domingo, 2 de outubro de 2022

Tarot mitológico: origem das cartas, significado dos naipes e mais!

 

Tarot mitológico: origem das cartas, significado dos naipes e mais!

O que é o Tarot mitológico?

Pessoa escolhendo carta no jogo de Tarot

O Tarot mitológico é uma adaptação das imagens medievais, utilizadas em tarots tradicionais como o de Marselha, a passagens, mitos e personagens da mitologia grega. É um dos baralhos mais vendidos e utilizados no mundo e, assim como os demais tipos de Tarot, exige estudo sério por parte de quem o pratica.

Esse baralho traz uma série de inovações e muitos simbolismos, enquanto preserva a tradicional estrutura do Tarot de Marselha. O Tarot mitológico, da mesma forma que os demais tarots, possui 78 lâminas, cada uma representando identidades relacionadas a sentimentos básicos do ser humano.

Acompanhe agora os fundamentos do Tarot mitológico, assim como a maneira de consultá-los. Veja também mais detalhes sobre os arcanos maiores, os arcanos menores e como esse baralho poderá te auxiliar a tomar decisões mais assertivas.

Fundamentos do Tarot mitológico

Mulher embaralhando cartas de Tarot

Para uma melhor compreensão do Tarot mitológico, veja a seguir quais são as origens, os objetivos e os benefícios dessa versão do baralho, e que se tornou um sucesso em todo o mundo.

Origem

Lançado em 1986, o Tarot mitológico tornou-se sucesso de vendas, sendo traduzido e vendido em todo o mundo. Considerado na época como uma inovação no mundo do Tarot, essa versão mitológica foi criada pela astróloga americana Liz Greene, em parceria com a artista plástica Tricia Newell e com a taróloga Julliette Sharman-Burke.

As 78 cartas deste Tarot são fundamentadas nas histórias dos deuses gregos, com seus desenhos relacionados ao período da renascença. Tais histórias correspondem, poeticamente, a padrões e experiências ligados às relações humanas.

Objetivos

O Tarot mitológico, através das histórias dos deuses gregos e também pelos arquétipos e símbolos neles encontrados, funciona como um espelho de experiências e sensações humanas. Desta forma, temos este Tarot como uma ferramenta que permite vislumbrar aquilo que a mente racional não acessa, e que é demonstrado pelas cartas.

Em momentos decisivos, de incertezas ou dilemas, os personagens do Tarot mitológico agem como conselheiros, apontando uma direção em um sentido mais profundo de nós mesmos.

Benefícios

Acredita-se que é impossível alguém viver em plenitude e harmonia quando o inconsciente e subconsciente não estão em harmonia.

Neste sentido, o maior benefício do Tarot mitológico é justamente o autoconhecimento, a harmonização entre consciente e subconsciente através da interpretação dos sinais trazidos pelos personagens, arquétipos, símbolos e mitos contidos nas cartas. Assim, há um maior equilíbrio na tomada de decisões.

Outros benefícios do Tarot mitológico são a identificação de certas ações que podem auxiliar sua vida, além de descobrir as raízes das situações.

Como consultar o Tarot mitológico?

Mulher fazendo leitura de 3 cartas no Tarot

Ao consultar o Tarot mitológico, deve-se ter em mente o assunto ou questão pertinente ao momento e, ao embaralhar e tirar as cartas, a interpretação te trará valiosas orientações.

As respostas e orientações virão em forma de figuras, as quais remetem a mitos e personagens da mitologia. Confira a seguir como o entendimento das abordagens históricas e psicológicas do Tarot mitológico são essenciais para uma consulta de qualidade.

Abordagem histórica

Mesmo vindos da antiguidade e de uma civilização há muito tempo inexistente, os mitos gregos continuam sendo narrativas eternas e vivas. Vale ressaltar que, independente da época ou da cultura, todos os povos fizeram, e ainda fazem, uso dos mais variados mitos, relacionando-os às mais diversas facetas da essência humana.

A abordagem histórica do Tarot mitológico busca explicar as intenções iniciais e as origens da carta, tendo como fundamento os mitos e personagens gregos. Independente das referências que temos, as cartas do Tarot mitológico evocam nossa memória primitiva, que está ligada aos folclores, mitos e lendas.

Essa abordagem histórica, concreta e factual, torna-se, de certa forma, mais fácil com um conhecimento mais profundo sobre a mitologia grega em geral.

Abordagem psicológica

Por mais sobrenatural que possa parecer, a abordagem psicológica do Tarot mitológico é, na verdade, fundamentada em arquétipos - ou seja, exemplos que servem de modelos para traçar comparações em relação a alguma situação.

Ligada intimamente à psique humana, a abordagem psicológica reflete padrões arquétipos influenciadores já existentes na vida de uma pessoa. Trata-se de uma espécie de segredo ou história oculta que não conseguimos revelar, e que são mostradas pelas figuras presentes nas cartas.

Arcanos maiores: A viagem

No Tarot mitológico, os arcanos maiores são representados por imagens que se referem a fases distintas de uma viagem. Essa jornada representa a vida que todo ser humano faz, desde o nascimento até a morte. Seria a viagem do Louco, primeira carta dos arcanos maiores, representado pelo deus Dionísio no Tarot mitológico.

Por ser um transcurso dinâmico, essa jornada é considerada um espiral de fases que podem passar pelas mesmas questões, sempre com um grau mais elevado de amadurecimento.

Composta por 22 cartas, os arcanos maiores não devem ser considerados totalmente positivos ou negativos durante uma consulta. A interpretação deve ser de níveis de dificuldade maiores ou menores diante de alguma situação ou dúvida consultada por meio das cartas.

Confira a seguir de que forma os arcanos maiores do Tarot mitológico retratam a infância, a adolescência e a maturidade de um indivíduo. Veja também como as crises, transformações, realizações e fechamento de ciclos são abordados por esse tipo específico de Tarot.

Infância

No Tarot mitológico, a infância é a fase representada pelas cartas do Mago, da Imperatriz, do Imperador, da Sacerdotisa e do Hierofante. O mago, no Tarot mitológico, é representado pelo deus Hermes, vestido de túnica branca e manto vermelho.

Este arcano traz um senso de habilidades criativas e dons que ainda não manifestaram. Simboliza oportunidades novas e inexploradas, deixando claro que capacidades ainda não desenvolvidas serão possíveis durante a jornada.

Por sua vez, a carta da Imperatriz é representada pela deusa Deméter, deusa da fertilidade e protetora das criaturas indefesas. Carrega um sentido de acolhimento, de criação e de que, se plantadas em terrenos férteis, as ideias geram bons frutos.

O arcano do imperador é representado por Zeus, pai de todos os deuses na mitologia grega. Representa proteção e domínio por ser o deus dos deuses, mas também carrega um sentido de rigidez e disciplina.

A Sacerdotisa é representada por Perséfone, rainha do submundo e guardiã dos segredos dos mortos. Tem o significado de intuição e introspecção, com um simbolismo de autoconhecimento sobre as trevas e as luzes que cada um carrega em si mesmo.

O Hierofante no Tarot mitológico é representado por Quíron, o rei dos centauros. Simboliza a espiritualidade na terra e seus aspectos e valores corretos, sendo, na mitologia grega, o responsável por ensiná-los aos príncipes da Terra.

Adolescência

A fase transitória, muitas vezes confusa e turbulenta, entre infância e maturidade é representada pelas cartas Enamorados e O carro.

O arcano dos Enamorados é representado pelo dilema do príncipe Paris, que, na mitologia grega, deve escolher uma entre 3 divindades femininas. Assim, o arcano dos Enamorados simboliza impasses e indecisões típicas da adolescência, seja no âmbito amoroso ou qualquer outro aspecto da vida humana.

Já a carta O carro é representada pela figura de Ares, deus da força bruta e da guerra, que enfrenta as batalhas com a intenção de vencer. Essa carta simboliza a iniciativa diante de empreendimentos com a intenção de obter sucesso. Traz, também, uma reflexão sobre autocontrole para se evitar conflitos desnecessários.

Maturidade

No Tarot mitológico, a fase madura e equilibrada da existência é representada pelos arcanos da Justiça, da Temperança, da Força e do Eremita.

A carta da Justiça é representada pela figura da deusa Athena, divindade guerreira, porém também a deusa da sabedoria e da estratégia. Traz um simbolismo de que, muitas vezes, se vence não pela força bruta ou pela agressividade, mas sim pela sabedoria diante das situações.

Já a carta da Temperança é representada pela deusa Íris, divindade adorada tanto por deuses, quanto por mortais, sendo a mensageira entre os céus e a terra na mitologia grega. Essa carta é carregada de sentido de equilíbrio e meio-termo, dando um recado que, por muitas vezes, nem 8 nem 80 são as melhores posturas a se adotar.

O mito de Hércules versus o leão da Nemeia representa a carta da Força no Tarot mitológico. Esse arcano traz um sentido de que a sabedoria supera a força física, já que, nesse mito, Hércules vence o leão usando a estratégia de surpreendê-lo em uma caverna, e não apenas em força bruta.

Para o arcano do Eremita, temos o deus do tempo Cronos como representante. Traz um sentido de que nada permanece imutável, e que há tempo para tudo na vida. A volta à própria individualidade, de forma a buscar a sabedoria em nós mesmos, e não somente de fontes exteriores, é uma das simbologias dessa carta, que traz um arquétipo de sabedoria e inteligência.

Crises

Não existe viagem sem mudanças repentinas, perdas ou crises. No Tarot mitológico, esses aspectos da vida são representados pelas cartas da Roda da fortuna, do Enforcado e da Morte.

A representação mitológica do arcano da Roda da fortuna é feita pelas Moiras, ou Parcas - as 3 deusas do destino na mitologia grega. São as responsáveis por fiar o destino, incapazes de serem controladas até mesmo pelo deus dos deuses, Zeus.

Essa carta simboliza a imprevisibilidade da vida e as surpresas, boas ou ruins, que o destino nos traz. Lidar com o inesperado, aproveitando as boas oportunidades e lidando bem com as situações ruins inesperadas, é o simbolismo principal deste arcano.

Já o arcano do Enforcado é representado por Prometeu, que foi castigado por Zeus por ter dado o poder do fogo ao homem. Esse arcano traz um sentido de sacrifícios dolorosos que fazemos para alcançar coisas maiores, bem como saber suas prioridades e ter resiliência ao abrir mão de certas coisas em prol de outras.

A carta da Morte, por fim, é representada pelo soberano do submundo na mitologia grega, o deus Hades. Na iconografia, vemos pessoas oferecendo presentes ao deus Hades, representado imponentemente, enquanto um rio, que representa o curso da vida, corta a paisagem.

Esse arcano traz um simbolismo de que precisamos aceitar as mudanças impostas pela vida, sem que elas sejam encaradas com revolta ou tristeza, mas como evolução.

Transformação

O conflito consigo mesmo em um despertar para a transformação é representado pelas cartas do Diabo e da Torre nos arcanos maiores. No baralho mitológico, a representação mitológica da carta do Diabo é a figura de Pan, divindade dos rebanhos, pastores, campos e dos bosques. Possuindo forma metade humana e metade bode, ele é comparado à imagem do diabo.

Esse arcano traz um sentido da busca do prazer carnal e uma reflexão sobre equilíbrio desse aspecto humano. É um arquétipo sobre como certos tipos de prazeres, muitas vezes, podem governar a vida de um indivíduo, trazendo-lhe desequilíbrio.

Já a carta A Torre traz a figura do deus Poseidon, divindade dos mares, atacando a torre do rei Minos. Esse arcano traz um sentido simbólico de destruição que, por mais que possa parecer assustadora, se faz necessária para colocar as coisas em seus devidos eixos.

Realização do objetivo

A realização do objetivo é representada pelas cartas da Estrela, da Lua e do Sol. No Tarot mitológico, a carta da Estrela é a representação do mito de Pandora que, ao abrir uma caixa, liberta todos os males do mundo. No desenho, vemos Pandora com semblante tranquilo enquanto observa uma figura iluminada, a qual representa a esperança.

Essa carta traz um senso de que, apesar de todas as mazelas de nossas vidas, devemos focar nos aspectos bons e sempre ter esperança para alcançar nossos ideais.

Por sua vez, o arcano da Lua é representado pela deusa Hécate, relacionada à feitiçaria e necromancia, assim como é a divindade da lua, das bruxas e das encruzilhadas. Esse arcano traz uma simbologia de que devemos sempre tentar ver a verdade das situações e das pessoas. Ele mostra o caminho verdadeiro e concreto a seguir, tendo como foco a verdade, livre de idealizações ou ilusões.

A carta do Sol é representada pelo deus Apolo, divindade do sol, da música e do conhecimento na mitologia grega. É considerada uma carta bastante positiva e mostra que devemos ter orgulho de nossas habilidades, talentos e demais pontos positivos. Também é uma referência quanto a aceitar elogios e reconhecimentos, mas com o cuidado para não se tornar orgulhoso e nem egocêntrico.

Fechamento do ciclo

Ao fim da jornada, temos as cartas do Julgamento e do Mundo, finalizando o ciclo da vida de um indivíduo.
Por ser considerado um deus de grande versatilidade na mitologia grega, temos na carta do Julgamento a figura do deus Hermes, que também é representado na carta do Mago.

Esse arcano traz uma simbologia de que tudo que realizamos no passado reflete em nosso futuro. Pode ser uma carta de sentido ambíguo, pois também pode significar conflitos internos quanto às nossas traições e fugas, pois nem sempre as consequências serão positivas.

Temos na carta do Mundo a figura de Hermafrodito, filho de Hermes e Afrodite, e que representa a fusão do masculino e feminino. Essa carta traz um sentido de polaridade, do lado feminino e masculino que todos carregam consigo. Esse arcano simboliza completude em todos os aspectos de nossa vida, além de continuidade, pois todo fim tem seu começo, em uma eterna sequência de ciclos.

Arcanos menores: Naipe de Copas

Carta Ás de Copas

No Tarot mitológico, o naipe de Copas dos arcanos menores é considerado bastante positivo, sendo atenuador de mensagens negativas de outras cartas. O elemento correspondente a esse naipe é a água, com o mito de Eros e Psique de referência mitológica utilizada. Confira o significado do naipe de Copas no Tarot mitológico, assim como detalhes de sua iconografia.

Significado

Em uma leitura de Tarot, o naipe de Copas nos arcanos menores traz o que é relacionado à intuição e ao inconsciente, assim como aspectos emocionais, como o amor e demais relações humanas. Esse naipe corresponde ao elemento água e seu símbolo, a taça, relaciona-se ao coração.

Através do relato da lenda de Psique e Eros, o Tarot mitológico retrata o amadurecimento dos sentimentos. Refere-se às reações subjetivas que resultam de um menor ou maior nível de sensibilidade.

Ao contrário da longa jornada dos arcanos maiores, o naipe de Copas tem como principal e específico foco o coração humano e todos os seus aspectos subjacentes.

Iconografia

Formado por dez cartas (do Ás ao 10 de Copas), esse naipe traz figuras que representam a lenda de Eros e Psique da mitologia grega. No Ás de Copas, uma mulher bela é retratada emergindo do mar, enquanto segura uma grande taça dourada. Trata-se de Afrodite, a deusa do amor e de todos os seus aspectos.

Na carta 2 de Copas, temos o primeiro encontro entre Eros e Psique, e na 3 de Copas, o casamento entre os dois. Por sua vez, a 4 de Copas mostra Psique sentada no palácio do deus Eros enquanto cercada por suas duas irmãs.

A 5 de Copas mostra as consequências da traição de Psique por influência de suas irmãs, enquanto, na 6 de Copas, vemos Psique solitária em um rochedo. A carta 7 de Copas representa as instruções repassadas por Afrodite à Psique, de modo que ela conquiste novamente o amor de Eros.

Já a 8 de Copas relata a última tarefa que Psique executa a mando de Afrodite durante uma viagem ao submundo, em uma busca de um creme de beleza de Perséfone. Na 9 de Copas, vemos Psique reunida a Eros após ser resgata do submundo. Por fim, na carta 10 de Copas, temos a representação de Psique sendo elevada ao nível divino, para que possa entrar no mundo dos deuses com seu marido Eros.

Ainda no naipe de Copas, encontramos as cartas da corte, sendo elas as cartas do Pajem, do Cavalheiro, da Rainha e do Rei de Copas. Na carta do Pajem, temos a representação da figura mitológica de Narciso e, na carta do Cavaleiro, vemos a representação do herói mitológico Perseu.

Na carta da Rainha, temos a representação da filha de Zeus e Leda, a rainha Helena, enquanto a carta do Rei de Copas, por sua vez, tem a figura mitológica de Orfeu.

Arcanos menores: Naipe de Paus

Carta Ás de Paus

Sendo um dos quatro naipes que formam os arcanos menores, o naipe de paus tem como elemento o fogo e as características advindas do mesmo. No Tarot mitológico, é representado pela história de Jasão e os Argonautas, um clássico que narra uma incrível jornada em busca de um tesouro.

Veremos a seguir o significado do naipe de Paus no Tarot mitológico e também informações sobre a iconografia usada nesse baralho.

Significado

O naipe de Paus carrega um senso de vontade e ímpeto. A força, o desejo, o movimento e a velocidade são aspectos relacionados ao fogo, elemento que rege esse naipe. Também ao fogo é relacionado o aspecto transformador e volátil da vida, assim como as paixões e desejos que movem o ser humano em sua trajetória terrena.

Se em uma consulta estiverem presentes muitas cartas desse naipe, implicará em uma rapidez maior aos acontecimentos, ou uma necessidade de se tomar iniciativas. Toda cautela será necessária, pois muitas vezes, tomar atitudes com maior rapidez pode gerar atos impulsivos e danosos.

Esse naipe diz muito sobre a reflexão humana quanto à relação entre cada indivíduo e seu próprio ego, assim como os conflitos provocados por desejos do coração. A habilidade de se encontrar soluções, partindo de níveis que ultrapassam nosso consciente e nossa imaginação, são representadas pela história de Jasão no naipe de Paus do Tarot mitológico.

Vale relembrar, nesse caso, que não existe uma carta necessariamente boa ou ruim. Tudo dependerá do ponto de vista, além de como cada indivíduo irá encarar os aspectos representados pelas cartas.

Iconografia

Na primeira carta do naipe de Paus, o Ás de Paus, vemos a figura do rei dos deuses, Zeus, como força iniciadora da lenda de Jasão e o Velocino de Ouro. No 2 de Paus, Jasão é retratado pensativo diante da caverna de Quíron, o centauro. O personagem veste uma túnica vermelha e segura tochas acesas.

Jasão, recém-chegado à cidade de Lolkos enquanto veste apenas uma sandália, é a representação do 3 de Paus e, no 4 de Paus, vemos o desenho de Jasão e seus parceiros de viagem comemorando a conclusão da construção do navio Argo, que os levaria em sua incrível jornada.

A carta 5 de Paus representa a luta entre Jasão e o dragão que guarda o Velocino de Ouro, enquanto o 6 de Paus mostra Jasão vitorioso após derrotá-lo, levantando, por fim, o Velocino.

No 7 de Paus, temos a luta entre o rei da Cólquida, Aetes, contra Jasão, e a carta 8 de Paus mostra a fuga de Jasão do furioso rei. A carta 9 de Paus mostra a prova final de Jasão e seus argonautas: a passagem pelos rochedos Cila e Caríbdes.

Por sua vez, a carta 10 de Paus representa Jasão cansado enquanto diante dos destroços do navio Argo, com o Velocino de Ouro aos seus pés.

A carta 7 de Paus retrata a luta de Jasão com o rei Aetes da Cólquida, a quem ele deve derrotar para poder levar de volta o Velocino de Ouro. Jasão, segurando duas tochas flamejantes, luta com o rei, que veste uma túnica vermelho-fogo e segura outra tocha flamejante.

Na carta do Pajem do naipe de Paus, vemos o personagem Frixo, que também é presente na lenda de Jasão e os Argonautas. A carta do Cavaleiro é representada pelo herói mitológico Beierofonte, que matou a monstruosa Quimera e domou o cavalo alado Pégaso.

O Rainha de Paus é representada por Penélope, esposa de Ulisses de Ítaca e filha de Ícaro. Já o Rei de Paus vem na figura do rei de Atenas Tcseu, um dos companheiros de viagem de Jasão em sua busca pelo Velocino de Ouro.

Arcanos menores: Naipe de Espadas

Carta 7 de Espadas

No Tarot, o naipe de Espadas, há a relação com o elemento ar, sendo ele uma representação do plano mental da existência.

Confira abaixo o significado do naipe de Espadas no Tarot mitológico e a devida iconografia utilizada, que usa a história de Orestes e a maldição da casa de Atreu como referência.

Significado

A busca da verdade, as convicções, a coerência lógica, assim como o equilíbrio e maturidade, são representadas pelo naipe de Espadas.

No Tarot mitológico, temos a tenebrosa história de Orestes e a maldição da casa de Atreu. Repleto de mortes e conflitos, esse mito grego tem como linha principal o conflito entre dois extremos: o direito de mãe e o direito de pai. Esse confronto de princípios é uma analogia bastante propícia para representar o imensamente criativo, mas turbulento e conflituoso naipe de Espadas.

De um modo mais amplo, o naipe de Espadas e suas cartas trazem um sentido de representação da incrível mente humana em sua capacidade de moldar o seu próprio destino. Se esse destino será bom ou ruim, irá depender da força de nossas próprias crenças, convicções e princípios.

Iconografia

Vemos, no Ás de Espadas, a deusa Atena, que já representa a justiça nos arcanos maiores. Ela está em posse de uma espada de dois gumes, representando o poder da mente de fabricar ideias e as ações que podem gerar não só sofrimento, mas também coisas boas.

O 2 de Espadas traz a representação de Orestes, com os olhos fechados e suas mãos nos ouvidos, refletindo um estado de paralisia. Vemos o rei Agamenon assassinado em seu banho na carta 3 de Espadas e, no 4 de Espadas, é mostrado o personagem Crestes exilado em Fócida.

A carta 5 de Espadas representa Orestes diante do deus Apolo, o qual lhe conta sobre seu destino e sua obrigação em vingar a morte de seu pai. Na carta seguinte, o 6 de Espadas, vemos Orestes em pé, dentro de um pequeno barco.

Encontramos, na carta 7 de Espadas, Orestes coberto por seu manto e dirigindo-se ao palácio de Argos. Depois, na carta 8, vemos Orestes com uma postura de medo e suas mãos levantadas, tentando afastar o seu destino.

No 9 de Espadas, temos o retrato de Orestes de pé, com as mãos cobrindo os ouvidos, enquanto, atrás dele, são retratadas as três Fúrias. A deusa Atena aparece novamente na carta 10 de Espadas, tendo uma espada em sua mão direita.

Na carta do Pajem de Espadas, temos o retrato de um jovem de vestes azuis. Trata-se da figura mitológica de Zéfiro, governante do vento do oeste.

Os gêmeos guerreiros, Castor e Pólux, são a representação da carta Cavaleiro de Espadas. Já na carta da Rainha de Espadas, vemos a figura de Atalanta, a caçadora, retratada. Fechando o naipe de Espadas, temos no herói Ulisses a representação da carta do Rei.

Arcanos menores: Naipe de Ouros

Carta Rei de Ouros

Correspondente ao elemento terra, o naipe de Ouros é representado pela história de Dédalo, artesão e escultor que construiu o famoso labirinto para o rei Minos de Creta. Confira a seguir o significado do naipe de Ouros no Tarot mitológico, bem como sua iconografia.

Significado

O naipe de Ouros simboliza os frutos provenientes do trabalho, assim como nosso corpo físico e também os bens materiais e ganhos monetários. A sensualidade e instintos de sobrevivência também são os aspectos que o naipe de Ouro traz.

Esse naipe nos diz sobre nossos próprios talentos ou, até mesmo, a falta deles. Também simboliza aquilo que nos molda e nos define, da mesma forma que nos diz sobre o mundo material e tudo aquilo que nos proporciona confiança e segurança.

A referência utilizada pelo Tarot mitológico, na forma da história de Dédalo, ilustra muito bem o sentido do naipe de Ouros. Esse personagem retratado nas cartas possui diversas nuances, pois, como qualquer ser humano, ele não é totalmente mau e nem bom.

Iconografia

Vemos a figura oponente do deus Poseidon representado na carta do Ás de Ouros. Na carta seguinte, 2 de Ouros, vemos o personagem Dédalo em sua oficina. Na carta três de Ouros, temos a novamente a representação de Dédalo, desta vez em pé sobre uma plataforma. Já no 4 de Ouros, vemos Dédalo com quatro pentáculos dourados em seus braços.

Dédalo, coberto com um manto e aparentando fugir de forma sorrateira da cidade, é a representação da carta 5 de Ouros. Na carta 6 de Ouros, vemos Dédalo ajoelhado e suas mãos cruzadas, como em um gesto de súplica, enquanto, na carta 7 de Ouros, temos Dédalo retratado no palácio do rei Minos.

Na carta 8 de Ouros, vemos Dédalo em sua oficina no palácio do rei Cocalos e, na carta 9 de mesmo naipe, vemos Dédalo sorrindo, com suas mãos cruzadas em uma postura de satisfação. Por sua vez, na carta 10 de Ouros, vemos Dédalo já idoso, com cabelos grisalhos e cercado por seus netos.

Na carta do Pajem do naipe de Ouros, temos a representação da figura mitológica do menino Triptólemo, filho do rei Celéu de Elêusis. A Cavaleiro de Ouros traz a representação do personagem mitológico de Aristeu, chamado de “Guardião dos Rebanhos”. Já a rainha de Ouros é representada pela rainha Ônfale, enquanto a carta do Rei mostra o mitológico rei Midas, soberano da Macedônia e amante dos prazeres.

O Tarot mitológico pode me ajudar a tomar decisões mais assertivas?

Mulher embaralhando baralho de Tarot

Devemos encarar o Tarot mitológico não somente como um oráculo, mas como uma grande jornada de autoconhecimento. As cartas e seus arquétipos traduzem a essência da experiência humana, nos permitindo enxergar e nos conectar com aspectos profundos os quais, de forma consciente, não percebemos.

Ao consultar as cartas do Tarot mitológico, com suas lindas e interessantes referências aos mitos gregos, abre-se uma porta entre o mundo consciente e inconsciente que cada um carrega em si mesmo. Dessa forma, inúmeras questões pertinentes são reveladas através das consultas.

Os aspectos referentes ao passado e ao presente são revelados de forma surpreendente quando uma consulta de qualidade ocorre. No que se refere a questionamentos sobre o futuro, o Tarot mitológico, através de seus arcanos maiores e menores, irá revelar tendências e possibilidades bastante específicas.

Assim, o Tarot mitológico torna-se uma ferramenta bastante assertiva quanto à tomada de decisões, podendo ser catalizador de grandes transformações na vida de uma pessoa.