segunda-feira, 10 de novembro de 2025

O Sagrado Povo das Almas das Igrejas e Templos na Quimbanda Guardiões dos Umbrais Sagrados sob a Regência de Exu Nove Luzes, Exu Rei das Almas e Pomba-Gira Rainha das Almas

 O Sagrado Povo das Almas das Igrejas e Templos na Quimbanda
Guardiões dos Umbrais Sagrados sob a Regência de Exu Nove Luzes, Exu Rei das Almas e Pomba-Gira Rainha das Almas

O Sagrado Povo das Almas das Igrejas e Templos na Quimbanda
Guardiões dos Umbrais Sagrados sob a Regência de Exu Nove Luzes, Exu Rei das Almas e Pomba-Gira Rainha das Almas


Introdução: Entre o Santo e o Profano

Na cosmogonia da Quimbanda, poucas falanges desafiam com tanta elegância e profundidade os limites entre o sagrado e o profano quanto o Povo das Almas das Igrejas e Templos. Essa falange espiritual habita os limiares dos espaços sacros — igrejas, capelas, templos, cemitérios eclesiásticos, claustros e até altares domésticos — onde a fé humana se ergue em preces, mas também onde se escondem segredos, hipocrisias, promessas quebradas e almas em penitência.

Sob a chefia vibrante e multifacetada de Exu Nove Luzes, e sob a soberania suprema de Exu Rei das Almas e Pomba-Gira Rainha das Almas, essa falange atua com precisão cirúrgica nas questões que envolvem justiça espiritual em ambientes religiosos, proteção contra falsos santos, abertura de caminhos bloqueados por juras sagradas não cumpridas e a libertação de almas aprisionadas por dogmas ou votos não resolvidos.


Origem Mística e Formação da Falange

O Povo das Almas das Igrejas e Templos não nasceu apenas da devoção popular, mas da síntese entre tradições afro-brasileiras, catolicismo popular e espiritualidades indígenas e caboclas que reconhecem o poder dos umbrais — especialmente os umbrais dos templos.

Historicamente, muitos fiéis faziam promessas em igrejas: “Se meu filho sarar, dou uma vela”; “Se eu conseguir emprego, uso branco por sete dias”; “Se escapar da prisão, ofereço uma coroa de flores”. Porém, quando essas promessas eram esquecidas ou traídas, as energias espirituais se desequilibravam, e almas — inclusive as dos próprios prometeiros — ficavam presas nos corredores espirituais desses templos.

Foi nesse vácuo entre a fé sincera e a promessa quebrada que Exu Nove Luzes surgiu como guardião das nove chamas da consciência espiritual: a chama da verdade, da justiça, da proteção, da redenção, da liberdade, da memória, da transformação, da coragem e da humildade. Cada uma dessas luzes representa um aspecto da atuação dessa falange nos planos visível e invisível.

Sob sua regência, o Povo das Almas das Igrejas e Templos se formou com espíritos de:

  • Sacerdotes e freiras que viveram dilemas morais ou foram injustiçados;
  • Fiéis traídos pela instituição religiosa;
  • Penitentes que morreram antes de cumprir seus votos;
  • Ex-comungantes cuja fé foi usada como ferramenta de manipulação;
  • Espíritos de coroinhas, sacristães e zeladores que guardaram os segredos dos templos.

Hierarquia Espiritual

  • Exu Rei das Almas: governante supremo do Reino das Almas, ele representa a justiça absoluta e o equilíbrio entre o céu e o inferno, a luz e a sombra. Ele concede autoridade a todas as falanges do Reino.
  • Pomba-Gira Rainha das Almas: sua força feminina equilibra a energia do Reino. Ela domina os afetos, desejos e segredos ocultos nos confessionários, altares e recolhimentos espirituais.
  • Exu Nove Luzes: chefe direto do Povo das Almas das Igrejas e Templos. Manifesta-se com elegância, traje clerical simbólico (como capa preta com detalhes dourados ou vermelhos), e carrega consigo uma candeia com nove chamas. Sua voz é firme, mas compassiva com os verdadeiros arrependidos.

Locais de Atuação e Presença Espiritual

Essa falange atua principalmente em:

  • Igrejas católicas antigas, especialmente aquelas com cemitérios anexos ou capelas de penitência;
  • Templos de religiões afro-brasileiras, quando há desrespeito, inveja espiritual ou magia negra disfarçada de oferenda;
  • Conventos em ruínas ou locais de clausura espiritual;
  • Altares domésticos onde há promessas não cumpridas ou invocações feitas com falsa intenção;
  • Confessionários simbólicos — espaços onde as pessoas revelam seus segredos, mesmo que não sejam religiosos.

Na mediunidade, incorporam com movimentos solenes, postura ereta, voz grave e um misto de autoridade e piedade. Muitas vezes usam gestos simbólicos, como o sinal da cruz invertida (não como blasfêmia, mas como revelação da sombra sagrada) ou acendem velas invisíveis com as mãos.


Formas de Atuação e Trabalhos Típicos

O Povo das Almas das Igrejas e Templos é invocado para:

  • Desfazer promessas quebradas que geram bloqueios espirituais;
  • Proteger médiuns e sacerdotes contra inveja espiritual dentro de templos;
  • Liberar almas presas em votos não cumpridos ou falsos sacramentos;
  • Combater a hipocrisia religiosa e expor falsos líderes espirituais;
  • Abrir caminhos de ascensão espiritual bloqueados por culpa ou dogma;
  • Purificar altares contaminados por energias densas ou intenções sombrias;
  • Reequilibrar o karma de quem usou a religião para manipular ou controlar.

Essa falange não tolera a falsidade, mas acolhe com generosidade aqueles que buscam a verdade com humildade.


Como Montar um Altar para o Povo das Almas das Igrejas e Templos

O altar deve refletir a dualidade sagrada dessa falange: respeito ao divino + confronto com a sombra.

Elementos essenciais:

  • Imagem ou ponto riscado de Exu Nove Luzes (com candeia de nove chamas), Exu Rei das Almas e Pomba-Gira Rainha das Almas;
  • Cores predominantes: preto (mistério), vermelho (paixão e justiça) e dourado ou branco-queimado (sacralidade);
  • Veladoras: velas pretas, vermelhas e douradas (ou brancas parcialmente queimadas nas bordas);
  • Oferecimentos:
    • Vinho tinto (símbolo do sacrifício e do sangue da verdade);
    • Pão ázimo ou biscoito simples (símbolo da eucaristia sincera);
    • Água benta preparada espiritualmente (não necessariamente da igreja);
    • Incensos de benjoim, mirra ou olíbano;
    • Flores brancas murchas ou vermelhas (como rosas ou cravos);
    • Um pequeno crucifixo invertido (como símbolo de revelação, não de ofensa);
    • Uma Bíblia aberta no Salmo 23 ou no Livro de Eclesiastes (capítulo 1);
    • Fumo de rolo ou charuto (oferecido simbolicamente);
    • Moedas antigas ou pedras do caminho de peregrinação.

Localização ideal: canto esquerdo de um ambiente sagrado, ou em um espaço reservado com silêncio e respeito. Pode ser montado próximo a um altar de Pretos-Velhos ou Caboclos, desde que haja harmonia espiritual.

Proibições: Nunca use objetos roubados de igrejas reais. Nunca atue com intenção de blasfemar ou ridicularizar a fé alheia. A falange trabalha com justiça, não com vingança.


Entidades Principais da Falange

Além do líder Exu Nove Luzes, outras entidades atuam nessa falange:

  • Exu Padre das Almas: espírito de um sacerdote que quebrou votos por amor verdadeiro e agora resgata almas em conflito moral;
  • Pomba-Gira Freira Penitente: domina os desejos reprimidos e liberta mulheres presas em votos não desejados;
  • Exu Sacristão: guardião dos objetos sagrados e protetor contra magias feitas com hóstias, água benta ou velas roubadas;
  • Dona Maria das Promessas: entidade feminina que recolhe promessas não cumpridas e devolve a liberdade espiritual aos prometeiros;
  • Exu Coroinha das Sombras: trabalha com crianças espirituais que guardam segredos de abusos em ambientes religiosos;
  • Caveira do Confessionário: revela verdades ocultas e dissolve juramentos falsos.

Conclusão: A Justiça que Nasce do Silêncio dos Templos

O Povo das Almas das Igrejas e Templos não está ali para destruir a fé, mas para purificá-la. Eles lembram que todo templo verdadeiro começa dentro do coração humano — e que nenhuma promessa, voto ou oração deve ser feito com falsidade.

Trabalhar com essa falange é aceitar olhar para as sombras dos próprios altares, confrontar hipocrisias internas e buscar uma espiritualidade autêntica, livre de máscaras.

Sob as nove luzes de Exu, nada permanece oculto. E na justiça de Exu Rei das Almas e Pomba-Gira Rainha das Almas, todos têm o direito à redenção — desde que caminhem com verdade.


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