domingo, 12 de janeiro de 2020

Oraniã

Oraniã

ÒrànmíyànỌranyan[1]Oraniã (aportuguesado), conhecido pelos cubanos como Oranyan, foi um rei dos iorubás da cidade de IfeNigéria. Era o filho mais novo de Oduduwa e foi o mais poderoso de todos, e mais famoso em toda nação iorubá. Famoso como caçador e pelas grandes e numerosas conquistas. Foi o fundador do Império de Oyo por volta de 1400.
Em Ifé existe um monólito que tem o nome Opa Òrànmíyàn em sua homenagem. Uma de suas mulheres, Torosi, que era filha de Elémpe, rei da nação Tapá (Nupe), foi a mãe de Xangô que mais tarde veio ser o Alaafin de Oyo no lugar de seu irmão mais velho Dadá Ajaká, Oranyan colocou seu outro filho, Eweka, como Obá do Benim, e se tornou o Óòni de Ifé.

História[editar | editar código-fonte]

Pierre Verger, em "Orixás, Editora Corrupio" descreve um Itan que fala do nascimento de Oranian (Òrànmíyàn)[2]:
"Oranian (Òrànmíyàn) foi concebido em condições muito singulares, que sem dúvida, espantariam os geneticistas modernos. Uma lenda relata como Ogum, durante uma de suas expedições guerreiras, conquistou a cidade de Ogotún, saqueou-a e trouxe um espólio importante. Uma prisioneira de rara beleza chamada Lakanjê agradou-lhe tanto que ele não respeitou sua virtude. Mais tarde, quando Oduduwa, pai de Ogum, a viu, ficou perturbado, desejou-a por sua vez e fez dela uma de suas mulheres. Ogum, amedrontado, não ousou revelar a seu pai o que se passara entre ele e a bela prisioneira. Nove meses mais tarde, Oranyan nascia. O seu corpo era verticalmente dividido em duas cores. Era preto de um lado, pois Ogum tinha a pele escura, e pardo do outro, como Oduduwa, que tinha a pele muito clara... Essa característica de Oranyan é representada todos os anos em Ifé, por ocasião da festa de Olojó, quando o corpo dos servidores do Oòni é pintado de preto e branco. Eles acompanham Óòni de seu palácio até Òkè Mògún, a colina onde se ergue um monólito consagrado a Ogum. Essa grande pedra é cercada de màrìwò òpè, franjas de palmeiras desfiadas, e, nesse dia, os sacrifícios de cão e galo são aí pendurados. Óòni chega vestido suntuosamente, tendo na cabeça a coroa de Oduduwa. É uma das raras ocasiões, talvez mesmo a única do ano, em que ele a usa publicamente, fora do palácio. Chegando diante da pedra de Ogum, ele cruza por um instante sua espada com Osògún, chefe do culto de Ogum em Ifé, em sinal de aliança, apesar do desprazer experimentado por Oduduwa quando descobriu que não era o único pai de Oranyan."