POR QUE SOU FILHO(A) DESSE ORIXÁ?
Se perguntássemos, lá na África, o porquê de alguém ser filho de tal Orixá, a resposta que ouviríamos seria “é porque ele me escolheu!”. Resposta simples, sucinta, que dispensa qualquer novo questionamento. Simples assim! No entanto, como sabemos que o Orixá, na verdade é uma IMANÊNCIA divina, parte do Criador, a nossa própria lógica já não pode aceitar uma explicação tão simplória; afinal, se Deus escolhesse alguém para dispensar tratamento especial - por qualquer motivo que fosse -, estaria demonstrando predileção por uns em detrimento de outros, o que evidenciaria, no mínimo, a existência de paixão e falta de equanimidade, contrariando um de seus atributos básicos que é a perfeição, e sendo, por isso, IMPOSSÍVEL!
Todos nós somos o resultado das experiências que vivemos e de tudo o que aprendemos durante não apenas essa encarnação, mas em todas, desde o momento em que fomos criados até hoje! É baseado nessas vivências que, atualmente, temos nossas preferências, hábitos, forma de pensar, desejos predominantes, e todas as características que determinam nossa individualidade. É por isso, também, que não há duas pessoas que sejam 100% iguais, ainda que tenham sido geradas pelos mesmos pais e criadas da mesma maneira.
Enfim, somos INDIVÍDUOS! E o conjunto formado por nossos pensamentos e sentimentos mais constantes é que traduz a nossa identidade; e gera, também, ao nosso redor, um campo vibratório que reflete - através da liberação das energias que produzimos - os padrões predominantes do que pensamos e sentimos. É claro que a configuração desse campo vibratório não é estática; ela muda a todo minuto, pois estamos sempre tendo reflexões e emoções diferentes. Mas a maior parte dessas mudanças é apenas superficial, porque, sendo, em outras palavras, o reflexo de nossa PERSONALIDADE, mesmo com essas alterações momentâneas, a parte “mais profunda” do nosso campo vibratório é mais ou menos constante, e não chega a ser alterada drástica e definitivamente, já que, durante uma única encarnação não acontecem mudanças tão radicais a ponto de modificar completamente a estrutura psicológica e emocional de alguém, estrutura essa construída ao longo de milênios...
Como o campo vibratório ao nosso redor é reflexo da personalidade e ele atrai energias semelhantes, a pessoa do exemplo tem, naturalmente, a capacidade de se ligar com facilidade à vibração irradiada de Deus – também chamada “Orixá”
É extinta a CULPA que muitos atribuem aos seus Orixás pelo seu próprio comportamento. Tem gente que diz: “sou dessa forma mesmo, porque sou filho de tal Orixá!”. Essa visão é arcaica e ERRADA, e é herança daquele pensamento equivocado de que “o Orixá me escolheu”. De fato, se o Orixá tivesse escolhido aquela pessoa, ela não teria culpa pelo seu comportamento, pelo seu gênio e pelas paixões que possui e, não poderia sofrer as ações kármicas de seus atos, porque seu modo de ser lhe teria sido imposto “de cima para baixo”, sem que ela pudesse escolher. Com essa explicação, já podemos entender que ninguém é como é porque é filho de tal Orixá, mas, ao contrário, você é filho de tal Orixá porque é como é! Isso muda muita coisa, inclusive a nossa noção de responsabilidade sobre nós mesmos e sobre nosso proceder.
Dentre as vibrações divinas que chamamos “Orixás”, existem aquelas de caráter mais ativo e outras mais passivas. Normalmente, essas características são conceituadas em arquétipos masculinos e femininos, respectivamente; mas isso não é regra. Há Orixás femininas que possuem um nível maior de atividade, como Obá, por exemplo, e masculinos um pouco mais passivos, como Oxalufã. Entre nós, espíritos encarnados, isso também acontece. Um homem pode ter, predominantemente, personalidade emotiva, pacífica, social, familiar; enquanto que uma mulher pode ser mais obstinada, inquieta, guerreira e até autoritária. Como é justamente a personalidade da pessoa que definirá seu campo vibratório e, por conseguinte, as energias que mais atrairá para si (ou, em outras palavras, o seu Orixá), independente de seu sexo, o seu primeiro Orixá poderá ser masculino (conceituado normalmente como mais ativo) ou feminino (conceituado normalmente como mais passivo).
Autoria: Tata Luis.