente aplicada de má-fé pelos proponentes.

Referências

  1.  «GWUP-Psi-Tests 2004: Keine Million Dollar für PSI-Fähigkeiten» (em alemão). Consultado em 11 de outubro de 2008. Arquivado do original em 10 de abril de 2005«GWUP-Psi-Tests 2004: Keine Million Dollar für PSI-Fähigkeiten» (em inglês). Consultado em 11 de outubro de 2008. Arquivado do original em 14 de agosto de 2007
  2.  «Congresso Cubano de Geologia». Consultado em 17 de julho de 2010. Arquivado do original em 1 de maio de 2011