Rúbia era uma belíssima e jovem cigana. Certa tarde, ela caminhavas pela rua quando começou a ouvir passos atrás de si. Era Felinto, um bêbado que há muito tempo a perseguia. Linda, adolescente, cabelos cor de fogo, ela atraíra a cobiça e a luxúria do homem.
Rúbia entrou por uma viela, assustada, tentando despistar seu perseguidor. No entanto, foi pior e ele estava a poucos passos dela. Rúbia olhava para os lados, a procura de alguém a quem pudesse pedir ajuda, mas a cidade estava deserta, a tarde caía.
Todos conhedciam as bebedeiras daquele homem, mas nunca se soubera que ele fizesse mal a alguém. Mas Rúbia pressentia suas más intenções e estava apavorada. Ela nunca saía sózinha, apenas acompanhada de algum de seus irmãos, mas achava que, já sendo uma moça, tinha direito a um pouco mais de liberdade. Naquela tarde, fora dar um passeio às margens de um arroio próximo, e voltava para seu acampamento muito feliz.
Ela ainda tentou correr, mas foi inútil; sentiu uma das mãos de Felinto tapar sua boca, enquanto ele a derrubava no chão, tirando sua virgindade numa dor profunda. Completado o ato, ele se ergueu com um sorriso cínico nos lábios.
Rúbia olhou ao seu lado e viu uma pedra ponteaguda. Com muito ódio pelo que havia acontecido, agarrou a pedra e, percebendo Felinto distraído abotoando as c alças, deu-lhe uma pedrada com toda a força. Mas ele era muito forte , se virou e a agarrou pelo pescoço, e assim, Rúbia foi perdendo os sentidos e deu seu último suspiro, ao mesmo tempo em que Felinto caía, morto também, sobre seu corpo. Foi assim que os dois foram encontrados.
O espírito de Rúbia vagou por muito tempo por vales sombrios, até que ela foi socorrida e transformou-se na Pomba Gira Cigana Rúbia Rosa Vermelha, entidade discreta e bela, que encanta a todos que a conhecem…