segunda-feira, 11 de julho de 2022

Desenvolvendo a Clarividência

 

Desenvolvendo a Clarividência

Possuir a faculdade da visão espiritual é desejo de muitos e, sob certas condições, ela pode ser desenvolvida. Nesta matéria, que termina com instruções de Anfaten, de Andrômeda, você conhecerá todas as implicações do assunto.

A clarividência é a capacidade de ver com clareza. É a visão da própria alma, que percebe a realidade num nível mais amplo e elevado. O seu surgimento é consequência natural do desenvolvimento espiritual humano na medida em que a pessoa devota-se ao crescimento interior e aproxima-se de estados de consciência subtis.

Há uma grande diferença entre clarividência e vidência. O vidente capta pedaços e impressões do que se passa no plano astral, sejam factos que estão a acontecer nesse plano, formas, pensamentos de outros seres, projecções criadas pelas forças negativas para atrapalhá-lo no seu desenvolvimento espiritual ou, muitas vezes, os próprios desejos na forma de alegorias, às vezes, de difícil compreensão para ele mesmo. A vidência é muito sujeita a distorções. É um sentido extrafísico que não conduz, necessariamente, a uma compreensão elevada da realidade.

Muitas vezes, a pessoa que tem o dom vidência não o percebe por um longo tempo e normalmente o tem desde pequena. Isso faz com que ela acredite que a visão astral corresponde à realidade. Por tê-la como algo natural, ela não se esforça para melhorar o seu desempenho ou compreender como a vidência se processa para melhor interpretá-la. Somente o trabalho interior e o desenvolvimento espiritual podem conduzir à percepção da realidade.

Abertura da visão astral – Descrevemos um exercício que poderá auxiliá-lo no desenvolvimento de habilidades que propiciem a abertura da visão astral – a qual pode ser direcionada, posteriormente, para a clarividência.

Escolha um local e horário (de preferência, à noite) em que possa ficar sozinho e não ser perturbado. Durante 15 minutos, você vai olhar para a sua imagem reflectida no espelho. Ele não precisa ser muito grande – apenas o suficiente para refletir o rosto – e estar a 70 ou 80 cm de distância. Certifique-se que o rosto seja completamente iluminado, sem a presença de sombras. Se você usa óculos, não é preciso tirá-los.

Relaxe o máximo possível e inicie o exercício apelando ao seu “Eu Superior” algo como “despojo-me do meu ego e entrego-me à Sua sabedoria para que conduza todas as minhas ações e a minha vidência”. Repita o apelo mentalmente no mínimo sete vezes para obter o efeito do despertar da sua visão. Concentre toda sua atenção na imagem reflectida no espelho, como se quisesse penetrá-la. A sua concentração deve ser tão intensa que você não possa evitar de murmurar “minha alma, quero vê-la”.

A sua introdução no mundo astral por meio da vidência pode surgir de diversas formas: tornar-se intermitentemente consciente das cores brilhantes da aura humana; ver rostos, paisagens ou nuvens coloridas diante dos olhos, no escuro, antes de dormir ou em estados expandidos de consciência; sentir uma presença invisível ao seu lado; ver ou ouvir coisas para as quais os outros são cegos e surdos; ter recordações cada vez mais nítidas das experiências vividas em outros planos durante o sono.

Quando uma pessoa está a começar a sensibilizar-se para a vidência astral, poderá ocasionalmente ter sensações de medo. Isso advém da hostilidade de forças vibracionais que agem no plano astral e, em parte, dos muitos elementos artificiais (formas-pensamento negativas) nutridos pela mente humana. Por isso, ela deve sempre solicitar a ajuda do seu “Mentor” ou “Guia Espiritual”, quando empreender uma actividade de vidência.

Preparando a clarividência – É necessário ter prática para liberar-se da distorção produzida por seus próprios pontos de vista, de forma a poder observar claramente os episódios etérica. Mesmo aqueles que vêem nitidamente no astral, ficam às vezes confusos e estonteados para compreender ou recordar as visões e poucos conseguem traduzir suas lembranças para a linguagem do plano físico.

Portanto, o melhor é trabalhar para expandir a sua capacidade perceptiva de forma espiritualmente elevada, procurando movimentar as energias dos seus Chakras frontal e laríngeo até o cardíaco para obter a qualidade da clarividência.

Um método seguro para desenvolver a clarividência é a meditação. Por meio dela, pode-se adquirir extrema sensitividade, equilíbrio, sanidade e saúde. A prática de determinados tipos de meditação constrói níveis superiores de matéria nos corpos subtis.

Para obter êxito na meditação é fundamental a correta colocação dos olhos, que devem ficar voltados para dentro (como nas pessoas vesgas) e para cima. Nessa situação, estamos focalizando um espaço interior da aura, localizado à frente da testa, chamado de papila ou ponto cego. Trata-se de região em que não há células sensíveis à luz, apenas terminais nervosos. Quando os olhos são virados para dentro e para cima, as papilas emitem suas energias directamente através do Chakra Frontal, um exercício muito profundo para agilizar a visão etérica.

Para manter os olhos nessa posição é preciso exercitar os músculos que o movimentam. Durante uma semana, duas vezes por dia, gire os olhos 10 vezes em sentido horário e 10 em sentido anti-horário; em seguida, fixe-os por alguns instantes nos extremos das órbitas (cima, baixo e lados).

Preparo espiritual – Como frisamos anteriormente, a captação da realidade subtil sem o devido desenvolvimento espiritual traz uma série de mal-entendidos. Para torna-se um bom clarividente, é preciso fazer ainda mais do que os exercícios que nós descrevemos. Rudolf Steiner, na obra O Conhecimento dos Mundos Superiores, fala das qualidades que o homem terá de adquirir a fim de ascender ao conhecimento superior: discernimento entre realidade e aparência, verdade e mera opinião; correta avaliação do verdadeiro em relação à aparência; controle dos pensamentos e das ações, perseverança, tolerância, fé e equilíbrio; e amor à liberdade interior.

Nessa prática, o desenvolvimento espiritual caminhará de maneira que a clarividência se mostre limpa, objectiva e sem as distorções provenientes de nosso interior ainda desalinhado.

Perguntamos a Anfaten, nosso mentor de Andrômeda, como ele vê a questão da visão espiritual e como ela pode ser desenvolvida.

Vialuz – É correto comparar a sensibilidade instintiva dos animais com o sentido humano da vidência ou percepção da realidade no plano astral?

Anfaten: Os animais possuem, em graduações diversas, a percepção muito aguçada a níveis não físicos, porém isso realiza-se somente no campo da percepção. Possuem, dependendo da espécie, capacidades auditivas e visuais tanto quanto olfactivas muito aguçadas, portanto percebem a aproximação de seres da quarta dimensão, mas a níveis bastante inferiores que os dos humanos pois os seus sentidos funcionam  em patamares somente vibracionais. Os animais percebem algo de anormal no campo sensório, mas não possuem nenhum sentido de visão propriamente dita supra física, ou seja, além da visão física.

A visão extra-física humana processa-se em todo o campo astral tomado pelo corpo espiritual. É como se todo o corpo espiritual se transformasse num grande olho acima, em baixo, na frente, nas costas, dos lados, como se fosse uma grande câmara móvel de 360 graus. A visão é total da área ocupada pelo espírito. Na audição, o processo é semelhante, como um grande ouvido voltado para todas as direções. Quanto ao campo mental, é um pouco mais delicado, pois depende diretamente do nível evolucional daquele ser. As capacidades supra físicas no mundo subtil estão sempre ligadas a condições evolutivas daquele espírito em especial. Por isso, o campo da visão astral está ligado diretamente ao espírito. Dessa forma, os animais ficam na percepção vibratória e não espiritual.

A vidência é um assunto muito complicado e bastante profundo, pois está ligada diretamente à capacidade evolutiva de cada ser, isto em termos da visão espiritual volitiva, isto é, que depende da vontade da própria pessoa. Não falamos de vidência como pequenos flashes, tratamos aqui do domínio completo da visão no mundo subtil.

Vialuz – A manifestação dessa faculdade está associada à condição encantatória dos seres?

Anfaten – Todos os seres do planeta Terra trouxeram em seu bojo a possibilidade da vidência astral, porque, em primeiro lugar, foram formados no campo espiritual e, posteriormente, na matéria. Como a vidência está situada no espírito e não no físico, todos possuem essa capacidade primordial básica, porém o caminho escolhido por cada ser humano depende da própria vontade e de seu livre-arbítrio.

Desce o espírito, adensando-se na matéria, através dos mundos mais densos: minerais, vegetais e animais. A partir do momento em que a essência espiritual individualiza-se, surge o livre-arbítrio. Então, a escolha de um caminho evolutivo mais rápido e mais claro proporciona uma colaboração mais presente da parte espiritual do ser. Alguns escolhem os campos mais baixos da matéria densa e, trazendo com isso grandes perturbações na sua área emocional, distanciam-se da sua contra parte espiritual. Por isso, perdem o melhor: permanece escondida a sua capacidade de vidência astral.

Para determinados seres, no entanto, como programação evolutiva, como ajuda, permite o plano espiritual que venham com parte da vidência astral desvelada. Para esses, o sentido de ver no mundo supra físico é uma chamada ao mundo espiritual, para que se lembrem que são muito mais do que a matéria física.

Vialuz – Como vê as diferenças entre clarividência e visão astral?

Anfaten – Uma é complementar à outra. A vidência é como acender e apagar a luz de uma sala. A visão é rápida e também pode ser de formas-pensamentos. Como acende e apaga a luz do mundo espiritual muito rapidamente, não tem tempo de perceber o que é a realidade do mundo subtil ou o que é uma captação de pensamentos dos diversos seres. A clarividência, no entanto, é o sentido da vidência muito ampliado. É acender a luz e contemplar todos os detalhes da sala, os móveis, a janela, a disposição das portas, o chão, as paredes, o tecto e também as pessoas que estão na sala. Como no mundo subtil, nas suas diversas dimensões, não existe o tempo-espaço como vocês o entendem, e o clarividente pode perceber o passado, o presente e o futuro, tudo junto.

O processo de vidência e clarividência é similar. A vidência é muito rápida e, na maioria das vezes, não depende da vontade da pessoa. Na clarividência, porém, o sentido de ver é muito mais amplo, muito mais longo e está bastante ligado com a vontade do ser. A clarividência também é acompanhada de uma ampliação dos sentidos auditivos e mentais. Há uma melhor coordenação dos sentidos da visão, da audição e da mentalização. Já na vidência, a ampliação da capacidade desses sentidos é quase inexistente.

Vialuz – Poderia-nos indicar exercícios para a desenvolver a vidência e a clarividência?

Anfaten – Você terá dois estágios: o primeiro da vidência e depois o da clarividência. Raros são os seres que já passam diretos para a clarividência, é como se ela precisasse ser aprendida. Vamos iniciar pela vidência. Os exercícios de relaxamento e meditação irão ajudar bastante para a tranquilidade e harmonia interiores exigidas para essa capacidade sensitiva.

Coloque-se num estado de relaxamento e escolha uma cena sobre a qual trabalhar: pode ser um trecho da sala onde se encontra, uma foto, um desenho ou o que desejar, inclusive um objecto. Então, relaxe e ponha-se em harmonia com o seu interior. Em seguida abra lentamente os olhos, contemple a cena por um ou dois segundos, feche os olhos e remonte mentalmente tudo o que viu, com a maior riqueza de detalhes possível. Em seguida, abra os olhos e compare os resultados.Vai perceber que, no início, esqueceu ou não notou uma série de pormenores. Conforme evolui nos exercícios, você vai, a cada dia, percebendo mais e mais detalhes. Lembro que deve usar sempre imagens ou objectos diversos, porque estará a treinar a sua capacidade mental ao perceber cenas ou flashes do astral.

Agora, a clarividência. Para esse treino, deve já estar o ser com a vidência aflorada, pois começará a trabalhar com os quadros recebidos do astral. Ao perceber um determinado quadro advindo do mundo supra-físico, pare imediatamente aquela imagem na sua mente. Se for um quadro sequencial, deve escolher o que mais impressionou. Pare a fita naquele exato ponto e inicie a expansão, principalmente da área do seu chakra frontal; cresça os ouvidos como duas grandes cornetas e deixe-os assim. Então, comece a olhar o quadro, abrindo totalmente o seu chakra frontal e, com os ouvidos, “ouça-o” cuidadosamente.

Então, comece a movimentar a sua câmara para cima, para baixo, para trás, para frente, aumente e amplie esse quadro transformando-o numa tela de cinemascope. O processo é como pegar a tela da TV e ampliar de tal forma que se torne uma tela de cinema. Apenas nesse caso, é a mesma cena em ponto grande. Mas na clarividência, ao ampliar o quadro, vocês irão encontrar campos muito maiores do que somente a figura de estudo. Você irá ampliar completamente as circunstâncias que rodeiam a cena. Dessa forma, irá começar a ampliar a sua sensibilidade.

(Templo de Yris)