segunda-feira, 16 de julho de 2018

CIGANA SARITA

Era morena, de cabelos e olhos pretos.

Usava os cabelos presos em uma trança que caía pelo lado esquerdo do pescoço, indo até a cintura, e que tinha as pontas enfeitadas com fitas finas coloridas.

SUAS ROUPAS
Sarita usava blusa vermelha, curta, com mangas bufantes.

Na cintura levava uma faixa de várias cores.

A saia era feita até a metade com pano estampado; o resto era de pano liso amarelo, montado em babados cujas barras eram recortadas em bicos.
SEUS ADEREÇOS
Ela usava na cabeça um lenço estampado, predominando o amarelo-ouro; em dias de festa punha em cima do lenço uma tiara de flores vermelhas.

No pescoço ela trazia muitos colares de pedras em várias cores, predominando a vermelha.

Nas orelhas usava grande argolas de ouro; no dedo indicador da mão direita, um anel de ouro com um rubi e no mesmo dedo da mão esquerda, um anel de ouro com um topázio amarelo.

SUA MAGIA

Para unir um casal com filhos que se separou a cigana Sarita costumava fazer o seguinte: em um pote de barro com tampa ela colocava água de rio e triturava a semente do timbó-mirim (ou anileira verdadeira), produzindo uma água azulada (também se pode utilizar anilina azul para confeitos).

Nessa água ela colocava um papel com o pedido para juntar o casal, adicionava açúcar e um punhado da erva amor-agarradinho e, então, tampava o pote.

Em seguida, acendia duas velas amarelas em cima da tampa e dizia:

“Junte estas pessoas novamente, Santa Sara, pois eles tem (dizia o número de filhos) filhos que não pediram para vir ao mundo.” Ela repetia esse pedido por sete dias seguidos.

Depois, enterrava o pote próximo de uma arvore frondosa e frutífera.

A fruta da sua preferência era maçã vermelha, e a fase da lua era a cheia.

Autora: Ana da Cigana Natasha
Livro: Ciganos do Passado Espírito do Presente
Editora: Pallas