RESPONSABILIDADE DO OGÃ (candomblé), OU ATABAQUEIRO(umbanda)
RESPONSABILIDADE DO OGÃ (candomblé), OU ATABAQUEIRO(umbanda)
Ogã antes de tudo é ser responsável e sério dentro do ritual, SEM BRINCADEIRAS ATRÁS DOS ATABAQUES, cumprindo suas obrigações como Ogã da casa, seguindo os fundamentos da casa com extrema seriedade e atenção.
Procurando sempre aprender mais e aperfeiçoar os toques e os pontos, sabendo a hora certa de usar.
Além disso, os Ogãs devem estar sempre de roupas brancas, e com suas guias. É importante frisar que a Umbanda não tem Ogã. Este “título” somente se aplica ao Candomblé.
Ogã (do iorubá -ga: "pessoa superior, chefe", com possível influência do jeje ogã: "chefe, dirigente") é o nome genérico para diversas funções masculinas dentro de uma casa de candomblé. Usa-se duas grafias diferentes para o cargo, ambas grafias errôneas (ogan e ógan).
Ogã, substantivo masculino, era definido já meio século atrás, pelo dicionário de Aurélio, como “título honorífico de protetores de candomblé“. Segundo o dicionário de Houaiss, os ogãs são aqueles que “protege a casa de culto” e presta serviços relevantes à comunidade religiosa, na umbanda, no candomblé e em outras religiões de matriz africana.
A palavra ogã (que vem das línguas jeje e ioruba, onde significa “chefe”) deve ser escrita, naturalmente, com “-ã”, e não “ogan” – porque a terminação “-an” não ocorre em português.
Ambos os Ogãs e Atabaqueiros são os sacerdotes escolhidos pelos orixás para estar lúcido durante todos os trabalhos. Eles não entram em transe, mas, mesmo assim, não deixam de ter a intuição espiritual.
Os atabaques são chamados de Ilú na nação Ketu, e Ngoma na nação Angola, mas todas as nações adotaram esses nomes Rum, Rumpi e Le para os atabaques, apesar de ser denominação Jeje.
O atabaque é um instrumento musical que chegou ao Brasil através dos escravos africanos, é usado em quase todo ritual afro-brasileiro, típico do Candomblé e da Umbanda e das outras religiões afro-brasileiras e influenciados pela tradição africana. De uso tradicional na música ritual e religiosa, empregados para convocar os Orixás, Nkisis e Voduns.
O toque do tambor revela a arte de conectar-se com a Mãe Terra e com nosso eu interior, sintonizando nosso coração ao coração dela, e de viajar ao mundo do invisível, constatando nossa ancestralidade e todos os reinos da natureza.
Significado de DOBRAR O COURO
"Dobrar os couros" - é um repique lento sequencial e cadenciado que é feito para homenagear visitas ilustres que estão chegando no terreiro, praticamente é o convite para a pessoa entrar. Durante a festa, quando chegam os convidados ou sacerdotes e ogans de outras casas, interrompe-se o toque que está sendo executado para os orixás e dobra-se os couros, após a entrada dos convidados o toque é retomado normalmente. Algumas casas de candomblé não usam dobrar os couros para as visitas, mas a maioria considera isso uma honra. Dobra-se os couros também em outras ocasiões, mas sempre para homenagear.
Nas casas de candomblé bantu Angola e Congo, são tocados só com as mãos, e não se faz uso dos aguidavi.
O TOQUE DOS ATABAQUES NA UMBANDA E CANDOMBLE
Não é só fazer bonito. A vibração dos pontos, a marcação dos Atabaques tem um valor fundamental na “segurança” da gira, sendo um dos principais fundamentos da Umbanda.
Cada toque é uma vibração contra as esferas do baixo astral e quanto maior a participação de todos os presentes, maior será a segurança, pois estaremos com a mente firme em oração e não deixaremos “os intrusos” negativos atrapalharem nossos trabalhos.
AS CANTIGAS
As cantigas são como mantras que ajudam a abrir os portais de luz para trazem as entidades, e assim também quando se despedem (“sobem”).
Suas vibrações podem encher o espaço de espíritos de luz, trazendo o fortalecimento dos chakras de quem está participando com fé.
Desde a antiguidade, em quase todas as religiões, encontramos uma forma de louvar a Deus, ou outras divindades, através da música. É uma forma de expressar o que sentimos pe A maior nação dos orixás, cultuada no Brasil, até os dias atuais, é o Keto, de origem Yoruba. Portanto, vamos demonstrar os principais toques, originários dos povos iorubas que foram, com o tempo, adotados por quase todas outras nações que ainda são cultuadas por aqui, como os povos de Origem Bantu (Ngola/Congo) e os Fon (Jêje).
OS PONTOS NA UMBANDA PELOS ATABAQUEIROS
O cântico umbandista, conhecido popularmente como pontos, são cantados na forma de saudar os orixás ou as entidades manifestadas durante a execução das giras. O ponto representa uma oração, um pedido de proteção, abertura de caminhos, o consolo ao coração partido e assim por diante.
São poderosas ferramentas para a firmeza de pensamento, ou seja, ajudam os médiuns a entrarem em transe e incorporarem suas entidades, além de ajudar na concentração que é necessária para o bom andamento de um trabalho espiritual.
Um Ogã ou atabaqueiro seria como um tatá da casa na maioria das vezes seu conhecimento é quase superior a um Zelador de Santo, para ser um Ogã não basta saber tocar e sim saber o fundamento da casa, saber o canto na hora certa, é de grande importância em um terreiro.
Existem também outros tipos de componentes que se usa junto com os atabaques, por exemplo, o agogô, chocalho, triângulo, pandeiro, etc. Existe também o Abatá, que seria um tambor, com os dois lados com couro, que se usa muito no Rio Grande do Sul, e na nação Tambor de Mina.
É importante saber que os atabaques devem e merecem ser tratados com o máximo de respeito pois não se trata de um simples instrumento não podendo ser tocados jamais por pessoas não autorizadas. Se isso acontecer quebra todo o trabalho todo um ritual. O atabaque pertence à um Guia sendo esse saudado antes e depois do uso do atabaque.
Para terminar é importante sempre lembrar que quem canta reza duas vezes. Então é de suma importância que os pontos sejam cantados de coração e não pela boca.
O som deve ser projetado e concentrado no diafragma e não na garganta. Como já foi dito ...O ATABAQUE É PARA SER TOCADO E NÃO SURRADO.