O REINO DAS ALMAS: O POVO DA MATA DA KALUNGA — CHEFE EXU KALUNGA (EXU DOS CEMITÉRIOS) E SEUS SOBERANOS, EXU REI DAS SETE CALUNGAS E POMBAGIRA RAINHA DAS SETE CALUNGAS
O REINO DAS ALMAS: O POVO DA MATA DA KALUNGA — CHEFE EXU KALUNGA (EXU DOS CEMITÉRIOS) E SEUS SOBERANOS, EXU REI DAS SETE CALUNGAS E POMBAGIRA RAINHA DAS SETE CALUNGAS
20 de novembro de 2025
INTRODUÇÃO: A MATÁ COMO PORTAL DO ABISMO — ONDE A LUZ NASCE DA ESCURIDÃO
Enquanto o mundo exterior busca brilho e aparência, há quem escolha habitar os lugares mais profundos, silenciosos e esquecidos — não por maldade, mas por amor. Esses são os guardiões das fronteiras entre os mundos: o Povo da Mata da Kalunga, uma falange que atua nas sombras, mas com um propósito claro — trazer luz onde a escuridão reina, curar onde há dor, libertar onde há prisão.
Sob o comando do respeitado Exu Kalunga (Exu dos Cemitérios), e sob a soberania suprema de Exu Rei das Sete Calungas e Pombagira Rainha das Sete Calungas, essa falange é composta por entidades que não cobram nada — apenas pedem respeito, verdade e intenção pura.
Este artigo é um guia leve, reverente e prático para compreender quem são, como atuam, onde estão e como se conectar com esse povo ancestral — que faz o bem sem esperar nada em troca.
1. ORIGEM E SIGNIFICADO DO “POVO DA MATA DA KALUNGA”
A palavra Kalunga, de origem banto, significa “abismo”, “mar profundo”, “limiar entre os mundos”. Na cosmologia afro-brasileira, Kalunga é o portal onde as almas repousam antes de renascerem — ou onde ficam presas, esperando por libertação.
A Mata simboliza o lugar selvagem, intocado, sagrado e perigoso — o território dos espíritos ancestrais, dos animais de poder, das árvores que guardam segredos e das raízes que conectam o céu à terra.
Portanto, o Povo da Mata da Kalunga são as entidades que habitam esses bosques sagrados — não são apenas Exus e Pombagiras, mas também espíritos da natureza, ancestrais silvestres, almas perdidas e guardiões das trilhas espirituais.
Sua missão: proteger os limites entre os mundos, conduzir almas, romper feitiços antigos e executar justiça espiritual nas sombras da mata — sempre com misericórdia, sempre com equilíbrio.
2. QUEM COMANDA ESSA FALANGE?
Apesar de ser liderada diretamente pelo Exu Kalunga (Exu dos Cemitérios), o comando supremo dessa falange pertence aos dois regentes dos sete abismos:
✦ Exu Rei das Sete Calungas
✦ Pombagira Rainha das Sete Calungas
Esses dois soberanos governam os sete níveis da Kalunga — cada um representando um tipo de energia, um caminho de trabalho, uma profundidade espiritual.
- Exu Rei das Sete Calungas é o Senhor dos Caminhos Ocultos, dos pactos antigos, dos trabalhos pesados e das transformações radicais.
- Pombagira Rainha das Sete Calungas é a Senhora dos Amores Proibidos, das Tramas Emocionais, das Vinganças Justas, das Mulheres Perdidas e das Almas Libertas.
Juntos, eles governam o Povo da Mata da Kalunga como uma corte justa, equilibrada e compassiva — onde nada escapa à sua vigilância, e tudo é regido pela lei do amor, mesmo nas sombras.
3. QUEM É O EXU KALUNGA (EXU DOS CEMITÉRIOS)?
O Exu Kalunga — ou Exu dos Cemitérios — é o chefe operacional da falange. Ele é chamado assim porque atua principalmente em cemitérios antigos, matas próximas a túmulos, e locais onde a energia das almas está mais densa.
Mas ele não é um Exu de terror — é um protetor silencioso, um curador das almas perdidas, um justiceiro que age sem julgamento, apenas com propósito.
Ele não exige oferendas caras, nem rituais complexos — apenas verdade no coração, respeito na voz e compromisso na alma.
Características do Exu Kalunga:
- Corpo alto e esguio, vestido com roupas simples, às vezes coberto de folhas secas ou terra.
- Rosto sereno, olhar profundo, voz calma e firme.
- Símbolos: facão (para cortar o que prende), correntes (para libertar), ossos (para lembrar da morte e da vida), pés descalços (para sentir a terra).
- Elementos: Terra, Fogo, Água Salgada, Ar Noturno.
- Trabalhos: Limpeza suave, rompimento de amarras emocionais, proteção contra energias negativas, abertura de caminhos bloqueados, retorno de almas perdidas.
Ele é o guardião das fronteiras entre os mundos — e quem o chama encontra, na escuridão, uma luz que não ofusca, mas acalma.
4. ENTIDADES QUE COMPÕEM O POVO DA MATA DA KALUNGA
Além do Exu Kalunga, a falange é composta por diversas entidades que atuam em diferentes níveis da mata. São elas:
✦ Exus da Mata
- Exu da Árvore Seca — cura feridas antigas
- Exu das Sombras Profundas — ilumina o que está oculto
- Exu do Cemitério Velho — acalma almas inquietas
- Exu da Lua Cheia na Mata — traz clareza emocional
- Exu das Raízes Quebradas — reconecta com o passado
✦ Pombagiras da Mata
- Pombagira da Tumba Aberta — liberta amores aprisionados
- Pombagira das Folhas Mortas — ensina a soltar o que já morreu
- Pombagira da Noite Sem Fim — consola os que sofrem em silêncio
- Pombagira das Almas Livres — ajuda a encontrar paz interior
- Pombagira da Vingança Justa — restaura o equilíbrio sem ódio
✦ Espíritos da Natureza e Ancestrais
- Velhos da Mata — sabedoria ancestral, proteção natural
- Guardiões das Sete Portas da Mata — controlam o acesso aos níveis da Kalunga
- Crianças da Mata — mensageiros inocentes, protetores dos vulneráveis
5. ONDE ATUAM E COMO ATUAM?
O Povo da Mata da Kalunga atua principalmente em:
- Matas virgens e florestas antigas
- Cemitérios abandonados
- Margens de rios e lagos
- Locais de acidentes e tragédias
- Territórios de fronteira espiritual
Eles são invocados para:
✅ Limpezas suaves e profundas — de casas, pessoas, relacionamentos.
✅ Romper amarras emocionais e energéticas — especialmente as que vêm de vidas passadas.
✅ Proteger contra energias negativas — sem violência, apenas com presença.
✅ Abrir caminhos bloqueados — financeiros, amorosos, espirituais.
✅ Retornar almas perdidas — de pessoas desaparecidas, desorientadas, ou que estão presas em ciclos kármicos.
✅ Restaurar o equilíbrio — sem punição, apenas com justiça natural.
Seu trabalho é suave, profundo e infalível. Não há pressa na Mata — tudo acontece no tempo certo, conforme a lei do amor cósmico.
6. COMO MONTAR UM ALTAR PARA O POVO DA MATA DA KALUNGA
Montar um altar para essa falange exige respeito, pureza de intenção e conhecimento. Nunca se deve fazer isso por curiosidade ou capricho — apenas quando houver uma ligação espiritual real e um pedido claro dos guias.
📍 Localização do Altar
- Preferencialmente em um local sombrío, isolado, próximo à natureza — pode ser um canto da casa, um quarto fechado, ou até mesmo ao ar livre (sob uma árvore, perto de um rio).
- Deve estar afastado de outros altares — especialmente de orixás e caboclos, pois a energia da Mata é muito densa.
🖼️ Itens Básicos do Altar
- Toalha preta ou marrom-escura
- Velas pretas, vermelhas e brancas (para equilibrar as energias)
- Facão ou machado pequeno (simbolizando o corte das amarras)
- Correntes ou cordas grossas
- Ossos (de animais, não humanos) ou crânios de animais
- Água salgada, vinagre, cachaça, mel, tabaco
- Imagens ou estatuetas de Exu Kalunga, Exu Rei das Sete Calungas e Pombagira Rainha das Sete Calungas
- Flores negras ou vermelhas (rosas negras, cravos vermelhos)
⚖️ Oferecimentos Recomendados
- Fumo de charuto ou cachimbo
- Bebidas alcoólicas fortes (cachaça, uísque, rum)
- Comidas simples e terrestres — feijão, arroz, farofa, carne vermelha
- Doces amargos ou picantes — mel com pimenta, chocolate amargo
- Objetos pessoais do consulente — para ligação energética
🕯️ Ritual de Consagração
- Limpeza do espaço com arruda, alecrim e sal grosso.
- Acender as velas em ordem: preta (proteção), vermelha (ação), branca (equilíbrio).
- Oferecer bebida e fumo aos Exus e Pombagiras.
- Pedir permissão para abrir o altar, nomeando os soberanos.
- Deixar o altar em paz por 7 dias, sem tocar nele, apenas renovando as velas e oferendas.
- No 8º dia, realizar uma pequena cerimônia de agradecimento e entrega de pedidos.
7. PRECAUÇÕES E RESPEITO
O Povo da Mata da Kalunga não é para iniciantes. Suas energias são intensas, profundas e exigem compromisso. Antes de trabalhar com eles:
- Nunca faça promessas que não poderá cumprir — eles lembram tudo.
- Não minta ou engane — eles veem além das aparências.
- Respeite os limites — se não for chamado, não invoque.
- Sempre agradeça — mesmo quando o trabalho não for imediato.
- Procure sempre um guia experiente — trabalhar com essa falange sem orientação pode trazer consequências graves.
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O Povo da Mata da Kalunga representa o lado mais profundo, mais verdadeiro e mais justo da Quimbanda. Não é um reino de maldade, mas de verdade crua, justiça implacável e transformação radical — sempre com misericórdia.
Sob o comando de Exu Rei das Sete Calungas e Pombagira Rainha das Sete Calungas, e executado pelo fiel Exu Kalunga, essa falange oferece uma via de acesso direto aos mistérios mais antigos da alma humana — para aqueles que têm coragem de encarar as sombras e buscar a luz que vem depois delas.
Eles não cobram nada.
Eles não exigem nada.
Eles apenas querem ajudar — porque fazem o bem, sem esperar nada em troca.
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Este texto foi elaborado com respeito, pesquisa e reverência ao universo espiritual da Quimbanda. Nenhuma entidade foi invocada ou comprometida neste processo — apenas honrada.