Qual é a visão da Doutrina Espírita sobre a adoção?
Divaldo Franco: A Doutrina Espírita vê a adoção como uma verdadeira bênção. Feliz de quem é capaz de adotar o amor, trazer para dentro de casa os seres queridos, ou seres problemas que os recursos orgânicos não permitiram que viessem pelas vias biológicas. Feliz de quem tem a lucidez de que indo buscar alguém com a necessidade de amor já se estará integrando na Consciência Cósmica, porque todos somos cocriadores com o Criador, na adoção. Assim procedendo, realizaremos também o trabalho da Divindade, que a todos tem como filhos, e de Jesus Cristo, que a todos nos adotou com irmãos.
O que Joanna de Ângelis nos diz a respeito da adoção?
**Divaldo Franco: **Ela aborda a questão como um dos momentos culminantes da nossa evolução do amor. Na hora em que somos capazes de repartir o amor através da adoção, somos muito ricos, e essa riqueza não pode ficar acumulada, guardada como a luz em baixo do alqueire. Ele deve ficar onde possa brilhar.
Ao repartirmos o amor, estamos distribuindo uma grande messe de esperança para a humanidade.
Adotamos um cão, um gato, um pássaro, um amigo fraternalmente, adotamos também um filho, porque amamos. Nesse gesto nasce uma reciprocidade afetiva que nutre e que dá vida. E, se por acaso esse ser vier a apresentar mais tarde alguma síndrome, alguma deficiência, o que às vezes ocorre, são as leis justas que mandam aos nossos braços o ser querido que não encontrou templo em nosso corpo e veio por vias indiretas para o reerguermos e o dignificarmos.
Chico Xavier, oportunamente, diante de uma mãe que tinha um filho portador da Síndrome de Down, muito marcada, disse: “Minha filha, somente as mulheres que muito amam são honradas com filhos dessa natureza, para poder dar-lhe metade das suas vidas.”
Ouvi aquela mulher em lágrimas responder: “Chico, eu não trocaria meu anjo crucificados por nada do mundo, tal o amor que me inspira”.
Que vitória do amor!
Livro: Divaldo Franco Responde vol. 2 - Organizado por Claudia Saegusa