confeccionados com vários tipos de favas, folhas e outros elementos.
Dependendo do uso que lhe será dado, pode ser mais conhecido como “pó de
axé” ou “pó da sorte”. De acordo com sua confecção, é utilizado nas funções
litúrgicas da casa, nos animais sacrificiais, nas pessoas, nas residências etc. Na
nação bantu é utilizada a pemba ralada, um tipo de giz natural, que é aspergida ou
passada no corpo das pessoas para defesa ou proteção.
Para cada orixá é preparado um atim particularizado, confeccionado com
elementos que lhe são consagrados. Existem atins feitos somente com folhas
secas. Com o pó da fogueira de Xangô e outros ingredientes prepara-se um atim
muito poderoso, usado para trazer sorte, proteção e revitalização dos ambientes.
Existem atins produzidos especificamente para feitiços, chamados de
zorra (zoha) pela nação Fon. São muito utilizados para afastar pessoas
indesejáveis dos caminhos de uma família, provocar confusões, criar discórdias.
(Um feitiço às vezes também traz soluções para muitos problemas, quando
empregado para produzir resultados positivos.)
Para as iniciações, são preparados atins próprios. Eles têm por simbolismo
a purificação e o objetivo de energizar o corpo físico, para ajudar a aumentar a
força espiritual, facilitando então o transe. O atim é muito usado nas obrigações
de sete anos. Ao receber o seu de cá, o/a ebômi levará, juntamente com vários
outros elementos, todos os seus atins pessoais, preparados por seu sacerdote, para
que possa abrir futuramente sua casa de candomblé e fazer novas iniciações.
O atim é um pó sagrado utilizado em inúmeras circunstâncias e com
diversas finalidades. Ele traz paz, harmoniza, revigora, propicia defesa e
serenidade, condições tão necessárias à boa permanência do homem no aiê!
Texto :Douglas Fernandes
#GrupoCandomblénaÍntegra