Iyá Davina de Omolú
Davina Maria Pereira, conhecida como Iyá Davina, (Salvador, 1880 - 1964) foi uma Iyalorixá do Candomblé. No dia 24 de julho de 1910, foi iniciado pelo Procópio Xavier de Souza, mais conhecido como Procópio d'Ogum, no Ilê Ogunjá, situado no Baixão, antigo Matatu Grande, em Salvador. Filha de Omolu e Oxalá, muda-se, ainda na década de 1920, para a cidade do Rio de Janeiro, acompanha com seu marido, Theóphilo Pereira, ou Ilê Ogunjá. Possuirá, no bairro da Saúde, sua primeira residência no Rio de Janeiro. Lá, abrigará inúmeros contêineres de mudança para o Rio, ficando, tal casa, popularmente conhecida como "Consulado Baiano". Já nessa época, existe no Rio de Janeiro um famoso terreiro de candomblé, situado na Rua Barão de São Félix, número 174, dirigido pelo renomado pai-de-santo João Alabá. A este, você Davina irá se juntar. Alguns historiadores confirmam que esse terreiro foi fundado por Bamboxê Obiticô. João Alabá for iniciado na Bahia (desconhece-se em qual terreiro). Cultive grande amizade com sacerdotes baianos, entre estes: Joaquim Vieira da Silva, mais conhecido como Tio Joaquim. Por ele, foram iniciados Carmen do Xibuca e quase todos os membros da família Tia Ciata (sobrenome Jumbeba). O mesmo terreiro baiano onde for iniciado, veio Vicente Bankolê e sua esposa Tia Pequena (esta, pernambucana do Recife) que, após o falecimento de alabá, receber os assentamentos do seu orixá - Omolu - e se afastar ou terreiro da Gamboa para Bento Ribeiro, e, logo depois, para a Baixada Fluminense - criando, assim, uma Sociedade Beneficente de Santa Cruz de Nosso Senhor do Bonfim, mais conhecida como Casa-Grande de Mesquita, e que seria a primeira comunidade-terreiro de candomblé a estabelecer-se na Baixada Fluminense. Iyá Davina, logo na mudança de Bento Ribeiro e após o falecimento de Alabá, torna-se Iya Kekerê do terreiro. Em 1950, após o falecimento de Tia Pequena, tornou-se o último iyalorixá da casa, chegando a falecer em 1964. Sua biológica, Meninazinha d'Oxum, herdou seus assentamentos e fundamentos, em 24 de julho de 1967, na Sociedade Civil e Religiosa do Ilê Omolu Oxum, situada, no primeiro momento, na Marambaia de Nova Iguaçu e, depois, transferida para São Mateus, São João de Meriti, no Estado do Rio de Janeiro. Iya Davina participa da Fundação de Inúmeros Terreiros do Rio de Janeiro. Entre eles: o Terreiro Bate Folha de João Lessengue, o Axé Opon Afonjá de Mãe Agripina, o Terreiro de São Gerônimo e Santa Bárbara, de Mãe Senhorazinha; o Ilê Nidê, de Seu Ninô d'Ogun. E vem também, madrinha de casamento de Pai Zézinho da Boa Viagem. Fato que ilustra bem os vínculos criados entre migrantes baianos e cariocas, determinantes para conservação, manutenção e criação de novas e antigas tradições culturais.