Pomba Gira Maria Sete Saias: A Rainha que Amou Uma Vez — e Pagou com a Vida
Pomba Gira Maria Sete Saias: A Rainha que Amou Uma Vez — e Pagou com a Vida
Nas encruzilhadas onde o fogo da paixão se encontra com a sombra da traição, ela dança. Com sete saias rodando ao vento da meia-noite, olhos que choraram rios e sorriso que desafia o destino, Pomba Gira Maria Sete Saias é a voz das mulheres que amaram demais, confiaram cegamente e foram traídas pela própria alma que jurou protegê-las. Sua história não é de muitos amores — mas de um único amor verdadeiro, tão profundo que a consumiu por inteiro… e cuja perda a transformou em lenda.
A Vida Terrena: Uma Mulher, Um Amor, Uma Promessa
Maria nasceu em 1912, em um sobrado antigo no bairro de Madureira, no Rio de Janeiro. Filha de Dona Lívia, parteira e benzedeira respeitada nos morros, e de Seu Raimundo Boca-Fina, malandro e contador de causos que desapareceu antes que ela completasse cinco anos. Criada apenas pela mãe, Maria cresceu entre banhos de descarrego, rezas de São Cipriano e o som distante dos pandeiros dos terreiros.
Desde cedo, mostrou dons espirituais: via espíritos nos espelhos d’água, sentia energias ruins antes que chegassem e, aos doze anos, já preparava amarras de amor com ervas colhidas na lua cheia. Mas era seu coração que a tornava única: leal, generoso e capaz de amar com uma intensidade rara.
Aos dezenove anos, conheceu Tiago das Rosas — um jardineiro mestiço, filho de escravos alforriados, que trabalhava nos jardins do Palácio Duque de Caxias. Tiago era calado, mas seus olhos falavam poesia. Tinha mãos calejadas que plantavam flores como se fossem orações. Entre roseiras e ipês, os dois se entregaram ao amor com a pureza de quem nunca havia sido ferido.
Durante três anos, viveram um romance intenso e discreto. Tiago prometeu casamento. Jurou que construiriam uma casa com sete janelas — uma para cada fase da vida que viveriam juntos. Maria bordou sete saias para o dia do casamento: preta (pelo passado), vermelha (pela paixão), dourada (pela esperança), roxa (pela espiritualidade), verde (pela cura), cinza (pela sabedoria) e branca com bordas vermelhas (pela união eterna).
Mas o destino, cruel, tinha outro plano.
A Traição e a Morte nas Sete Encruzilhadas
Na véspera do casamento, Maria descobriu a verdade: Tiago estava sendo pressionado por uma família rica — os Barbosas — que o ameaçavam expulsá-lo da cidade se ele “manchasse o nome da família” ao se casar com uma mulher de origem humilde e ligada a práticas espirituais. Diante do medo, Tiago cedeu. Aceitou dinheiro para sumir. E, pior: disse à família Barbosa que Maria o havia enfeitiçado — que usava magia negra para prendê-lo.
Humilhada, abandonada e acusada de bruxaria, Maria foi expulsa do bairro. Sua mãe adoeceu de tristeza e morreu semanas depois. Sozinha, sem lar, sem honra, Maria recolheu suas sete saias e partiu para as encruzilhadas — lugares onde Exu ouve os gritos das almas injustiçadas.
Na noite de 7 de julho de 1935, vestida com as sete saias e carregando um espelho quebrado no peito, Maria caminhou até a Encruzilhada dos Sete Ventos, nos arredores de Nova Iguaçu. Ali, fez um pacto: “Se o amor me traiu, que o poder me levante.”
Dizem que, ao amanhecer, seu corpo foi encontrado caído, com as saias espalhadas ao redor como pétalas de uma flor negra. Em sua mão, ainda segurava uma rosa vermelha — a última que Tiago lhe dera. Ele, ao saber da morte dela, enlouqueceu de culpa e se jogou no rio Paraíba dias depois.
Mas Maria não descansou.
A Ascensão Espiritual: Das Cinzas à Coroa
Sua alma, ardente de dor e justiça, foi encontrada por Exu Tranca-Ruas, que a conduziu aos pés de Oxum, orixá do amor verdadeiro e das águas doces. Oxum, comovida pela lealdade de Maria — que amou uma vez, mas com toda a alma — aceitou-a como filha de linha.
Após sete anos de purificação nas matas e sete noites de provação nos cruzeiros, Maria renasceu como Pomba Gira Maria Sete Saias, entidade da Linha das Almas, com forte ligação à Linha de Esquerda. Cada saia que veste representa uma lição:
- Preto – o luto pelo amor perdido;
- Vermelho – a paixão que não se apaga;
- Dourado – a dignidade recuperada;
- Roxo – a sabedoria espiritual;
- Verde – a cura da alma ferida;
- Cinza – a aceitação do karma;
- Branco com borda vermelha – a paz conquistada pelo poder.
Hoje, ela trabalha com causas amorosas profundas, justiça kármica, proteção feminina e abertura de caminhos bloqueados por traição. Não devolve ódio — devolve clareza. Mostra ao traidor o espelho de sua covardia. E à vítima, devolve a coroa que nunca deveria ter perdido.
Como Montar o Altar de Maria Sete Saias
Monte em local limpo, discreto e respeitoso — preferencialmente em uma caixa de madeira forrada com cetim vermelho.
Itens essenciais:
- Sete fitas ou mini-saias de tecido nas cores simbólicas;
- Velas: vermelha (amor), preta (justiça), dourada (dignidade);
- Espelho pequeno (para revelar verdades);
- Taça com vinho tinto ou mel puro;
- Rosas vermelhas frescas (renove semanalmente);
- Perfume de jasmim ou patchouli;
- Fumo ou charuto simbólico (oferecido a Exu e a ela);
- Moedas brilhantes (para justiça material).
Evite: sal grosso, velas brancas puras, plástico barato.
Oferendas para Situações Específicas
💔 Para curar a dor de um amor traído:
- Ofereça 7 pétalas de rosa + 1 vela preta + 1 copo com água e vinagre.
- Reze: “Maria Sete Saias, tu que amaste uma vez e foste traída, cura minha alma. Que eu não odeie, mas me liberte. Assim seja!”
🔥 Para atrair um amor fiel e verdadeiro:
- Use 1 taça de mel + 1 vela dourada + 7 cravos.
- Diga: “Que venha quem me escolha todos os dias — não por magia, mas por vontade.”
🛡️ Para proteção após abandono:
- Tome banho com arruda, alecrim, guiné, manjericão, espada-de-ogum, rosa vermelha e comigo-ninguém-pode.
- Ofereça ao altar 1 espelho envolto em fita vermelha, pedindo: “Que eu veja meu valor — e ninguém mais me faça duvidar dele.”
Magia das Sete Saias para Libertação Final
Materiais:
- 7 pedaços de tecido colorido;
- 1 vela preta;
- 1 papel com o nome da pessoa que te feriu (ou “meu passado”).
Modo:
- Envolva o papel com os 7 tecidos.
- Acenda a vela e diga:
“Maria Sete Saias, rainha dos sete caminhos, leva com você esta dor. Que meu coração se feche para quem não me merece — e se abra para quem me honra. Assim seja!” - Enterre o pacote em terra virgem ou jogue no mar com gratidão.
A Presença Atual de Maria Sete Saias
Ela está nas mulheres que, após serem abandonadas, escolhem a si mesmas. Nas que choram, mas não se quebram. Nas que amam com profundidade — mas nunca mais colocam o amor acima da dignidade.
Quem a invoca com fé, clareza e propósito justo, jamais caminha só. Pois Maria Sete Saias amou uma vez — e por isso, entende o peso de cada lágrima que você derrama.
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