quinta-feira, 17 de junho de 2021

XIRÊ

 

XIRÊ


Nenhuma descrição de foto disponível.Não é necessário muito esforço para perceber que no candomblé comida e dança são o ar que todos precisamos para respirar. Combinação certa e adequada para que se faça uma boa magia,ou uma magia completa.
A música bem como as comidas são essencial para que se consiga uma perfeita harmonia com as entidades.

No XIRÊ as duas se unem para celebrar a vida,a força e o poder das entidadas ORIXÁS,que ao som dos ATABAQUES descem do ORUN , palavra da língua yoruba que na Mitologia Yoruba é o céu ou o mundo espiritual, paralelo ao Aiye, mundo físico.
Tudo que existe no Orun coexiste no Aiye através da dupla existência Orun-Aiye.para confraternizar com seus filhos,numa troca harmoniosa de ENERGIA, de AXÉ.

A DANÇA dos ORIXÁS no XIRÊ ao toque dos ATABAQUES fazem suas danças coreografadas, que tem nos movimentos sinais característicos de cada ORIXÁ , exprimindo sua maneira de ser ,caracterizando suas funções.
Da mesma forma que cada ORIXA tem sua comida principal e fundamental,também tem seu ritmo,sua DANÇA, onde através dos movimentos revivem momentos importantes que o envolveram energéticamente na formação do mundo visível e invisivel.

Os movimento acompanham os ritmos de cada TOQUE ,no entanto cada entidade faz seus movimentos de maneira personalizada revivendo sua história,conforme acompanhamos nas LENDAS DOS ORIXÁS.

Como cada entidade é individualizada seus movimentos, vamos ver
OGUN bravando sua espada ou seu facão,
BARÁ com toda a sua versatilidade,energia.
XANGÔ tremendo terra com a força de um trovão
.IANSÃ ,linda ,leve e soltas como a recolher e endereçar os EGUNS .
OBÁ ,em suas disputas e guerras,bravando sua espada curta,querendo agradar seu amor e ameaçando a OXUM, que meiga e vaidosa mira-se no seu espelho.
OSSAIM ,recolhendo suas folhas,espalhadas pelo chão e pulando em um pé só sem fazer barulho como se estivesse na floresta.
ODÉ , com sua coreografia de caçador.NANÃ ,embalando simbólicamente seus filhos.
OBALUAIÊ e OMULU ,celebrando a vida e a morte,um com movimentos rápidos e vibrantes e o outro alquebrado,cansado,velho.
IEMANJÁ ,com seus movimentos de remadora,e a banhar em suas águas.
OXALÁ , com seu APAXORO , por momentos vibrando e em outros apoiando-se.OXUMARE com sua graça e beleza,leveza no dançar.

Assim dessa maneira ,os ORIXÁS vem ao mundo ,não para "bater papo',mas para se entrosar, vincular-me com as energias dos seus filhos.

Para cada situação existe uma roupa especifica , um movimento determinado e uma música REZA associada.

Chamamos de cantigas de RUM as executadas para o ORIXÁ dançar em uma festa, costuma dizer-se (dar Rum ao santo), nessas cantigas os Orixás fazem a coreografia conforme a cantiga e o desempenho do ALABÊ no atabaque maior (Rum), caso o ALABÊ, culto dos jejês, o encarregado do instrumental do candomblé cometa algum engano, Orixás mais antigos podem parar de dançar, corrigindo o OGAN para que ele cante a cantiga na sequência certa ou no ritmo certo.

Cada casa tem sua ordem de chamada mas pouco muda,apenas ,e talves as primeiras que algumas casa dão para BARÁ e outras para OGUN,mas o ritual primeiro que é o PADÊ,sempre será despachado antes de iniciar o TOQUE.

Convém salientar que as cantigas podem diferenciar nos toque dependendo a finalidade como para
ABRIR CAMINHOS,
DOENÇAS,
MISERICÓRDIA,
SAIDA DE SANTO DO RONCÓ ,
FÚNEBRE onde as cantigas são totalmente alteradas de acordo o grau da pessoa no culto e, claro as cantigas para o ritual de AXEXÊ, nesse ritual não são usados os instrumentos de percursão.
Convém esclarecer que cada toque tem sua cantiga própria pela finalidade ,e não devem ser cantada nas demais e nem fora do local consagrado para tal.