sábado, 18 de setembro de 2021

O Significado das Oferendas na Umbanda

 

 O Significado das Oferendas na Umbanda


Nenhuma descrição de foto disponível.Para esclarecermos bem a temática de rezas/orações juntamente com oferendas, vamos ter que nos alongar um pouco nas explicações sobre o que seriam oferendas na Umbanda. Muitos umbandistas fazem largo uso de oferendas a fim de agradarem ou requisitarem algo aos Orixás, Guias Espirituais, Exus e Pombagiras. Mas da maneira como são realizadas é certo?

Vamos agora elucidar mais este ponto crucial e delicado, a fim de nos reportarmos a nossa espiritualidade de maneira firme, decisiva e calcada em um cientificismo religioso.

Quando pensardes em realizar uma oferenda aos Orixás, Guias Espirituais, Exus, Pombagiras, etc., lembre-se do que Jesus falou: “O Espírito necessita mais de oração do que a carne de pão”. Os Orixás e os Espíritos de luz não necessitam de nossas comidas ou qualquer tipo de coisa material, para se alimentarem, sobreviverem, se firmarem, se fazerem presentes ou mesmo satisfazerem seus instintos. A sistemática das oferendas é uma magia muito delicada e séria; Não deve ser realizada a torto e a direito tão somente achando que com isso vamos “comprar” o favor dos Orixás e dos Espíritos, ou mesmo barganhar, numa alusão de os estarmos agradando para conseguirmos os nossos intentos.

Também não podemos crer que fazendo uma oferenda, estaremos nos “ligando” ou mesmo “contactando” à Espiritualidade Superior. Nesse momento o que acontece, é tão somente um acionar da nossa mente abstrata, onde psiquicamente nos posicionaremos, facilitando o encontro, pois estaremos materializando o contexto Espírito/matéria. Muitos têm uma grande dificuldade de mentalmente entrar em contato com a espiritualidade; Fica mais fácil materializar tudo, pois somente entendem e observam o que sentem pelos cinco sentidos físicos.

Uma coisa é certa: o plano espiritual superior não se liga ou mesmo se aproxima de nós através das coisas materiais, ou mesmo do culto externo. Temos que nos conscientizar que só poderemos invocar ou evocar o Astral Superior, somente através da nossa reforma íntima, das nossas virtudes, boa ações, orações e rezas.

Vejamos a abalizada opinião de um humilde Preto Velho:

... Os Orixás, que nós muito respeitamos; Senhores da Luz Primaz, esta energia cósmica e Onipresente, não necessita Culto. Eles são o que são com ou sem o reconhecimento dos filhos de fé!

São como a luz do sol, que muito embora desponte no horizonte em seu carrilhão de fogo quando ainda muitas criaturas ainda dormem, nem por isso brilha menos na sua majestosa apoteose de luz!

... A Umbanda desceu ao plano físico para que a humanidade, compreendendo sua existência, reverenciasse o Criador dos Mundos, O Senhor dos Universos, Deus, Nosso Pai Celestial. A Umbanda se fez presente através da força dos Senhores Solares como uma bênção em favor das ignorâncias estagnadas, intelectualizadas, que hipertrofiam seus cérebros com conhecimentos e esvaziam seus corações de sentimentos mais dignos! As forças gigantescas do Universo, os Portentosos Senhores do carma, não necessitam ser cultuados, bastando que os respeitem através do amor incondicional ao próximo e que representem este amor, não acendendo velas em seus santuários nem com oferendas em seus Congás; Mas que os reverenciem na luz interior de seus próprios corações, reeducados no serviço ao próximo e na comunhão de todos no sentido da elevação da consciência através dos ensinamentos dos Grandes senhores Avatares que já estiveram aqui neste mundo, como Moisés, Krishna, Buda, Zoroastro, Jesus…” Pai João do Congo. (Página recebida pelo médium: João Batista Goulart Fernandes).

“...Precavenham-se, os Umbandistas, principalmente contra as vulgarizações de “obrigações” cada vez mais frequentes que lhes são exigidas do Espaço por “dá cá aquela palha”. Os pais de Terreiros, autênticos e amigos, não exigem compromissos ridículos e até censuráveis por parte dos filhos e por qualquer banalidade”... (Trecho extraído do livro: Missão do Espiritismo – obra psicografada por Hercílio Maez – 4ª edição – Livraria Freitas Bastos – 1984)

Já imaginaram o que seria do mundo se toda pessoa que quisesse algo em sua vida, era só ir fazer uma oferenda a um Orixá, Guia, Santo, Exu ou Pombagira, barganhar e pronto? Ou seja, era só “comprar” o que o Orixá ou Guia mais gostasse, porque onde eles moram não tem mercado, feira, nem casa de artigos religiosos e por isso precisam que nós os agrademos com bebidas, comidas, charutos, velas, ou seja, coisas materiais, para poderem satisfazer nossos egos incapacitados e muitas vezes doentio. Pra que fazer vestibular? Pra que estudar muito pra ser um bom profissional? Pra que trabalhar? Pra que ser honesto? Pra quer perdoar? Pra que ter honra e honestidade? Seria legal, através de uma oferenda eu conseguir o homem ou a mulher que eu quero. Não existiram mais doenças. O campeonato de futebol não seria mais resolvido no gramado, mas sim, nas encruzilhadas. Quando eu não gostasse de alguém seria fácil: Era só fazer um feitiço e essa pessoa sumiria. Dinheiro então nem se fale; era só levar uma oferenda na Natureza e no outro dia eu ganharia na loteria. Fácil né? É assim então? Se for, não preciso mais me esforçar pra nada nesse mundo, pois, é só fazer uma oferenda ou despacho e está tudo resolvido.

Para que então perdermos tempo atendendo as pessoas num Templo Umbandista, com orientações e evangelização? Se nós tivéssemos a certeza que basta uma oferenda ou despacho para que o problema daquela pessoa, seja qual for, fosse resolvido? É mais fácil então uma só pessoa atender a todos no Templo, colocando os problemas das pessoas em um buscador da internet! Encontrando o despacho ou oferenda condizente, era só tirar uma cópia, dar na mão do consulente e mandar ele se virar pra realizar o ato que tudo estaria resolvido em sua vida. Devemos então jogar fora o Evangelho e achar que Jesus foi um tolo inocente por querer que todos fizessem Reforma Íntima e nos melhorássemos para sermos felizes? Jesus também foi mentiroso quando nos disse: “Eu sou o caminho, a verdade a vida; ninguém chega ao Pai a não ser através de mim”?

Uma coisa é interessante... Vemos todo mundo buscar Jesus para resolver os seus problemas, mas nunca vimos ninguém montar uma oferenda para Ele, a fim de conquistar os Seus favores. Por quê? Fácil: ninguém nunca ensinou ou disse que Ele facilitaria as coisas com oferendas. Com Jesus não se barganha; Jesus não se compra; Jesus se conquista; Jesus é pura doação. Seus favores somente chegam a quem merece de fato, pois entenderam o seu Santo Evangelho; Mudam suas vidas.

Será que com os Sagrados Orixás também não é assim? Será que para conquistar o apreço dos Orixás também não teríamos que nos reformar, nos melhorar, sermos amorosos e caridosos? Alguém (com certeza não foram Guias Espirituais da Umbanda), no passado, ensinou que para se obter favores dos Orixás bastaria agradá-los com oferendas (ou ebó). Alguém (com certeza não foram Guias Espirituais da Umbanda) ensinou que para todo problema existe uma oferenda (ou ebó) conciliatória. Atentem que nos ensinaram que para se chegar a um Orixá, deveríamos, por obrigação, realizar uma oferenda, com comidas e bebidas, senão este Orixá não se achegaria em nossas vidas. Será que é assim?

Muitos umbandistas abandonaram a religião, dizendo que cansaram de realizarem oferendas e despachos e os Orixás nunca os ajudaram; suas vidas continuaram na mesma; nada foi resolvido; alias, piorou; gastaram o pouco que tinham. Essa é uma tradição antiga africana; aceita e praticada pelas religiões afrodescendentes. Mas a Umbanda é crística e brasileira, ai está a diferença!

Chegamos a uma conclusão óbvia: É mais fácil ao Umbandista pensar que pode tudo através de oferendas e despachos, do que seguir o que Jesus ensinou, ou mesmo proceder a uma Reforma Íntima precisa em sua vida. Para muitos Umbandistas é dificílimo ser cristão.

Segundo o Novo Dicionário Aurélio – 1ª edição – 9ª impressão: “Oferenda: Objeto ou coisa qualquer que se oferece: presente; dádiva” – diz-se na Umbanda, que oferenda é um presente para captar apenas vibrações, ou melhor, para harmonizar vibrações. “Despacho: Ato ou efeito de despachar (dispensar os serviços de; mandar embora; despedir)” – diz-se na Umbanda, que despacho é uma Magia com fins de se retirar algo ruim de alguém e despachar (tocar para a frente; mandar embora) em local predeterminado.

Vamos entender agora o que seriam as oferendas e a sua importância na Umbanda:

O ato de oferendar é milenar. Mas, o que é realmente? Seria somente um agrado? Um presente? Oferenda também seria uma forma de agradecimento por algum bem recebido?

A prática da oferenda para a Umbanda tem um sentido muito amplo, profundo e transformador. Há dois elementos fundamentais na prática da oferenda: Um gesto e um sentimento. O gesto é algo formal, visível, concreto, como por exemplo, dar um presente para alguém. O sentimento, por sua vez, não tem forma, é invisível, abstrato.

Pode-se oferecer a alguém por interesse, por protocolo, por educação. Pode-se fazê-lo também por amor, por afinidade ou por reconhecimento.

Ofertar é somente um gesto. Sozinho, este gesto é oco, sem sentido próprio. É feito um copo que pode conter água, vinho ou veneno. O conteúdo deste gesto é o sentimento, a motivação de quem oferenda. O sentimento por outro lado não pode ser visto por si; o que eu sinto; o que eu penso; o que eu acho; são coisas que pertencem à minha própria mente. Para que nós possamos compartilhar isto com alguém, precisamos de algum meio, de um veículo que nos permita comunicar estes sentimentos para o outro. O veículo do sentimento é o gesto. O gesto concretiza o sentimento. Sem um gesto, não há como demonstrar o sentimento.

A oferenda na Umbanda precisa ter estes dois elementos em perfeita correspondência para ser autêntica. É necessário haver um sentimento sincero, devoção, agradecimento, de reverência ao que há de superior, no caso, aos Poderes Reinantes do Divino Criador (os Sagrados Orixás), aos Guias Espirituais e aos Exus e Pombagira. Também é necessário um gesto, um ato visível, um sacrifício que demonstre este sentimento.

Sacrifício no sentido de ser uma ação de tirar algo de si para ofertar; por isto, um ofício sagrado. Sagrado porque a espiritualidade não precisa do que é oferecido a ela, mas nós precisamos! Precisamos do recurso que ofertamos para a nossa própria subsistência. Seja o alimento, a roupa, seja o dinheiro, seja o tempo ou trabalho. Sagrado porque ao realizar a oferenda, não é a espiritualidade que, agradecida, aproxima-se de nós.

Pelo contrário, nós é que caminhamos em direção ao Sagrado. Por quê? Pois liberamos o sentimento do nosso apego, da nossa mesquinhez, do medo de perder o que é “nosso”. Qual o valor dos ensinamentos que os mestres espirituais nos deixaram? Qual o preço da dedicação e do esforço dos nossos mestres atuais em preservar e difundir os ensinamentos que usufruímos hoje?

Como demonstrar o reconhecimento e a gratidão por todos aqueles que, no anonimato, dão sustentação a este tipo de trabalho, oferecendo seu suor, seu tempo, suas lágrimas, suas horas de sono e de descanso, oferecendo sua própria vida para seguir este ideal?

O Umbandista realiza a sua oferenda como um exercício de consciência. Não se enaltece, achando que está fazendo um gesto de caridade; isto aumentaria seu ego e poluiria seu sentimento. Não se amedronta com receio que lhe falte o recurso doado – isto diminuiria sua confiança na espiritualidade. Não se irrita por estar fazendo algo contra a sua vontade, Pois isto seria uma tremenda agressão à sua sinceridade. A oferenda do Umbandista é feita com o coração repleto de alegria, por saber-se em uma tradição autêntica, de autênticos seres iluminados. É feita com reverência, respeito, pela preciosidade dos ensinamentos transmitidos. É feita com gratidão por reconhecer o esforço e a dedicação de todos aqueles que possibilitam este contato com a Tradição. É feita com a harmonia de quem se sabe caminhando rumo à iluminação da própria consciência.

Outros acham que basta oferecer alguma coisa, na vã esperança de terem seus problemas resolvidos. Seria como “comprar” favores materiais ou espirituais, através de alguma oferenda, ou seja, é como chegar num armazém, bastando “pagar” para ter uma mercadoria adquirida, ou mesmo “entregar” meia dúzia de garrafas de pinga, um charuto e uma vela baratos, para terem muitas vezes, seus escusos pedidos atendidos.

Cansamos de ouvir: “Meu Orixá está cobrando um trabalho”. “O Santo está me cobrando”. “Meu Orixá está me cobrando uma oferenda”, Vamos entender isso:

Quando as Hierarquias Espirituais Superiores dão oportunidade de encarnação a um Espírito, a primeira providência tomada é a consulta aos Espíritos encarnados dos pais (o que é feito durante o sono do casal) para ver se concordam em gerar um filho, tudo isto em obediência à lei do livre-arbítrio. Após a concordância dos pais, a tarefa de plasmar o Espírito na forma é entregue as Poderes Reinantes do Divino Criador (Sagrados Orixás) afetas ao planeta Terra. Eles executarão a tarefa dando de si as energias necessárias para que haja a vida, e o novo ser estará ligado diretamente àquelas vibrações originais.

Desta força nasce “A Guarda” do novo ser, e que é a força primária atuando no nascimento, força essa conhecida por nós, como elementais da Natureza. A partir do instante em que o novo ser é gerado, esta força primária – elementais – começa a atuar fazendo com que os elementos se transformem segundo os processos materiais, e o corpo vá tomando forma.

Os elementais trabalham então intensamente, cada um na sua respectiva área e vão formando, a partir do embrião, todas as partes materializadas do corpo. Energias materiais e espirituais são então fundidas e moldadas até que nasce o novo ser. Após o nascimento, “A Guarda” vai promovendo o domínio gradativo da consciência da alma e da força do Espírito sobre a forma até que este novo ser adquira sua personalidade própria através da lei do livre-arbítrio.

Desse momento em diante, a força primária passa a atuar de forma mais discreta, obedecendo ao arbítrio do novo ser.

Todos os seres humanos possuem os elementos da Natureza em sua constituição, vibrando incessantemente por toda a sua vida terrena. Em cada ser humano, encontraremos elementos mais dominantes, que formará o seu temperamento; e por consequência, a “força” primária dos elementais que vibram em nossas vidas é o que conhecemos como “Guarda” e de onde surgem o que conhecemos como Orixás de coroa, frente, junto, esquerda e direita).

A partir deste entendimento, chegaremos à conclusão que a nossa “Guarda” é uma “força primária” (gerada pelos Orixás, energias superiores da Natureza), responsáveis pelo nosso sustento material, atuando em nossa vida desde o nascimento, até a nossa morte física. Essa “força primária” é viva e sustentada pelas forças da Natureza – Fogo, Terra, Ar, Água, Mineral, Metal, Vegetal, Animal e Humano.

Quando da morte física, esta “força primária”, volta a Natureza. Portanto o que conhecemos como “Guarda”, nada mais é que a presença da Natureza viva, em nossas vidas.

A nossa “Guarda” (força primária) não “vive”, na acepção da palavra, do nosso lado diuturnamente, mas sim, ligados a nós por núcleos energéticos vibratórios (chacras), vibrando sim, constantemente, nos abastecendo de forças necessárias a nossa vida, evolução e proteção no planeta. Com isso esclarecido, vamos agora entender o porquê nós umbandistas, usamos acender velas, colocar um copo com água, etc. para o nosso “Anjo da Guarda”. É certo que um Espírito protetor (Anjo Guardião) não necessita de velas, água, etc., para se fazer presente em nossas vidas.

A vela não é acesa para “iluminar o nosso Anjo Guardião”. Usamos “firmar a nossa Guarda” com elementos da Natureza (vela= terra – chama da vela= fogo – copo com água= água – o ar que alimenta o fogo= ar), que irão fazer a devida ligação, plasmando essas forças em nosso corpo físico e espiritual, nos protegendo, auxiliando e amparando.

Também vamos entender porque muitos umbandistas se utilizam das oferendas, pois creem que os Sagrados Orixás, os Guias Espirituais, ou mesmo os Exus e as Pombagiras estão lhe cobrando alguma coisa.

Não é cobrança, mas sim, a nossa “Guarda” e estão vendo o que está em carência em nosso Espírito ou em nossa matéria, e através de certos materiais, nos pedem (através dos Guias Espirituais ou dos Exus e Pombagiras) ou intuem que os entreguemos na Natureza, tão somente para nos equilibrar e nunca porque estão necessitados dessas coisas para satisfazerem seu egos.

Portanto, se existir “cobrança” com “castigos”, exigindo oferendas e despachos, com certeza é coisa de quiumba e nunca de Espíritos da luz.

Na realidade, quando nos orientam a realizar alguma oferenda, não é para o Orixá, um Espírito de luz ou mesmo os Exus e as Pombagiras em si, pois os mesmos não se alimentam de coisas materiais, muito menos das emanações fluídicas destes materiais. Cuidado! Espíritos que necessitam de coisas materiais para coexistirem, com certeza são Espíritos imperfeitos, impuros ou levianos.

Quando estamos ofertando a um Orixá, alguma entidade de luz ou mesmo os Exus e as Pombagiras, seja por vontade própria ou quando orientado, é pelo simples fato de que, aquele que faz a oferenda, necessita de certos tipos de energias etéreas, difíceis de adquirir por meios próprios, seja para uso espiritual, saúde ou material (e só conseguirá obter êxito se for merecedor).

Será que quando sentimos vontade de oferecer a um Guia Espiritual ou mesmo um Orixá, essa vontade é tão somente nossa ou estamos sendo intuídos a fazê-la?

Quando fazemos uma oferenda, os seres elementais a serviço da força Orixá ou a pedido dos Guias Espirituais, manipulam energeticamente os materiais constantes do trabalho e fazem com que essas energias poderosas (O prâna particular de cada elemento da oferenda) retornem para quem ofertou. É simples!

Por isso, ao fazermos uma oferenda, resolvemos muitos de nossos problemas. Mas, os problemas resolvidos são os internos, pois sairemos do local do onde ofertamos restabelecidos de energias vivificantes e teremos coragem de lutar pelo que queremos. Quando conseguimos obter algum favor material através de uma oferenda, com certeza, a oferenda contribuiu tão somente com as energias necessárias para que tomássemos a iniciativa de melhorar.

Sempre poderemos efetuar oferendas a fim de solicitarmos tão somente espiritualidade, paz, amor, saúde, força e condições para conseguirmos resolver nossos problemas com Deus no coração. Não é aconselhável somente proceder as oferendas a fim de obter favores ou facilidades materiais.

Lembre-se: “Nunca devemos pedir à Espiritualidade àquilo que é da nossa competência” e também que “Conquistará tudo na vida como suor do teu rosto”. Toda oferenda é realizada com materiais da Natureza. Frutas, sucos de frutas, flores, tabaco, velas, perfumes, essências, ervas, etc.; Nunca devemos utilizar materiais de baixa energia vibratória como ossos, sangue, carnes em oferendas dedicadas aos Orixás, Guias Espirituais ou Exus e Pombagiras na Umbanda.

Atenção: Toda a temática de oferendas na Umbanda é simples. Os materiais utilizados são poucos. Não se gasta muito. Oferendas exóticas, ricas e muito fartas, com certeza é coisa de quem oferenda e não exigência de Guias Espirituais, Exus, Pombagiras ou Orixás na Umbanda.

É certo que quando oferecemos à Espiritualidade esta se faz presente, não apenas pelos materiais ali presentes, mas primordialmente pela ligação mental do ofertante. A Espiritualidade vê o que esta acontecendo e procura ser solicito.

As energias dos materiais ali depositados serão utilizadas para o requerente, mas, atentem bem que tudo vai funcionar somente se o ofertante tiver santidade das intenções, mente ilibada, orações, concentração e merecimento.

Também, quando alguém vai efetuar uma oferenda somente solicitando coisas materiais, (o que seria da competência de quem oferta), o consegue pelo simples fato da oferenda servir como uma muleta psíquica, movimentando forças interiores e mentais que farão à vida do ofertante caminhar melhor; Não pelo fato dos elementais movimentarem energias para a resolução do problema, mas sim, foi movimentada a força interior do indivíduo, fazendo com que ele tomasse atitudes na vida, pois interiormente acionou a fé, de que àquela oferenda resolveria a sua vida.

A nossa mente, através dos nossos sentidos físicos materializam o abstrato sentindo as “forças” invocadas à nossa frente, facilitando o intercâmbio. Não cremos que o simples ato de fazermos uma oferta irá fazer que as forças da Natureza se coloquem ao nosso inteiro dispor para nos dar àquilo que desejamos.

A oferta de coisas materiais, com certeza, não será a chave que abrirá as portas de religação da pessoa com os Sagrados Orixás e muito menos com a Espiritualidade Superior. Essa religação só é efetuada através do amor, dedicação, caridade, transformação moral e orações.

Oferenda é magia. E como toda a magia, obedece a certos influxos energéticos desde a sua preparação, até a sua execução. Se estes itens não forem obedecidos, de nada adiantará realizar o fato. As realizações de oferendas obedecem aos pontos cardeais e as entradas e saídas de força que agregam e desagregam os elementos e mantém a transformação da vida, onde em cada um estará à vibração magnética da força Orixá correspondente. Obedecem aos horários astrológicos, onde os planetas estão com maior influxo energético; Obedecem aos horários de maior vibração energética da força Orixá. Também obedecem ao influxo energético mental de quem faz a oferenda, que naquele exato momento da oferta, movimentará energias mentais poderosas, que acionarão toda uma gama de fatores que acionará a magia da oferenda.

De nada adianta simplesmente chegar a um local predeterminado para realizar a oferenda e lá praticamente “jogar” certos tipos de materiais, por medo de que alguém esta olhando, com pressa, ou totalmente alheio ao que esta sendo realizado; Se assim proceder, está jogando dinheiro fora. Estas ligações são possibilitadas pelas chamadas Linhas de Força ou Tatwas, que são a consubstanciação da energia dos Orixás, pois cada um dos Poderes Reinantes do Divino Criador é senhor de uma vibração da Natureza. Estas linhas de força transpassam a tudo e a todos, diuturnamente.

Lembre-se que são “linhas de força”, portanto, não pensantes, mas sim, somente obedecendo a influxos energéticos e mentais. Para uma melhor obtenção de resultados, no mínimo, sugerimos que as oferendas sejam efetuadas, obedecendo aos horários astrológicos e lunares (esses horários também poderão ser obtidos através do Almanaque do Pensamento, vendido em todas as bancas de jornais).

Cada horário obedece a um influxo planetário que trará as energias necessárias ao que se esta requerendo. Se quiserem se aprofundar mais sobre as linhas de forças, pesquise sobre as Linhas Ley, Linhas do Dragão, bem como estudando Geologia, Caminhos Telúricos, Mana, Anima Mundi, Campo Eletromagnético, Correntes Polifásicas, Energia Orgânica e muitos outro nomes...

Depois de tudo isso lido e entendido, vamos agora saber o porquê Jesus disse: “O Espírito necessita mais de oração do que a carne de pão”.

Entendamos de uma vez por todas, que as oferendas que realizamos nos sítios vibratórios da Natureza nada mais são do que para o nosso próprio sustento energético/vibratório e não para “alimentar ou mesmo agradar” os Sagrados Orixás ou Espíritos.

Relembrando: Disse Jesus: “Se, portanto, quando fordes depor vossa oferenda no altar, vos lembrardes de que o vosso irmão tem qualquer coisa contra vós, deixai a vossa dádiva junto ao altar e ide, antes, reconciliar-vos com o vosso irmão; depois, então, voltai a oferecê-la. (S. Mateus, cap. V, vv 23 e 24).

Quando diz: “Ide reconciliar-vos com o vosso irmão, antes de depordes a vossa oferenda no altar”, Jesus ensina que o sacrifício mais agradável ao Senhor Deus é o que o homem faça do seu próprio ressentimento; que, antes de se apresentar para ser por ele perdoado, precisa o homem haver perdoado e reparado o agravo que tenha feito a algum de seus irmãos. Só então a sua oferenda será bem aceita, porque virá de um coração expungido de todo e qualquer pensamento mau.

Ele materializou o preceito, porque os judeus ofereciam sacrifícios materiais; Cumpria-lhe conformar suas palavras aos usos ainda em voga. O cristão não oferece dons materiais, pois que espiritualizou o sacrifício; Com isso, porém, o preceito ainda mais força ganha. Ele oferece sua alma a Deus e essa alma tem de ser purificada. Entrando no Templo do Senhor, deve ele deixar fora todo mau pensamento contra seu irmão.

Só então os Anjos levarão sua prece aos pés do Eterno. Eis aí o que ensina Jesus por estas palavras: “Deixai a vossa oferenda junto do altar e ide primeiro reconciliar-vos com o vosso irmão, se quiserdes ser agradável ao Senhor” (Evangelho Segundo o Espiritismo – Capítulo X).

“A oração é um bálsamo para a alma. Traz alegria e felicidade, protege o homem de testes e dificuldades. É essencial para a vida do Espírito. Assim como o corpo físico todos os dias têm necessidade de comida, da mesma forma a alma precisa diariamente de alimento. A oração é a comida espiritual da alma. Um corpo físico que não é regularmente alimentado enfraquece por desnutrição até morrer. O mesmo é verdadeiro para a alma do homem. O Espírito tem de ser alimentado regularmente e bem, senão sofrerá da mesma perca de poder que o corpo físico e eventualmente também perecerá. Mesmo que não se possa dizer que morreu, a verdade é que se torna tão inútil e desprezível que sua condição de existência é equivalente à morte”. (Fé Bahá'ís).

Quando nos Templos ou mesmo formos à Natureza a fim de Ofertar aos Orixás ou mesmo a Espíritos, vamos sabedores que o que levaremos de material, será uno e exclusivamente para o nosso sustento vibratório/magnético e não para “alimentar/agradar” Orixás e Espíritos. Por isso, quando formos realizar algum tipo de oferenda, antes dessa, devemos realizar orações ou em intenção ao Orixá ou Espírito a quem iremos oferecer.

Ex: Quando formos a uma praia louvar e ofertar a Mãe Yemanjá, devemos antes, de frente para o mar, iniciar uma oração de louvação a Rainha do Mar.

Com certeza, iremos receber as vibrações emanadas naquele momento, a oração será como uma cachoeira de luz a banhar-nos o ser, em uma simbiose perfeita de Irmandade; Depois, fazer a oferenda. “Sem oração, o cristianismo se reduz à pura exterioridade; a ação se transforma em fim; a caridade evangélica acaba sendo simples filantropia”. (Ennio Domenico)

Importante: Oferenda é magia; É magia, é manipulação com os elementos da Natureza a fim de facilitar e concretizar nossos pedidos, tudo na lei do merecimento. Portanto, toda vez que fomos realizar oferendas na Natureza, ligadas a algum Orixá, com certeza estamos somente fazendo uma oferta de coração sem segundas intenções, ou mesmo requerendo soluções para os nossos pedidos. Por isso, devemos utilizar certos materiais em concordância vibratória com o requerido e vamos a um ponto de força da Natureza facilitador, que vibra as forças sagradas para a realização das nossas necessidades.

Não existem frutas, bebidas, etc., dos Orixás, mas sim, materiais que vibram forças energéticas próprias, e serão utilizadas por quem realmente conheça dessa Magia, numa mistura (oferenda) própria, que em conjunto vibrarão uma energia especial para o que esta sendo pedido. Os elementais do local, pelo merecimento e intenções do requente, retirarão as energias do que esta sendo ali depositado, e enviarão para energizar o que esta sendo pedido.

Quando vamos a Natureza levar algum “presente” por amor a um Orixá, levaremos frutas, flores, etc., que vibram positivamente, representando a nossa intenção. Somente isso, não quer dizer que estamos levando materiais que são do gosto dos Orixás, mas simplesmente, representando nossas intenções. Com isso entendido, saberemos que não existem “materiais” dos Orixás, mas só, materiais carregados de energias próprias, manipulados magisticamente, para atender nossos pedidos moralmente corretos.

Um exemplo prático: Se formos realizar uma oferenda requerendo um emprego honesto que nos sustente, iremos solicitar o auxilio do Poder Reinante Oxossi do Divino Criador. Antes de efetuarmos nossa oferenda, devemos estar com o “corpo limpo” fisicamente e moralmente; Sossegados e centrados. Não é momento para brincadeiras, encontro social ou mesmo piquenique. Devemos nos dirigir em dia próprio a uma mata fechada; E Montar a oferenda; Tendo em mente então que, a magia da oferenda é coisa muito séria e deve ser realizada seriamente por pessoas devidamente orientadas e que entendam o verdadeiro significado do ritual que está praticando.

Paz à todos!