Pergunta: - Alhures tendes dito que certas mulheres nascem estéreis e impedidas carmicamente de procriarem filhos, porque no passado repeliram o ensejo gestativo! Desde que é tão importante e necessária a procriação de mais corpos físicos, para atender aos bilhões de espíritos ávidos de renascerem na Terra, não é absurdo que a própria Administração Sideral ainda impeça deliberadamente novos nascimentos?
Ramatís: - Em verdade, não há um júri punitivo no Espaço, ou instituição penal com a finalidade exclusiva de julgar e acertar as contas dos desencarnados sob o conceito de
"olho por olho, dente por dente"! As leis cármicas traduzidas pelos aforismos de "Quem com ferro fere com ferro será ferido", "A semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória", ou. ainda, "Terás de pagar até o último ceitil", são muito suavizadas pelo outro conceito de auto-responsabilidade, que assim diz: "A cada um será dado segundo as suas obras". Não se trata de sentenças ou leis punitivas determinando castigos aos pecadores, ou impedindo mulheres de procriarem filhos porque os rejeitaram no passado. Trata-se simplesmente de consequências técnicas, em que os efeitos resultantes derivam de causas semelhantes. É evidente que a "causa gelo" gera o frio, enquanto a "causa fogo" produz o calor, assim como um quilo de pólvora é uma causa que produz um efeito tão destrutivo, conforme seja o potencial da força ali acumulada e liberta durante a explosão! Assim, o homem rico, que consome a sua fortuna em seu exclusivo bem, e disso resultam prejuízos alheios, ele estabelece uma "causa" culposa pelo abuso do livre-arbítrio, devendo corrigi-Ia ao sofrer os seus efeitos danosos noutra vida, quando então enfrentará a prova da miséria como a terapêutica para o seu reequilíbrio espiritual.
Da mesma forma, a mulher que se nega a ter filhos fugindo ao sagrado imperativo do "Crescei e multiplicai-vos", na existência futura podem nascer-lhe gêmeos, trigêmeos e quíntuplos, constituindo uma prole numerosa para compensação da negligência pregressa. Os pais que abandonam os filhos nas vidas anteriores, como péssimos zeladores dos seus próprios descendentes, a Lei do Carma os torna estéreis nas encarnações futuras, a fim de que se adestrem e desenvolvam o sentimento paterno criando filhos adotivos! Malgrado a necessidade urgente de corpos físicos para dar vazão à simbólica "fila" dos espíritos angustiados pela sua encarnação, nem por isso a Lei deixa de agir, sob o conceito de "a cada um será dado segundo as suas obras"!
Pergunta: - Porventura, a mulher estéril, que é impedida de procriar filhos por culpa cármica, não poderia até sentir-se mais tranquila e venturosa ante a plena liberdadede relação sexual e satisfazer o seu erotismo sem a preocupação de abortos e pílulas anticoncepcionais?
Ramatís: - Indagai às mulheres estéreis, cujos lares não passam de mundos silenciosos e tristes, sem o riso cristalino e a graça da criança buliçosa, qual seria a sua preferência.
A mulher estéril, que é venturosa por satisfazer-se sensualmente sem qualquer perigo de gestar, indubitavelmente tratar-se-ia de criatura com forte tendência à prostituição, talvez mal contemporizada pelo acidente do casamento. Jamais a mulher "feminina", sob a proteção do lar e devotada ao esposo, trocaria a ventura de ter filhos pela transitória condição de liberdade sexual na vida física. Existem mil coisas, na vivência da mãe e seus filhos, que preenchem qualquer desventura e vicissitudes próprias dos lares terrenos! Os descendentes são o prolongamento dos pais, cujas ansiedades, sonhos e ideais compensam todas as agruras
da vida. Dificilmente a mulher estéril considera-se premiada pela possibilidade de exercer o ato sexual sem fecundidade; mas vive sonhando com a ventura de um filho preencher o vazio do seu lar, afastando a tristeza, a melancolia, e cessando a frustração do casal solitário! Há mulheres sobrecarregadas de filhos e que, no entanto, expressam em sua fisionomia a alegria de espíritos já realizados na vida física, certas de que todos os seus pecados e débitos comuns pregressos foram superados pela vida tão prolífica de amparo a tantos outros espíritos que viviam ansiosos por um corpo físico.
DO LIVRO: "A VIDA HUMANA E O ESPÍRITO IMORTAL" RAMATÍS/HERCÍLIO MAES - EDITORA DO CONHECIMENTO.