01. Por que o Médium não deve tomar álcool no seu dia-a-dia.
O sistema nervoso é o mecanismo intermediário entre o corpo físico, o mundo externo e o campo consciencional. O campo consciencional é a sede do “eu”, esse algo individualizado e portador da centelha divina. A centelha divina é a parte do mecanismo do Homem que lhe possibilita a existência. Ela proporciona a encarnação e a sustenta. Sem ela não existe a ligação entre o espírito transcendental, a alma e o corpo.
Rudimentarmente o sistema nervoso pode ser comparado com uma rede de distribuição de eletricidade, com seus fios, transformadores, subestações e uma de suas peculiaridades é dar passagem a energias por indução. Isso significa que a corrente nervosa “salta” de um ponto para o seguinte, não é contínua.
Esse e outros fatores básicos do sistema nervoso caracterizam a célula nervosa como incapaz de se reconstituir. Com isso não existe a regeneração do tecido nervoso.
O álcool, a heroína e seus derivados têm a capacidade de destruir a célula nervosa. Célula nervosa destruída significa perda de capacidade consciencional, diminuição do alerta mental, lerdeza do raciocínio, etc. Isso tudo resulta na gradual irresponsabilidade do Ser Humano. Esse fenômeno acontece quer se beba pouco ou muito álcool. Um pouco de álcool todos os dias causam efeitos mais danosos porque os resultados só aparecem-lentamente.
Essa é a razão fundamental pela qual os Médiuns não devem tomar álcool.
02. O fluído magnético animal ou Ectoplasma
Exerce sua influência na pessoa, de acordo com sua programação cármica, seu plano de vida no Planeta. Isso acontece no momento exato, e sua manifestação é absolutamente clara, insofismável para ela mesma.
Para que esta afirmação seja aceita é preciso que haja apenas certa honestidade do Homem consigo mesmo. Quem neste mundo de Deus não sabe quando a inquietação de seu espírito se manifesta?
Uma vez começada a produção Ectoplasmática começa também o desassossego da pessoa. É a época na vida de cada um quando começam as interrogações, a busca de algo acima do senso comum, as dores, as insatisfações, as sensações de irrealização, os distúrbios neurológicos e até mesmo as doenças físicas de maior gravidade. Os sintomas variam conforme as reações que as pessoas têm, de acordo com sua personalidade, ou seja, a constituição de seu conjunto psicofísico.
Embora ignorando o fenômeno, a maioria das religiões proporciona pelo próprio ritual, algum reequilibro Ectoplasmático. Isso acontece principalmente pelo sistema de reuniões, a formação de correntes e o sentimento de amor que é buscado. Mas, os preconceitos, sejam dogmáticos ou não, e a ânsia da padronização de conceitos, com isso formando os preconceitos, abafam as manifestações individuais. O Homem se torna, assim, prisioneiro, frustrado, exatamente dentro da instituição ou seja, a religião ou doutrina, que existe para sua libertação!
Isso tudo resulta da confusão que se faz entre a alma transitória e o espírito transcendental, e esse é o grande mal de nossa Civilização.
Assim, na mediunidade não se Inventou método algum de transmissão de religiosidade, mas apenas adotou, na sua prática, o sistema que a Natureza já havia proporcionado ao espírito em trânsito na Terra, o Ser Humano, o Homem. Nós apenas desenvolvemos a mediunidade da pessoa e proporcionamos os meios para ela mesma controlar suas forças e energias. Com isso essas forças e energias passam a circular nos canais programados e começam a beneficiar as pessoas em vez de prejudicá-las, como acontecia antes de aqui chegarem.
Com toda a simplicidade a pessoa aprende a manipular seu Ectoplasma. Com isso ela se purifica, se clareia, se torna mais sutil e, adquirindo maior vibraticidade, permite a sintonia com o seu próprio mundo espiritual.
A partir daí sua alma se abre às influências do seu espírito e ela começa a divisar seu caminho. A “claridade” do seu Ectoplasma lhe proporciona o “esclarecimento” que tanto se confunde com “conhecimento”.
03. A conduta Doutrinária
Há certos casos em que a Espiritualidade manda iniciar um Médium para que ele seja beneficiado pela Iniciação, para sanar alguma dificuldade em seu equilíbrio. Só depois de algum tempo é que ele irá exercer consciente seu papel de iniciado.
O conflito é a nota dominante da vida no Planeta Terra. Na verdade não existe vida sem morte. Os seres respiram e, junto com o ar, penetram no organismo milhões de bactérias, germes e micróbios. A cada respiração milhões de anticorpos, que são verdadeiros soldados do corpo físico, entram em ação e matam os invasores. A luta não pára um segundo sequer e, se as defesas se enfraquecem, ou se um inimigo desconhecido penetra em suas fileiras, o corpo se desequilibra e a pessoa fica doente.
Tudo que existe na Terra é vivo, qualquer que seja a natureza. Tudo é composto de átomos, desde a pedra até o fogo, desde a água até o ar. Como resultado natural, tudo que absorvemos é vivo. O Ser Humano é uma complexa máquina que absorve e transforma, como todos os outros seres, a matéria em energia e a energia em matéria. Nada é desperdiçado e tudo é transformado.
Essa luta eterna é variável conforme a simplicidade ou a complexidade dos organismos que existem no Planeta. Quanto mais complexo é um organismo mais complexa é a luta. O princípio porém é inalterável: absorção ou perda de energias. Isso acontece desde a pedra bruta, que é atacada pelo ar, a água, o atrito, o calor, o frio e as variações do terreno onde se encontra, até o Ser Humano, que é afetado por esses e outros fatores.
Desde o mineral, passando pelo vegetal, e chegando ao mundo animal, a luta vai adquirindo aspectos mais variados e complexos. Ela atinge o máximo refinamento no homem, a maior usina da Natureza de transformação energética que existe.
O simples ato de pensar já é uma poderosa forma de emitir e receber energias, com perdas ou ganhos conforme os controles, as qualidades e as sintonias. Quanto mais sutil é o campo vibratório em que as energias são recebidas ou emitidas, maior é a intensidade, a potência e a força que entram em jogo.
Com esse raciocínio fácil e razoável conclui-se que o conflito, a luta, o ataque e a defesa são intrínsecos em nossa natureza, essa é a Lei do Planeta Terra, não existe a paz, mas sim a guerra, permanente e inevitável, se situarmos o problema apenas em termos do plano psicofísico.
Essa Lei entretanto é restrita, delimitada pelo campo vibracional da Terra e para começarmos a entender isso um pouco, nós temos que pensar em termos de dimensões, planos e mundos. Embora essas palavras sejam escorregadias, são as únicas que nos dão a ideia aproximada de planos vibratórios.
Façamos uma analogia: por mais encapelado, tempestuoso que o mar esteja, se mergulharmos alguns metros abaixo da superfície encontraremos uma tranqüilidade impressionante. Pessoas que já voaram em aviões comerciais de grande porte também conhecem essa notável experiência. As vezes a gente decola de um Aeroporto em meio a tempestade, o avião jogando perigosamente; ele ganha altura e, em poucos minutos o sol brilha por sobre o colchão de nuvens enquanto que o vento parece inexistente. Assim é a nossa vida e assim também são nossas alternativas. E preciso mergulhar ou subir acima de nossas contingências para que tenhamos paz e tranquilidade, é preciso penetrar na dimensão do espírito. Só que o mergulho no mundo do espírito não é medido em metros mas em sensibilidade.
Torna-se necessário a gente se fazer receptivo ao mundo de nosso próprio espírito, seja em termos do passado cármico, ou do futuro planejado, para que possamos avaliar melhor os nossos conflitos e podermos reduzi-los às proporções que eles realmente têm.
Para facilitar essa receptividade, para tornar possível a trajetória dos espíritos encarnados, para que o Mundo seja uma escola proveitosa é que existe o Sistema Crístico e a Doutrina do Mestre Jesus com sua Escola do Caminho.
A Conduta Doutrinária não exige dos seus Médiuns que contrariem as Leis do Planeta, quaisquer que sejam eles, mas que sobreponham a elas uma conduta iluminada pela Doutrina de Jesus, a que chamamos de Conduta Doutrinária.
Convidar um Ser Humano a abandonar a luta seria o mesmo que sugerir que se suicidasse. Mas permitir que ele continue a luta sem saber o que está fazendo é deixá-lo entregue à perda da oportunidade encarnatória, é o suicídio do espírito.
A Doutrina de Jesus diz: “devemos amar ao próximo como a nós mesmos” e por todos os ângulos que observemos essa máxima ela sempre se apresenta como vantajosa para nossa existência.
Amando as pessoas que nos cercam, incondicionalmente, conseguimos um clima de paz em nossa consciência que só nos traz vantagens em todos os sentidos. Mas, para podermos amar os que nos agridem ou que procuram nos prejudicar, os que nos odeiam e os que nos invejam, nós temos que ter uma perspectiva ampla das nossas relações com os “próximos”.
Para que tenhamos essa visão mais ampla nós temos que conhecer, assimilar os outros aspectos da Doutrina do Mestre. Para conhecê-la nós devemos ter capacidade de sintonia. Em termos de Mediunismo, capacidade de sintonia significa saber mediunizar-se.
E assim, fechamos o amplo círculo. Para que o Médium tenha uma conduta doutrinária ele precisa conhecer a Conduta da Doutrina. Conhecendo a Doutrina ele continua sua luta, come, bebe. ama, trabalha, disputa seu lugar ao Sol, cumpre as leis biológicas, as psicológicas e as sociais e, através disso, executa o programa desta encarnação. E só assim ele pode dizer com tranqüilidade: “Seja feita a sua vontade, assim na Terra como no Céu...
Ainda um dado muito precioso: o Homem em harmonia com a lei é controlado por um número e uma quantidade de energias que lhe garantem a força total. Esse número básico é o 7 assim dividido: 3 + 1 + 3.
Três forças são a sublimação que por serem inversas da Terra são chamadas de negativas. Elas são fáceis de identificar quando dizemos: “em nome do Pai, do Filho e do Espírito”. Há uma força intermediária que liga as três primeiras com as três últimas: essa é a força da Mente, ou quarto plano Iniciático, a sede do Eu; as outras três forças são: a do plano intelectivo concreto, onde se manipulam as energias etéricas, a do coração ou forças da emoção e sensibilidade (no coração humano é que reside a partícula Crística) e por último a força animal, do mundo físico.
Tanto a da Mente como as outras três formam o quarteto positivo, as 4 forças chamadas de positivas, pois são elas que diferenciam um Homem de um espírito não encarnado, um espírito vivendo na terra.
Podemos agora concluir: o Médium, por definição, tem que observar uma conduta doutrinária, isto é, ele terá que agir de acordo com a Doutrina Cristíca na observância da Lei.
04. Os reajustes
A partir do instante em que os espíritos passaram a existir e se tornaram individualidades, suas diferenças lógicas passaram a produzir efeitos. Na descida, para nós misteriosa, que os espíritos empreenderam, como nos mostra a Estrela de David, suas ações mútuas foram causando efeitos cada vez maiores uns nos outros.
Na presente encarnação, olhando-se as pessoas em seu relacionamento, a gente percebe esse fato claramente.
Não há lógica que possa explicar o relacionamento entre os Homens, as desigualdades, os amores e os ódios. Por que uns matam e agridem, odeiam e se revoltam enquanto outros amam e curam?
A tentativa de explicar essa realidade pelos atos atuais, é invalidada pela diferença de reações às mesmas condições e estímulos, fato esse que mostra claramente a existência de causas anteriores, que determinam as atitudes atuais.
Ora, se os espíritos tendem a voltar a Deus, conforme nos mostra o triângulo ascendente da Estrela da David, eles terão que acertar suas diferenças e emparelhar suas individualidades a um ponto comum de referência.
O padrão de referência mais lógico e acessível ao Ser Humano é a face do Sistema Crístico que estabelece um prazo, um tempo determinado para nossa ação no Planeta e, prudentemente, nos fez ignorantes ao dia de nossa morte física.
Para chegarmos à paz interior, sinônimo de Deus, nós temos que nos reajustar com tudo que nos cerca, começando, naturalmente, pelo que nos é mais próximo, mais intenso, de experiência mais imediata.
E assim nós vamos encontrando, nas pessoas e nas coisas que nos cercam, os efeitos das ações que fizemos através dos tempos. Primeiro encontramos a nós mesmos, quando tomamos consciência de nossa situação; somos pobres ou ricos, bonitos ou feios, alegres ou tristes; nascemos numa parte boa ou má do Planeta, temos bons ou maus progenitores, etc., etc.
Esse é o primeiro e mais difícil reajuste.
Ao chegarmos ao entendimento, à consciência plena de nossa situação, quando o que moldamos já é irreversível, no tempo e no espaço, somos geralmente tomados de um profundo senso de injustiça e às vezes, de revolta.
Nesse ponto nos encontramos diante do primeiro grande dilema de nossas vidas. Alguns chegam a isso em tenra idade, outros já mais velhos, mas todos, todos os Seres Humanos desta Terra chegam a esse ponto. Você que está lendo este manual seja o juiz e decida se esta afirmativa é verídica ou não.
A partir daí começa o nosso reajuste, a retomada da trajetória de nosso espírito, o aparecimento das dívidas e dos créditos adquiridos em outras encarnações. Esses compromissos do passado são representados por credores ou devedores, que tanto podem ser encarnados como desencarnados, gente ou espíritos.
Na experiência vivida por muitos mediuns, tanto no trato com as milhares de pessoas atendidas, como nas instruções doutrinárias, conclui-se que a estrutura da vida global do Homem está no plano de reajustes para cada encarnação.
O espírito para reencarnar estuda, junto com seus mentores, um plano de trabalho através do qual poderá conseguir certa dosagem de evolução, se cumprir, é claro, o plano traçado. Naturalmente ele poderá cumpri-lo ou não, uma vez que seu livre arbítrio é respeitado em todos os planos, inclusive na escolha de sua encarnação. Para que possamos entender esse aspecto tão importante da vida em nosso Planeta, vamos torná-lo em sua origem mais próxima de nosso entendimento que é o processo encarnatório.
As energias cármicas
Para que um espírito possa ocupar um corpo físico e sua respectiva alma e com isso formar um Homem, um Ser Humano, entram em jogo múltiplos fatores, alguns dos quais podem ser analisados e compreendidos pela visão científica da vida.
Dois Seres Humanos se complementam e dão origem a um terceiro. Ambos são portadores de fatores genéticos e, da combinação dos genes fica estabelecida a estrutura fundamental do novo ser.
A partir desse ponto forma-se o feto, cujo sistema nervoso e cérebro-espinhal se completam entre o segundo e o terceiro mês de gestação. No terceiro mês o espírito passa a habitar naquele corpo.
Todo o processo está compreendido nas leis que regem os planos físicos e seus complementares etéricos e astros do Planeta, até o momento do espírito aderir ao corpo. Para que isso aconteça entra em jogo um fator extraterreno ou hiperetérico chamado Fagulha Divina, Átomo Crístico, etc.
Se não existisse esse fator extra-etérico, o fenômeno da vida seria passível de ser controlado pelos Homens. Sem essa fagulha divina não existe reencarne, não começa a vida humana, a não ser em termos apenas biológicos.
Por isso o ser humano criado em laboratório será apenas um sonho mau, uma pretensão humana sem propósito. O Sistema Crístico na Terra foi organizado para os espíritos em trânsito e fora dele é impossível, pelo menos até onde alcança a visão espiritual da Doutrina do Amanhecer, o reencarne dos espíritos.
A fagulha divina é uma energia que mantém a aderência do espírito ao corpo através do perispírito.
No término da jornada o espírito volta ao plano alcançado, à dimensão que conquistou. A energia da fagulha divina, impregnada pelas características da vida que foi vivida por aquele Ser Humano, fica na Terra, geralmente junto ao local onde o corpo é desintegrado, não importando qual o processo, se enterramento, dissolução, cremação, etc.
A partir desse ponto a fagulha divina se transformou em energia cármica e permanece nas proximidades onde o corpo ficou depois do desencarne. Ela irá passar por transformações lentas, em termos de localização, intensidade e mobilidade, dependendo de como o espírito que a deixou segue sua evolução, O sucesso ou insucesso de uma encarnação depende muito da maneira como um espírito manipula as energias cármicas.
05. O percurso de uma vida
Onze meses antes da reencarnação o espírito percorre, acompanhado de seu Mentor, os lugares onde viveu suas várias encarnações. Não se trata exatamente de uma viagem topográfica, mas, de certa forma, o itinerário é baseado nos pontos magnéticos gerados pelas energias cármicas deixadas por ele.
Dentro dessas coordenadas ele escolhe o seu plano encarnatório, a começar pela mãe, o pai os amigos e os inimigos que irá ter. Prevendo as próprias vacilações, ele escolhe também um futuro amigo e protetor que irá ajudá-lo na penosa experiência.
Depois disso ele entra para o chamado sono cultural, enquanto o plano é executado pelos Mentores, entrando no jogo os espíritos encarnados e os desencarnados que irão relacionar-se com ele nessa encarnação.
Isso mostra claramente que o livre arbítrio é que preside todos, os atos. Mesmo depois de encarnado, quando esquecido da escolha feita, se ele não quiser aceitar as condições que se impôs, ele pode fugir ao cumprimento do programa.
Essa fuga entretanto apenas lhe traz mais angústias e transfere os problemas para mais tarde. Mas, o importante é que Deus não tem pressa...
E assim, um Ser Humano nasce em determinado lugar, sua família muda-se para outro lugar, ele cresce e viaja para outro lugar e pode acabar sua vida em algum lugar bem distante de onde começou. Acaso?
Não, não existe acaso na vida humana a não ser na aparência sensorial.
Atrás de cada acontecimento de nossas vidas, do mais banal ao mais importante, existe sempre um intrincado mecanismo cujo funcionamento é mais complicado ainda porque muda a cada momento.
Essa mudança se opera a cada instante na dependência de nossas decisões. Se a decisão é certa, se está de acordo com o programa traçado pelo nosso espírito, o resultado é bom, nos sentimos em harmonia com o Universo. Se a decisão é errada, com isso contrariamos nosso destino transcendente, sentimos angústias e dor.
O Homem é feliz ou infeliz dependendo de como vive e de como estabelece seu sistema de decisões. Naturalmente, a pergunta que essa questão suscita de imediato é: como saber o que está certo e o que está errado? - mas esse é exatamente o enigma da vida, o desafio evolutivo, o preço da autonomia, do livre arbítrio. Foi talvez essa questão que levou os sábios da mais remota antiguidade a inscrever nos pés da Esfinge: “Decifra-me ou te devoro” e que levou São Francisco de Assis a dizer: Senhor dai-me forças para tolerar as coisas que não podem ser mudadas; dai-me amor, para mudar as coisas que devem ser mudadas e dai-me sabedoria para distinguir umas das outras’.
Mas, para sermos bem objetivos, para que possamos realmente saber a decisão certa, a Natureza nos deu um mecanismo de percepção que nos permite saber - qualquer que seja nossa posição no contexto humano - as coisas da Lei no Plano Físico, as coisas da Lei no Plano Psíquico e as coisas da Lei no Plano Espiritual.
Normalmente, nós estamos habituados a ouvir a voz de nosso corpo e a voz de nossa alma, uma vez que seus reclamos são facilmente discerníveis: Eu sei quando tenho fome e sei do que gosto ou não gosto.
Essas exigências produzem uma pequena dor. Mas temos também que nos acostumar a ouvir a voz de nosso espírito, pois a falta disso nos produz a grande dor, a verdadeira dor. Perder um corpo é um fato natural - não existe corpo eterno; perder a alma também é um fato natural - não existe alma eterna. Mas perder o espírito, tirar a oportunidade de uma encarnação arduamente conquistada é desafiar a Lei em seu aspecto mais amplo, é fato mais grave e mais doído.
Por essa razão é que o Grande Mestre Jesus nos deu, de forma clara e adequada, o Sistema Crístico na sua Escola do Caminho, para que pudéssemos ouvir facilmente a voz de nosso espírito.
A propósito é preciso que se diga que o único erro que os exegetas do Cristianismo cometem é de querer interpretar o Evangelho como guia para alma e para o corpo; não, Jesus não fala para eles, Jesus fala para o espírito encarnado, O Evangelho tem um aspecto literal, factual e psicológico porque ele é transmitido pelos sentidos, mas o próprio Mestre explicou aos discípulos quando lhe perguntaram: “Mestre, por que é que lhes falas em parábolas?”
Respondeu-lhes Jesus: “A vós é dado o compreender os do reino do céu; aos outros porém não é dado. Porque ao que tem dar-se-lhe-á, e terá em abundância; mas ao que não tem tirar-se-lhe-á ainda aquilo que possui. Por isso é que lhes falo em forma de parábolas: porque de olhos abertos, não vêem e, de ouvidos abertos, não ouvem, nem compreendem.
Assim se há de cumprir neles a profecia de Isaías: “Ouvireis e não entendereis; vereis, e não compreendereis; porque endurecido está o coração deste povo, tornaram-se moucos os seus ouvidos, e cerraram os olhos: não querem ver com os olhos, nem ouvir com os ouvidos, nem compreender com o coração, nem converter-se de modo que eu os cure”.
“Ditosos os vossos olhos, porque vêem! E os vossos ouvidos, porque ouvem! Pois em verdade vos digo que muitos profetas e justos desejariam ver o que vós vedes e não viram: ouvir o que vós ouvis e não ouviram”. (Mateus 13-10/17).