quarta-feira, 19 de novembro de 2025

O REINO DAS ALMAS: O POVO DA MATA DA KALUNGA — CHEFE EXU KALUNGA (EXU DOS CEMITÉRIOS) E SEUS SOBERANOS, EXU REI DAS SETE CALUNGAS E POMBAGIRA RAINHA DAS SETE CALUNGAS

 

O REINO DAS ALMAS: O POVO DA MATA DA KALUNGA — CHEFE EXU KALUNGA (EXU DOS CEMITÉRIOS) E SEUS SOBERANOS, EXU REI DAS SETE CALUNGAS E POMBAGIRA RAINHA DAS SETE CALUNGAS

O REINO DAS ALMAS: O POVO DA MATA DA KALUNGA — CHEFE EXU KALUNGA (EXU DOS CEMITÉRIOS) E SEUS SOBERANOS, EXU REI DAS SETE CALUNGAS E POMBAGIRA RAINHA DAS SETE CALUNGAS

20 de novembro de 2025


INTRODUÇÃO: A MATÁ COMO PORTAL DO ABISMO — ONDE A LUZ NASCE DA ESCURIDÃO

Enquanto o mundo exterior busca brilho e aparência, há quem escolha habitar os lugares mais profundos, silenciosos e esquecidos — não por maldade, mas por amor. Esses são os guardiões das fronteiras entre os mundos: o Povo da Mata da Kalunga, uma falange que atua nas sombras, mas com um propósito claro — trazer luz onde a escuridão reina, curar onde há dor, libertar onde há prisão.

Sob o comando do respeitado Exu Kalunga (Exu dos Cemitérios), e sob a soberania suprema de Exu Rei das Sete Calungas e Pombagira Rainha das Sete Calungas, essa falange é composta por entidades que não cobram nada — apenas pedem respeito, verdade e intenção pura.

Este artigo é um guia leve, reverente e prático para compreender quem são, como atuam, onde estão e como se conectar com esse povo ancestral — que faz o bem sem esperar nada em troca.


1. ORIGEM E SIGNIFICADO DO “POVO DA MATA DA KALUNGA”

A palavra Kalunga, de origem banto, significa “abismo”, “mar profundo”, “limiar entre os mundos”. Na cosmologia afro-brasileira, Kalunga é o portal onde as almas repousam antes de renascerem — ou onde ficam presas, esperando por libertação.

A Mata simboliza o lugar selvagem, intocado, sagrado e perigoso — o território dos espíritos ancestrais, dos animais de poder, das árvores que guardam segredos e das raízes que conectam o céu à terra.

Portanto, o Povo da Mata da Kalunga são as entidades que habitam esses bosques sagrados — não são apenas Exus e Pombagiras, mas também espíritos da natureza, ancestrais silvestres, almas perdidas e guardiões das trilhas espirituais.

Sua missão: proteger os limites entre os mundos, conduzir almas, romper feitiços antigos e executar justiça espiritual nas sombras da mata — sempre com misericórdia, sempre com equilíbrio.


2. QUEM COMANDA ESSA FALANGE?

Apesar de ser liderada diretamente pelo Exu Kalunga (Exu dos Cemitérios), o comando supremo dessa falange pertence aos dois regentes dos sete abismos:

Exu Rei das Sete Calungas
Pombagira Rainha das Sete Calungas

Esses dois soberanos governam os sete níveis da Kalunga — cada um representando um tipo de energia, um caminho de trabalho, uma profundidade espiritual.

  • Exu Rei das Sete Calungas é o Senhor dos Caminhos Ocultos, dos pactos antigos, dos trabalhos pesados e das transformações radicais.
  • Pombagira Rainha das Sete Calungas é a Senhora dos Amores Proibidos, das Tramas Emocionais, das Vinganças Justas, das Mulheres Perdidas e das Almas Libertas.

Juntos, eles governam o Povo da Mata da Kalunga como uma corte justa, equilibrada e compassiva — onde nada escapa à sua vigilância, e tudo é regido pela lei do amor, mesmo nas sombras.


3. QUEM É O EXU KALUNGA (EXU DOS CEMITÉRIOS)?

O Exu Kalunga — ou Exu dos Cemitérios — é o chefe operacional da falange. Ele é chamado assim porque atua principalmente em cemitérios antigos, matas próximas a túmulos, e locais onde a energia das almas está mais densa.

Mas ele não é um Exu de terror — é um protetor silencioso, um curador das almas perdidas, um justiceiro que age sem julgamento, apenas com propósito.

Ele não exige oferendas caras, nem rituais complexos — apenas verdade no coração, respeito na voz e compromisso na alma.

Características do Exu Kalunga:

  • Corpo alto e esguio, vestido com roupas simples, às vezes coberto de folhas secas ou terra.
  • Rosto sereno, olhar profundo, voz calma e firme.
  • Símbolos: facão (para cortar o que prende), correntes (para libertar), ossos (para lembrar da morte e da vida), pés descalços (para sentir a terra).
  • Elementos: Terra, Fogo, Água Salgada, Ar Noturno.
  • Trabalhos: Limpeza suave, rompimento de amarras emocionais, proteção contra energias negativas, abertura de caminhos bloqueados, retorno de almas perdidas.

Ele é o guardião das fronteiras entre os mundos — e quem o chama encontra, na escuridão, uma luz que não ofusca, mas acalma.


4. ENTIDADES QUE COMPÕEM O POVO DA MATA DA KALUNGA

Além do Exu Kalunga, a falange é composta por diversas entidades que atuam em diferentes níveis da mata. São elas:

Exus da Mata

  • Exu da Árvore Seca — cura feridas antigas
  • Exu das Sombras Profundas — ilumina o que está oculto
  • Exu do Cemitério Velho — acalma almas inquietas
  • Exu da Lua Cheia na Mata — traz clareza emocional
  • Exu das Raízes Quebradas — reconecta com o passado

Pombagiras da Mata

  • Pombagira da Tumba Aberta — liberta amores aprisionados
  • Pombagira das Folhas Mortas — ensina a soltar o que já morreu
  • Pombagira da Noite Sem Fim — consola os que sofrem em silêncio
  • Pombagira das Almas Livres — ajuda a encontrar paz interior
  • Pombagira da Vingança Justa — restaura o equilíbrio sem ódio

Espíritos da Natureza e Ancestrais

  • Velhos da Mata — sabedoria ancestral, proteção natural
  • Guardiões das Sete Portas da Mata — controlam o acesso aos níveis da Kalunga
  • Crianças da Mata — mensageiros inocentes, protetores dos vulneráveis

5. ONDE ATUAM E COMO ATUAM?

O Povo da Mata da Kalunga atua principalmente em:

  • Matas virgens e florestas antigas
  • Cemitérios abandonados
  • Margens de rios e lagos
  • Locais de acidentes e tragédias
  • Territórios de fronteira espiritual

Eles são invocados para:

Limpezas suaves e profundas — de casas, pessoas, relacionamentos.
Romper amarras emocionais e energéticas — especialmente as que vêm de vidas passadas.
Proteger contra energias negativas — sem violência, apenas com presença.
Abrir caminhos bloqueados — financeiros, amorosos, espirituais.
Retornar almas perdidas — de pessoas desaparecidas, desorientadas, ou que estão presas em ciclos kármicos.
Restaurar o equilíbrio — sem punição, apenas com justiça natural.

Seu trabalho é suave, profundo e infalível. Não há pressa na Mata — tudo acontece no tempo certo, conforme a lei do amor cósmico.


6. COMO MONTAR UM ALTAR PARA O POVO DA MATA DA KALUNGA

Montar um altar para essa falange exige respeito, pureza de intenção e conhecimento. Nunca se deve fazer isso por curiosidade ou capricho — apenas quando houver uma ligação espiritual real e um pedido claro dos guias.

📍 Localização do Altar

  • Preferencialmente em um local sombrío, isolado, próximo à natureza — pode ser um canto da casa, um quarto fechado, ou até mesmo ao ar livre (sob uma árvore, perto de um rio).
  • Deve estar afastado de outros altares — especialmente de orixás e caboclos, pois a energia da Mata é muito densa.

🖼️ Itens Básicos do Altar

  • Toalha preta ou marrom-escura
  • Velas pretas, vermelhas e brancas (para equilibrar as energias)
  • Facão ou machado pequeno (simbolizando o corte das amarras)
  • Correntes ou cordas grossas
  • Ossos (de animais, não humanos) ou crânios de animais
  • Água salgada, vinagre, cachaça, mel, tabaco
  • Imagens ou estatuetas de Exu Kalunga, Exu Rei das Sete Calungas e Pombagira Rainha das Sete Calungas
  • Flores negras ou vermelhas (rosas negras, cravos vermelhos)

⚖️ Oferecimentos Recomendados

  • Fumo de charuto ou cachimbo
  • Bebidas alcoólicas fortes (cachaça, uísque, rum)
  • Comidas simples e terrestres — feijão, arroz, farofa, carne vermelha
  • Doces amargos ou picantes — mel com pimenta, chocolate amargo
  • Objetos pessoais do consulente — para ligação energética

🕯️ Ritual de Consagração

  1. Limpeza do espaço com arruda, alecrim e sal grosso.
  2. Acender as velas em ordem: preta (proteção), vermelha (ação), branca (equilíbrio).
  3. Oferecer bebida e fumo aos Exus e Pombagiras.
  4. Pedir permissão para abrir o altar, nomeando os soberanos.
  5. Deixar o altar em paz por 7 dias, sem tocar nele, apenas renovando as velas e oferendas.
  6. No 8º dia, realizar uma pequena cerimônia de agradecimento e entrega de pedidos.

7. PRECAUÇÕES E RESPEITO

O Povo da Mata da Kalunga não é para iniciantes. Suas energias são intensas, profundas e exigem compromisso. Antes de trabalhar com eles:

  • Nunca faça promessas que não poderá cumprir — eles lembram tudo.
  • Não minta ou engane — eles veem além das aparências.
  • Respeite os limites — se não for chamado, não invoque.
  • Sempre agradeça — mesmo quando o trabalho não for imediato.
  • Procure sempre um guia experiente — trabalhar com essa falange sem orientação pode trazer consequências graves.

8. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O Povo da Mata da Kalunga representa o lado mais profundo, mais verdadeiro e mais justo da Quimbanda. Não é um reino de maldade, mas de verdade crua, justiça implacável e transformação radical — sempre com misericórdia.

Sob o comando de Exu Rei das Sete Calungas e Pombagira Rainha das Sete Calungas, e executado pelo fiel Exu Kalunga, essa falange oferece uma via de acesso direto aos mistérios mais antigos da alma humana — para aqueles que têm coragem de encarar as sombras e buscar a luz que vem depois delas.

Eles não cobram nada.
Eles não exigem nada.
Eles apenas querem ajudar — porque fazem o bem, sem esperar nada em troca.


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Este texto foi elaborado com respeito, pesquisa e reverência ao universo espiritual da Quimbanda. Nenhuma entidade foi invocada ou comprometida neste processo — apenas honrada.