Okobalaye
Okobalaye é uma palavra composta que deriva de três outras originárias da língua Iorubá, que significam algo similar a "fazenda do Rei vivo". As palavras iorubá são Oko, ou fazenda; Obá, ou Rei; e Laye, que significa vivo.
História[editar | editar código-fonte]
Um terreiro de culto Omolokô na Região Metropolitana do Rio de Janeiro compreende rituais fundamentados na adoração às divindades africanas.
Oficializado na década de 1960, na cidade de São Gonçalo, o terreiro completa quase meio século de existência, tendo em seus primórdios o culto à Umbanda, comandado por Dª. Léa Maria Fonseca da Costa, que se iniciou ainda na década 1950, que ao cumprir os preceitos recebeu o cargo de egbomi e o cargo de Iyalorixá. A iniciação e confirmação foram concebidas pela finada Iyalorixá Cenira ou Monavurú, na época residente em Fazenda dos Mineiros, bairro de São Gonçalo, e filha de um pai de santo conhecido como Velho Nélio.
Após a feitura de Dª. Léa Maria, houve uma segregação do terreiro, já que se mantiveram os cultos de Umbanda. Porém, a partir de então, criaram-se dois polos: um de culto às divindades de Umbanda, e um outro de culto aos orixás, cada qual em sua ordenação.
Dª. Léa Maria ficou conhecida na região como Léa de Iansã e comandou a casa-de-santo até o final do século XX, vindo a falecer no mês de julho de 2000.
Após sua morte, o ilê ficou fechado por três anos enquanto duraram os rituais fúnebres e após o período de luto, a casa se reergueu com a posse de Maxilene de Xangô, filha carnal de Dª. Léa, a herdeira do axé, ordenada por Iansã e Xangô, orixás da falecida Iyalorixá, que determinaram o mandado através do oráculo de Ifá.
Conhecida no terreiro como Omobá, atualmente lidera a família de santo, preservando os costumes e preparando a nova geração de omorixás, assegurando assim a continuidade e permanência da tradição.
Maxilene de Xangô, acompanhada pelo Ogan Ernani, além das anciãs Rita de Oxalá e Maria de Oxum, confirmaram as obrigações de Fabiano Santana, na roça conhecido como Ejakum, para assumir o cargo de babakekerê ordenado pelo Xangô da atual mãe de santo, bem como acompanharam as obrigações de confirmação de Jocinéia, conhecida na roça como Nilá, e Renata Ramos, a Yamiodo. Respectivamente ekedis de Xangô e Ogum.
Fabiano Santana, por sua vez, depois das obrigações concebidas, confirmou André, o Cainã como Ogan, e seu primeiro filho.
Árvore genealógica[editar | editar código-fonte]
Dª. Léa Maria, que morreu sexagenária, foi a ascendente da Okobalaye, dando origem a árvore genealógica da família espiritual que cultua os Orixás no Brasil conhecidos como Omolokô e Filhos da Gameleira Branca.
Dividida em dois grupos, a genealogia da casa de santo ficou representada da seguinte maneira:
- Neli (Yá), de Iansã;
- Rita, de Oxalá – Mãe criadeira;
- Maria, de Oxum – Cozinheira-de-santo;
- Maria do Carmo, de Ogum – egbomi;
- Ceceia, de Xangô – egbomi;
- Ilza, de Xangô – egbomi;
- Maria das Graças, de Yemanjá – egbomi;
- Maria do Socorro, de Ogum – egbomi;
- Evandro, de Obaluaiê – babalorixá;
- Francisco Alves, de Xangô – egbomi;
- Maria José, de Iansã;
- Osveralda, de Iansã – egbomi;
- Mariza, de Oxum;
- Marcos Souza, de Obaluaie – egbomi;
- Helena Maria Souza, de Onira – egbomi;
- Bárbara Vanessa, de Xangô – ekedi;
- Lídia Maria, de Yemanjá – ekedi;
- Ana Chélida, de Oyá – egbomi;
- Marcos Luiz, de Ogum – ogan;
- Berimbau – ogan;
- Sérgio, de Xangô – axogun;
- Romeu – ogan;
- Ernani, de Ogum – ogan;
- Américo, de Ogum – pejigan;
- Cassiano Santana, de Exu – ogan;
Um fato relevante na construção da genealogia da casa, foi a feitura de Ilka dos Anjos, de Yemanjá, que na época de sua feitura estava grávida de Fabiano Santana, de Ogum, único Abiaxé, hoje pai-pequeno da roça de santo.
Assim fecha-se uma descendência direta de Dª. Léa Maria Fonseca da Costa, formando a família, entre falecidos e vivos, que gerou o axé Okobalaye de tradição Omolokô.