terça-feira, 5 de julho de 2022

COMO SE DÁ A MANIFESTAÇÃO, A SUTILIZAÇÃO E A ASCENSÃO DO SER NAS DIFERENTES ESCOLAS ESOTÉRICAS

 

COMO SE DÁ A MANIFESTAÇÃO, A SUTILIZAÇÃO E A ASCENSÃO DO SER NAS DIFERENTES ESCOLAS ESOTÉRICAS


As diferentes escolas ou círculos de estudo oculto e esotérico, tem sua própria linguagem simbólica para ilustrar o caminho da ascensão espiritual ou do retorno a Deus (solve), assim como, o caminho descendente, ou de manifestação material (coagula). Demonstram também, através desses véus, alegorias ou sigilos, os estados transitórios, ou fases, pelas quais o indivíduo deve passar para atingir seu objetivo.  

Temos no Yoga-Tantra por exemplo, o conceito da Kundalini, uma serpente que representa o poder espiritual do ser; essa serpente está adormecida e enrolada no chakra muladhara (básico) de todos nós, até o momento em que o indivíduo inicia sua senda de espiritualização e a desperta; a Kundaline ou Kundalini-Shakti (polaridade feminina da suprema consciência) começa então seu processo de subida pela coluna vertebral, através da nadi sushumna, para chegar até seu consorte Shiva (polaridade masculina da suprema consciência), que está no chakra ajna (frontal). Mas, para que a Kundalini suba até seu destino, ela precisa passar pelos chakras, e é aqui que está o desafio; a Kundalini pode ser entendida como a centelha ou princípio divino de cada indivíduo, querendo vir à tona, e os chakras, os estados de consciência e compreensão do todo: materialismo (básico), romantismo (sexual), ego (plexo solar), amor (cardíaco), e assim por diante; ou seja, esse princípio divino progride através de cada estágio de sutilização ou compreensão que atingimos, até que tudo se equalize em nós. Ao final desse processo, a Kundalini retorna para seu ponto de partida, simbolizando talvez, que essa conciliação das polaridades e do humano com o divino, seja apenas uma etapa da jornada. 

Temos também o caduceu de Mercúrio-Hermes, que pode ser entendido como o símbolo desse ciclo descendente e ascendente; aqui temos o bastão, com uma esfera em seu topo, e dela saem duas asas, ao seu redor, duas serpentes, uma branca e uma negra, formando uma espiral. Aqui, a serpente negra pode simbolizar o movimento descendente, de manifestação, de encarnação; a serpente branca, o movimento ascendente, de espiritualização, sutilização, retorno a Deus. Essa espiral representa o movimento que todo o ser humano ou energia percorre normalmente; já o bastão no centro, pode ser entendido como o caminho do místico, como descreve Dion Fortune em “A Preparação e o Trabalho do Iniciado”, ou seja, o caminho direto para Deus, um caminho que exige um desligamento total de tudo que é material, ilusório ou egóico, como o leitor queira chamar. 

Por fim, para esse estudo comparado, temos a Árvore da Vida da Cabala. Nesse diagrama, entre várias outras leituras, podemos encontrar três caminhos: o caminho descendente da “espada flamejante” ou do “raio” – passando por todas as Sephiroth, de Kether à Malkuth – o caminho sinuoso e ascendente da “serpente” – dessa vez de Malkuth a Kether – e o caminho ascendente da flecha – Malkuth, Yesod, Tiphareth, Daath e Kether – que pode ser comparado ao caminho do místico ou do bastão do caduceu de Mercúrio-Hermes.  

Os chakras, as serpentes do caduceu, os caminhos e as Sephiroth na Árvore da Vida, em uma primeira vista, são todos representações de estados da energia; essa energia – que pode ser qualquer coisa, pois tudo é energia – vai se sutilizando ou densificando, de acordo com a vontade ou progresso do indivíduo, e esses processos de densificação ou sutilização, podem ser aplicados em qualquer nível, seja em uma manipulação energética durante um ritual, seja na jornada de uma alma durante sua existência; pois aqui estão as leis cíclicas naturais, aqui está a Correspondência, a Polaridade, o Mentalismo, o Ritmo, o Gênero, a Vibração , a Causa e o Efeito. Esses diagramas e símbolos representam o microcosmo, o homem, e por Correspondência, o macrocosmo, a Mente Suprema, Deus; representam os processos de criação e os ciclos da energia. É através dessas chaves que vamos acessando os arcanos dos antigos mestres, e desvendando os mistérios do Eu.