OS CAMPOS ELÍSIOS DO ANTIGO EGITO – RITO DE PASSAGEM
Já é de nosso conhecimento que os egípcios acreditavam na continuação da vida após a morte. Mas para que isso ocorresse o morto deveria fazer uma jornada nada fácil. Vencer diversos obstáculos fazia parte deste ritual elaborado.
Vamos entender um pouco melhor como isso ocorria:
Primeiramente o corpo era mumificado, este era um passo muito importante, pois os egípcios acreditavam que o “Ba” ou a alma deveria poder sair do corpo e retornar, mas somente se o corpo estivesse mumificado .
O morto ou sua família deviam previamente ter pagado a um sacerdote escriba para que providenciasse uma cópia do Livro dos Mortos, também conhecido como “Livro para sair a Luz do Dia”, este livro iria ajudar o morto durante sua jornada no pós vida.
O corpo mumificado era preparado para sua jornada no submundo pelos sacerdotes SEM. Eles eram especialmente encarregados de preparar a alma do morto através de rituais para a jornada que este deveria seguir.
Seu destino era os Campos Elíseos. Para isso a alma deveria cruzar as horas do Duat. Esta viagem era feita por barco e iniciava-se no Lago dos Juncos. Durante a travessia vários obstáculos aparecem no caminho do morto. Estes obstáculos são representados pelas 12 horas da noite. Dentre os obstáculos que o morto deve enfrentar está o Deus do Mal Apophis.
Apophis e a Serpente
Ao cruzar diversos portões, serpentes perigosas também tentam atacar o espírito do morto, para isso o morto deverá saber seus nomes secretos, tanto dos deuses, como de seus guardiões para que possa cruzar estes portões e seguir para a próxima hora da jornada.
O Deus Rá ajuda na travessia do desfiladeiro. O morto também deve passar por um lago de água fervente, onde as almas errantes estão queimando.
A cada hora, novos obstáculos se apresentam, até que o morto chegue a Sala da Pesagem do Coração onde os Deuses Thoth, Maat, Osiris e Amint aguardam o julgamento da alma do morto.
O escaravelho
Na cerimônia da pesagem do coração um escaravelho representando as ações do morto em vida é colocado na balança da verdade, a pena da Deusa Maat é colocada no prato oposto da balança. Se o prato se equilibrar a alma do morto pode seguir para os Campos Elíseos, caso contrário, a alma será devorada pelo Deus Ammint.
Maat – Deusa da Justiça
A alma, uma vez devorada, condena o morto a não existência, o maior temor dos Antigos Egípcios.
Nos Campos Elíseos o morto tem todos os prazeres que teria em vida: sua família, seus amigos, suas plantações e animais. Um pós vida de perfeição.
adaptado por José Cantos L. Filho
Grande Secretaria de Cultura e Educação Maçônicas – Grande Oriente de São Paulo