sábado, 14 de agosto de 2021

História extraída da fita de vídeo “A Poderosa Energia do Do Amor “- Divaldo Pereira Franco

 

História extraída da fita de vídeo “A Poderosa Energia do
Do Amor “- Divaldo Pereira Franco


Pode ser uma imagem de corpo d'águaA muitos anos, em um dia de atividade socorrista do Centro Espírita Caminho da Redenção, onde Divaldo Pereira Franco era o presidente e naquela noite presidia as atividades de aplicação de bioenergia ( passe coletivo) e ao serem diminuídas as luzes, (como fazemos aqui em nossa casa), e estando ele orando diante da multidão que ali ocorre, em dado momento abriu os olhos, ergue a cabeça e vê no meio da multidão uma luz muito forte, que bailava no ar.
Chamou-o a atenção e tentou localizar mais ou menos a fila em que se dava aquele espetáculo maravilhoso para os olhos dos médiuns vidente, e identificou uma criatura humana (encarnada), que irradia aquela energia. Ao terminar as atividades desce e consegue identificar a pessoa.
Era uma senhora muito modesta que lavava roupas para as famílias de melhores condições, conforme ela conta para sobreviver. Disse também que trabalhava fazendo acarajés para vender na saída do Elevador Lacerda em Salvador, para sustentar seu filho.
Divaldo sente emocionado diante da pureza e simplicidade daquela senhora, e pergunta quanto tempo ela frequenta aquela casa. Ela com muita humildade no linguajar, responde que a vários anos, e que nunca tinha se aproximado do Irmão (assim que ela se refere a Divaldo) por ser uma pobre coitada.
Eu venho aqui para receber, para ouvir para ser beneficiada e ter forças para levar minha cruz ao calvário, que é meu filho.
Continuava a senhorinha
Eu tenho por ele por meu filho Irmão Divaldo um enternecimento muito grande. Mas Divaldo com muito carinho e cuidado, lhe comunica da condição espiritual em que ele se encontra, alertando-a que ela estava sim em condição de dar de ajudar espiritualmente, ela irradiava energia curativa.
Convidou-a para fazer parte do grupo de socorro daquela casa. Para que ela pudesse aplicar passes.
Dona Gertrudes foi encaminhada ao pequeno curso de terapia de passe. Ela informa ao irmão que mora nas invasões, que é a região pantanosa do Salvador, onde estão milhares de casebres sobre os pântanos dos alagados.
Por ser um lugar muito sofrido ali não faltaria sofrimento para que ela pudesse atender.
Ela ficou comovida, aceitou o convite, e foi apresentada aos encarregados do curso que passou a frequentar com toda dedicação. Passado seis meses aquele grupo termina as aulas e ela procura o Irmão para comunicá-lo que já estava credenciada para o trabalho.
Sensibilizado com tanta dedicação Divaldo presenteia com um Evangelho Segundo o Espiritismo.
Era um livro muito bonito, em capa de percalina branca e os nomes em ouro e que ele nunca havia usado.
E Divaldo ao presenteá-la faz algumas recomendações.
Para que a Dr. Gertrudes nunca fosse só aplicar passes, e quando fosse convidada a ir a alguma residência ou local fora da Casa Espírita, procurasse sempre ter algum familiar junto do paciente ou do necessitado, e que nunca prometesse nada. Sua conduta era que deveria ler um texto do Evangelho, depois comentava, criando uma psicosfera favorável e logo em seguida era aplicado o passe. Ela agradeceu, colocou o Evangelho sob o braço, e continuarão amigos. Com o passar dos tempos mais amigos, e com o passar dos anos muito amigos. Um determinado dia D. Gertrudes chega à casa Espírita muito alegre, trazendo um canudo de papel enrolado.
Irmão Divaldo, eu quero dizer ao irmão que hoje é o segundo dia mais feliz da minha vida. E Divaldo pergunto qual foi o primeiro?O dia que terminei o aprendizado de passes. E Divaldo continua, e porque hoje é o segundo dia. Porque acabei de fazer o Mobral e me formei hoje, e aqui está o atestado. Aqui está o atestado que eu sei ler e escrever.
Só então Divaldo percebeu o erro, de ter presenteara com o Evangelho. Mas se manteve firme. Dona Gertrudes não percebeu o constrangimento do irmão, e continuou toda esfuziante. Sabe que fui a oradora, do meu grupo. Eles sabem que sou espírita, e pedi permissão aos meus colegas formandos para falar sobre o espiritismo, o que de pronto eles concordaram. O tema que discorri foi: Jesus, o divino mestre, Pestalozzi o mestre da era nova e Allan Kardec seu discípulo eminente, mestre. Divaldo se emocionou. Mas conseguiu lhe perguntar como fazia antes de aprender a ler, nas visitas feitas e foram muitas?
O irmão me colocou em apuros, eu chegava na casa do doente, sempre acompanhada , e dizia:-agora antes de aplicar o passe, eu quero pedir ao Sr. Doente ou a sua senhora, ou alguém da família que estivesse presente, que abra esse Livro e leia. Ai a pessoa dizia: AH! Senhora eu não sei ler não. Ai eu virava para minha acompanhante, e dizia: Abra fulana e leia. Mas eu também não sei ler não. Não faz mal, vou contar o que o irmão Divaldo disse. Fazia uma palestra, mas não confirmava que não sabia ler. E Dona Gertrudes estava radiantemente feliz. Passaram-se os anos, e certa madrugada alguém bateu a janela da Casa em que Divaldo morava, e ao abri-la, deparou com uma pessoa que vinha em nome de Dona Gertrudes. Para que Divaldo fosse imediatamente a sua casa. Dona Gertrudes estava morrendo, e desejava conversar com ele. Eram mais ou menos duas horas da manhã. Chegando ao barraco muito modesto no centro dos alagados entre as pinguelas, estava ela em pré agonia.
Divaldo se acomodou, e o diálogo ocorreu mais ou menos assim:A tanta coisa que eu queria falar, mas não vou ter tempo, os meus irmãos já chegaram para me buscar, mais tenho o desejo de lhe fazer um pedido.Eu quero lhe contar um pouco de minha vida.Eu também amei, Irmão, eu já fui jovem, e fui uma negra bonita.
E quando era jovem aos meus 17 anos, eu tive um namorado. Eu já era lavadeira, e ele vendedor de verdura e legumes. Amavamo-nos e estávamos nos preparando para casar. Um dia ele me perguntou, se eu o amava realmente. E eu disse que sim. Se eu podia lhe dar a prova do meu amor. Porque naquele tempo irmão, provar o amor era ter um momento de intimidade sexual. Hoje a intimidade sexual é a prova que não necessita do amor. Eu então disse, mas nós estamos tão perto de casar, vamos aguardar. Ele insistiu, dizendo que eu não confiava nele. E para provar a minha confiança, e que também o amava, permiti-me a intimidade sexual. E durante algum tempo, tivemos vários relacionamentos. Até que um dia eu senti um germe vibrar dentro de mim. E comuniquei que precisávamos casar, porque eu iria ser mãe. Ele me perguntou quem era o pai, fiquei indignada.
Que o filho podia não ser dele, pois eu aceitei ter um relacionamento com ele e que poderia ter me deitado com outros homens. Que confiança ele não tinha em nenhuma mulher nem mesmo na sua mãe que havia se deitado com muitos. Pediu que eu abortasse, como não aceitei, pediu que eu escolhesse entre o bebe e ele.É assim que agem os maus, eles seduzem a ignorância e depois atiram aos cães. Irmão Divaldo. Eu optei pelo meu filho. (evidentemente) Trabalhei mais, ainda mais, meu filho nasceu filho de mãe solteira. Eu me dediquei até a exaustão.
Certo dia quando meu filho contava com 4 anos, eu fui entregar roupa em uma casa rica, e levei-o comigo.Entramos passamos pela sala que brincava a menina branca com vário livros.Quando saímos meu filho perguntou Mamãe o que era aquilo que ela brincava.Era livros, que é livros mamãe?Livros é uma coisa que nos leva a viajar para um lugar sem sair do lugar. Mamãe eu quero viajar sem sair do lugar. Mas meu filho, primeiro você precisa aprender a ler. Mamãe eu quero aprender a ler. Mas meu filho eu não posso. A escola pública só aceitava crianças a partir dos seis anos.
Mamãe eu quero aprender a ler. Eu coloquei o meu filho na casa de uma moça que cobrava pequena importância para ensinar ele a ler e escrever. Ele revelou uma inteligência invulgar.A professorinha, conseguiu matriculá-lo na escola antes da idade.(devido a esperteza e inteligência) e ele disse:- mamãe , eu não quero ficar só na escola primária. A medida que ele cresceu quando terminou o primário, me comunicou que queria ser médico. Meu filho com quais recursos, ademais nós somos negros. Filho, essa é uma cidade miscigenada mais é rica de bolsões de tolerância. Como é que a vendedora de acarajés e lavadeira pode ter um filho na Faculdade? Mamãe se você me ajudar eu compensarei você. Eu me empenhei ainda mais e ele fez de imediato o curso científico. Chegou a época do Vestibular e ele fez. Meu filho passou no vestibular terrível para medicina, na época em que o vestibular não era unificado. Ele começou a freqüentar a faculdade. Eu dei a alma irmão Divaldo. Meu filho vestia roupas brancas, que eu lavava e passava com todo amor. Quando ele estava no quarto ano, e eu me esfalfando nas roupas que lavava e nos acarajés que preparava a noite para vender na saída do elevador Lacerda, quando certo dia um cavalheiro que era meu freguês me disse: - Mas a senhora é uma tentação. Me obriga a descer da cidade alta, sair da Faculdade e vir aqui comer acarajé. O Dr. Disse da Faculdade. Sim da Faculdade de Medicina. O Dr. é médico? Sim e também professor. O Dr. conhece por acaso lá, um menino, um menino preto, bem preto, bonito muito bonito que usa roupas brancas. É claro. Quem não conhece o nosso MOSCA NO LEITE. Conheço sim. Mosca no leite é meu aluno. Eu queria pedir ao Dr. ele é (mas não disse que era meu filho, para não o envergonhar) ele é meu afilhado. Eu sou madrinha de batismo, o pai dele morreu, e uma família muito rica financiou o seu curso. O Dr. naturalmente tem consultório, o Dr. não podia colocá-lo, sabe ele precisa de ajuda. Como é um menino muito inteligente, mande me procurar. Eu suspendi a venda de acarajés, corri para a faculdade, pedi que chamasse-o e comuniquei que procurasse o prof. Dr. Fulano de Tal. Meu filho começou a trabalhar com o Dr. Chegou o dia da formatura. Ah! Irmão Divaldo eu nem lhe conto.O irmão imagine, que eu comprei o anel dele a prestação. Naquele tempo o anel de grau era mais importante do que o diploma. E Chegou o grande dia, eu me preparei para desfilar com meu filho. Mas ela contava sua vida muito ofegante, cansada. Eu comprei um vestido de seda lamé amarelo. Mandei fazer um laçarote vermelho, comprei dois pares de sapatos altos! Sim irmão, 2 pares. Um para treinar dentro de casa e outro para usar no dia da festa, porque até então eu só havia calçado tamanco. E quando chegou a hora, eu me sentei diante do espelho, havia espichado o meu cabelo, e me preparava,quando o meu pequeno deus chegou. Eu me voltei para trás e ele me disse:- Mamãe hoje é o maior dia da nossa vida. Você acaba a sua tarefa e eu começo uma nova tarefa. Eu quero lhe agradecer minha mãe. Mas tenho dois últimos pedidos a lhe fazer. Meu filho peça. Mamãe eu sei o que lhe significa minha formatura. Eu sei que a Senhora sonhou com isso desde o dia em que eu pedi para ser médico. O que eu vou lhe pedir não é fácil. Eu quero lhe pedir mamãe que hoje, que hoje a Sra. não vá à minha formatura.Como?! Mamãe, eu já sou preto o suficiente para chamar a atenção, a Sra. também com essa roupa ridícula, quando nós desfilarmos, eu não quero que ninguém lhe humilhe. Eu quero poupá-la, se eu pedir que não vá.Oh Meu filho! Se você pede que eu não vá, eu até agradeço! Eu estava pensando que você queria, para mim é um sacrifício, meu filho. Mas já que você não quer, louvado seja Deus, eu não irei, que bom meu filho. O coração se despedaçou dentro do peito. Mais ele não queria que eu fosse, ele tinha vergonha de mim. Eu olhei para ele. Que bom meu filho! E qual é o outro pedido. Mamãe, quero lhe comunicar que vou ficar noivo hoje, da filha do meu professor e que não vou voltar mais aqui, nesta casa miserável.O meu professor, o meu futuro sogro, tem um pequeno apartamento na sua casa, onde eu ficarei, até as minhas bodas. Eu já levei alguma coisa, o que ficou aí, dê ao pobres. Eu não volto mais. Imagine só um médico morando aqui nos Alagados. E eu irmão, que esperava que ele fosse médico dos Alagados. E é a minha noiva que vai desfilar comigo. E por fim aqui esta um talão de cheques, eu abri uma conta no banco em nosso nome, para quando você estiver doente, não seja necessário que vá ao meu consultório, porque lá vai a sociedade e você pode ser humilhada. E eu não quero que ninguém a humilhe. Aqui está o número do meu telefone você me chama e eu venho. E se você precisar de algo, aqui está o talão de cheque, você assina. Ah! Meu filho, leve seus papeizinhos, você sabe que eu não sei assinar. E também não sei usar telefone, para poder te chamar. Eu sempre trabalhei para dois, agora trabalho para mim, só. Não se preocupa, eu nunca irei ao seu consultório, nunca. Olha meu filho o táxi chegou, já esta pago. Vá em paz. Mamãe tudo bem? Tudo bem meu filho. Vá em paz. Nossa irmã Gertrudes faz seu desabafo final. Ah! Irmão, ninguém pode imaginar o que sofri. Se não fosse o Espiritismo, se não fosse a Caridade que eu fazia aos outros, graças ao irmão que me deu o Evangelho. Se não fosse a Fé que brotou na minha alma, eu o mataria. Mataria o ingrato, o soberbo. Eu acalentei um monstro nos meus braços. E quando se saciou com a seiva da minha vida, me abandonou. Mas o espiritismo disse que nos temos os filhos que necessitamos. Eu amo meu filho. Eu estou lhe contando isso, porque eu vou morrer. E o meu filho vai procurar o irmão. Diga-lhe que eu o amo. E morreu. Divaldo retirou o cadáver, chamou a vizinhança, eram cinco horas da manhã, queimou o casebre de palha e sepultou-a. Duas semana depois, estando ele atendendo um pequeno grupo de pessoas que o procuravam em sua casa espírita, Divaldo vê o filho de D. Gertrudes entrar. Divaldo o conhecia de nome, de fotos em revistas e jornais. Ele no momento próprio se acercou, pergunta se ele chamava-se Divaldo, foram feitas as apresentações, e ele logo foi ao assunto que lhe trouxe ali. Dizia que ficou sabendo através dos vizinhos que ele havia acompanhado uma mulher nos alagados até a hora da morte, que havia conversado com ela toda a madrugada, e queria saber o que ela havia falado. Divaldo diz que realmente havia sepultado a senhora, mais lhe pergunta o que é ele dela. Ele foi rápido em dizer, Nada! Divaldo educadamente lhe responde que não vê o porquê teria que lhe dizer o que conversaram. Seria o mesmo que ele pedisse ao Dr. que lhe desse o diagnostico de um de seus pacientes. E completa: O Sr. tem ética, eu também tenho, eu não tenho diploma, mas tenho dignidade. Eu não tenho anel, mas tenho conduta. E aqui na casa de Jesus nós respeitamos a memória das pessoas. Tanto encarnada como desencarnada. Mas o Doutor insiste, dizendo que é de vital importância, que necessitava muito saber o que ela havia lhe dito. Mas Divaldo insiste em não dizer, para ver até onde iria a falta de humildade daquele homem. Dizendo que só lhe diria alguma coisa, caso fosse ele filho, ou parente próximo. E ele afirma, não sou nada. Despediu-se e foi embora, mas Divaldo tinha certeza que voltaria. Dona Gertrudes havia pedido ao irmão que depois que ela desencarnasse abrisse um baú, que estava a seus pés. E ali Divaldo viu que aquela mãe, havia acompanhado todo o sucesso do filho, guardava recortes de jornais, fotos dele quando a impressa divulgava. Divaldo olhou aquele homem soberbo, mesquinho, impertinente, caminhando até a porta e teve o prazer em pensar, o Sr. nunca saberá, nunca, se não tiver um parentesco com ela. Um mês depois ele voltou.Novos comprimentos, e pergunta se Divaldo lembra-se dele. (Divaldo novamente pensa : pessoas como o Sr. São inesquecíveis). Sr. Divaldo, se eu disser que tenho parentesco com a Sra.Gertrudes. Se eu disser ao Sr. um absurdo, que sou filho dela. No absurdo não direi nada. E se eu dizer que sou filho dela. Divaldo responde: Eu quero me congratular com o Sr. que teve como mãe uma das mulheres mais nobre que eu já conheci, e eu conheço mais de um milhão de pessoas. Uma a uma, que tenho certeza que o Sr. não conhece.É uma grande honra para o Sr. O que é que o Sr. deseja saber? O que ela lhe falou? NADA. Conversamos sobre os problemas da hora de uma despedida, nós éramos muito amigos. E a meu respeito. Ela me disse textualmente assim: Se meu filho um dia te procurar diga-lhe QUE EU O AMO.Ele se comoveu, o gelo derreteu, ela apareceu em espírito e o envolveu. Divaldo a viu. Abraçou-o com todo amor de uma grande mãe. Ele insiste, não lhe falou nada, nenhum ressentimento. Divaldo muito feliz, em ver a felicidade da irmãzinha, só repete o que ela mentalmente lhe diz: QUANDO A GENTE AMA NÃO HÁ RESSENTIMENTO .Ela me disse só: DIGA AO MEU FILHO QUE EU O AMO.E sobre minha formatura? Ela falou rapidamente, que o Sr. estava muito bonito, desfilou com sua noiva. Ele colocou a cabeça no ombro de Divaldo e chorou, chorou muito, porque sentiu a presença da mãe. Hoje ele, o DR., é espírita.
Divaldo estava ainda com o coração tomado dessa emoção quando uma semana depois transitando pela rua mais importante da cidade de Salvador, viu a sua frente uma homem cambalear e cair. Ele correu segurou-o e percebeu que ele havia sido vítima de um desmaio, chama um táxi e pede ajuda ao chofer. O chofer ajudou-o a carregá-lo e colocaram-no no banco traseiro. Pegando em suas mãos suarentas e geladas ele percebeu que o problema era muito sério, de parada cardíaca. Pede ao chofer que se encaminhe ao primeiro hospital, o mais próximo. Pararam em uma casa de saúde. Pede que o chofer espere e corre até a recepção. Anuncia a recepcionista que está com um homem quase morrendo, e precisa de socorro médico.
A moça, que estava fazendo as unhas, e não para lhe dar atenção, pergunta se o paciente era seu parente. Ele diz que não e explica o que aconteceu. Ela pergunta quem vai pagar a calção. O depósito feito para que haja a internação. Precisa garantir o pagamento caso haja tratamento. Divaldo se irrita, pois o homem poderia até ter morrido, e eles ali discutindo burocracia. Mas a moça permanece irredutível, em fazer bem seu trabalho. Pergunta se pelo menos o paciente tem carteira de INSS ou outra Assistência Saúde. Como poderia ter tido ele a curiosidade de revirar os bolsos do homem. Divaldo chega até fazer uma pequena preleção, quando exaltado pergunta se ninguém ali pode ajudá-lo. É uma vida humana. Com o barulho feito começa acercar-se alguns funcionários e, entra um senhor e se coloca a sua disposição. Divaldo mais uma vez relata o caso, e já um pouco desanimado, pois acredita que o homem já até tinha morrido. Encaminham-se até o táxi. O médico, que também é o Diretor da Casa de Saúde, faz um rápido diagnostico, vai até a recepção, bate palmas e grita emergência. A recepcionista que ainda estava fazendo as unhas corre, os enfermeiros correm, os padioleiros todos correndo. E finalmente o paciente consegue ser atendido. Divaldo agradece e menciona ir embora, quando o Diretor pede que ele sente-se e espere noticias. Sentou-se e começou a orar. Uns 40 minutos depois o Dr. acercou-se dele e disse: O seu paciente esta salvo, ele teve uma parada cardíaca por alguns segundos e ficou sem oxigenação cerebral, mas está bem. A família já foi notificada pelo serviço social e estão chegando. Ele agora quer falar com o Sr. ele quer lhe agradecer. Divaldo de forma nenhuma aceitou, não queria que o pouco que havia feito se desmanchasse, pedindo ao médico que informasse ao paciente que ele já tinha ido embora. O médico muito simpático, olha bem para o Divaldo e reconhece-o, dizendo que tinha lido alguns artigos em revista e também já tinha visto-o na televisão.E em tom de brincadeira diz a Divaldo que agora era a hora do pagamento. Este seria vinte minutinhos da sua atenção. Convida–o para irem tomar um café em seu gabinete. Quando a porta se abriu ele viu uma pintura maravilhosa, uma mulher em tamanho natural que flutuava em um quadro, vestida de chiffon azul com cabelos louros trançados com rosas parecendo uma Deusa grega. Ele surpreso, exclama, que mulher linda, uma Veneranda. O Dr. coloca a mão nos ombros de Divaldo e lhe diz:- é minha mãe. É o ser mais notável que o Sr. está contemplando na terra. E começa a falar um pouco de sua história e de sua mãe. Eram eles descendente de alemães. Seus pais vieram para o Brasil depois da segunda guerra mundial, ele nasceu no Brasil. E dois anos depois seu pai morreu, e sua mãe que não falava o idioma e que estava tendo dificuldades de adaptação em Salvador foi lavar roupas para as famílias ricas. Ela tinha muita dificuldade em aprender o português, por isso ele era o entregador de roupas. Já na juventude, disse a sua mãe que queria ser médico, mas para aquela mãe isso era impossível. Ela já estava sem forças para esfregar as roupas nas tábuas, e seus braços traziam traços de alguma doença. Mas ele prometeu que ajudaria ainda mais. Primeiro lhe ensinaria o idioma e também iriam mais vezes ao centro espírita, que tinha na rua em que moravam, pediriam ajuda a Deus e aos bons espíritos. Eu comecei estudar, entrei na faculdade e também a freqüentar o centro espírita. Minha mãe aprendeu um pouco mais o português com a convivência dos espíritas amigos. Apegou-se a Dr. Bezerra de Menezes e tornou-se verdadeiramente espírita.
Eu estudei vendendo coisas que minha mãe preparava. Na semana de minha formatura ela me chama pela madrugada. Despertei exausto de tanto estudar para os últimos exames e encontrei minha mãe morrendo. Ela tinha tido uma hemoptise. Mas disse-me que não era nada, que era uma bronquite que a muito estava encomodando-a, era uma febrezinha de manhã outra a tarde, nada que não pudesse ir lavar roupas ou fazer os seus salgadinhos. Mas ela nunca me disse. Não queria me preocupar. Mas agora estava chegando o fim, ou melhor, como ela mesmo disse agora tudo iria começar. Seu pai estava ali dizendo que eles iriam viajar. E que só estava me acordando porque queria fazer um pedido. Queria que eu lhe perdoasse por não poder ir a minha formatura. Ela queria tanto estar presente. Não teria tempo de despertar na espiritualidade e de ali estar. Mas assim que despertasse, voltaria para abraçar o então já médico e seu filho. Mas teve outra hemoptise mais forte, eu a ajudei, ela morreu. Eu coloquei seu corpo na sala para velar, e disse que ia dar minha vida para perseguir esse bacilo cruel, da Tuberculose eu me formaria e me especializaria em tisiologia para salvar vidas em homenagem a vida de minha mãe. Sr. Divaldo, eu sou tisiologista, eu me especializei na Universidade da Alemanha, eu sou dos dez maiores tiologista vivo da atualidade. Eu faço parte do conselho da tiologia da UNESCO, para construir hospitais pelo terceiro mundo. Aqui na América do sul, na Ásia, na África já construímos mais de cinqüenta hospitais, em homenagem a essa mulher que o Sr. está vendo aí. Essa mulher que me deu Deus, que me deu a fé espírita, que me explicou a razão da vida. Se o Sr. perguntar se eu frequento hoje. Eu não posso. Eu sou espírita na medicina. Os meus doentes são Jesus, cada doente meu é Jesus que eu tiro da cruz. Ali eu exerço a ciência espírita a caridade espírita e a religião espírita. Tudo graças a ela Sr. Divaldo. Divaldo fechou os olhos e lembrou-se da mãe negra. Lembrou da mãe tão nobre recusada pelo filho . Lembrou-se do filho arrependido, e desse filho, desse homem, desse ser humano que dignifica a espécie humana. Divaldo abraçou-o enternecido, e pediu licença para fazer uma prece de louvor a Allan Kardec pela doutrina de libertação que nos ofereceu. Essa doutrina que é a nova luz que veio a terra para clarear. Que possamos nós meus irmãos aqui presente, usufruir dessa claridade. Claridade que nos ensina mais uma vez a linda lição do Amor. Amor sem cobrança. Amor, sem recompensa. Amor, simplesmente Amor.